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terça-feira, 19 de março de 2019

Vitória proíbe agrotóxico que mais mata abelhas

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Este é um dos inseticidas mais usados no mundo, afirmam especialistas, responsável pela mortandade desses animais no meio rural. A Lei já foi publicada no Diário Oficial do estado capixaba.

A Câmara de Vereadores de Vitória, capital do Espírito Santo, aprovou o Projeto de Lei nº 102/2018, do vereador Fabrício Gandini (PPS), que proíbe o uso de agrotóxicos à base de neonicotinoide.

De acordo com o autor da proposta, o objetivo da proibição é impedir a morte de abelhas, visto que os agrotóxicos à base de neonicotinoide são extremamente letais para as colônias. Inclusive, este é um dos inseticidas mais usados no mundo -, o que não impediu todas as nações membros da União Europeia a também proibirem totalmente seu uso no início deste ano.

Um estudo recente sugere até que as abelhas estão ficando viciadas no neonicotinóide, que é uma classe de inseticida derivado da nicotina. “Eles descobriram que, embora as abelhas preferissem o alimento livre de pesticidas no início, com o tempo elas se alimentaram mais, exatamente, da comida com pesticidas”, afirma o estudo estudo produzido por uma equipe da Imperial College London e da Queen Mary University, ambas instituições britânicas.

Ainda segundo a pesquisa, as abelhas iam atrás dos alimentos com pesticidas mesmo quando as posições dos comedouros eram alteradas, sugerindo que elas conseguem detectar o pesticida dentro dos alimentos.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Estado do Rio é destaque na produção de orgânicos

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Agricultura familiar dedicada ao segmento registra aumento de produção e de produtores.

O Estado do Rio de Janeiro é pioneiro na comercialização de orgânicos cultivados pela agricultura familiar. A agricultura orgânica registrou no estado aumento de produção de 15% a 25% ao ano e já soma 721 produtores certificados pelo Ministério da Agricultura e distribuídos em 60 municípios fluminenses.

O crescimento anual demonstra que o sistema orgânico de produção tem se consolidado a cada ano, possibilitando a geração de emprego e renda de forma sustentável no campo.

Para estimular as práticas agroecológicas e apoiar quem já atua na área, a Secretaria de Agricultura e Pesca criou o Programa Cultivar Orgânico, que prevê recursos financeiros para investimento nas lavouras e assistência técnica para produção, além da aproximação com os circuitos de comercialização.

– O Cultivar Orgânico tem, através do Programa Rio Rural, do Governo do Estado, propiciado aos agricultores fluminenses condições para uma produção sustentável no meio rural fluminense, contribuindo para o desenvolvimento da área de orgânicos e na qualidade de vida desses agricultores, assim como viabilizando o consumo de alimentos saudáveis para a população de nosso estado – explicou o gerente do Cultivar Orgânico/Emater-Rio, Martinho Belo.

O Programa Rio Rural é o principal incentivador dos investimentos no segmento de orgânicos. Com recursos de cerca de R$ 11 milhões, o programa já contemplou mais de 5.500 produtores em todo o Estado do Rio. A área cultivada soma, em conjunto, cerca de 27.000 hectares.

A iniciativa, que conta com a parceria do Banco Mundial, tem ajudado também a alavancar o negócio de pequenos produtores.

Os investimentos estimulam mudança nos processos produtivos, adequando-os de forma a tornar sustentável a exploração dos recursos naturais, e agregando valor ao produto tanto para o produtor como para o consumidor.

Exemplo de produção sustentável

O Sítio Cultivar, fundado em 1991, foi um dos pioneiros na produção de orgânicos no estado. Em busca de qualidade de vida e de alimentos sem agrotóxicos, o casal Jovelina Fonseca e Luiz Paulo Ribeiro deixou a cidade do Rio de Janeiro e foi morar na Região Serrana.

No início, familiares e amigos não acreditavam no empreendimento. Hoje, passados quase 30 anos, eles são a prova de que é possível produzir alimentos orgânicos sem agredir o meio ambiente.

– Chegamos a plantar 40 espécies diferentes para ver o que era possível produzir sem fertilizantes químicos e agrotóxicos – disse Jovelina.

Em 42 hectares, eles produzem 14 variedades de verduras e legumes. Por mês, são cerca de sete mil itens, entre produtos in natura e os minimamente processados, ou seja, lavados, cortados e prontos para o consumo.

A produção é comercializada em supermercados locais e lojas do Rio de Janeiro.

– Pensamos em expandir para 10 mil mudas e dobrar a produção. Temos oito trabalhadores contratados – disse Jovelina. – afirmou Jovelina.


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Norte do país produzindo mais cacau e chocolate

Aos poucos o estado do Pará se consolida como o maior produtor de cacau do país, com 120 mil toneladas produzidas. Quem ganha com isso é a floresta Amazônica, cada vez mais preservada, aponta reportagem da revista Época.

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Ademir Venturin, pequeno agricultor de Medicilândia, no interior do Pará, tem uma rotina dupla. Além de cuidar de seus cacaueiros, acumula o cargo de diretor de mercado da Cacauway, pequena fábrica de chocolate gerenciada pelos produtores locais. A meta é ampliar o mercado das barras e dos bombons da marca dentro e fora do Pará. “É uma iniciativa ainda nova e muito pequena, mas foi uma forma que encontramos de explorar o nosso produto para além da matéria-prima”, diz.

É um desafio bem diferente do que Venturin encontrou em 1985, quando desembarcou na cidade à beira da Rodovia Transamazônica e hoje vizinha da Hidrelétrica de Belo Monte, vindo do Espírito Santo para criar gado. Ele faz parte das grandes levas de brasileiros que migraram para o Norte a partir dos anos 1970 em busca da promessa de terras baratas e cultivo livre. Foi quando a pecuária e monoculturas como milho e arroz se espraiaram pela Amazônia e começou o enorme rombo do desmatamento na floresta.

 “Não havia contexto ambiental nenhum. Ganhava-se uma premiação para desmatar mais”, conta o capixaba, que há dez anos abandonou a pecuária para se especializar no cacau. “Hoje estamos recuperando todas as áreas desmatadas de Medicilândia com o cacau.” Agora ele faz parte de um outro grupo que cresce: o das centenas de pequenos produtores que estão se beneficiando do boom da fruta do chocolate que tomou o Pará e trouxe uma alternativa de produção mais sustentável.

“A produção cresce a uma taxa de quase 10% ao ano”, diz Fernando Mendes, chefe de pesquisas da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), do Ministério da Agricultura. O estado, que produzia 90.000 toneladas de cacau ao ano em 2014, chega a 120.000 toneladas hoje, o que o coloca atualmente na posição de maior produtor do país – ultrapassou a Bahia no ano passado, onde uma seca severa ajudou a derrubar a produção do patamar de 180.000 toneladas anuais para a faixa das 110.000 toneladas. “São 172.000 hectares de área plantada no estado hoje”, diz Mendes. “Dessas, 140.000 são áreas de desmatamento recuperadas.”

Isso acontece porque, diferentemente da pecuária ou da monocultura, o cacau precisa de sombra para crescer – ou seja, precisa de floresta. Conforme os pastos antigos se tornam improdutivos e, por outro lado, crescem a fiscalização e o cerco legal ao desmatamento, o cacau, fruto nativo da Amazônia, acabou emergindo nos últimos anos como uma alternativa triplamente vantajosa para a região: não desmata, ajuda a reconstituir as áreas devastadas e ainda gera renda para os pequenos produtores.

“Uma propriedade rural típica aqui tem parte da floresta que já foi tirada para alguma atividade, como pecuária ou extração de madeira”, conta Adalberto Veríssimo, pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O que se está fazendo com o cacau, explica, é pegar a área desmatada, em muitos casos já pouco produtiva, e criar nela o sistema chamado agroflorestal, que não chega a replicar a mata original, mas mescla o plantio de árvores altas com culturas que crescem em sua sombra. “Plantam-se muitas fruteiras, aumenta o número de pássaros e animais, cria-se uma temperatura agradável, mais água é retida e mais carbono fixado. É o meio caminho entre a floresta e a agricultura”, diz Veríssimo.

Bananeiras são um exemplo de pés que garantem sombra. Jatobá, ipê e andiroba, árvore usada por empresas como a Natura para extrair óleos para hidratantes e sabonetes, também são opções. Dividindo a sombra com o cacau, é possível colocar outras frutas parecidas, como açaí e cupuaçu. “Eram famílias que antes tinham gado, talvez uma plantação de milho ou sorgo”, diz o coordenador de floresta e clima da ONG ambiental The Nature Conservance (TNC), Rodrigo Freire. “Com a variedade, a renda delas acaba ficando de 30% a 50% maior.”

A TNC mantém, desde 2009, projetos de educação e apoio ao produtor de cacau nas cidades de São Félix do Xingu e Tucumã, duas das campeãs de desmatamento do Pará. Feitos em parceria com a Ceplac e a Cargill, os pilotos apoiam hoje 125 produtores e mostram resultados bastante positivos. Mais de 500 hectares de pasto foram restaurados, e a renda das famílias participantes, que apenas com a pecuária girava em torno dos R$ 6 mil mensais, chega até a R$ 8 mil quando os cacaueiros começam a produzir, um ciclo que leva de quatro a cinco anos. “Elas passam a depender menos de uma única coisa, têm diferentes produtos para explorar ao longo dos anos, melhoram a renda e sua diversidade alimentar”, diz Freire. “E ainda ajudam a floresta.”

Esse tipo de história faz parte do Festival Origem, evento realizado pelas revistas ÉPOCA, Globo Rural e Casa e Jardim, dos dias 1º a 3 de dezembro em São Paulo, para unir produtores, chefs e consumidores interessados em alimentos bons para a saúde e para o planeta.

sábado, 22 de abril de 2017

Produção do azeite brasileiro será o dobro

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As estimativas são de 60 mil litros desse item indispensavel em qualquer cozinha no mundo. Pelo menos 74 municípios brasileiros são responsáveis pela produção das azeitonas.  Para regulamentar ainda mais o setor, o Ministério da Agricultura (Mapa) vai publicar normas para a produção nacional do azeite de oliva

A organização da cadeia produtiva do azeite é uma das prioridades deste ano do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para tanto, a Comissão Permanente da Olivicultura Brasileira do Mapa, recentemente criada, está reunindo informações para publicar Norma Técnica Específica (NTE) do setor, estabelecendo normas de produção que trarão benefícios aos agricultores. A atividade vem crescendo especialmente no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e em São Paulo, que cultivam uma área de 5 mil hectares de oliveiras e geram cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos.

As regiões Sul e Sudeste são as mais propícias ao cultivo por causa das temperaturas mais baixas em altitudes acima de mil metros do nível do mar. O Brasil também processa a azeitona, contando com seis indústrias que atuam em 74 municípios. A produção do azeite de oliva, em 2017,está estimada em 60 mil litros, o dobro dos 30 mil litros de 2016, quando  o setor foi prejudicado pelo excesso de chuvas.

“Ainda não temos um padrão nacional de mudas de oliveiras que indique a qualidade ou um sistema sólido de produção”, diz o chefe da Divisão de Políticas, Produção e Desenvolvimento Agropecuário da Superintendência Federal da Agricultura do Rio Grande do Sul (SFA-RS), Ricardo Furtado. Falta também, segundo ele, regulamento de agroquímicos menos agressivos ao meio ambiente a serem usados no cultivo sem que cause maiores impactos. Mas a Norma Técnica Específica estabelecerá essas regras.

A comissão visa fortalecer a olivicultura brasileira nos aspectos sociais, ambientais e tecnológicos, o que deverá ter reflexos na economia, com a valorização do produto e a geração de emprego e de renda. No mês passado, os integrantes da comissão, e reuniram, por ocasião da abertura da Colheita da Oliveira, em São Sepé/RS, a fim de tratar das ações a serem desenvolvidas para apoiar o setor.

De acordo com o coordenador da Secretaria de Mobilidade Social do Produtor Rural e Cooperativismo (SMC), Luís Pacheco, o encontro serviu para debater o zoneamento edafoclimático da olivicultura – estudo da potencialidade do clima e solo de uma região para o cultivo de determinada cultura –, os padrões de mudas, os requisitos fitossanitários, o registro de agrotóxicos e as ações de capacitação e de assistência técnica. “Por causa de sua sustentabilidade, o cultivo da oliveira pode ser incluído como mais uma alternativa no Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC)”, assinala Pacheco.

Outro aspecto importante, acrescenta o coordenador da secretaria, é que a oliva é uma cultura permanente que pode ser explorada em pequenas propriedades, o que contribui para a adoção de boas práticas agrícolas, um conjunto de normas, princípios e recomendações técnicas aplicadas na produção, no processamento e no transporte que visam proteger o meio ambiente e promover o bem-estar dos trabalhadores e dos consumidores. Quando o produtor de pequeno, médio ou grande porte adota boas práticas bem como mecanismos de rastreabilidade , se torna apto a receber a certificação de produção integrada, o que agrega valor a sua produção, e ainda o selo de qualidade ‘PI Brasil’ do Mapa.

Origem no Oriente Médio 

Introduzida no Brasil no século XIX, a oliveira (nome científico Olea europea L) é nativa do Oriente Médio tem seu fruto, a azeitona, usada sobretudo na alimentação humana. Do fruto são consumidos a polpa macia, que reveste o caroço, e o azeite, óleo produzido a partir do esmagamento da polpa. Cada oliveira leva cerca de quatro anos para atingir o ponto considerado ideal para colheita da azeitona e produz de 2 a 3 litros por safra.

Rica em minerais como o fósforo, cálcio, potássio e ferro, a azeitona também contém a vitamina E, substância antioxidante que age contra doenças cardíacas, tem ação anti-inflamatória e auxilia no aumento do colesterol bom, por exemplo. No Brasil, são mais comuns as azeitonas verdes e pretas, de tamanhos variados, comercializadas em conserva, sem caroço e a granel.

O azeite de oliva, derivado da azeitona, e seus benefícios nutricionais são recomendados por seus fatores que inibem o risco de doenças cardiovasculares e no processo digestivo. Os tipos extra virgem, puro ou refinado são aplicados nas diversas formas na alimentação e no preparo de receitas de alimentos.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Noroeste Fluminense terá nova marca de café orgânico


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Os produtores de café orgânico da região Noroeste Fluminense deram mais um passo importante para o desenvolvimento de seu produto e acesso ao mercado. Em Dezembro, os produtores finalizaram um trabalho de construção de uma marca para seu café orgânico, com apoio da equipe de Disseminação do Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura.

O café da Associação dos Produtores Orgânicos do Extremo Noroeste Fluminense - APROENF já havia obtido certificação orgânica pela modalidade Organização de Controle Social (OCS). Mais recentemente, conquistaram também o selo orgânico na modalidade Sistema Participativo de Garantia - SPG, da Abio, o que possibilita a comercialização no mercado convencional.

As três propostas de marca apresentadas foram elaboradas pela Assessoria de Disseminação do Rio Rural, sob demanda do Grupo de Produtores Orgânicos do Extremo Noroeste Fluminense - APROENF. Cerca de trinta agricultores participaram diretamente do processo de conceituação da marca, em reuniões realizadas nos municípios de Varre-Sai e Porciúncula.

Após a coleta de dados realizada com os produtores, foi realizada uma segunda reunião com os consultores Eiser Felippe e Luciana Andrade, que deram apoio técnico para a produção agroecológica do café. Com base nas informações obtidas, a equipe de Comunicação do Rio Rural elaborou um briefing e desenvolveu o projeto da marca e apresentou aos cafeicultores. O trabalho incluiu a conceituação da marca, a criação de duas opções de nomes, três propostas de logomarca e embalagem, além de orientações para o planejamento de marketing.

De acordo com o agricultor José Sávio Muruci, o trabalho do Rio Rural atende as necessidades do grupo e contribui para o acesso ao mercado, de modo mais qualificado.

- A marca expressa de forma bem completa a identidade do grupo, fazendo alusão aos principais elementos que compõem a produção de café em nossa região - opinou. A marca escolhida pelos agricultores deverá ser apresentada ao público pelo próprio grupo no início de 2017. 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Estados do Sudeste do país são os maiores produtores de orgânicos

Se depender dos produtores dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro a alimentação saudável está garantida por estas bandas.

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Soma de inovação e tradição em prol do meio ambiente, de relações justas no trabalho e de qualidade de vida para todos, a produção de alimentos orgânicos no Brasil tem tudo para colher ótimos resultados em 2017. Segundo levantamento feito pela Coordenação de Agroecologia (Coagre) da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a área de produção orgânica no país pode ultrapassar os 750 mil hectares registrados em 2016, impulsionada, principalmente, pela agricultura familiar.

Segundo a Coagre, houve um salto de 6.700 mil unidades (2013) para aproximadamente 15.700 (2016). Ou seja, em apenas três anos, foi registrado mais do que o dobro de crescimento deste tipo de plantio em solo brasileiro. No ranking das regiões que mais produzem alimentos orgânicos, o Sudeste fica em primeiro lugar, totalizando 333 mil hectares e 2.729 registros de produtores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO). Na sequência, as regiões Norte (158 mil hectares), Nordeste (118,4 mil), Centro-Oeste (101,8 mil) e Sul (37,6 mil).

Hoje, cerca de 75% dos produtores cadastrados no CNPO são agricultores familiares. “Interessante notar que o número de unidades de produção é cada vez maior e está se espalhando por quase todas as regiões do Brasil, o que indica que os agricultores familiares reconhecem na agroecologia e na produção orgânica uma maneira de comercializar alimentos, com valor agregado, e que, ao mesmo tempo, são produzidos sem o uso de insumos agroquímicos, constituindo uma opção mais segura para o agricultor, para o consumidor e para o meio ambiente”, analisa Sylvia Wachsner, coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), mantido pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

Responsável pelo incremento do número de agricultores familiares voltados para a produção orgânica, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) tem com objetivo fortalecer a produção agrícola de base agroecológica e orgânica, além de ampliar a oferta e o consumo de alimentos saudáveis, apoiar o uso sustentável dos recursos naturais e disseminar o conhecimento em agroecologia, de forma a promover a melhoria da qualidade de vida da população brasileira do campo e das cidades.

Para isso, o Plano previu a implementação de amplo conjunto de iniciativas, programas e projetos de apoio à transição agroecológica e à produção orgânica no país, executado por cerca de 15 instituições públicas federais. “O primeiro PLANAPO, de 2013 a 2015, contribuiu para o crescimento da produção de orgânicos. No segundo PLANAPO, que vai até 2019, pelo menos mais oito mil agricultores familiares devem se cadastrar por meio de projetos apoiados pela Sead”, destaca Suiá Kafure da Rocha, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental.

Planapo

A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo) foi lançada pelo Governo Federal, com a edição do decreto 7.794, de 20 de agosto de 2012, como importante passo para a ampliação e efetivação de ações de promoção do desenvolvimento rural sustentável. Um dos principais instrumentos desta política é o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), também conhecido como Brasil Agroecológico.

O primeiro Planapo finalizou em 2015 e beneficiou 678.449 agricultores familiares, produtores orgânicos, povos indígenas e povos e comunidades tradicionais, técnicos e extensionistas. Em 2016 deu-se início a um novo ciclo de planejamento para essa temática, com o lançamento do Planapo 2016-2019.

“Quem coordena o PLANAPO, no qual participam outras 14 instituições públicas federais, é a Sead, e somos protagonistas deste plano. Neste momento, estamos desenvolvendo o portal ‘agroecologia.gov’ que vai envolver todos os atores do plano e teremos mais informações disponibilizadas sobre as políticas públicas de agroecologia”, adianta Suiá Kafure da Rocha.

ANÁLISE EXCLUSIVA: Tomate, o próximo vilão da vez?


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Por Jorge Seraphini (jorgeseraphini@gmail.com)

Produtor joga fora o produto, destrói plantações, culpando os preços baixos. Mas ele também está abandonado pelas grandes indústrias de concentrados e extratos de tomate brasileiras.

Essa condição chegou a acontecer no ano passado, com os preços subindo estratosfericamente, conforme chegamos a registrar e também como mostrou a reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, na noite da última segunda-feira. A matéria mostrava produtores rurais destruindo plantações inteiras, culpando a baixa produtividade em relação ao comércio do produto, que apresentava preços baixos diretamente aos consumidores. Estes preços, segundo eles, não estão cobrindo os custos da produção. No retrospectos, também mostraram os preços altos ocorridos no início do ano passado.
 
A culpa é de quem? Muita produção e pouca demanda? Pode ser. O CeasaCompras foi atrás da resposta e traçou uma prévia do que irá acontecer. De primeira, a resposta é especulação. Sim, o Brasil vive uma especulação de preços, com a destruição de toneladas de alimentos no campo, para forçar sua alta para o consumidor. Isso ninguém vê, ou finge que não está sabendo. Um jeito Lula de ser!.

Como justificou aquele canibal: "vamos por partes".

Antes de falarmos qualquer coisa a respeito, pesquisamos também a relação dos preços do tomate em várias centrais de abastecimento espalhadas pelo país.  Na Ceasa do Rio de Janeiro, como já vem ocorrendo há vários dias, a caixa de 22 kg do alimento estava sendo negociada a R$ 35 e R$ 25, dependendo do tamanho.  O quilo, de acordo com pesquisas do governo federal, estava custando R$ 1,50, ainda na capital fluminense.  Em outros estados, como o do Paraná, onde está acontecendo a destruição dos tomateiros, o preço chegou a R$ 1, o quilo.  O mesmo acontecendo na Paraíba (R$ 1,08).  Veja a relação de preços:

AC (R$ 5,11), AL (R$ 2,50), BA (R$ 1,10), CE (R$ 1,60), DF (R$ 2,25), ES (R$ 1,63), GO (R$ 1, 36), MG (R$ 1,25), MS (R$ 1,28), MT (R$ 1,25), PA (R$ 1,70), PB (R$ 1,08), PE (R$ 1,20), PI (R$ 3), PR (R$ 1), RJ (R$ 1,53), RN (R$ 1,52), RS (R$ 1,50), SC (R$ 1,59), SP (2,01) e TO (R$ 2,40).

O tomate está em plena safra e isso, o que é normal, se reflete nos preços. Ele está sendo colhido em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná, Agreste de Pernambuco, Bahia, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul,  A colheita vai até abril. 

No Rio de Janeiro os principais municípios produtores de tomate são: Paty do Alferes, Friburgo, Bom Jardim, Sumidouro e Teresópolis.  E no Paraná, onde os tomateiros estão sendo destruídos pelos produtores, estão os municípios de Reserva, Ortigueira e Imbaú. Estes locais paranaenses foram citados pela reportagem do Jornal Nacional.

Em Irecê, na Bahia, começou um movimento, desde o ano passado, de especulação em torno dos preços do tomate.  E pelo visto está sendo seguido por outras regiões produtoras.  Nesses locais o fruto, tão utilizado em nossa cozinha diária, vem sendo trocado por outras culturas que exigem menos irrigação.  Apesar disso, a area plantada para o tomate cresceu entre 3% e 10% para esta safra.

Quem é o culpado? Só o produtor rural? Não.

Enquanto trabalha com o dito "falta de dinheiro, retorno financeiro", o produtor rural luta realmente para sobreviver.  A produção é alta e a demanda menor por parte do consumidor, e o produtor rural, parece, fica também totalmente de lado por parte das fábricas de concentrados do produto.  Essas fábricas, muitas delas de nome, ignoram o tomate brasileiro para comprar o atomatado estrangeiro, pagando muito menos. O mercado nacional de concentrado de tomate consome produção estrangeira enquanto o nosso tomate é jogado fora.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), a importação de atomatados cresceu 15,7% em volume desde janeiro de 2016, se comparado a igual período de 2015. Isso se deve ao excesso de oferta internacional que levou a um recuo de 16,6% no preço dos atomatados em dolar.

Portando, sem ter para quem vender a preços considerados satisfatórios, o produtor rural brasileiro prefere jogar fora o alimento.  E esperem por que o preço vai aumentar seguramente.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Agricultura familiar aumenta produção frutas secas e castanhas

  
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Alguns itens das grandes ceias de final de ano já são típicos nas receitas natalinas, como castanhas, nozes e frutas cristalizadas. Por trás desses produtos, que dão um gostinho diferente no cardápio, está o trabalho da agricultura familiar, que vê a renda aumentar nesta época. Também ganha o consumidor, que pode se deliciar com produtos de qualidade, fruto da dedicação do trabalhador rural.

O agricultor familiar Rogério Negrelo, do município de Barão, na Serra Gaúcha, trabalha com frutas cristalizadas, comum nas receitas desse período. Ele conta que cerca de 30% do que é produzido ao longo de todo o ano são vendidos em novembro e dezembro por causa das festas. De acordo com Rogério, a sua produção atinge cerca de 30 toneladas de matéria-prima por ano, o que equivale a 15 toneladas de produto final, entre frutas cristalizadas e doces.

Além dos produtos cristalizados, Rogério comercializa frutas secas, como o pêssego, e também doces. O agricultor começou a trabalhar com frutas cristalizadas em 2005, mas é produtor de figo há 15 anos. Para conseguir atender toda a demanda, fez parceria com famílias do município para o fornecimento de maçã, pêssego e figo. Com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o produtor adquiriu um carro furgão para transportar os produtos e incrementar as vendas.

“Todos os finais de ano a gente aumenta a produção, principalmente do pêssego e do figo, que é produto bem tradicional das festas natalinas. Em vista disso, a gente vai se fortalecendo, aumentando o estoque no decorrer do ano para atender a demanda dessa época. A grande demanda é das casas de produtos coloniais, muito comuns na Serra Gaúcha”, afirma.

Baru e caju

Outro produto comum nas receitas de natal é a castanha. Guilherme Araújo, do município de Barreira, no Ceará, produz castanha de caju. Ele conta que a colheita do fruto na região ocorre entre outubro e dezembro, justamente a época em que as vendas crescem em torno de 30%. Guilherme também recorreu ao Pronaf para comprar um veículo que ajudasse na entrega dos produtos.

“No final do ano, sempre melhora as vendas. É quando a gente tem uma renda a mais e aproveita pra fazer alguma compra, confiando que no final do ano vai dar certo pra comprar, porque a gente tem a safra da castanha que dá uma boa ajuda”, afirma.

Adalberto do Santos, de 59 anos, do município de Lassance, em Minas Gerais, trabalha com uma castanha típica do Cerrado, a de Baru. Ele faz parte de uma rede de agricultores familiares que atuam de forma cooperada em quatro estados (Goiás, Minas Gerais, Bahia e Tocantins). Ele afirma que o empreendimento conta com mais de 4.000 famílias extrativistas que comercializam o produto em feiras e para grandes mercados.

“Todo ano tem vendido muito nessa época. Além de ser gostosa, tem um valor nutritivo muito grande. As vendas nesse período costumam crescer cerca de 40%”, comemora.

A Secretaria Especial de Agricultura Familia e Desenvolvimento Agrário (Sead) está apresentando nas redes sociais algumas receitas, com produtos da agricultura familiar, entre elas, uma farofa doce de castanha de baru e de castanha do Pará. Clique aqui e curta essa e outras receitas natalinas no nosso Facebook.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

ALÍVIO NA AGRICULTURA Verão de temperaturas altas e chuvas intensas

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Instituto ligado ao Ministério da Agricultura divulga prognóstico para a estação em todas as regiões do país, e aponta prognósticos farováveis para agricultura e também os benefícios que o "Velho Chico" terá para ajudar várias cidades nordestinas.

O verão de 2017 – período importante para a atividade agrícola – deverá ter temperaturas altas e chuvas generalizadas em quase todo o Brasil, segundo prognóstico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).  No Hemisfério Sul, a estação começou oficialmente às 8h44 (horário de verão, Brasília) desta quarta-feira (21) e termina às 7h29 de 20 de março de 2017.

De acordo com o Inmet, vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as mudanças nas condições de tempo no verão são marcadas por chuvas em forma de pancadas, temporais com possibilidade de granizo, ventos fortes e elevação das temperaturas.

Por suas características climáticas, o verão é fundamental a agricultura em quase todo o país. A frequência e a quantidade de chuvas neste período têm reflexos no bom desempenho da produção de grãos da primeira safra e da safrinha no país.

Abaixo, o prognóstico do Inmet para a estação:

Previsão climática para o verão 2017

O verão de 2017 será marcado pela atuação do fenômeno oceânico-atmosférico La Niña, de forma fraca. De modo geral, a ocorrência deste fenômeno, com baixa intensidade, é favorável às chuvas na Região Nordeste e desfavorável no Sul, principalmente no Rio Grande do Sul, nos meses de verão e outono.

Entretanto, outros fatores, como a temperatura na superfície do Oceano Atlântico Tropical e na área oceânica próxima à costa do Uruguai e da Região Sul, poderão influenciar, dependendo das suas características climáticas durante essas estações, no regime de chuvas, intensificando ou atenuando os efeitos do La Niña.

A formação e atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e de Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN) serão os principais sistemas meteorológicos a atuar no norte da Região Nordeste durante o verão.

Prognóstico climático por região

A qualidade das chuvas – frequência e quantidade – nos meses de verão é fator crucial para o bom desempenho na produção de grãos da primeira safra e da safrinha no Brasil. Neste contexto, uma análise prognóstica das condições climáticas para todo o país no trimestre janeiro, fevereiro e março de 2017 (mapa abaixo) se apresenta como importante ferramenta de auxílio para o manejo dos cultivos e o planejamento agrícola.

Os prognósticos se baseiam na análise das tendências das condições oceânico-atmosféricas, que influenciam o clima no Brasil e em projeções de modelos climáticos estocásticos, como o do Inmet.


Previsão de anomalias de precipitação do modelo estatístico do Inmet.  

Região Norte

A Região Norte apresentou um primeiro semestre seco em 2016 chegando a ter áreas com estiagem classificada como de extrema intensidade.

De modo geral, os modelos climáticos indicam que a região deve apresentar forte variabilidade espacial na distribuição de chuvas, com significativa probabilidade de áreas com precipitação dentro da faixa normal ou acima, principalmente no Amazonas, Pará e Tocantins. Algumas áreas dos estados do Acre e Rondônia poderão apresentar irregularidade na distribuição das chuvas.

Região Nordeste

A climatologia da Região Nordeste é marcada pelo início das chuvas em janeiro (pré-estação). Os valores de precipitação serão menores em grande parte do litoral leste entre Natal e Aracaju.

As séries de precipitação mostram informações importantes sobre as irregularidades temporais da região. Observa-se que as mesmas são periódicas:

• Década de 30 (1933);
• Década de 50 (1956);
• Década de 70 (79);
• Década de 80 (80,81,82 e 83);
• Décadas de 2010/2020 (2012, 2013, 2014, 2015 e 2016).

Nota-se, então, que depois de pelo menos cinco anos de irregularidade nas chuvas, sempre se observa ocorrência de um a dois anos chuvosos.

No verão de 2017, a posição mais ao sul da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), a posição mais a oeste e mais ao sul da Alta Subtropical do Atlântico Sul e, o mais importante, a formação de Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN) trazem grande possibilidade da ocorrência chuvas, no setor norte e leste da região, se distribuírem de normal até acima da normal climatológica neste período.

Ressalta-se que o nordeste brasileiro passa por cinco anos consecutivos de seca (2012-2016) em alguns estados, como o Ceará, que teve a maior seca desde de 1910.

O verão poderá ser marcado por chuvas regulares em quase toda a região, igual aos anos análogos “1875/1876, 1895/1896, 1912/1913, 1946/1947, 1964/1965, 1973/1974, 1984/1985 e 2009/2010”.

Por fim, ressalta-se que, apesar da expectativa de chuvas, a gestão minuciosa dos recursos hídricos é primordial.

Região Centro-Oeste

Assim como ocorreu na Região Norte, o primeiro semestre de 2016 foi marcado por irregularidade de chuva e acumulados de precipitação inferiores à normal climatológica no Centro-Oeste. Em algumas áreas da região, houve mais que 90 dias sem chuvas significativas. Tal fato acarretou em represas e reservatórios hídricos em baixa, causando racionamento de água em algumas áreas da região e risco de racionamento de água em outras, como o Distrito Federal, até o mês de novembro.

No verão, inicia a atuação de formação de sistemas de baixa pressão atmosférica, que geralmente estão associados à ocorrência de chuvas regulares e intensas. A previsão para os próximos três meses (janeiro, fevereiro e março) indica chuvas acima da normal climatológica em grande parte dos estados de Goiás e Mato Grosso.

Com a possível posição da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) mais ao norte de sua posição climatológica, existirá a possibilidade, inclusive, de eventos extremos como chuvas intensas, ventos fortes e queda de granizo em todos os estados da região.

Tais níveis, de chuva esperada, poderão beneficiar a agricultura e o desenvolvimento para cultivos no Centro-Oeste. Em contrapartida, o prognóstico para o sul do estado de Mato Grosso do Sul indica maior probabilidade de chuvas irregulares e abaixo da normal climatológica para o trimestre.

Como a média trimestral é alta, existe também a possibilidade de chuvas consecutivas por mais de sete dias. Esses altos níveis de umidade poderão ser prejudiciais ao manejo agrícola e aparecimento de doenças, especialmente da “Ferrugem Asiática”. As chuvas intensas e temporais (avisos meteorológicos especiais - http://www.inmet.gov.br  e http://www.crc-sas.org/pt/), nas áreas vulneráveis, 
deverão ser monitoradas com atenção (Defesa Civil).

Região Sudeste

No Sudeste, sistemas de baixa pressão atmosférica, posição da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), ausência de bloqueios atmosféricos e a formação frequente da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) favorecem chuvas, por vezes de forte intensidade em toda a região.

A previsão de longo prazo indica chuvas com grande variabilidade espacial e temporal. Ressalta-se ainda que a média trimestral de precipitação é alta.  Há uma tendência de anomalias positivas de precipitação na divisa dos estados de São Paulo, Minas Gerias e do Rio de Janeiro, beneficiando a agricultura, o desenvolvimento dos cultivos e a recarga dos reservatórios.

Na nascente do Rio São Francisco poderá haver um aporte de água que possibilitará minimizar a estiagem que a afeta o Nordeste há pelo menos cinco anos (2012-2016), incluindo o norte do estado de Min as Gerais, área de semiárido que frequentemente sofre com as secas, e norte do Espírito Santo.

Salienta-se que a possibilidade de chuvas, consecutivas por mais de sete dias, poderá ser prejudicial ao manejo agrícola e aparecimento de doenças, especialmente da “ferrugem asiática”, por causa da possibilidade de umidade excessiva no solo. Chuvas intensas e temporais (avisos meteorológicos especiais- http://www.inmet.gov.br e http://www.crc-sas.org/pt/), nas áreas vulneráveis, deverão ser monitoradas com atenção (Defesa Civil).

Região Sul

O Sul do Brasil também poderá ter uma distribuição irregular de chuva; devido à previsão de formação persistente de ZCAS nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Isso pode acarretar diminuição na precipitação (condição atmosférica conhecida como subsidência) em grande parte do Sul do país.

Com o enfraquecimento das frentes frias e os Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs), principais sistemas meteorológicos que ocasionam as chuvas entre a primavera e o verão, o destaque é para os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Existe previsão de chuvas irregulares e acima da normal climatológica, apenas na metade norte do Paraná. Especial atenção à agricultura (manejo da água), pois poderá haver longos períodos sem chuva na região (Rio Grande do Sul e Santa Catarina).

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Preço de hortaliças é destaque, com queda de 8,3%



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Mas a central de abastecimento mineira, que fez a lista com os índices, afirma que é bom ficar de olho em alta de alguns produtos que fazem parte da cozinha diária.    

O grupo de hortigranjeiros ficou 4,7% mais barato no atacado do entreposto de Contagem no comparativo de novembro em relação a outubro. As hortaliças foram as que mais influenciaram a redução do preço médio do grupo, com queda de 8,3%, em decorrência da melhoria das condições climáticas principalmente em regiões produtoras de Minas Gerais. O estado é responsável por ofertar 85% do volume total de hortaliças comercializadas no entreposto de Contagem. Já o subgrupo das frutas, em sua maioria (65% da oferta) provenientes de outros estados, ficaram com preço estável.

Entre as hortaliças, os destaques das quedas de preço em novembro foram o chuchu (-31,9%), berinjela (-28,9%), batata (-17,7%); tomate (-13,3%); milho verde (-11,2%); pimentão (-9%); moranga híbrida (-8,7%) e cenoura (-2,4%).

Considerada a hortaliça com maior volume da CeasaMinas, a batata vem apresentando sequência de redução de preços desde maio deste ano, quando foi vendida, em média, a R$ 2,95/kg no atacado. Já em novembro, ficou em R$ 1,21/kg. Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, a expectativa é de que a batata continue favorável ao consumidor em dezembro, podendo ficar mais cara a partir de janeiro, por causa das chuvas.

Entre as hortaliças com altas de preços, o consumidor deve ficar atento às variações do repolho (22%); cebola (21,8%); inhame (21,2%); mandioca (15,9%); pepino (8,8%) e beterraba (6,5%).

Em meio a essas altas, é possível encontrar produtos que, ainda assim, continuam bons para o consumidor. É o caso de alimentos cujos aumentos refletem na verdade uma recuperação de preços muito baixos. São exemplos o repolho, que fechou novembro sendo comercializado, em média, a R$ 0,50/kg, e da beterraba, vendida a R$ 0,82/kg, ambos no atacado.

Frutas

No subgrupo das frutas, as maiores reduções de preços foram da manga (-25,9%); melancia (-20,7%); morango (-14%); abacaxi (-8,9%); pêssego (-6,8%) e limão (-1,4%). ?O consumidor pode esperar por quedas ainda maiores para o limão a partir deste mês de dezembro, já que a fruta inicia seu período de safra?, completa Ricardo Martins.

Das frutas que ficaram mais caras, vale mencionar o abacate (61,8%), e tangerina ponkan (61,9%), por causa da baixa oferta comum nesta época. O abacate deve ficar mais barato a partir de fevereiro, e a tangerina, em abril.

Outras altas de frutas da banana prata (17,6%); mamão formosa (17,2%); mamão havaí (7,7%); banana nanica (6,8%) e laranja (3,5%).

No caso da banana nanica, a boa notícia para o consumidor é que a fruta tende a ficar mais barata nos próximos meses, já que sua oferta tem melhorado em vários estados.

Outros produtos que também podem servir como dicas de consumo nesta época são a ameixa, nectarina, coco verde e maracujá.

Principais altas de preços

HORTALIÇAS
Repolho (22%)
Cebola (21,8%)
Inhame (21,2%)
Mandioca (15,9%)
Pepino (8,8%)
Beterraba (6,5%).

FRUTAS
Abacate (61,8%)
Tangerina ponkan (61,9%)
Banana prata (17,6%)
Mamão formosa (17,2%)
Mamão havaí (7,7%)
Banana nanica (6,8%)
Laranja (3,5%)

Principais quedas de preços

HORTALIÇAS
Chuchu (-31,9%)
Berinjela (-28,9%)
Batata (-17,7%)
Tomate (-13,3%)
Milho verde (-11,2%)
Pimentão (-9%)
Moranga híbrida (-8,7%)
Cenoura (-2,4%)

FRUTAS
Manga (-25,9%)
Melancia (-20,7%)
Morango (-14%)
Abacaxi (-8,9%)
Pêssego (-6,8%)
Limão (-1,4%).

Agronegócio mais sofisticado

“Daqui a alguns anos, toda a agricultura brasileira será de precisão”, alerta especialista do setor em entrevista à revista Dinheiro Rural que estamos reproduzindo no CeasaCompras.com.

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Dentro de alguns anos, a agricultura como ela é praticada nos dias atuais estará apenas nos livros de história. Uma revolução ruidosa no campo vem acontecendo com a agricultura de precisão, ou agricultura digital, na qual as informações captadas por satélite em uma propriedade, interligadas por sistemas de processamento de dados e dispostas em tablets e computadores, estão levando mais produtividade ao campo.

“Daqui a alguns anos, toda a agricultura brasileira será de precisão”, diz o agrônomo Leonardo Afonso Angeli Menegatti, diretor da Associação Brasileira de Agricultura de Precisão (Abap), e CEO da InCeres, empresa do setor com sede Piracicaba (SP). A Abap, que nasceu em abril deste ano, reúne pesquisadores, consultorias e empresas fornecedoras de serviços e insumos.

No ano passado, a estimativa é a de que a tecnologia tenha crescido 20% no País, chegando a cerca de sete milhões de hectares monitorados. Isso equivaleria somente a 12% da área cultivada com grãos. O conceito de agricultura de precisão, porém, não é novo. Os fundamentos teóricos iniciais surgiram em 1929, nos Estados Unidos, e se tornaram mais conhecidos e estudados a partir da década de 1980. No Brasil, esse movimento embrionário viria a ocorrer uma década depois. Hoje, ela é uma fronteira que começa a ser rompida.  “A agricultura de precisão serve a todo produtor, independente do tamanho da propriedade”, disse Menegatti em entrevista à DINHEIRO RURAL.

DINHEIRO RURAL – Qual é o cenário atual da agricultura de precisão no Brasil?
LEONARDO AFONSO ANGELI MENEGATTI  – Está crescendo. Estimativas e pesquisas de mercado por amostragem indicam um aumento de 20%, em área, de 2015 para 2016. Ou seja, somente sete milhões de hectares estão na agricultura de precisão.

RURAL – Depois de uma quebra de safra, como ocorreu no ciclo passado, o que faz a Abap acreditar no crescimento da agricultura de precisão?
MENEGATTI – A tecnologia avança com a dificuldade do agricultor. Eu comparo a agricultura de precisão com o plantio direto. Tem produtores que ainda não fazem, mas toda a tecnologia de produção se expande a partir dele. Ninguém mais vai usar o termo agricultura de precisão, em um futuro próximo, pois ela será um conceito absorvido pelos produtores. Daqui a alguns anos, toda a agricultura brasileira será de precisão.

RURAL – A agricultura de precisão é acessível a todos os produtores?
MENEGATTI – A agricultura de precisão serve a todos, independente do tamanho da propriedade. Há empresas no mercado que se dedicam a atender propriedades de até 15 hectares e com diversas culturas. E elas têm crescido, ao focar nesse perfil de cliente. Há muito dinheiro para vir à tona, à medida que as pequenas propriedades do País aderirem à agricultura de precisão.

RURAL – Qual é o custo e os resultados em produtividade da aplicação dessa tecnologia?
MENEGATTI – O custo em investimento está em torno de R$ 25 a R$ 30 por hectare, para o estudo da área e a compra de um controlador de aplicação de insumos. Quem é bem assessorado consegue evitar desperdícios de insumos e ganhar em produtividade. Na soja, o produtor pode ter um acréscimo de duas sacas por hectare. Na cana-de-açúcar, o aumento é de até cinco toneladas por hectare. Na agricultura convencional, a aplicação de insumos se dá pela média obtida em uma análise de solo, com a precisão isso muda. Por isso, é um equívoco pensar na agricultura de precisão só como uma questão de máquinas. Ela é a interação entre planta, solo e clima.

RURAL – A agricultura de precisão pode minimizar os efeitos climáticos?
MENEGATTI – Sim, porque, com a agricultura de precisão, a análise climática vem junto com a de solo. É possível manejar a área plantada e colocar a quantidade certa de nutrientes e na profundidade adequada para aumentar a resistência à seca. Hoje, somente quem tem áreas irrigadas controla a quantidade de água que uma cultura recebe, mas elas são uma parcela pequena da agricultura brasileira.

RURAL – Quanto tempo é necessário para implantar um projeto de agricultura de precisão?
MENEGATTI – A coleta de solo para análise e os mapas da área a ser monitorada demoram em torno de um mês. Geralmente, são decisões tomadas após a colheita da safra. Terminada essa etapa, o produtor define com o agrônomo o plano para o solo. Mas já há informação disponível que pode ser útil. Hoje, se um produtor quiser imagens de satélite de sua lavoura, de safras passadas, possivelmente conseguirá com uma empresa que contrata um serviço de captação de imagens de satélites. Assim, já dá para investigar as causas de determinada área de cultivo ter se desenvolvido menos ou mais.  Em relação aos equipamentos, muitos agricultores já têm na propriedade o básico necessário, porque tecnologias como o GPS, por exemplo, estão embarcadas nas máquinas há quase dez anos. Em geral, o único equipamento que pode faltar é um controlador de aplicação de insumos.

RURAL – Quais os setores com maior participação na agricultura de precisão?
MENEGATTI – A agricultura de precisão está preponderantemente na produção de grãos, em especial na região do Cerrado, no Centro-Oeste. Os produtores de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo também utilizam, embora os períodos de medição sejam diferentes, pois a renovação do canavial é feita apenas a cada cinco anos. No caso dos grãos, o ideal é fazer a avaliação do solo a cada dois anos, o que geralmente equivale a quatro safras entre soja, milho e algodão.

RURAL – Quais são hoje os grandes centros de pesquisa de agricultura de precisão no País?
MENEGATTI – O município de Piracicaba, por conta da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), é pioneiro. Foi ela que, em 1999, realizou o primeiro Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão. Santa Maria, no Rio Grade do Sul, também é um polo importante por causa da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). As cidades mineiras de Lavras e Viçosa, com suas universidades federais, são menos proeminentes, mas também realizam um trabalho local importante. De forma mais descentralizada, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem um papel forte.

RURAL – Como é a oferta de mão de obra para esse segmento?
MENEGATTI – A formação de mão de obra para desenvolver e aplicar projetos é um problema. A Abap está tentando levantar quais são as faculdades de agronomia que já têm suas grades curriculares conteúdo sobre o tema, mas já sabemos que isso ocorre em um número ainda bastante restrito de universidades. A pequena inserção do tema agricultura de precisão no universo acadêmico é um limitador ao seu crescimento.

RURAL – O que a Abap tem feito para divulgar a agricultura de precisão?
MENEGATTI – No mês passado, organizamos o 7o Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão, em Goiânia (GO). Assumimos esse congresso, depois que ele passou por vários organizadores nos últimos anos.  O número de participantes mais que dobrou em relação ao de 2014, em Ribeirão Preto (SP). Foram 511 congressistas, ante 200. Além disso, havia 38 expositores de produtos.

RURAL – Qual a contribuição do governo ao setor?
MENEGATTI – Na época do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues deixou como diretriz para a pasta organizar a agricultura de precisão. Assim surgiu a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, que é um órgão consultivo, formado por profissionais ligados ao setor. A necessidade de criação da Abap veio justamente desse diálogo na comissão. Percebemos a importância de reunir, fora da esfera pública, acadêmicos, fornecedores, indústria e prestadores de serviço, como agrônomos e consultores. Aliás, o prestador de serviços é fundamental porque é quem  leva a informação ao produtor.

RURAL – A Abap possui hoje alguma reivindicação política para o setor?
MENEGATTI – O Projeto de Lei do Senado PLS-330/2013, que dispõe sobre a “Proteção, Tratamento e Uso de Dados Pessoais” é uma preocupação para os profissionais da agricultura de precisão, mesmo que ele seja um projeto para toda a sociedade. Procuramos os senadores para mostrar-lhes que a agricultura é impactada por essa proposta. O ponto nevrálgico do PLS é a proposta de restrição a dados classificados como pessoais.

RURAL – Qual o impacto para esse setor?
MENEGATTI – Os estudos da agricultura de precisão dependem de dados para evoluir.  Hoje, a partir de uma análise de solo, por exemplo, é possível descobrir em um cartório quem é o dono das terras. Com esse PLS, um mapa de produtividade se torna um dado pessoal e não uma informação pública. Para a Abap é preciso manter livre o acesso a esses dados.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Índice CEAGESP registra alta de 0,67% em novembro

No ano, o indicador subiu 6,17% e, nos últimos 12 meses, a elevação foi de 5,51%

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Os preços dos cerca de 150 produtos monitorados pelo Índice CEAGESP aumentaram 0,67% em novembro, impulsionados, principalmente, pela alta do setor de frutas.

Aspectos sazonais e efeitos climáticos negativos, como o excesso de chuvas em regiões produtoras do sul e do sudeste prejudicaram o volume ofertado e a qualidade de alguns produtos.  Os legumes e o setor de diversos mantiveram a trajetória de queda dos preços praticados. O setor de verduras, com preços próximos ao custo de produção, apresentou ligeira recuperação.

O economista da CEAGESP, Flávio Godas, destaca que novas majorações deverão ocorrer em dezembro, notadamente no setor de frutas, cuja demanda registra forte alta neste período. Observa que “com a chegada do verão, estação que registra chuvas mais constantes e intensas com temperaturas elevadas associadas, a alta dos preços deve se estender a maioria dos produtos", principalmente aqueles mais sensíveis às condições climáticas adversas.

Em novembro, o setor de frutas subiu 1,93%. As principais altas foram do abacate (34%), carambola (22,1%), laranja lima (15,4%), banana prata (11,7%) e goiaba (10,9%). As principais quedas foram do morango (-28,7%), caju (-13,1%), figo (-12,8%), uva niagara (-11,9%) e abacaxi havaí (-9,4%).   
  
O setor de legumes caiu 4,23%. As principais baixas foram do pimentão amarelo (-42,1%), tomate cereja (-40%), abóbora seca (-22,9%), abóbora japonesa (-21,1%) e tomate (-16,4%). As principais altas foram da ervilha torta (78%), inhame (41,6%), abobrinha italiana (27,1%) e cará (25,7%).        

O setor de verduras subiu 0,94%. As principais alta foram do coentro (89,1%), rabanete (28,8%), brócolos (24%), almeirão PA (23,1%) e nabo (21,2%). As principais quedas foram do milho verde (-18,5%), alho porró (-12,5%), cebolinha (-10,3%) e brócolos ninja (-7%).           
  
O setor de diversos recuou 7,42%.  As principais quedas foram da batata lisa (-23,8%), batata comum (-21,4%), ovos brancos e vermelhos (-5,6%), amendoim (-3%) e canjica (-2,9%). A principal alta foi da cebola nacional (18,1%).      
 
O setor de pescados subiu 2%. As principais altas foram do atum (27,8%), tainha (23,9%), lula (16,1%), corvina (15,7%) e espada (11,3%). As principais quedas foram da anchova (-18,6%), robalo (-14,7%), pescada goete (-10,2%) e cascote (-4,3%).  

O volume comercializado no entreposto de São Paulo subiu 0,76% em novembro de 2016. Foram comercializadas 275.689 toneladas ante 273.618 negociadas em novembro de 2015. Foi o segundo resultado mensal positivo no ano e representa, sem dúvida, um sinal de melhora.

No acumulado de janeiro a novembro, porém, o saldo ainda é muito ruim. Foram negociadas 2.905.158 toneladas em 2016 ante 3.080.248 comercializadas no mesmo período de 2015. Queda de 5,68% ou 175.090 toneladas.

Índice CEAGESP

Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice CEAGESP é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os 150 itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela CEAGESP, que é referência nacional em abastecimento.