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sexta-feira, 19 de julho de 2019

Laranja-pera chega ao menor preço desde novembro de 2017

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Maior produtor de laranja do mundo, o Brasil vive os efeitos benéficos da safra da fruta para o consumidor. No atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas, a variedade pera-rio apresentou em junho o preço médio mais baixo desde novembro de 2017 (R$ 1,07/kg). Em relação a maio, quando foi cotada a R$ R$ 1,30/kg, a queda foi de 17,7% Quando comparada a junho de 2018, quando foi comercializado, em média, a R$ 1,48/kg, o produto ficou 28,2% mais barato. Para se ter uma ideia da importância da produção brasileira, a cada cinco copos de suco de laranja consumidos no mundo, três foram produzidos no país, segundo a Citrus BR, entidade representativa dos produtores de sucos de laranja e derivados.

Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, o preço da laranja-pera vem apresentando quedas desde janeiro deste ano. Em março, alcançou o maior valor para 2019 até o momento, com R$ 1,82/kg. De acordo com ele, além do volume maior da pera-rio, o período atual é marcado pela presença de variedades menos comuns de laranjas, a exemplo da baianinha, campista, lima e seleta.

O produtor rural Daniel Jhonattan de Souza Pinto, do município de Bom Despacho (MG), explica que a entrada de variedades precoces também influenciou a redução de preço da laranja-pera. "São laranjas, a exemplo da hamlin, valência e natal, que chegaram ao mercado antes do pico da safra da pera-rio", afirma.

Para garantir maior rentabilidade, Souza investe no beneficiamento da fruta. Em sua propriedade rural, os frutos passam por lavagem, enceramento e classificação, a fim de atender aos padrões do mercado consumidor.

O beneficiamento é realizado com maquinário próprio, diferentemente de muitos produtores que necessitam terceirizar esse serviço. "Se a laranja chegar aqui ao mercado sem esse beneficiamento, o produtor não consegue vender", diz. Ele está otimista, já que o planejamento é chegar, até o fim de 2019, tendo mais que dobrado a produção em relação a 2018.

Influência da indústria

O preço da laranja é influenciado também pelo ritmo de moagem da indústria processadora de sucos. Segundo notícia divulgada no site da Revista Hortifruti Brasil no último dia 28/6, há expectativa de que o volume de laranja de mesa seja reduzido, em razão do aumento da demanda das fábricas pelos frutos da safra 2019/2020. Isso poderá frear novas quedas de preço da fruta in natura.

Mas a procura da indústria de sucos pode ainda não ter sido suficiente para elevar os preços no mercado in natura. "Conversei com meus fornecedores paulistas e, segundo eles, a indústria está moendo normalmente. E, por lá, os preços estão baixos pelo mesmo motivo: baixas temperaturas, crise econômica e a concorrência da tangerina ponkan", explica o comerciante Luiz Alves Las Casas, da atacadista Citromar, localizada no entreposto de Contagem. Na Citromar, 90% das laranjas comercializadas provêm do estado de São Paulo.

A caixa com 20 quilos vendida por ele no último dia 03 ficou em R$ 20. "É um preço bem baixo. Pra se ter uma ideia, a mesma embalagem estava entre R$ 40 e R$ 45 em fevereiro".

Participação mineira oscila

Apesar de as regiões do Triângulo e Sudoeste mineiros integrarem, junto com São Paulo e Paraná, o maior parque citrícola do mundo, Minas Gerais tem participação minoritária na oferta de laranja in natura no atacado do entreposto de Contagem. Em 2018, dos 94,6 milhões de quilos ofertados na unidade, 10,7 milhões foram provenientes de municípios mineiros, o equivalente a 11,4% do total. Segundo Ricardo Martins, embora a presença mineira no volume de laranja ter sido maior do que no ano 2000 (8,7%), esse percentual tem oscilado. "Em 2015, por exemplo, a participação do estado caiu para 7,9%". O estado de São Paulo mantém a liderança, sendo responsável em 2018 por cerca de 88%.

O município de Lassance, no Norte de Minas Gerais, é um dos principais fornecedores mineiros de laranja. A fim de aproveitar o frete e reduzir custos, o produtor Marcelo Aguiar Silva traz do município o produto junto com a uva produzida por ele. "Cerca de 40% das laranjas colhidas no nosso pico de safra vão para o Nordeste e o restante vem principalmente para o Mercado Livre do Produtor (MLP) aqui da CeasaMinas", afirma. Otimista, ele programa aumentar a produção em 10% dentro de dois anos, quando as mudas plantadas começam a dar frutos.

A produção brasileira de laranja é a maior do mundo e responde por mais de 60% do total de suco produzido e 80% do mercado internacional, conforme informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O estado de São Paulo é o maior produtor, com 74% de participação e forma, com o Triângulo e Sudoeste mineiros (5%) e Noroeste do Paraná (5%), o principal cinturão citrícola brasileiro. A dimensão desse negócio resulta na produção de 61% do suco de laranja de todo o mundo

terça-feira, 19 de março de 2019

Vitória proíbe agrotóxico que mais mata abelhas

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Este é um dos inseticidas mais usados no mundo, afirmam especialistas, responsável pela mortandade desses animais no meio rural. A Lei já foi publicada no Diário Oficial do estado capixaba.

A Câmara de Vereadores de Vitória, capital do Espírito Santo, aprovou o Projeto de Lei nº 102/2018, do vereador Fabrício Gandini (PPS), que proíbe o uso de agrotóxicos à base de neonicotinoide.

De acordo com o autor da proposta, o objetivo da proibição é impedir a morte de abelhas, visto que os agrotóxicos à base de neonicotinoide são extremamente letais para as colônias. Inclusive, este é um dos inseticidas mais usados no mundo -, o que não impediu todas as nações membros da União Europeia a também proibirem totalmente seu uso no início deste ano.

Um estudo recente sugere até que as abelhas estão ficando viciadas no neonicotinóide, que é uma classe de inseticida derivado da nicotina. “Eles descobriram que, embora as abelhas preferissem o alimento livre de pesticidas no início, com o tempo elas se alimentaram mais, exatamente, da comida com pesticidas”, afirma o estudo estudo produzido por uma equipe da Imperial College London e da Queen Mary University, ambas instituições britânicas.

Ainda segundo a pesquisa, as abelhas iam atrás dos alimentos com pesticidas mesmo quando as posições dos comedouros eram alteradas, sugerindo que elas conseguem detectar o pesticida dentro dos alimentos.

domingo, 6 de maio de 2018

ES torna obritória a rastreabilidade para oito produtos vegetais

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A partir do dia 27 de maio, a rastreabilidade passa ser obrigatória para oito produtos hortifrutícolas, são eles: o mamão, a banana, o tomate, o repolho, o chuchu, o pepino, a beterraba e o inhame. Demais produtos, o prazo se estende para novembro deste ano. 

Com isso, o consumidor capixaba poderá ter acesso a informações sobre as etapas de produção, transporte, armazenamento e comercialização de alimentos produzidos ou comercializados no Estado. Contribuindo assim, para a segurança alimentar e o controle de qualidade dos produtos. 

A identificação poderá ser realizada por meio de etiquetas impressas, ou escrita à mão, com caracteres alfanuméricos, código de barras, QR Code, ou qualquer outro sistema que permita identificar as frutas e hortaliças frescas de forma única e inequívoca, no próprio produto, ou em caixas, sacarias e demais embalagens. 

Na identificação é preciso conter o nome comum da espécie vegetal, e a variedade quando houver; nome do produtor primário (preferencialmente), ou do distribuidor (no caso de lote consolidado), município e estado de origem, quando de origem nacional, e o país, caso o produto seja importado.

Segundo o coordenador de Projetos da Seag, Luciano Fasolo, a Portaria Conjunta da Rastreabilidade não traz em si grandes mudanças, ela apenas ratifica a obrigatoriedade de gerar informações mínimas sobre produção e manejo das culturas, além da emissão das notas fiscais. “Com a rastreabilidade, o produtor ganha mais reconhecimento por seu trabalho e o consumidor ganha mais qualidade no que consome”, destaca.

 É lei 

Foi assinada no ano passado uma Portaria Conjunta entre a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), e a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), que estabelece o sistema de rastreabilidade de frutas e hortaliças produzidas ou comercializadas no Espírito Santo.

Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), uma Normativa Conjunta do Mapa e Anvisa, que estabelece a obrigatoriedade de identificação única do seu responsável em produtos vegetais. A Norma é para possibilitar o acesso, pelas autoridades competentes, aos registros com as informações obrigatórias e documentais para fins de rastreabilidade.


quarta-feira, 21 de março de 2018

Vírus está destruindo cebola nacional

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Antissoro produzido pela Embrapa confirma ocorrência de vírus inédito em lavouras de cebola do Sul do País. Problema pega de surpresa os produtores rurais num momento favorável da produção nacional, e tudo indica que irá prejudicar e forçar alta nos preços do produto.
Testes sorológicos e biológicos, realizados no Laboratório de Virologia e Biologia Molecular da Embrapa Hortaliças (DF), confirmaram as suspeitas de técnicos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri-SC), da presença de um vírus em lavouras de cebola da Região Sul do País. A detecção foi possível graças a um antissoro produzido pela Embrapa durante o primeiro registro do vírus no País, há mais de duas décadas.

Os profissionais da Epagri-SC enviaram amostras de cebola para análise, após observarem na safra 2017/2018 sintomas que se assemelhavam aos induzidos por uma espécie de Orthotospovirus, nunca antes relatada em lavouras de cebola da região. O principal sintoma observado em campo foi a presença de manchas amareladas em formato de diamante, em folhas e na haste floral.

Após o diagnóstico, os pesquisadores confirmaram que se trata do Iris yellow spot virus (IYSV), vírus causador da doença conhecida popularmente como “sapeca”, em virtude dos sintomas de queima das folhas que se inicia pelo ápice. “Embora a ocorrência do vírus não houvesse sido registrada ainda em campos de cebola da Região Sul, há uma ocorrência anterior no Brasil que data da década de 1990”, conta Mirtes Freitas Lima, virologista da Embrapa Hortaliças.

Vírus já atacou lavouras no Nordeste há 25 anos

A primeira detecção de IYSV no País, quase 25 anos atrás, também foi comprovada pela equipe dessa Unidade de Pesquisa da Embrapa. Mirtes comenta que, naquela época, devido à elevada incidência de sintomas nas plantas, foram relatadas perdas significativas na produção de bulbos e de sementes de cebola na Região Nordeste, em especial no Submédio do Vale do Rio São Francisco, situado nos estados da Bahia e de Pernambuco.

No episódio mais recente, a presença do vírus foi constatada em Santa Catarina, nos municípios de Aurora, Campos Novos e Ituporanga. A rápida confirmação da infecção por IYSV pela Embrapa foi importante para que os pesquisadores e técnicos da Epagri pudessem orientar os produtores catarinenses sobre a adoção de práticas para o manejo da virose em campo. “Isso somente foi possível porque tínhamos armazenado na soroteca do Laboratório de Virologia e Biologia Molecular um antissoro produzido na época da primeira detecção do IYSV, o que propiciou a identificação do vírus de forma precisa em curto intervalo de tempo de 24 horas”, explica Mirtes.

O envio das amostras que possibilitou o diagnóstico rápido e correto da doença foi baseado na observação do agrônomo Edivânio Araújo, pesquisador da Estação Experimental da Epagri em Ituporanga (SC). Ele coletou amostras de plantas com sintomas que considerou semelhantes àqueles induzidos por IYSV. O pesquisador, que iniciou sua carreira como bolsista da Embrapa Hortaliças, ressalta que o vírus não é transmitido pela semente, mas pelo inseto vetor tripes (Thrips tabaci), ou piolho da cebola, uma praga da cultura. “Em anos mais secos e com maiores infestações das plantas por tripes, os riscos de ocorrência da doença se elevam”, avalia.

“Muito provavelmente, a doença já devia estar presente na região, entretanto, em baixa incidência e, em razão de diversos fatores, entre os quais a elevação da população de tripes, houve aumento na incidência da doença e os danos ficaram mais evidentes”, analisa a pesquisadora Mirtes. Ela destaca que, além das manchas nas folhas, os sintomas de seca são observados inicialmente nas extremidades da folha e podem ser confundidos com deficiência nutricional (ou outro fator abiótico). Logo, a equipe da Epagri foi efetiva ao suspeitar da ocorrência da doença.

O que fazer?

A grande dificuldade no controle de doenças causadas por vírus reside no fato de não existirem medidas curativas para o controle das viroses. Uma vez infectada, a planta permanece assim e pode servir de fonte de vírus para outras plantas, quando há a presença de populações de tripes. Alguns fatores dificultam o manejo da doença, como o grande número de espécies de plantas hospedeiras do vírus e do inseto em campo. Os tripes, por exemplo, são capazes de infestar e se multiplicar em várias espécies de plantas.

Sendo assim, a adoção de medidas preventivas para o manejo da doença é essencial ao controle da virose ocasionada por IYSV na cebola. “Entre as recomendações estão o plantio de cultivares resistentes ao vírus, a destruição dos restos culturais logo após a colheita e a eliminação de plantas voluntárias e/ou plantas daninhas que podem ser fontes de vírus e do vetor dentro e nas adjacências do plantio”, enumera Mirtes.

Diferenças entre as doenças

Para quem não tem o olhar apurado e não conhece os sintomas causados pelo IYSV, pode-se confundir os sintomas com a queima ocasionada pelo fungo causador da mancha-púrpura (Alternaria porri) ou com a queima ocasionada pelo míldio (Peronospora destructor). No primeiro caso, o centro das lesões fica escurecido, e no segundo não há formação de lesões bem definidas, diferentemente das manchas causadas pelo IYSV, que podem ser esbranquiçadas ou terem centro amarelo-esverdeado.

“Os sintomas de seca causados pelo vírus nas plantas de cebola podem ser severos, semelhantes à passagem de um lança-chamas na lavoura. A queima das folhas compromete diretamente a produção de bulbos nas áreas comerciais, resultando em perdas na produção”, ilustra a virologista. Como sintomas da doença também surgem no pendão floral, que gera as sementes usadas em novos plantios, os campos de produção de sementes de cebola também estão sujeitos aos prejuízos causados por IYSV, devido à morte de flores em plantas doentes.

Alho, cebolinha e outras plantas podem ser infectadas

Registros sobre a doença também apontam prejuízos à cebola em áreas produtoras de países da Europa, Ásia, África, Oceania e Américas, causando perdas variáveis. De acordo com a pesquisadora Mirtes Lima, há relatos de infecção natural pelo IYSV em várias espécies de plantas, entre as quais: cebola, espécies do gênero Allium (alho, cebolinha, alho-poró, etc.), plantas ornamentais e plantas infestantes. Por isso, recomenda-se, além do manejo integrado de pragas para controle do inseto transmissor, também a eliminação de determinadas plantas daninhas que, por serem sensíveis à infecção, podem atuar como fonte de vírus ou ainda como abrigo para o inseto vetor.

Em Santa Catarina, a equipe da Epagri já planeja, a partir da próxima safra, realizar pesquisas para detectar o vírus e entender a disseminação da doença na região, bem como ações para promover a adoção de práticas de manejo que minimizem as perdas ocasionadas pela infecção causada pelo vírus.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Norte do país produzindo mais cacau e chocolate

Aos poucos o estado do Pará se consolida como o maior produtor de cacau do país, com 120 mil toneladas produzidas. Quem ganha com isso é a floresta Amazônica, cada vez mais preservada, aponta reportagem da revista Época.

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Ademir Venturin, pequeno agricultor de Medicilândia, no interior do Pará, tem uma rotina dupla. Além de cuidar de seus cacaueiros, acumula o cargo de diretor de mercado da Cacauway, pequena fábrica de chocolate gerenciada pelos produtores locais. A meta é ampliar o mercado das barras e dos bombons da marca dentro e fora do Pará. “É uma iniciativa ainda nova e muito pequena, mas foi uma forma que encontramos de explorar o nosso produto para além da matéria-prima”, diz.

É um desafio bem diferente do que Venturin encontrou em 1985, quando desembarcou na cidade à beira da Rodovia Transamazônica e hoje vizinha da Hidrelétrica de Belo Monte, vindo do Espírito Santo para criar gado. Ele faz parte das grandes levas de brasileiros que migraram para o Norte a partir dos anos 1970 em busca da promessa de terras baratas e cultivo livre. Foi quando a pecuária e monoculturas como milho e arroz se espraiaram pela Amazônia e começou o enorme rombo do desmatamento na floresta.

 “Não havia contexto ambiental nenhum. Ganhava-se uma premiação para desmatar mais”, conta o capixaba, que há dez anos abandonou a pecuária para se especializar no cacau. “Hoje estamos recuperando todas as áreas desmatadas de Medicilândia com o cacau.” Agora ele faz parte de um outro grupo que cresce: o das centenas de pequenos produtores que estão se beneficiando do boom da fruta do chocolate que tomou o Pará e trouxe uma alternativa de produção mais sustentável.

“A produção cresce a uma taxa de quase 10% ao ano”, diz Fernando Mendes, chefe de pesquisas da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), do Ministério da Agricultura. O estado, que produzia 90.000 toneladas de cacau ao ano em 2014, chega a 120.000 toneladas hoje, o que o coloca atualmente na posição de maior produtor do país – ultrapassou a Bahia no ano passado, onde uma seca severa ajudou a derrubar a produção do patamar de 180.000 toneladas anuais para a faixa das 110.000 toneladas. “São 172.000 hectares de área plantada no estado hoje”, diz Mendes. “Dessas, 140.000 são áreas de desmatamento recuperadas.”

Isso acontece porque, diferentemente da pecuária ou da monocultura, o cacau precisa de sombra para crescer – ou seja, precisa de floresta. Conforme os pastos antigos se tornam improdutivos e, por outro lado, crescem a fiscalização e o cerco legal ao desmatamento, o cacau, fruto nativo da Amazônia, acabou emergindo nos últimos anos como uma alternativa triplamente vantajosa para a região: não desmata, ajuda a reconstituir as áreas devastadas e ainda gera renda para os pequenos produtores.

“Uma propriedade rural típica aqui tem parte da floresta que já foi tirada para alguma atividade, como pecuária ou extração de madeira”, conta Adalberto Veríssimo, pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O que se está fazendo com o cacau, explica, é pegar a área desmatada, em muitos casos já pouco produtiva, e criar nela o sistema chamado agroflorestal, que não chega a replicar a mata original, mas mescla o plantio de árvores altas com culturas que crescem em sua sombra. “Plantam-se muitas fruteiras, aumenta o número de pássaros e animais, cria-se uma temperatura agradável, mais água é retida e mais carbono fixado. É o meio caminho entre a floresta e a agricultura”, diz Veríssimo.

Bananeiras são um exemplo de pés que garantem sombra. Jatobá, ipê e andiroba, árvore usada por empresas como a Natura para extrair óleos para hidratantes e sabonetes, também são opções. Dividindo a sombra com o cacau, é possível colocar outras frutas parecidas, como açaí e cupuaçu. “Eram famílias que antes tinham gado, talvez uma plantação de milho ou sorgo”, diz o coordenador de floresta e clima da ONG ambiental The Nature Conservance (TNC), Rodrigo Freire. “Com a variedade, a renda delas acaba ficando de 30% a 50% maior.”

A TNC mantém, desde 2009, projetos de educação e apoio ao produtor de cacau nas cidades de São Félix do Xingu e Tucumã, duas das campeãs de desmatamento do Pará. Feitos em parceria com a Ceplac e a Cargill, os pilotos apoiam hoje 125 produtores e mostram resultados bastante positivos. Mais de 500 hectares de pasto foram restaurados, e a renda das famílias participantes, que apenas com a pecuária girava em torno dos R$ 6 mil mensais, chega até a R$ 8 mil quando os cacaueiros começam a produzir, um ciclo que leva de quatro a cinco anos. “Elas passam a depender menos de uma única coisa, têm diferentes produtos para explorar ao longo dos anos, melhoram a renda e sua diversidade alimentar”, diz Freire. “E ainda ajudam a floresta.”

Esse tipo de história faz parte do Festival Origem, evento realizado pelas revistas ÉPOCA, Globo Rural e Casa e Jardim, dos dias 1º a 3 de dezembro em São Paulo, para unir produtores, chefs e consumidores interessados em alimentos bons para a saúde e para o planeta.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Minas Gerais é o segundo maior produtor de tangerina ponkan

No município de Belo Vale, os preços deixam os agricultores satisfeitos. Só nesta safra, eles devem colher 60 mil toneladas da fruta. São Paulo é o maior produtor da fruta.

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A produção de tangerina ponkan, em Minas Gerais, está crescendo, ano após ano. No município que mais produz no estado, Belo Vale, os preços deixam os agricultores satisfeitos. A tangerina é a principal atividade dos mais de 500 agricultores da região. Só nesta safra, eles devem colher 60 mil toneladas da fruta.

A área plantada com ponkan não para de crescer. Segundo estimativa da Secretaria de Agricultura do município, ela mais que triplicou nos últimos quatro anos: saltou de 1.500 hectares para cinco mil hectares.

A maior parte da safra entra no mercado quando a colheita das outras regiões produtoras já está no fim. Com isso, os agricultores conseguem preços bem melhores. Marcílio da Silva tem 120 mil pés de ponkan plantados na propriedade de 140 hectares e conhece bem os segredos dessa estratégia.

Ele está há 22 anos no mercado. Este ano, deve colher quase três mil toneladas da fruta. No começo da colheita, em maio, chegou a receber oito reais por uma caixa de vinte quilos. Agora, a caixa está a R$ 20, com possibilidade de ir a R$ 30. A colheita em Belo Vale vai até setembro e Marcílio ainda tem 60% da área para colher.

A safra da tangerina emprega muita gente. Só o Marcílio teve que contratar 40 trabalhadores temporários, todos de fora. “A gente traz de Sergipe, Bahia, Alagoas, Pará. Tem gente de quase todo o Brasil para ajudar na colheita.”

“A tangerina ponkan movimenta a economia do município, além da questão social, que gera emprego e renda para os nossos produtores, principalmente os agricultores familiares, que é a maioria do nosso município”, explica a secretária de Agricultura de Belo Vale Kelly Cristina dos Santos.

Minas Gerais passou do quarto para o segundo lugar na produção nacional de tangerinas, nos últimos anos. O maior produtor é São Paulo.

Fonte Globo Rural

terça-feira, 4 de julho de 2017

Produção alta de tomate empurra preço para baixo em Minas

A área plantada caiu quase 9% em relação ao ano passado, em Minas Gerais. Mas a redução deve ser compensada pela alta produtividade.

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Agricultores do centro-oeste de Minas Gerais estão colhendo a safra de tomate. A área plantada caiu, mas o clima ajudou a produzir mais o que reflete no preço de mercado. "Hoje, o custo de uma caixa de tomate, para pegar uma sementinha até chegar à produção final, é de R$ 18 cada caixa. No mês de abril, nós conseguimos vender ela de R$ 40. No mês de maio, devido a mais oferta, abaixou um pouco, nós conseguimos vender a R$ 32. Hoje, nós estamos conseguindo vender a R$ 25”, avalia produtor.

Nas montanhas verdes da pequena São José da Varginha está uma das maiores produções de tomate de mesa do estado. A área plantada no estado caiu quase 9% em relação ao ano passado. A redução deve ser compensada pela produtividade, que tem previsão de alcançar 74 toneladas por hectare, crescimento de quase 8%.

Uma das características do mercado de tomate é a diferença no preço da caixa. Normalmente, no início do período de colheita de cada região, o preço é mais alto. No decorrer do tempo de produção, ele só abaixa.

Ricardo Nogueira é um dos maiores produtores da região: "Hoje, o custo de uma caixa de tomate, para pegar uma sementinha até chegar à produção final, é de R$ 18 cada caixa. No mês de abril, nós conseguimos vender ela de R$ 40. No mês de maio, devido a mais oferta, abaixou um pouco, nós conseguimos vender a R$ 32. Hoje, nós estamos conseguindo vender a R$ 25”.

Ao chegar ao mercado, o quilo do tomate, na Central de Abastecimento de Minas Gerais, na grande BH, está sendo vendido a R$ 2. É bom lembrar que a caixa de tomate pesa entre 18 e 22 kg. Em outras duas grandes Ceasas, o quilo de tomate está saindo por R$ 2,27 (RJ) e R$ 3,05 (Ceagesp). O preço ao consumidor final, - feiras livres, sacolões e supermercados - pode chegar a R$ 5, fora de Minas Gerais.

Os agricultores mineiros ainda têm muito trabalho pela frente: a colheita de tomate vai até outubro.

Globo Rural/CeasaCompras.com

sábado, 22 de abril de 2017

Produção do azeite brasileiro será o dobro

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As estimativas são de 60 mil litros desse item indispensavel em qualquer cozinha no mundo. Pelo menos 74 municípios brasileiros são responsáveis pela produção das azeitonas.  Para regulamentar ainda mais o setor, o Ministério da Agricultura (Mapa) vai publicar normas para a produção nacional do azeite de oliva

A organização da cadeia produtiva do azeite é uma das prioridades deste ano do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para tanto, a Comissão Permanente da Olivicultura Brasileira do Mapa, recentemente criada, está reunindo informações para publicar Norma Técnica Específica (NTE) do setor, estabelecendo normas de produção que trarão benefícios aos agricultores. A atividade vem crescendo especialmente no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e em São Paulo, que cultivam uma área de 5 mil hectares de oliveiras e geram cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos.

As regiões Sul e Sudeste são as mais propícias ao cultivo por causa das temperaturas mais baixas em altitudes acima de mil metros do nível do mar. O Brasil também processa a azeitona, contando com seis indústrias que atuam em 74 municípios. A produção do azeite de oliva, em 2017,está estimada em 60 mil litros, o dobro dos 30 mil litros de 2016, quando  o setor foi prejudicado pelo excesso de chuvas.

“Ainda não temos um padrão nacional de mudas de oliveiras que indique a qualidade ou um sistema sólido de produção”, diz o chefe da Divisão de Políticas, Produção e Desenvolvimento Agropecuário da Superintendência Federal da Agricultura do Rio Grande do Sul (SFA-RS), Ricardo Furtado. Falta também, segundo ele, regulamento de agroquímicos menos agressivos ao meio ambiente a serem usados no cultivo sem que cause maiores impactos. Mas a Norma Técnica Específica estabelecerá essas regras.

A comissão visa fortalecer a olivicultura brasileira nos aspectos sociais, ambientais e tecnológicos, o que deverá ter reflexos na economia, com a valorização do produto e a geração de emprego e de renda. No mês passado, os integrantes da comissão, e reuniram, por ocasião da abertura da Colheita da Oliveira, em São Sepé/RS, a fim de tratar das ações a serem desenvolvidas para apoiar o setor.

De acordo com o coordenador da Secretaria de Mobilidade Social do Produtor Rural e Cooperativismo (SMC), Luís Pacheco, o encontro serviu para debater o zoneamento edafoclimático da olivicultura – estudo da potencialidade do clima e solo de uma região para o cultivo de determinada cultura –, os padrões de mudas, os requisitos fitossanitários, o registro de agrotóxicos e as ações de capacitação e de assistência técnica. “Por causa de sua sustentabilidade, o cultivo da oliveira pode ser incluído como mais uma alternativa no Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC)”, assinala Pacheco.

Outro aspecto importante, acrescenta o coordenador da secretaria, é que a oliva é uma cultura permanente que pode ser explorada em pequenas propriedades, o que contribui para a adoção de boas práticas agrícolas, um conjunto de normas, princípios e recomendações técnicas aplicadas na produção, no processamento e no transporte que visam proteger o meio ambiente e promover o bem-estar dos trabalhadores e dos consumidores. Quando o produtor de pequeno, médio ou grande porte adota boas práticas bem como mecanismos de rastreabilidade , se torna apto a receber a certificação de produção integrada, o que agrega valor a sua produção, e ainda o selo de qualidade ‘PI Brasil’ do Mapa.

Origem no Oriente Médio 

Introduzida no Brasil no século XIX, a oliveira (nome científico Olea europea L) é nativa do Oriente Médio tem seu fruto, a azeitona, usada sobretudo na alimentação humana. Do fruto são consumidos a polpa macia, que reveste o caroço, e o azeite, óleo produzido a partir do esmagamento da polpa. Cada oliveira leva cerca de quatro anos para atingir o ponto considerado ideal para colheita da azeitona e produz de 2 a 3 litros por safra.

Rica em minerais como o fósforo, cálcio, potássio e ferro, a azeitona também contém a vitamina E, substância antioxidante que age contra doenças cardíacas, tem ação anti-inflamatória e auxilia no aumento do colesterol bom, por exemplo. No Brasil, são mais comuns as azeitonas verdes e pretas, de tamanhos variados, comercializadas em conserva, sem caroço e a granel.

O azeite de oliva, derivado da azeitona, e seus benefícios nutricionais são recomendados por seus fatores que inibem o risco de doenças cardiovasculares e no processo digestivo. Os tipos extra virgem, puro ou refinado são aplicados nas diversas formas na alimentação e no preparo de receitas de alimentos.

sexta-feira, 17 de março de 2017

Produção de laranja cresce na terra do tomate

Polo de citrus incentivado pelo projeto Frutificar em São José de Ubá atrai produtores.

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São José de Ubá, no Noroeste fluminense, maior produtor estadual de tomate, assiste a consolidação do polo de produção de citros no município, com aumento de renda para agricultores, introdução de novas tecnologias de produção e preservação do ambiente e da saúde de produtores e suas famílias.

Iniciado há cerca de seis anos, resultado de parceria da secretaria estadual de Agricultura, através do Programa Frutificar, Firjan, Prefeitura e Ministério da Integração Nacional, a instalação do polo tinha o objetivo de incentivar o cultivo de laranjas no período de entressafra do tomate, diversificando as lavouras e garantindo renda o ano todo.

- Os resultados em São José de Ubá superaram as expectativas. Atualmente 13 propriedades conduzem muito bem a produção, em área total de 45 hectares, colhendo em média 1.450 caixas da fruta por hectare. Outros cinco novos produtores já estão iniciando o plantio – contou o técnico do Frutificar, Denilson Caetano.

Além da linha de crédito, que permitiu a implantação das lavouras, o Frutificar também foi responsável pela introdução de tecnologias que contribuíram para mudanças no sistema de produção adotado no município.

- A irrigação por microaspersão, até então desconhecida dos produtores locais, acabou sendo adaptada para as lavouras de tomate, feita anteriormente de forma manual com mangueiras. A irrigação por gotejamento é mais sustentável evitando o desperdício de água e a degradação do solo – acrescentou o técnico.

Um dos produtores que tem se destacado na produção de laranjas, Antônio Cléber de Oliveira, da microbacia Córrego do Colosso, ressaltou que o apoio recebido através do Programa Rio Rural, foi fundamental para a aquisição de caixas agrícolas, utilizadas para transportar os alimentos.

 - Os custos de produção caíram quando ganhamos as caixas, que antes eram alugadas. O resultado foi o aumento do meu lucro na hora de vender a fruta - revelou.

O produtor Antônio Cléber cultivou tomate e pimentão por mais de trinta anos e, hoje, vive apenas da citricultura, fornecendo frutas para o banco de alimentos e mercados de cidades vizinhas. Em 2016, colheu 4.200 caixas de laranja, em 2,5 hectares, obtendo uma receita bruta de R$ 94 mil, equivalente a uma receita média de R$ 4.200,00 por mês.

Carlos Roberto Marinho, agricultor da microbacia Santa Maria, que já está na quarta colheita de laranja das variedades Folha Murcha, Natal e Valência, de sabor mais adocicado, tradicionalmente consumidas in natura, lembrou que poucos acreditavam que a citricultura daria certo em Ubá.

- Me sinto satisfeito por ter acreditado e, no próximo ano, espero triplicar a área plantada. Aceitação das frutas foi tão grande que os comerciantes da região vem até a propriedade escolher a encomenda, trazendo economia de transporte e tempo para o produtor - explicou.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Noroeste Fluminense terá nova marca de café orgânico


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Os produtores de café orgânico da região Noroeste Fluminense deram mais um passo importante para o desenvolvimento de seu produto e acesso ao mercado. Em Dezembro, os produtores finalizaram um trabalho de construção de uma marca para seu café orgânico, com apoio da equipe de Disseminação do Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura.

O café da Associação dos Produtores Orgânicos do Extremo Noroeste Fluminense - APROENF já havia obtido certificação orgânica pela modalidade Organização de Controle Social (OCS). Mais recentemente, conquistaram também o selo orgânico na modalidade Sistema Participativo de Garantia - SPG, da Abio, o que possibilita a comercialização no mercado convencional.

As três propostas de marca apresentadas foram elaboradas pela Assessoria de Disseminação do Rio Rural, sob demanda do Grupo de Produtores Orgânicos do Extremo Noroeste Fluminense - APROENF. Cerca de trinta agricultores participaram diretamente do processo de conceituação da marca, em reuniões realizadas nos municípios de Varre-Sai e Porciúncula.

Após a coleta de dados realizada com os produtores, foi realizada uma segunda reunião com os consultores Eiser Felippe e Luciana Andrade, que deram apoio técnico para a produção agroecológica do café. Com base nas informações obtidas, a equipe de Comunicação do Rio Rural elaborou um briefing e desenvolveu o projeto da marca e apresentou aos cafeicultores. O trabalho incluiu a conceituação da marca, a criação de duas opções de nomes, três propostas de logomarca e embalagem, além de orientações para o planejamento de marketing.

De acordo com o agricultor José Sávio Muruci, o trabalho do Rio Rural atende as necessidades do grupo e contribui para o acesso ao mercado, de modo mais qualificado.

- A marca expressa de forma bem completa a identidade do grupo, fazendo alusão aos principais elementos que compõem a produção de café em nossa região - opinou. A marca escolhida pelos agricultores deverá ser apresentada ao público pelo próprio grupo no início de 2017. 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Agricultura familiar aumenta produção frutas secas e castanhas

  
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Alguns itens das grandes ceias de final de ano já são típicos nas receitas natalinas, como castanhas, nozes e frutas cristalizadas. Por trás desses produtos, que dão um gostinho diferente no cardápio, está o trabalho da agricultura familiar, que vê a renda aumentar nesta época. Também ganha o consumidor, que pode se deliciar com produtos de qualidade, fruto da dedicação do trabalhador rural.

O agricultor familiar Rogério Negrelo, do município de Barão, na Serra Gaúcha, trabalha com frutas cristalizadas, comum nas receitas desse período. Ele conta que cerca de 30% do que é produzido ao longo de todo o ano são vendidos em novembro e dezembro por causa das festas. De acordo com Rogério, a sua produção atinge cerca de 30 toneladas de matéria-prima por ano, o que equivale a 15 toneladas de produto final, entre frutas cristalizadas e doces.

Além dos produtos cristalizados, Rogério comercializa frutas secas, como o pêssego, e também doces. O agricultor começou a trabalhar com frutas cristalizadas em 2005, mas é produtor de figo há 15 anos. Para conseguir atender toda a demanda, fez parceria com famílias do município para o fornecimento de maçã, pêssego e figo. Com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o produtor adquiriu um carro furgão para transportar os produtos e incrementar as vendas.

“Todos os finais de ano a gente aumenta a produção, principalmente do pêssego e do figo, que é produto bem tradicional das festas natalinas. Em vista disso, a gente vai se fortalecendo, aumentando o estoque no decorrer do ano para atender a demanda dessa época. A grande demanda é das casas de produtos coloniais, muito comuns na Serra Gaúcha”, afirma.

Baru e caju

Outro produto comum nas receitas de natal é a castanha. Guilherme Araújo, do município de Barreira, no Ceará, produz castanha de caju. Ele conta que a colheita do fruto na região ocorre entre outubro e dezembro, justamente a época em que as vendas crescem em torno de 30%. Guilherme também recorreu ao Pronaf para comprar um veículo que ajudasse na entrega dos produtos.

“No final do ano, sempre melhora as vendas. É quando a gente tem uma renda a mais e aproveita pra fazer alguma compra, confiando que no final do ano vai dar certo pra comprar, porque a gente tem a safra da castanha que dá uma boa ajuda”, afirma.

Adalberto do Santos, de 59 anos, do município de Lassance, em Minas Gerais, trabalha com uma castanha típica do Cerrado, a de Baru. Ele faz parte de uma rede de agricultores familiares que atuam de forma cooperada em quatro estados (Goiás, Minas Gerais, Bahia e Tocantins). Ele afirma que o empreendimento conta com mais de 4.000 famílias extrativistas que comercializam o produto em feiras e para grandes mercados.

“Todo ano tem vendido muito nessa época. Além de ser gostosa, tem um valor nutritivo muito grande. As vendas nesse período costumam crescer cerca de 40%”, comemora.

A Secretaria Especial de Agricultura Familia e Desenvolvimento Agrário (Sead) está apresentando nas redes sociais algumas receitas, com produtos da agricultura familiar, entre elas, uma farofa doce de castanha de baru e de castanha do Pará. Clique aqui e curta essa e outras receitas natalinas no nosso Facebook.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Produção de laranja aquece economia do Noroeste Fluminense

São José de Ubá, tradicional produtor de tomate, aposta na citricultura com apoio de programas do governo do estado.

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Quem compra laranja em feiras e supermercados do interior nem imagina que muitas delas vêm de um local improvável até bem pouco tempo. É que o município de São José de Ubá, no Noroeste Fluminense, conhecido como a “terra do tomate”, está se firmando como um novo polo de produção de laranja, com safra anual média de 500 toneladas. A diversificação de cultivo é o resultado de investimentos promovidos por programas da secretaria estadual de Agricultura, como o Rio Rural e o Frutificar.

O produtor Carlos Roberto Marinho, da microbacia Santa Maria, está na quarta colheita de laranja das variedades Folha Murcha, Natal e Valência, de sabor mais adocicado, tradicionalmente consumidas in natura.

- Pouca gente acreditava que daria certo esse plantio em Ubá. Me sinto satisfeito por ter acreditado -revela ele.

Com o Frutificar, programa estadual que concede crédito a juros baixos para investimentos em fruticultura, Marinho investiu R$ 50 mil reais no plantio de 1.200 pés. No terceiro ano, começou a pagar o empréstimo com a venda da primeira safra, que vai de junho a outubro. Com a quitação do investimento no ano que vem, ele pretende triplicar a área plantada.

O produtor também trabalha com pecuária de corte e produção de leite, mas afirma que a laranja possui o melhor custo-benefício de todos, além de ter preço estável e grande procura no mercado. A aceitação na região foi tão grande que os comerciantes vão até a propriedade escolher a encomenda, o que traz duas vantagens ao produtor: economia com transporte e de tempo também.

Para gerar melhor aproveitamento da lavoura, que possui um bom espaçamento, o cultivo é consorciado com pastagem. Por isso, entre as linhas de pés de laranja há uma área delimitada para a circulação de gado, que se alimenta do capim crescido nessa espécie de corredor. Sem os animais, a área ficaria ociosa e o solo, desprotegido.

União de esforços

A integração dos programas agrícolas governamentais permite que os produtores rurais consigam estruturar melhor o processo produtivo, pois cada incentivo prioriza ações específicas.

- Nossa intenção é que os produtores desenvolvam uma grande capacidade gestora e aproveitem bem os recursos disponibilizados. Uma das metas é a geração de empregos no campo, resultado direto do crescimento da produtividade - explica o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo.

 Carlos Roberto Marinho afirma que o Frutificar foi importante para garantir o plantio, enquanto o Rio Rural contribuiu para a produção de água, uma vez que o produtor implantou o subprojeto de proteção de nascentes, responsável pela melhor absorção da água de chuva no solo.

 - A proteção da nascente é boa por dois motivos: preserva o meio ambiente e nos dá garantia de água para irrigação - enfatiza Marinho.

No caso do produtor Antônio Cléber de Oliveira, da microbacia Córrego do Colosso, o Rio Rural ajudou na aquisição de caixas agrícolas, usadas para transportar alimentos. O material foi obtido por meio de suprojeto grupal.

- Os custos de produção caíram quando ganhamos as caixas, que antes eram alugadas. Isso aumenta meu lucro na hora de vender as laranjas - afirma o agricultor que cultivou tomate e pimentão por mais de trinta anos. Hoje, Oliveira vive somente da citricultura e fornece frutas para o banco de alimentos e mercados de cidades vizinhas.

Histórico

 As primeiras lavouras de laranja incentivadas pelo Frutificar em São José de Ubá foram formadas há seis anos, na intenção de que os agricultores locais diminuíssem a dependência da cultura do tomate, que apresenta preço instável no mercado. Instituições parceiras como o Sebrae/RJ e a Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro (Firjan) ficaram responsáveis pela contratação de consultores agrícolas, que fazem o acompanhamento dos laranjais.

 - Os resultados de Ubá superaram nossas expectativas. Quinze propriedades conduzem muito bem a produção e temos outros produtores interessados no segmento. O clima quente da região ajuda no cultivo - conclui o técnico do Programa Frutificar, Denilson Caetano.