Tangerina teve a maior alta; abacate, a maior baixa. Já o preço do plano de saúde foi o item com maior impacto na inflação do ano.
A tangerina e o tomate foram os itens que mais subiram em 2018, segundo os dados de inflação divulgados nesta sexta-feira (11/1). Já o abacate e o limão foram os que mais tiveram a maior queda. Entre as 20 maiores altas e baixas no ano passado, a maior parte é composta por alimentos - um dos grupos que mais pressionou a inflação de 3,75% do ano passado.
O resultado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), veio dentro do esperado pelo mercado e cumpriu com folga a meta de inflação perseguida pelo Banco Central, ficando dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema, que era entre 3% e 6%.
Entre as 20 maiores altas, apenas dois subitens não são alimentos: aluguel de veículo e passagem aérea. Já nas maiores baixas, cinco itens não são alimentos: artigos de maquiagem, seguro voluntário de veículo, perfume, agasalho feminino e televisor.
Apesar de a tangerina liderar a alta em 2018, o tomate teve maior impacto no bolso dos brasileiros dentro do grupo de alimentação. Assim como o abacate, apesar de ter sido o item que mais caiu, o alimento cuja queda teve maior impacto foi o café moído (veja listas abaixo). Isso acontece porque alguns itens estão mais presentes na cesta de compras dos brasileiros – e, por isso, mesmo altas menores são mais sentidas no bolso.
Por que nem todos sentem a inflação da mesma forma?
Inflação de 2018: os grupos, itens e subitens com maior destaque — Foto: Juliane Souza/G1 Inflação de 2018: os grupos, itens e subitens com maior destaque — Foto: Juliane Souza/G1
Inflação de 2018: os grupos, itens e subitens com maior destaque — Foto: Juliane Souza/G1
Além da alimentação, os grupos que mais pressionaram o índice foram habitação e transportes - os três grupos foram responsáveis por 66% do IPCA do ano.
Individualmente, o preço do plano de saúde foi o item com maior impacto na inflação do ano, segundo o IBGE - com alta acumulada de 11,17%.
20 maiores altas
Tangerina: 76,4%
Tomate: 71,76%
Aluguel de veículo: 36,81%
Cebola: 36,71%
Laranja-baía: 33,4%
Pimentão: 27,13%
Batata-inglesa: 23,76%
Gás veicular: 22,18%
Laranja-pera: 19,48%
Maçã: 18,42%
Maracujá: 18,16%
Farinha de trigo: 18,1%
Passagem aérea: 16,92%
Mamão: 16,26%
Brócolis: 15,72%
Peixe-merluza: 14,48%
Carvão vegetal: 14,05%
Abóbora: 13,50%
Repolho: 13,08%
Cenoura: 12,59%
20 maiores baixas
Abacate: -27,9%
Limão: -19%
Feijão-macassar (fradinho): -16,73%
Artigos de maquiagem: -13,3%
Farinha de mandioca: -13,26%
Feijão-branco: -12,35%
Peixe-peroá: -11,71%
Mandioca (aipim): -11,61%
Alho: -10,81%
Manga: -10,57%
Quiabo: -9,18%
Seguro voluntário de veículo: -8,86%
Perfume- 8,56%
Café moído: -8,22%
Agasalho feminino: -7,87%
Televisor: -7,72%
Altas com maiores impactos entre os alimentos:
Tomate: 71,76% (0,13 p.p.)
Frutas: 14,10% (0,13 p.p.)
Refeição fora: 2,38% (0,12 p.p.)
Lanche fora: 4,35% (0,09 p.p.)
Leite longa vida: 8,43% (0,07 p.p.)
Pão francês: 6,46% (0,07 p.p.)
Carnes: 2,25% (0,06 p.p.)
Batata-inglesa: 23,76% (0,04 p.p.)
Baixas com maiores impactos entre os alimentos:
Café moído: -8,22% (-0,03 p.p.)
Farinha de mandioca: -13,26% (-0,02 p.p.)
Açúcar cristal: -6,36% (-0,02 p.p.)
Alho: -10,81% (-0,01 p.p.)
Ovos: -4,03% (-0,01 p.p.)
Açúcar refinado: -5,93% (-0,01 p.p.)
Feijão-fradinho: -16,73% (-0,01 p.p.)
Sorvete: -4,07% (-0,01 p.p.)
IBGE