segunda-feira, 29 de junho de 2015

'Sopa de pedra' é opção em festival na Ceagesp, em São Paulo


                                           

Iguaria portuguesa será servida até domingo em São Paulo. Lenda de frade pobre inspirou receita que leva legumes e carnes, informa o G1.

Uma rocha redonda e do tamanho de um punho fechado é um dos ingredientes utilizados na “sopa de pedra”, iguaria que é servida até domingo (28/6) no Festival de Sopas da Ceagesp, em São Paulo.

Segundo o organizador do evento Leandro Camini, de 29 anos, a receita é baseada numa lenda portuguesa de um frade pobre que tinha vergonha de pedir comida. “Ele ia até a casa das pessoas e pedia somente uma panela com água e um fogareiro. Ele então tirava do bornal [saco de pano] duas pedras limpas e bem lustrosas e começava a cozinha-las.” Curiosos, os moradores da aldeia acabavam oferecendo ingredientes para melhorar o sabor da sopa, como sal, legumes e carnes. No fim, a pedra ficava apenas como adorno de um caldo nutritivo e gostoso.





   
                                   

A versão da Ceagesp leva bacon, paio, carne, feijão, batata, brócolis, couve-flor, tomate, inhame, cebola, vagem, pimenta-do-reino e alho . “Se quiser fazer uma sopa dessas, eu sugiro reunir os amigos e pedir para que cada um leve um ingrediente. Se forem 20 pessoas, serão 20 ingredientes”, disse o chef Ivair Felix, de 49 anos. “Só não pode faltar a pedra.”

Frequentadores do festival se surpreenderam com a novidade. “Não
sabia exatamente o que iria ter, pensei que ia encontrar uma pedra dentro [do prato]”, disse a advogada Paula Ristun, de 32 anos. “Parece aquelas sopas de mãe, em que pega tudo na geladeira e coloca na panela”, disse a compradora Beatriz Godoy, de 21 anos.

O Festival de Sopas tem cardápios diferentes a cada semana. Até domingo, haverá, além da de pedra, a tradicional de cebola, cebola gratinada, creme de palmito, inhame com costelinha e creme de Ervilha com ricota. O evento acontece às quartas, quintas e domingos, das 18h à meia-noite, e, às sextas e sábados, das 18h às 2h, na Ceagesp (Av. Dr. Gastão Vidigal, 1.946, Vila Leopoldina). O “rodízio” custa R$ 32,90.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Tomate deixa de ser vilão dos preços


                          
 
Depois de ser execrado pela opinião público e governo, acusado de ser o responsável direto do aumento da cesta básica em 17 estados, o tomate tem sua redenção verificada pelos consumidores do Rio de Janeiro e Minas Gerais.


Passeando pelos supermercados e "sacolões" cariocas verifiquei uma queda acentuada no preço do quilo do tomate, que mesmo assim estava sendo cotado a mais de R$ 3 em alguns locais. Fui direto verificar a listagem de preços que analiso todos os dias e me deparei com uma coisa: alguém está lesando alguém.  A caixa de 22 kg do tomate longa vida, grande, estava sendo vendida por R$ 35, enquanto que a do produto menor, apenas R$ 20. É só dividir para você saber o preço real que ele está saindo, por quilo, da Central de Abastecimento do Grande Rio, mercados do Irajá, na Zona Norte, o maior de todos, e o do Colubandê, no município de São Gonçalo, Região Metropolitana.

Enquanto, recebemos uma informação importante de Minas Gerais, divulgada pela assessoria de comunicação daquela central, informando uma queda de 48,1% no preço do produto, já na primeira quinzena do mês. Veja a matéria na íntegra:

Preço do tomate despenca na CeasaMinas

O preço do tomate caiu 48,1% na primeira quinzena de junho em comparação com o mesmo período do mês de maio. O quilo no atacado caiu de R$ 2,87 para R$ 1,49. "A normalização da oferta pressionou o preço. O tomate terminou sua entressafra em maior", afirma o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Martins.

O grupo de hortigranjeiros também teve redução nos preços registrando queda de 6,2%. "É comum nessa época do ano que muitos produtos entrem em um período mais favorável. A expectativa para os próximos meses é que a grande maioria mantenham esses níveis de preço e até passem por algumas reduções”, diz Ricardo.

Além do tomate, outro produto que teve queda mais forte de preço foi a cenoura, que caiu 32,7% e saiu de R$ 2,15 para R$ 1,34 o quilo no atacado. Houve redução também no preço da abobrinha italiana, que caiu de R$ 0,94 para R$ 0,66.

Entre as frutas, destaque para um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros: a laranja, que teve redução de 10,8% no preço, caindo de R$ R$ 0,93 para R$ 0,83. Outra campeã de vendas, a banana nanica também está mais barata. O quilo caiu de R$ 0,89 para R$ 0,76 (-14,6%). A Tangerina Ponkán e o morango também estão mais baratos. A tangerina caiu de R$ 0,74 para R$ 0,60 e o morango passou de R$ 9,42 para R$ 6,93.

Altas

Alguns produtos registram altas de preços. A cebola, por exemplo, subiu de R$ 3,70 para R$ 3,91 (5,7%). O motivo foi a baixa oferta do produto nacional. “A partir de julho é esperado o crescimento da oferta. Devem começar a entrar de maneira mais forte produtos de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Pernambuco e, provavelmente, vão acontecer recuos no preço”, diz Ricardo.

Melancia e Mamão Haway tiveram altas mais fortes, 22% e 67% respectivamente. A chuva em abril prejudicou a produção de melancia na Bahia e em Goiás. No caso do mamão, as regiões produtoras foram afetadas por temperaturas mais baixas.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Inverno será ameno e com seca


                                     
 
A estação começou neste domingo e deve ser menos frio graças ao El Niño. Boa parte do país terá temperaturas acima da média, segundo Climatempo. Chuva continuará escassa no geral, com exceção da região Sul.

O inverno começou neste domingo (21/6), às 13h38, horário de Brasília, e deve ser marcado mais uma vez pela influência do fenômeno El Niño, segundo análise da Climatempo. Isso significa que não teremos uma estação com frio rigoroso, mas com temperaturas acima da média em grande parte do país.

De acordo com a Climatempo, a chuva continuará escassa no geral, o que é normal ou pouco abaixo do usual para a época do ano. Somente a região Sul deve ter precipitações acima da média graças ao El Niño.

Batizado em homenagem ao Menino Jesus (em espanhol, "El Niño"), o fenômeno aquece a água do Oceano Pacífico e provoca alterações na atmosfera, como variações na distribuição de chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas, além de inconstância nas temperaturas.

Segundo os cientistas, a anomalia na costa pacífica da América do Sul deixa o mar ao menos 0,5 ºC mais quente e enfraquece os ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na região equatorial. Isso provoca uma mudança no padrão de transporte de umidade pelo globo, variações na distribuição de chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas, além de inconstância nas temperaturas.

A meteorologista da Somar, Cátia Valente, fala das chuvas no Sul do país durante o inverno. "Vamos ter volumes de chuva acima da média e as temperaturas oscilando bastante. Teremos frio com a entrada das massas de ar polar, porém serão períodos de curta duração e alternados com períodos de temperaturas mais elevadas".

O inverno deste ano termina no dia 23 de setembro, às 5h2
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Food Truck do Extra contra o desperdício





                                 
Iniciativa da rede do Grupo Pão de Açúcar vai promover aulas de aproveitamento de alimentos em oficina sobre rodas. Food Truck do Extra foi montado em parceria com a organização Banco de Alimentos. Evento estará no bairro do Irajá, no Rio, no dia 8 de julho.

A rede de hipermercados Extra, do Grupo Pão de Açúcar, lançou o Food Truck Sustentável. Em parceria com a organização Banco de Alimentos, a empresa vai levar aulas de aproveitamento de alimentos para clientes
e colaboradores.                                           
 
As lojas selecionadas para receber o Food truck sustentável já participam do Projeto do GPA “Parceria contra o desperdício”, que realiza doações para instituições e ONGs, de alimentos esteticamente feios para comercialização, mas que estão aptos para consumo. O objetivo do caminhão itinerante é potencializar as ações de redução do desperdício, conscientizando e estimulando as pessoas a aproveitar melhor os alimentos.

O Food truck passou por nove lojas do Extra em São Paulo, começando pelo Extra Hiper Ricardo Jafet, nos dias 16 e 17 de junho, seguindo para o Extra Hiper Guaianases nos dias 19 e 20 e passando ainda por Itaquera, Mooca e Jaguaré. A partir do dia 8 de julho, o caminhão chega ao Rio de Janeiro na loja Extra Super Irajá e depois seguirá para Olaria e Tijuca. Serão 6 sessões diárias para 25 pessoas a partir das 11h.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Cuidado! Maçãs produzidas na Europa têm alto nível de pesticidas


                                    
Greenpeace analisou frutas provenientes de 12 países europeus e relatório apontou que pesticidas mais encontrados foram o fungicida boscalida e o DDT.

Coquetéis de pesticidas continuam sendo utilizados pelos produtores de maçãs de vários países europeus, em especial pelos agricultores que abastecem os grandes mercados atacadistas - afirmou nesta terça-feira (16) o Greenpeace em relatório.

A ONG analisou 85 amostras - 36 de água, 49 do solo - recolhidas nos pomares de 12 países europeus entre os maiores produtores de maçã, tendo como alvo aqueles que abastecem o varejo. Em média, 75% das amostras (78% para o solo, 72% para a água) "continha resíduos de pelo menos um" dos 53 pesticidas identificados.

"Pelo menos 70% dos pesticidas identificados apresentam uma toxicidade global aumentada para a saúde humana e a fauna selvagem", afirma o Greenpeace, denunciando um "peso tóxico" imposto pela "produção em escala industrial".

O número de pesticidas mais alto foi detectado nos solos de Itália, Bélgica e França. Na água, os países mais comprometidos foram Polônia, Eslováquia e Itália, segundo o relatório.

Os pesticidas encontrados com maior frequência no solo são o boscalida, "um fungicida presente em 38% das amostras", e o DDT (26% das amostras).

Em relação à amostra de água, os pesticidas mais frequentemente identificadas são boscalida (em 40% das amostras) e clorantraniliprol, inseticida também encontrado em 40% das amostras.

Fim ao uso
O relatório denuncia o "coquetel de pesticidas" e "mostra a realidade do uso extensivo, sistemático e 'multipropósito' de pesticidas na produção agrícola convencional", declarou à AFP Anaïs Fourest, encarregada do setor de agricultura no Greenpeace.

O Greenpeace pede aos estados-membro da União Europeia que "ponham progressivamente fim ao uso dos pesticidas químicos de síntese na agricultura" e sustentem "alternativas não-químicas para lutar contra os parasitas, em particular práticas agrícolas ecológicas".

A publicação deste relatório visa "interpelar os mercados atacadistas", como a campanha "pesticida zero" recentemente lançada pela ONG na França para tentar convencer as seis principais redes de distribuição francesas (Auchan, Carrefour, Casino, Leclerc, Intermarché, Magasins U) a apoiar os agricultores que se comprometem a produzir sem pesticidas.

Resíduos de pesticidas estão presentes em quase metade dos alimentos consumidos na Europa, mas a maioria dentro dos limites legais e provavelmente sem nenhum efeito sobre a saúde, garantiu em março a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos. As maçãs estão entre as frutas com maior presença de resíduos.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Cidade capixaba vê agricultura e pecuária como solução econômica


          


Município vai perder boa parte do tráfego com rodovia e implementação de ferrovia, o que irá afetar o setor de serviços. Antes que isso ocorra, a administração municipal e governo buscam saída sustentável e rápida. Outras cidades deveriam fazer o mesmo. 

Raul Marques

Iconha está no olho do furacão. Nem todo mundo percebe, mas a cidade precisa descobrir sua vocação. Com um Produto Interno Bruto (PUB) praticamente gerado pelo comércio e serviços, o contorno da BR 101 e a anunciada construção de uma ferrovia que vai passar pelo Vale do Orobó e pelo município, a maior fonte de recursos da cidade deve mudar de ramo. A agricultura surge como opção óbvia segundo os números da última pesquisa realizada pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). Em Iconha, o setor de comércio e serviços representava, em 2012, 67,93% do PIB ante 21,5% da agropecuária. Como a rodovia deve contornar a cidade, o percentual de participação dos postos de combustíveis e de serviços deve cair. E a entrada da ferrovia tirará, ainda mais, os caminhões da cidade.

Diante de tais fatos, a agropecuária parece ser o caminho, atesta o chefe do escritório do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Fábio Lopes Dalbom. “A cidade tem que passar a buscar a agropecuária como fonte de riqueza e de geração de receita”, disse. Fábio Dalbom, inclusive, lembra que a agricultura, tanto a familiar como a de pequeno porte deve passar por melhorias para que possa aproveitar as duas oportunidades: a de deixar de ser escrava da rodovia e aproveitar a nova forma de escoamento da produção, a ferrovia que também faz ligação com os portos que serão postos em operação – Itaoca e Porto de Açu, na região de Campos dos Goytacazes, além do Rio de Janeiro.

“Os produtores terão que passar a inovar na qualidade inicial do produto, com a adoção de medidas para certificação”, disse. Dalbom referia-se a garantir a agricultura de produtos orgânicos, com a adequação de diferentes pontos. “Isso é muito importante para gerar valores agregados aos produtos. Ganhar competitividade”, disse.

De igual opinião compartilha do engenheiro agrônomo da Prefeitura Municipal de Iconha, Fábio Polastreli Guedes. “Para aproveitar a chegada de uma ferrovia, é necessário profissionalizar mais a produção agrícola na região, com a tecnificação”, referindo-se às práticas mais específicas que envolvem desde o plantio até o uso de defensivos e agrotóxicos.

Polastreli citou como exemplo fatos antigos que já aconteceram no Brasil por exportar produtos com padrões fora dos especificados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Isso é muito importante para não se queimar uma oportunidade como esta”, disse.

Algumas outras amostras de ideias inovadoras para exportar foram citadas por Fábio Dalbom e por Fábio Polastreli. Uma destas é a da Coopervidas, que fica no Vale do Orobó.  A Cooperativa de Valorização, Incentivo e de Desenvolvimento Agropecuário Sustentável do Vale do Orobó tem um projeto de exportação de acerola, que vem sendo tocado com muito empenho pelos participantes. No caso, a acerola é cultivada em pequenas áreas dos municípios de Piúma e Iconha, na região Sul do Estado. No caso, indiretamente, os pólos de frutos do Estado seriam um bom exemplo para quem desejar aproveitar a expansão da agricultura que pode acontecer em Iconha e arredores.

Outro exemplo citado por Dalbom é a intenção de exportar abacates do produtor Dalton Gotardo Petralonga, mais um produtor que está inserido nos programas de plantação orgânica da região.

União faz a força

Ambos os profissionais da área agrícola entendem que os pequenos produtores da região de Iconha e adjacências devem se unir em cooperativas para aumentar seu poder de fogo na horta de aproveitar as oportunidades. “A entrada da ferrovia, a mudança no traçado das estradas da região, associados a vários fatores podem baratear o custo para a produção no longo prazo. Isso vai ficar mais visível quando os agricultores se unirem”, disse Dalbom.

Uma outra forma de enfrentar as mudanças econômicas que estão por vir é valorizar os produtos regionais, com os chamados diferenciais. “O queijo da Serra da Canastra é um bom exemplo disso. Tem um sabor característico que pode se tornar um marco diferencial na hora de comercializar”, disse Polastreli.

Questionados sobre esta diferenciação, Polastreli e Dalbom entendem que este retorno à agropecuária como vocação da região pode abrir um leque de oportunidades de trabalho para muita gente que não quis seguir os passos da família por entender que trabalhar nas pequenas cidades não geraria renda. “Pode ser melhor ainda com a instalação de um armazém, de um porto seco, de um local que servisse de distribuidor para os produtores. Quanto mais se eliminarem os custos, melhor”, disse.

Sobre esta questão da mão de obra na agricultura, o engenheiro agrônomo Fábio Polastreli Guedes disse algo bem curioso. “A sucessão do trabalho rural é um desafio a ser enfrentado. Precisamos amenizar a saída dos jovens do campo. É uma questão de autonomia”, explicou.

Futuro

Se a agricultura parece ser o destino da rota de economia iconhense, Fábio Dalbom, do Incaper, alerta que isso só irá acontecer a médio e longo prazo. E não esconde sua posição favorável ao desvio da BR 101 do Centro de Iconha. “Qualquer impacto econômico que a saída da estrada do centro da cidade irá ter, ele é menor do que a qualidade de vida que isso vai proporcionar”, referindo-se ao fato de que, talvez, com o fim da dependência minada à estrada Iconha poderá encontrar-se novamente a sua vocação, no caso, a agropecuária.

Fábio Polastreli, da Secretaria de Agricultura, entende que todos os fatos que estão por vir serão fatores decisivos para o desenho de uma nova cidade, de uma nova economia. “Tudo isso fortalecerá a agricultura e a pecuária e deve enfraquecer outros setores”, disse, reforçando que é necessário trabalhar melhor e de forma mais racional para aumentar a produção.

Ambos lembraram, ainda, que apesar de ser responsável por menos de 20% do PIB municipal é da agropecuária que vem o dinheiro que abastece o setor de comércio e de serviços, seja pelo transporte, seja pelo consumo. “Quando houve a crise na colheita da banana há alguns anos, o comércio foi o primeiro a acusar isso. Ninguém vendia nada”, disseram.

EXCLUSIVO/Pesquisa: Ceasa capixaba foi a que mais cresceu entre 2014 e 2015


                            

Nem mesmo a poderosa Ceagesp, maior central de abastecimento da América Latina, teve a comercialização de alimentos satisfatória, aponta estudo do governo federal: registrou aumento pífio de apenas 1,24%, no total geral.


Fatores climáticos, produção quebrada, problemas com a política econômica, retração na demanda, falta de infraestrutura adequada. Se você apontar todos os problemas citados aqui, ainda vai ficar faltando algum se o assunto for movimentação de mercadorias nas principais centrais de abastecimento de alimentos do país: Ceagesp, Ceasa Vitória, Ceasa Minas Gerais e Ceasa do Rio de Janeiro.  Apenas a Ceasa capixaba apresentou crescimento considerável em relação às outras: o volume de comercialização chegou a 5,05%, no ano passado, como aponta o Boletim de Hortifrutigranjeiros Abril 2015, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão regulador da produção ligado ao governo federal. O levantamento aponta a comercialização de hortigranjeiros entre 2014 e 2015.

No total geral, os valores registrados foram de R$ 28.044.069.838,34, representando aumento de 5,02% em relação à 2014, apesar de todos os revezes climáticos e financeiros ocorridos nas regiões produtoras. O programa Conab/Prohort levou em conta 117 variedades de produtos e 133 diferentes hortaliças comercializadas. 

A CeasaMinas, outra gigante na comercialização brasileira, teve a sua principal central, na capital Belo Horizonte, apresentando crescimento de apenas 2,30%. Outra gigante em comercialização, a Ceasa do Irajá, bairro da Zona Norte do Rio, capital fluminense, o crescimento apresentado foi de 2,77%.

Valores reduzidos

Como nas empresas de ônibus, os lucros ou resultados financeiros são guardados numa espécie de "caixa preta" por empresários e comerciantes dessas centrais de abastecimento, que temem por sequestros ou outros crimes.  O CeasaCompras teve acesso a esses valores, relativos à comercialização de produtos.  Na Ceagesp, incluindo todas as unidades, em dinheiro, o crescimento apresentado foi de 14,88%. Saltou de R$ 6,111 bi para R$ 7,02 bi.

Já, na CeasaMinas, o crescimento foi menos de 1%, ou seja 0,16% ( de Rs 2,282 bi para apenas R$ 2,279 bi). Na Ceasa Grande Rio, o dinheiro circulante cresceu 3,033% em um ano ( de R$ 2,935 bi para R4 3,033 bi). E no Espírito Santo, a Ceasa Vitória registrou apenas 1,45% no valor de comercialização dos produtos: de R$ 904.299. 736,33 para R$ 917. 374. 559,46.

Veja a relação por unidades de abastecimento:

Ceagesp

São Paulo, capital: de R$ 3.318.938,565 para R$ 3.360.010,504 (+ 1,24%);
Araçatuba: de R$ 21.086, 892 para R$ 22.120,342 ( + 4,90%);
Araraquara: de R$ 35.953,222 para R$ 47.192,104 (+ 31,26%);
Bauru: de R$ 74.746,253 para R$ 81.844,063 (+ 9,50%);
Franca: de R$ 10.647,110 para R$ 12.881,002 (+ 20,98%);
Marília: de R$ 12.693,986 para R$ 14.429,835 (+ 13,67%);
Piracicaba: recuou de R$ 47.272,560 para R$ 47.268,328 (- 0,01%);
Presidente Prudente: de R$ 60.181,057 para R$ 61.004,470 (+ 1,37%);
Ribeirão Preto: de R$ 193.312,306 para R$ 238.748,698 (+ 23,5%);
São José do Rio Preto: de R$ 84.308,721 para R$ 96.687,410 (+ 14,68);
São José dos Campos: recuou de R$ 109.632,163 para R$ 107.480,126 (-1,96%);
Sorocaba: de R$ 105.346,634 para R$ 120.546,730 (+14,43%).

Ceasa ES

Vitória, capital: de R$ 511.883,723 para R$ 537.741,061 (+5,05%);
Cachoeiro do Itapemirim: de R$ 18.314,796 para R$ 22.718,208 (+ 24,04%);

Ceasa MG

Belo Horizonte, capital: de R$ 1.453.902,244 para R$ 1.487.284,566 (+ 2,30%);
Caratinga: de R$ 41.340,309 para R$ 44.271,585 (+7,05%);
Governador Valadares: recuou de R$ 44.535,778 para R$ 41.953,475 (-5,80%);
Juiz de Fora: recuou de R$ 66.639,705 para R$ 61.984,278 (-6,99%);
Uberlândia: de R$ 222.046,664 para R$ 231.487,590 (+4,25%);
Barbacena: de R$ 16.022,197 para R$ 17.612,355 (+ 9,92%).

Ceasa RJ

Rio, capital: de R$ 1.423.913,000 para R$ 1.463.398.000 (+ 2,77%);
Ponto Pergunta: de R$ 27.586.000 para R$ 29.754.000 (+ 7,85%);
Nova Friburgo: recuou de R$ 15.321.000 para R$ 13.238.000 (-13,60%):
Paty do Alferes: recuou de R$ 15.452.000 para R$ 13.297.000 (-13,95%);
São Gonçalo: recuou de R$ 19.279.000 para R$ 161.167.000 (- 18,72%).


Outras unidades de mercado independentes

Ceasa Campinas (SP): recuou de R$ 543.870,424 para R$ 538.865.907 (-0,92%);
Centro Integrado de Abastecimento de Itajubá (MG): recuou de R$ 12.300.000 para R$ 11.050.182 (-10,16%);
Patos de Minas (MG): recuou de R$ 28.700.000 para R$ 26.783.325 (-6,68%);
Ceasa Noroeste (ES): recuou de R$ 28.079.250 para R$ 19.710.848 (-29,80%).

Sem dinheiro, Classe C corta supérfluos cada vez mais


                      


Os anos gordos ficaram para trás.Assustada com a crise, classe C abre mão de conquistas de consumo e recorre a bicos para equilibrar o orçamento, aponta essa reportagem do Estadão que estamos reproduzindo.


Seis e vinte da manhã no bairro Bonsucesso, em Guarulhos. Valmira Souza passa apressada pelas roupas que havia pendurado às 11 horas da noite anterior. Não pode perder a condução - o ônibus passa às 6h33. Em dias bons, às 9h está na casa da patroa, que mora em um bairro nobre da capital. Enquanto corria corredor afora, a diarista, de 39 anos, ainda não sabia que, naquela segunda-feira, a sorte não estaria a seu favor. Até o terminal Armênia, na região norte de São Paulo, seriam três horas e meia. E ainda teria de pagar o metrô e fazer duas baldeações.

Trabalhando para quatro patrões diferentes, Valmira tira R$ 1,8 mil por mês. Após 19 anos de casamento, decidiu se separar. O ex-marido, desempregado, exigiu ser ressarcido do dinheiro que gastara com o material da casa que construíram no terreno do irmão dela. O saldo entre o que Valmira tem de pagar e a pensão definida em juízo é negativo em R$ 195 ao mês. A diferença faz falta. A conta do mercado não para de subir, quatro filhos na escola, a máquina de lavar está com um barulho estranho. “Vou ter de resolver, dar um jeito. Sozinha.” 

Valmira Souza, doméstica, sai todos os dias de casa às 6h30 e enfrenta uma viagem de 3 horas de onibus para chegar ao trabalho

Ao longo de 2015, o brasileiro sentiu o “susto” da crise, diz André Torretta, presidente da consultoria A Ponte Estratégia, especializada na classe C. Água, luz e supermercado agora abocanham uma parcela bem maior da renda. Por isso, a nova classe média vem cortando supérfluos - iogurte, bolacha recheada, hambúrguer na praça de alimentação e cinema aos fins de semana. O carro, conquistado em suaves prestações, não raramente fica na garagem por causa do combustível caro. A intenção de consumo das famílias está no menor nível em cinco anos. 

O que o consumidor sente na pele está transparente nos indicadores econômicos. Enquanto a inflação só aumenta - os alimentos subiram 4,56% de janeiro a maio, segundo o IBGE -, a renda vai no sentido contrário. O rendimento médio do trabalhador ficou em R$ 2.138 em abril, queda de 2,9% em 12 meses. A partir deste domingo, o Estado vai mostrar, em uma série de três reportagens, os efeitos da crise para famílias e empresas. Nesta edição, reuniu histórias sobre como o brasileiro está lidando com a redução da renda.

Apesar do cenário negativo, especialistas na classe média brasileira afirmam que essa população não é fatalista. “Essas pessoas sabem que atingiram um novo patamar nos últimos dez anos. E vão se virar para proteger o que conquistaram”, diz Torreta, da A Ponte Estratégia. Já Luciana Aguiar, fundadora da consultoria Plano CDE, diz que esse público conta com fortes laços de solidariedade que são um “porto seguro” em momentos de dificuldades. 

Mais do que nada. Sete anos atrás, Ruth Mendonça, então com 21 anos, saiu à rua a pé com os quatro filhos, dois no colo e dois agarrados em suas roupas, em direção à casa da mãe. Na época, não sabia fazer nada - tinha engravidado aos 14 anos e sempre dependera do ex-marido. Ao pedir abrigo, precisava contribuir. Resolveu fazer as unhas das conhecidas. De mão em mão, acabou nas esmalterias dos Jardins. Agora, administra um salão a poucos passos de sua casa, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. Esmaltes expostos nas paredes amarelas, uma cadeira de cabeleireira e futuros serviços de depilação na sobreloja. “Tudo é bem simples”, diz. “Mas, quando olho para trás, acho que estou rica.”

Depois de anos em que cada dia parecia ser um degrau acima rumo a uma vida melhor, Ruth agora sente o baque da crise. Como administradora, não paga aluguel, mas dá uma comissão ao dono do imóvel. A cabeleireira tira a própria parte ao fim do dia de trabalho. Ruth fica com o que sobra: chegava a ter R$ 2 mil para ajudar no sustento da casa que divide com a mãe, o irmão e os filhos - uma “escadinha” de 12, 10, 9 e 7 anos. Mas este ano o movimento não para de cair. Agora, no fim do mês, ela tem, quando muito, R$ 1,3 mil. Embora esteja sendo obrigada a cortar gastos, não permite que a situação vire motivo para drama. “Tem gente que só quer o lado fácil da vida. Se eu não puder ter toda a fartura, pelo menos vou ter um saco de arroz para pôr na mesa.”

Mas Ruth não vai ficar de braços cruzados. A clientela sumida, ao ser abordada na rua, assume que está difícil colocar comida na mesa e cuidar ao mesmo tempo da beleza. “Vou panfletar, mostrar nossas promoções”, diz ela. Corte de cabelo com depilação sai mais barato, tintura com pedicure também. “Não posso pensar que estou nos Jardins. Aqui, R$ 5 menos pode fazer a minha cliente voltar.”

Enquanto Ruth tenta revitalizar seu negócio, do ouro lado da cidade, no Peri Alto, zona norte, a dona de casa Silvia Fernandes faz e refaz as contas. Com R$ 1,8 mil por mês para administrar, decretou no início deste ano o fim das prestações de eletrodomésticos e das compras de roupas e calçados. “Tênis novo só quando o atual furar.” Para abrigar a família, os cômodos foram construídos morro abaixo. Sala e cozinha ficam no piso mais alto, enquanto os dois quartos e o puxadinho que o filho e a nora construíram ficam no “andar” de baixo. São nove moradores: além de Silvia, há os cinco filhos (todos homens e com nomes iniciados com a letra M), o marido, a sogra e a nora. Isso sem contar dois cães e seis pássaros. Na casa, só o marido, o filho e a sogra trabalham - a nora, operadora de caixa, foi demitida no início do ano. A explicação foi padrão: corte de custos.

Surpresa no portão. Já era noite quando Valmira virou a esquina da rua de sua casa, em Guarulhos. No portão, uma silhueta conhecida: o ex-marido, escorado na antiga moto do casal. Ela já havia depositado o pagamento do material da construção, mas ele não havia pago a pensão dos filhos. Estava cansada demais para convidá-lo para um café, preferia manter a conversa rápida. Na calçada, fizeram um acordo, sem juiz ou assinatura. Ela ficaria livre dos depósitos mensais de R$ 595 e ele não pagaria a pensão de R$ 400 por um ano. Começou ali mesmo a fazer planos para o dinheiro extra: “Vou guardar para dar entrada num barraco.”

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Portal CeasaCompras.com, sucesso no Brasil e exterior


                         

Durante  dez meses de experiência, desde agosto de 2014, quando começamos a lançar matérias e análises econômicas sobre movimentação de produtos e preços praticados nas principais centrais de abastecimento do país, situadas na Região Sudeste, e também no Rio grande do Sul, o Portal CeasaCompras.com vem chamando a atenção de um público altamente variado e qualificado, entre brasileiros e estrangeiros. Sem qualquer tipo de propaganda ou divulgação agressiva, de acordo com um relatório de acessos elaborado pelo nosso setor de Tecnologia da Informação (TI), chegamos a um total de 155.968 visualizações. No mês de maio passado foram 25 mil acessos.  O tempo médio de leitura das notícias é de 12' e 36" (doze minutos e trinta e seis segundos), o que é muito se considerarmos a gama de outras informações que circula na Internet e mídias sociais, do qual também estamos participando: Facebook e o Blog CeasaCompras (www.ceasacompras.com.br), com mais de 2 mil visualizações e curtidas. No caso do Face, ele é acompanhado por autoridades de países como Emirados Árabes, Catar,  Kwuait, Jordânia e Egito, já divulgados por nós anteriormente.

Conforme destaca o relatório, estados como o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais lideram o total de acessos, que também é acompanhado por outras capitais e cidades brasileiras: Salvador, Porto Alegre, Fortaleza, Brasília, Vila Velha, Goiânia, Cuiabá, Curitiba.

Em Portugal, pelo menos moradores de quatro importantes cidades lêem e acompanham o Portal CeasaCompras: Lisboa, Porto, Beja e Viana do Castelo.  Na Itália, os acessos estão vindo de Roma, Milão, Turim e Veneza,  Sem contar também a cidade do Kwuait, no país do mesmo nome.

Além do Brasil, estão acessando o portal, pela ordem, internautas da Rússia, Itália, Portugal, Espanha, Malásia, Austria, Canadá, Chile, Algéria, Reino Unido, Índia, Kwait, Siri Lanka, Condado de Luxemburgo, Peru, Filipinas e Romênia.

A partir de agora, o portal CeasaCompras irá se especializar mais, reconfigurando o seu layout, incrementando o Guia de Lojas, o Guia Gastronômico, o Informe Econômico e matérias setoriais indicando, para o comerciante e o consumidor em geral, o que comprar e onde comprar dentro da Ceasa do Rio de Janeiro, que é o nosso ponto de partida. Claro, iremos falar também da Ceagesp, CeasaMinas, Ceasa Espírito Santo e Ceasa Rio Grande do Sul. E objetivando criar também o canal importante de acesso com o produtor rural, indústria e comércio. A WebTV será uma ferramenta primordial nesse processo dinâmico da informação.

Além de informar o nosso público seguidor,  incluindo informações tanto do Portal, como do Face e do Blog, ao se cadastrar, esse mesmo público terá vantagens e participará de sorteios de passeios e viagens, que estamos preparando. Aguardem.

E uma indicação: curtam essa ideia, compartilhem e avisem geral sobre a novidade que é o ceasa compras.

Preço da cebola: aumento de quase 200% em apenas 1 ano


                               


Estudo divulgado pela diretoria técnica da Ceasa de Minas Gerais diz que o total geral no volume de venda dos produtos em seus mercados foi de apenas 2%.

É como nas delegacias, em relação a algumas investigações: enquanto um marginal "banca" todas as encrencas na região, outro fica por aí azucrinando sem ser incomodado. É o caso da cebola em relação ao tomate, este último pagando todos os ônus e sendo considerado o "inimigo público", por conta dos aumentos de preços e acusado de ser o responsável pelo aumento da cesta básica de boa parte da população brasileira.  De acordo com um estudo de conjuntura econômica, divulgado pela CeasaMinas, para o mês de maio, o quilo da cebola amarela nacional no atacado saltou de R$ 1,40, em maio de 2014, para R$ 3,63, em maio deste ano. No caso da cebola importada, passou também de R$ 1,64 para R$ 3,80. 

Por incrível que pareça, o preço do tomate longa vida na Central de Abastecimento mineira teve um aumento muito pequeno no período de um ano: R$ 2,20, o quilo em 2014; e, agora, R$ 2,60. O crescimento da produção em abril/maio foi de 10,08%.

Voltando ao caso da cebola nacional, em abril e maio de 2014 houve um crescimento de volume comercializado na central da ordem de 159,29%. E agora, no mesmo período, registrou apenas a marca de 53,16%. A cebola importada apresentou queda em volume de vendas, de 131,71% para os atuais 52,61%. A tendência é que os preços continuem aumentando devido a queda de produção, conforme constatou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tomado como base pelo estudo da diretoria técnica da CeasaMinas.

Os preços baixos verificados na venda do produto, em 2014, inibiram os produtores de cebola amarela, que reduziram áreas de plantio para a colheita 2015, o que tem proporcionado as altas cotações atuais de preços. Ainda conforme dados recolhidos pelo LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola), do IBGE, de maio deste ano constatou que a intenção de produção agrícola em Minas Gerais caiu 8% em área plantada. A queda na produção nacional também força os preços para cima.

Não tão vertiginosos como os preços da cebola nacional e importada, o alho importado registrou apenas 0,11% em volume comercializado em abril e maio de 2015, ao contrário do ano passado quando foi de 35,62%, em igual período.  A alta do dólar e desvalorização do Real devem ter contribuído muito para isso. O preço por quilo saltou de R$ 6,85 para R$ 9,29. O alho brasileiro, que manteve-se no mesmo patamar do importado em termo de crescimento, tem o preço por quilo alterado de R$ 6,85 para R$ 8,74. Em abril e maio do ano passado, o volume de vendas do alho nacional foi de 27,96% no mesmo período.

A cenoura apresentou crescimento tímido em abril/maio desse ano, que foi de 29,61%; quanto que, em igual período do ano passado fora de 80,73%.  Os preços apresentaram alta de quase 100%: de R$ 1,09, o quilo no atacado, para R$ 1,97. O estudo apresentado pela Ceasa de Minas Gerais diz que no caso da cenoura já previsto essa diferenciação, com base nos registros do Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada (CEPEA) da Universidade de São Paulo (USP).

Batata, menos impacto

A batata lisa, cuja movimentação em abril/maio de 2014 foi negativa de menos 8,82%, em igual período de 2015 cresceu 4,20%. Esse crescimento pífio é devido a pouca oferta proveniente do Triângulo Mineiro e Alto Parnaíba. A situação só não ficou pior porque a produção de batata originária de São Paulo, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul proporcionaram um aumento de volume na CeasaMinas.

Crescimento menor no geral

Durante o mês de maio de 2015, foram colocadas quase 175 mil toneladas de produtos à disposição dos compradores da CeasaMinas, representando uma queda de 2% em relação ao registrado em igual mês de 2014 e acréscimo de praticamente igual percentual ante abril último. A oferta está estimada em mais de 368 milhões de reais.

Campanha: "O que é isso, mamãe?"


                           


Salsa: tempero da saúde


O plantio da salsa no Espírito Santo tem destaque no município de Santa Maria de Jetibá, responsável por 82,85%. O Rio de Janeiro, principalmente na Região Serrana, se produz mais de 90% das verduras consumidas pela população fluminense.

A salsa, ou salsinha como é popularmente conhecida, é uma erva aromática bastante utilizada como tempero na culinária brasileira, mas o que poucos sabem é que ela é uma aliada da saúde por conter uma série de benefícios, entre os quais as vitaminas C e K.

Segundo a nutricionista Matilde Alves a salsa é rica em vitaminas do complexo C que ajuda a proteger o organismo de infecções. “A vitamina C ajuda a manter a saúde dos ossos, cartilagens e mucosas e facilita a absorção de ferro. Além disso, possui uma grande quantidade de vitamina K, que auxilia a regular os processos de coagulação do sangue”, relata a nutricionista.

O plantio da salsa no Espírito Santo tem destaque no município de Santa Maria de Jetibá, responsável por 82,85% do total comercializado nas Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa-ES). Só nos primeiros cinco meses do ano circularam, pelo entreposto da Ceasa em Cariacica, 288.753,69 quilos de salsa ofertados pelo município.

Em seguida vem o município de Marechal Floriano, que ofertou no entreposto central 10.835 quilos. Outros municípios como Alfredo Chaves, Cariacica, Domingos Martins, Santa Teresa, Viana, Itarana, Santa Leopoldina e Afonso Cláudio, que ajudaram a totalizar 348.344,28 quilos do produto comercializados.

Para saborear e aproveitar os benefícios da salsa, a nutricionista indica uma receita bem fácil.

Manteiga aromatizada com salsa e cebolinha:    


Ingredientes:
200g de manteiga ou 200 ml de azeite 

1 colher de sopa de cebolinha picada
1 e 1/2 colher de sopa de salsa picada
4 dentes de alho picados

Preparo

Pique todos os ingredientes e reserve. Deixe a manteiga amolecer em 
temperatura ambiente. Em seguida misture bem os ingredientes à manteiga e coloque para gelar. Assim, estará pronta para usar.

Amil quer crianças identificando legumes e verduras

 

     


Vídeo foi lançado pela Amil nas redes sociais, elaborado pela agência Artplan de publicidade,  mostra crianças desenhando  o que mais gostam de comer. Os exemplos são: pizza, chocolate, maionese, batata frita, mostarda. Nenhuma conhecia outro tipo de alimento se não fast food. Projeto faz parte de campanha contra a obesidade, idealizada pela empresa de medicina privada, uma das maiores do país.

Em uma campanha sobre a obesidade infantil, crianças são estimuladas a desenharem os alimentos que mais gostam e, em seguida, outros como beterraba, rúcula e inhame. Enquanto o primeiro pedido teve como resultado representações de pizzas e hambúrgueres, o segundo não foi bem sucedido porque as crianças não conheciam aqueles ingredientes e não conseguiram reproduzi-los no papel.

Foi pedido para que as crianças desenhassem o que é uma beterraba, chuchu, inhame, couve-flor. Abobrinha, que elas nunca ouviram falar. O resultado inicial delas, foi torcer o nariz para o pedido inusitado. Mas uma delas chegou a diser que conhecia alface, o que significa que nem tudo está perdido. 

O vídeo, batizado de "Desenhos da Verdade", foi lançado pela Amil das redes sociais nesta quinta-feira (11/6), e faz parte de uma campanha da empresa contra a obesidade infantil iniciada em 2014.

As crianças que participaram da filmagem têm 6 anos, aproximadamente. O desenho foi mostrado em seguida aos pais, que se surpreenderam com o resultado. Um deles teve uma reação coerente: "Quem educa os filhos são os pais"; uma mãe larga a seguinte pérola: " Está faltando legumes na vida deles", quando ela mesma deveria ter incentivado desde o início. Outra, mais categórica: " Ele vai comprar comigo", garantiu a partir do que viu no desenho do filho.  Nenhum deles nunca havia ensinado os filhos a se alimentar melhor. 

“Quando a propaganda consegue a relevância de se tornar uma real contribuição à educação, à saúde, ao bem-estar e à qualidade de vida, é muito gratificante”, comenta Alessandra Sadock, Diretora de Criação da Artplan, agência que criou o vídeo.
Ainda no vídeo, uma especialista diz que as crianças têm que saber a origem dos alimentos além do pacote que conhecem.

Campanha CeasaCompras.com

Por conta dessa iniciativa, o CeasaCompras vai iniciar uma campanha em seu portal, no Face e no Blog CeasaCompras, visando orientar pais e filhos sobre o tipo importante de alimentos sobre a saúde. Incrementando o que vem fazendo desde o início. A campanha terá a seguinte chamada: " O que é isso, mamãe?". A Amil, por exemplo, está tentando praticar uma medicina preventiva. Aguardem.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Maior feira de orgânicos do País vai até sábado em São Paulo




                           
 
Começa nesta quarta-feira (10/6), em São Paulo, o principal evento de negócios ligados ao setor de orgânicos no continente, a Biobrazil Fair/Biofach América Latina – Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia. Novamente, a feira se instala no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, na zona sul. Entre 10 e 13 de junho (sábado agora), das 11h às 19h, os visitantes poderão conhecer – dá para arriscar dizer – absolutamente tudo o que se produz de alimentos orgânicos no Brasil, desde in natura até processados. Além disso, outros artigos, como roupas (incluindo moda íntima), cosméticos feitos com ingredientes orgânicos, produtos de limpeza, brinquedos, e até pasta de dentes orgânica e ração para pets! O bacana é que, ao contrário de várias outras feiras de negócios, onde só entram representantes de empresas interessadas, esta é gratuita e aberta ao público. Ou seja, dá para ter um “curso intensivo” sobre tudo o que se produz no segmento no Brasil e também em outros países.

Há vários estandes que promovem degustação e outros que vendem ali seus produtos a preços promocionais. Até um food truck da Mãe Terra, no estande da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), estará lá, servindo alimentos orgânicos e naturais. Já o Pão de Açúcar leva seu caminhão sustentável para oferecer aulas rápidas e gratuitas de gastronomia orgânica. Outra novidade é a máquina que extrai leite de grãos, no estande da Sabor Vida, ideal para pessoas intolerantes à lactose ou que adotam dietas vegetarianas e veganas. Ou também para quem simplesmente gosta de leite de aveia, arroz, castanhas, etc.

Ou seja, se o visitante estiver interessado em finalmente começar a adotar uma alimentação mais saudável, livre de resíduos de agrotóxicos e produzida com maior respeito pelo meio ambiente, agora é a hora de se inteirar do assunto e já adquirir alguns alimentos ou pelo menos contatar diretamente seus fornecedores. A Biobrazil Fair/Biofach vai reunir 122 expositores, informa a Francal Feiras, organizadora do evento, em parceria com a NürnbergMesse – dona da marca Biofach e promotora de várias feiras do gênero, entre elas a Biofach Nuremberg, a principal feira do segmento de orgânicos do mundo.

Eventos

Durante a feira, ocorrem vários eventos – o único aberto ao público é o 11º Fórum Orgânico e Sustentável:

DIA 10 (quarta-feira) – Às 9h, no auditório do 2º andar, haverá debate sobre a nova lei de alimentação escolar, sancionada pelo prefeito Fernando Haddad; – Das 14h às 18h, ocorrerá o 11º Fórum Internacional de Agricultura Orgânica e Sustentável. Veja programação completa no link acima. – A partir das 13h, assunto que interessa a quem quer comprar e vender orgânicos: a rodada de negócios, promovida pela Francal Feiras e pelo Sebrae. Entre os dias 11 e 12, empresários, compradores, produtores e varejo conversam entre si para fechar negócios no segmento.

DIA 11 (quinta-feira) – Às 9h, encontro com agricultores orgânicos, tendo em vista a aprovação da lei da merenda escolar orgânica no município de São Paulo. Será mapeada a oferta de produtos debatida a inserção destes produtos e produtores na alimentação escolar paulistana; – Às 12h30, autoridades mundiais do setor de orgânicos recebem a imprensa no estande da Organics Brasil. Entre os assuntos, os dez anos do projeto, o cenário mundial do segmento de orgânicos, certificações e a contribuição da Biobrazil Fair/Biofach no desenvolvimento da agricultura orgânica brasileira; – Das 14h às 18h, prossegue o 11º Fórum Internacional de Agricultura Orgânica e Sustentável (programação no link acima); – Prossegue a partir das 13h a rodada de negócios.

No mesmo Pavilhão da Bienal ocorre, paralelamente, a Naturaltech 2015 – 11ª Feira de Alimentação Saudável, Suplementos, Produtos Naturais e Saúde, único evento brasileiro de negócios voltado ao segmento de produtos naturais.

Além disso, será lançado o Anuário de Produtos Orgânicos, Naturais e Sustentáveis, editado pelo Espaço Orgânico, Natural e Sustentável. Este catálogo, atualizado, traz vários fornecedores de orgânicos, com contatos para interessados, além de duas pesquisas: uma sobre tendência de consumo interno de orgânicos e outra sobre lojas de orgânicos, ambas realizadas pela Nielsen e Kantar Indicator.

SERVIÇO: Informações pelo telefone (11) 2226-3100; site www.biobrazilfair.com.br (no site há também a descrição de produtos e lançamentos da Biobrazil/Biofach) e www.naturaltech.com.br Estacionamento dentro do Parque Ibirapuera, com zona azul.

Preço da cesta básica sobe em 17 cidades e tomate é o vilão


     
Itens básicos de alimentação ficaram mais caros, segundo levantamento do Dieese; os vilões do aumento de preços foram tomate, pão francês, carne, leite e óleo. O CeasaCompras avisou sobre a questão da especulação com os preços do tomate e a tendência de aumento da carne bovina devido a venda de bezerros com cotação alta.

O preço da cesta básica em maio subiu em 17 das 18 cidades pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Foi a segunda elevação consecutiva. Segundo a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta terça-feira, 9, as maiores altas foram registradas em cidades do Nordeste: Salvador (10,69%), Fortaleza (8,89%) e Recife (7,73%). Apesar disso, a única capital que teve queda no valor do conjunto de bens alimentícios básicos, Aracaju(-1,58%), também fica na região.

Nos cinco primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2014, todas as cidades acumularam altas que variaram entre 7,20%, em Manaus e 29,95%, em Salvador.

No acumulado de 12 meses até maio, a situação é a mesma, com todas as cidades mostrando elevação do preço na cesta básica. O principal destaque neste recorte também ficou com Salvador, com alta de 25,41% no período. Na sequência, aparece Goiânia (16,94%). E, apesar de ter registrado queda nos preços em maio, Aracaju acumula em 12 meses a terceira maior elevação: 14,66%

Tomate e carne estão entre os itens que ficaram mais caros

Em termos de valores, o maior custo da cesta básica em maio foi registrado em São Paulo: R$ 402,05, seguido do Rio de Janeiro (R$ 395,23), Florianópolis (R$ 394,29) e Vitória (R$ 387,92). Já os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 277,16), João Pessoa (R$ 303,80) e Natal (R$ 312,41).

De acordo com cálculos do Dieese, em maio, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, segundo conceitos firmados na Constituição, deveria equivaler a R$ 3.377,62, ou 4,29 vezes mais do que o valor do salário mínimo atual, de R$ 788,00. Em maio do ano passado, o valor necessário para atender às despesas de uma família chegava a R$ 3.079,31 ou 4,25 vezes o salário mínimo então em vigor (R$ 724,00).

Produtos. Os produtos que mais influenciaram a elevação no preço da cesta básica em maio, conforme o Dieese, foram tomate, pão francês, carne bovina, leite e óleo de soja. O destaque entre os vilões ficou com o tomate, que aumentou em todas as cidades avaliadas com taxas de elevação que oscilaram entre 3,02% em Aracaju e 63,94% em Florianópolis. Segundo o órgão, apesar do início da colheita da safra de inverno, a maturação do tomate é mais lenta no frio. "Além disso, houve incidência de pragas, o que reduziu a oferta do fruto. Por outro lado, aumentou a demanda de tomate no Nordeste e no Rio de Janeiro", explicou o Dieese, em nota.

Produção de café cai 13% no Espírito Santo



                            
 
Estimativa da safra 2015 foi apresentada pelo Ministério da Agricultura e pela Conab nesta terça-feira (9/6) deve ser de 44,28 milhões de sacas este ano. Efeitos climáticos são responsáveis por essa queda acentuada na safra, o que fatalmente irá ecoar no bolso do consumidor.

A produção de café no Brasil, de acordo com a segunda estimativa divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deverá chegar a 44,28 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado. O resultado, que considera a produção de café arábica e conilon, mostra uma redução de 2,3% em comparação com a safra passada, de 45,34 milhões de sacas.

A produção de café conilon apresenta recuo de 13%. Segundo o secretário de Política Agrícola do Mapa, André Nassar, essa redução é decorrente das altas temperaturas na região produtora do estado do Espírito Santo. A forte estiagem no período de formação e enchimento dos grãos também contribuiu para esse cenário.

Já o café arábica deverá apresentar um acréscimo de 1,9% devido, principalmente, à evolução da cultura na Zona da Mata mineira e também à produção do Paraná, que se recupera da forte geada de 2013.

A produção de café arábica, que corresponde a 74,3% do volume produzido no país, está estimada em 32,91 milhões de sacas. Nassar destacou também a produção em Minas Gerais, com o volume estimado de 23,30 milhões de sacas.

O conilon, cuja produção é estimada em 11,35 milhões de sacas, representa 25,7% do total nacional, sendo o Espírito Santo o maior destaque, com uma produção de 7,76 milhões de sacas.

Área

A área em produção é de 1,942 milhão de hectares, com uma queda de 0,2% ou 4,81 mil ha em relação à safra passada, quando chegou a 1,947 milhão.

Minas Gerais concentra a maior área plantada, de 975,27 mil de hectares, predominando a espécie arábica, com 98,64% do total no estado.  Isso representa 50,2% da área cultivada no país.

O estado do Espírito Santo ocupa a segunda colocação, com 433,27 mil hectares. O conilon capixaba cobre uma área de 283,05 milha.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Brasileiro vai manter bolsa fechada até 2019


                            
 
Lazer e bebidas não alcoólicas terão o menor aumento no consumo.Despesas devem aumentar em 7% ao ano até 2019, mostra relatório da Mintel, sobre impacto da crise econômica no país.

Enquanto os gastos dos brasileiros evoluíram a uma média de 11% entre 2009 e 2014, esse aumento deve ser mais modesto nos próximos anos, aponta o relatório Estilos de Vida dos Brasileiros: Hábitos Online, antecipado ao G1 pela Mintel.

Durante os próximos anos, até 2019, os gastos irão aumentar 37% – o que representa um crescimento anual mais modesto, de 7% ao ano, segundo a pesquisa. Em 2019, a previsão é de que o total de gastos chegue a R$ 4.509,7  bilhões.

De acordo com o relatório, a economia mais lenta é a grande responsável pelo crescimento mais moderado. "A inflação, impulsionada pelo aumento dos custos de energia, o real mais fraco, a escassez de água, crédito mais difícil e o aumento de impostos anunciado recentemente, afetam a renda dos consumidores", diz a Mintel.

A previsão de aumento no índice de desemprego nos próximos cinco anos também deve forçar os consumidores a serem ainda mais cuidadosos com seus gastos. Essa situação irá afetar também o crescimento de todos os setores, com a maioria deles deparando-se com um futuro menos favorável nos próximos anos.

Beleza e itens do lar no topo do consumo
Os setores de produtos de beleza e itens para casa serão os mais beneficiados com o crescimento do consumo até 2019, com evolução de 63% e 56%, respectivamente, mostra a pesquisa.

Mesmo assim, nesse período, o setor de beleza e cuidados pessoais terá um crescimento mais moderado ante o período de 2009 a 2014, segundo a Mintel, principalmente devido às novas medidas fiscais que incluem o aumento dos preços dos cosméticos importados.

Ainda assim, este setor irá crescer mais do que todos os outros.

A média anual de crescimento prevista entre 2015 e 2019 é de 10,2%, atingindo R$107,3 bilhões em 2019. Já a média anual de crescimento entre 2010 e 2014 foi de 13%.

Já o mercado de itens para casa recebeu um estímulo nas vendas, no final de 2014, com o aumento do tempo médio para o pagamento de empréstimos. "Mesmo com juros ainda altos, o número de parcelas de pagamento de itens como eletrodomésticos e móveis aumentou, tornando o pagamento mais vantajoso para os consumidores", diz a Mintel.

No entanto, conclui o relatório, as novas medidas fiscais anunciadas em janeiro – que incluem o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre novos empréstimos, limitando o acesso a empréstimos para muitos consumidores.

A pesquisa apinta também que, com a retirada gradual do IPI reduzido (benefício que estimulava as compras no setor desde 2012), as compras de eletrodomésticos também serão impactadas. "Apesar dessas medidas fiscais, o mercado de itens para casa deverá ter um crescimento médio anual de 9% até 2019", diz o relatório.

Lazer e bebidas não alcoólicas crescerão menos
O setor de entretenimento e lazer terá um crescimento mais lento, de 20%, se comparado aos outros setores, entre 2014 a 2019. Nos próximos anos, a previsão é de que os consumidores passem a priorizar serviços e produtos essenciais.

"A maioria dos brasileiros escolhe lazer e entretenimento de acordo com seu orçamento, e como a situação atual sinaliza tempos difíceis à frente, é provável que os consumidores procurem atividades de lazer e entretenimento mais baratas", diz o relatório.

Segundo a Mintel, o setor de bebidas não alcoólicas continuará a ser afetado por vendas mais baixas e pela produção de bebidas gaseificadas, sua categoria principal. Enquanto isso, a crise de água nas regiões mais populosas irá provavelmente beneficiar o mercado de água engarrafada, já que "muitos consumidores estão vendo na água em garrafa uma solução para o problema", afirma o estudo.

O setor de alimentação e bebidas foi o grupo que mais pesou na despesa das famílias brasileiras em 2014. Em 2013 o mercado de refrigerante representou R$ 31,06 bilhões do total de R$ 57 bilhões do setor de bebidas não alcoólicas (participação de 54,5%), o segmento mais representativo.

"O mercado de refrigerantes está sofrendo retração em volume, o que vem acontecendo desde 2011, e o mesmo aconteceu com o mercado em valor, em 2013", diz a pesquisa.

Roupas e acessórios, tecnologia e comunicação, e férias são outros setores em que um maior número de consumidores irá procurar promoções e descontos, ou optar por adiar suas compras até que tenham uma maior renda disponível.

Ajuste fiscal deve impactar produtos para casa
Algumas medidas de ajuste fiscal  anunciadas em janeiro de 2015 poderão afetar fortemente o consumidor brasileiro, diz o estudo. Uma delas impacta o setor de itens para a casa (eletrodomésticos, móveis e bens duráveis).

O Ministro da Fazenda Joaquim Levy, anunciou o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1,5%, para 3% ao ano, tornando o crédito ao consumidor mais caro. Esse valor será cobrado além dos 0,38% que incidem na abertura das operações de crédito. Isso vai dificultar as compras, principalmente pela classe média, de itens que antes podiam ser pagos em várias vezes sem juros.

Além disso, com a retirada gradual do IPI reduzido as vendas de items para a casa devem ser negativamente impactadas. A previsão para os próximos cinco anos (entre 2015 e 2019) é de que o setor cresça, em média, 9,3% ao ano, em contraste com 11,8% de crescimento anual dos últimos quatro anos.

Finanças e habitação

Entre 2015 e 2019, o mercado de finanças pessoais e habitação terá um crescimento anual de 6,4%, estima o estudo da Mintel. "A incerteza econômica tornou os consumidores mais cautelosos sobre como investir no mercado imobiliário e sobre seus gastos do dia a dia", conclui o relatório.

Essa tendência deverá continuar em 2015 com o mercado imobiliário mostrando sinais de estabilidade. As medidas fiscais, que dobraram o imposto IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em todas as operações de crédito, e um aumento na taxa de juros de hipotecas, pode ter tido um efeito negativo sobre o mercado imobiliário, adiando os planos de compra de imóveis dos consumidores.

"Empréstimos pessoais também serão afetados pelo aumento do IOF, tornando o crédito mais caro e menos acessível aos consumidores", destaca o levantamento.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Denúncia "Lixão" de Seropédica põe água do Rio em risco


     



Aterro sanitário é risco para aquífero no Rio, diz ambientalista. Professor ressalta importância de monitoramento de poluição na região. Esse não é o único crime ambiental: extração de areia no município está matando o Guandú e autoridades fingem que não estão vendo.

Veja matéria do G1

Após quatro anos de operação da Central de Tratamento de Resíduos em Seropédica, na Baixada Fluminense, ambientalistas advertem sobre a importância de monitoramento mais rigoroso com relação aos níveis de poluição do aterro sanitário, já que o mesmo fica localizado sobre o aquífero Piranema, uma reserva de água subterrânea com capacidade de abastecer a população carioca, em caso de necessidade.

De acordo com o ambientalista e professor de engenharia sanitária da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Adacto Ottoni, em 2014, quando ainda integrava a comissão do Conselho de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea), ele enviou um documento para o Instituto Estadual de Ambiente (Inea), ressaltando a importância de monitorar com maior rigor os níveis de poluição do solo e do aquífero.
 
“Como o aterro tem uma pilha enorme de lixo, pode estar vazando chorume para o ponto branco [área em que a água não recebe influência de agentes externos, como o lixo], que fica antes. Sugeri que eles jogassem o ponto branco para depois do Arco Metropolitano [autoestrada construída no entorno da região metropolitana do Rio], pois ali sim você não teria influência do aterro. Eles o botaram praticamente em cima do lixo", explica o professor, alegando que esta seria a forma mais correta e precisa de apurar os níveis de contaminação do aquífero.

Em nota, o Inea alegou que a gerência de Licenciamento de Saneamento e Resíduos não recebeu, até o momento, o referido documento. Ainda de acordo com Ottoni, apesar da qualidade boa da água, provavelmente não é mais possível utilizar o aquífero como manancial. “O problema do aquífero Piranema é que ele tem uma qualidade de água boa, mas, infelizmente, é complicado poder usar como manancial, pois tem um aterro de lixo em cima. No meu entender, o licenciamento ambiental não devia ter sido dado”, advertiu o professor, lembrando que o aquífero poderia ser usado como manancial alternativo.

Catadores de antigo lixão enfrentam dificuldades

Já os catadores do antigo Lixão de Seropédica, na Baixada Fluminense, têm enfrentado dificuldade para continuar sobrevivendo da coleta seletiva. Além de falta de matéria-prima, eles reclamam da falta de equipamentos e do espaço inadequado.

“A gente não tem caminhão, não tem condições de trabalhar aqui. O Inea empresta uma van duas vezes por semana e a gente faz a coleta assim. Quando não tem a van, a gente pede emprestado para uma firma que presta serviço para a prefeitura”, afirma a catadora Giovana Nunes. Segundo ela, na época que o lixão de Seropédica funcionava, cerca de 60 catadores viviam da coleta seletiva. Atualmente, em função da falta de matéria-prima para o trabalho, apenas nove fazem parte da cooperativa.

Após vistoria da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa ao local, a vice-presidente da CPI, deputada Lucinha (PSDB), afirma que constatou diversas irregularidades na cooperativa. “De acordo com o contrato, em 12 meses eles (a Ciclus, empresa que opera o STR de Seropédica) deveriam ter inserido os catadores no sistema de coleta seletiva. O contrato especifica que a CTR teria que viabilizar a coleta seletiva no município de Seropédica e de Itaguaí com uma central de catadores de material reciclável, o que não existe aqui”, criticou Lucinha.
Deputados constataram situação de abandono em cooperativa de reciclagem em Seropédica (Foto: Janaína Carvalho / G1)
Deputados constataram situação de abandono em cooperativa de reciclagem em Seropédica (Foto: Janaína Carvalho / G1)

Em nota, a Ciclus informou que projetou e implantou uma unidade de recebimento de material reciclável situada em terreno cedido pela prefeitura de Seropédica. De acordo com a empresa, o terreno fica próximo ao antigo lixão da cidade e das residências dos antigos catadores, para facilitar o deslocamento dos membros da cooperativa que já atuam no local. No entanto, a central de reciclagem fica a cerca de 30 minutos do CTR.

Procurada pelo G1, a Prefeitura de Seropédica não se pronunciou.

CPI investiga irregularidades em estação de tratamento
Em funcionamento há mais de quatro anos, o CTR de Seropédica, inaugurado em abril de 2011, passou a receber o lixo do Rio que era levado para os lixões de Gramacho e Gericinó. No entanto, segundo vistoria técnica realizada da CPI da Alerj, algumas irregularidades foram constatadas na operação do CTR.


De acordo com a licença de operação, a Ciclus, empresa que opera o CTR, deveria promover a limpeza e lubrificação dos veículos e equipamentos dentro da estação de tratamento. "A parte de manutenção e lubrificação dos veículos e dos equipamentos é, praticamente, uma espelunca. Dentro da estação de tratamento de resíduos sólidos deveria funcionar um departamento só para parte de lubrificação, manutenção e lavagem e não tem nada disso. O que nós encontramos foi um quebra-galho”, afirmou a deputada.

Ainda segundo a licença de operação, os caminhões que fazem o transbordo para o CTR precisam ter uma pintura de visualização para entrar na estação, o que a maioria das carretas que acessam o local não possuem. Outro questionamento feito durante a vistoria foi a quantidade de chorume tratado na estação. Segundo a licença, a Ciclus deveria tratar mil metros cúbicos de chorume por dia e atualmente estaria tratando apenas a metade desse volume.
CPI investiga tratamento de chorume na Estação de Tratamento de Seropédica (Foto: Léo Santos / Divulgação Alerj)
CPI investiga Estação de Tratamento de Seropédica (Foto: Léo Santos / Divulgação Alerj)

Sobre a programação visual das carretas que acessam a estação, a Ciclus informou que obteve autorização da Comlurb o início das operações sem a programação visual original. Já sobre a quantidade de chorume tratado, a empresa alegou que possui capacidade para fazer o tratamento de mil metros cúbicos de chorume por dia, mas o aterro atualmente está gerando entre 400 e 500 metros cúbicos apenas. A situação está sendo investigada pela CPI da Alerj, já que além disso, 90 metros cúbicos de chorume têm sido enviados para tratamento na Estação de Alegria da Cedae.