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quarta-feira, 17 de julho de 2019

Ceasa Minas: Preço médio de hortigranjeiros fica estável em junho

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O grupo de hortigranjeiros, que inclui frutas, hortaliças e ovos, ficou estável em junho em relação a maio, mantendo o preço de R$ 2,21/kg, no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas. A estabilidade foi registrada após o grupo ter apresentado queda expressiva de preço de 7,5% no balanço anterior, de maio frente a abril. Enquanto os ovos (2,7%) e as hortaliças (3,2%) ficaram mais caros, as frutas tiveram redução de 3,8%.

No setor de hortaliças, a alta foi influenciada principalmente por produtos cujo desenvolvimento foi mais afetado pelo frio ou chuvas em regiões produtoras. Os destaques foram milho-verde (39,5%); tomate (28,9%); quiabo (27,8%); berinjela (21,7%); mandioca (17,2%) e chuchu (10,6%). O frio também tende a estimular o consumo de alguns legumes, a exemplo do quiabo e mandioca, o que pressiona ainda mais as cotações.

Entre as quedas de preço, os destaques foram alface (-23,8%); repolho (-12,4%); cenoura (-10,8%); batata (-3,9%) e couve-flor (-1,3%). Vale lembrar que cenoura e batata, apesar de terem apresentado reduções em relação a maio, ainda não podem ser consideradas dicas de consumo, em relação a preço. A previsão é que ambos os produtos fiquem mais baratos ao longo deste mês.

Frutas

No sentido contrário, o frio tende a reduzir a demanda por várias frutas, contribuindo para a redução dos preços. Entre as frutas com as principais variações negativas, estiveram melancia (-22,2%); morango (-20,1%); tangerina-ponkan (-18,6%); laranja-pera (-17,7%); banana-prata (-10,8%) e goiaba (-8,5%).

Já o aumento de preço de outras frutas pode ser explicado por diferentes fatores, como problemas climáticos ou fim de safra, a depender de cada caso. Os destaques foram mamão-havaí (32,8%); uva-niágara (20,3%); mamão-formosa (12,7%) e abacate (8%).

Ovos

Os ovos ficaram 2,7% mais caros, como consequência, entre outros fatores, da redução de 10,2% na oferta no entrepost

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Em Minas Gerais, a mandioca atinge menor preço desde 2015

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Em tempo de festas juninas, ela é ingrediente obrigatório no preparo de várias receitas. E, para quem não abre mão principalmente de um tradicional caldo, a boa notícia é que a mandioca está com o preço mais baixo desde 2015, no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas. De 01 a 12 deste mês, o preço do quilo ficou em R$ 0,81, abaixo dos valores praticados em junho de 2018 (R$ 1,01/kg); de 2017 (R$ 0,96/kg) e de 2016 (R$ 0,84/kg). O estímulo à produção, em decorrência de preços mais altos em safras anteriores, é um dos motivos da situação atual mais favorável ao consumidor.

"É mais vantajoso eu vender a caixa de mandioca a R$ 20, do que uma embalagem de tomate a R$ 40. Com a mandioca, eu não tenho os custos com irrigação e defensivos agrícolas, a exemplo de outros cultivos de hortaliças. O produto que eu trago, por exemplo, não exige nem agrotóxico", explica o produtor rural José Antônio de Aguiar, do município de Crucilândia (MG).

No último dia 12/6, ele vendia a caixa de 20 quilos de mandioca do tipo cacau entre R$ 15 e R$ 20, no atacado do Mercado Livre do Produtor (MLP) de Contagem, na CeasaMinas. Aguiar explica que o produto barato é consequência do aumento da produção, estimulada por altos preços entre dois e três anos atrás. "Naquela época, houve momentos em que a caixa da mandioca era cotada a até R$ 40", afirma. Ele lembra que, como o ciclo da mandioca, entre o plantio e a colheita, é de no mínimo 18 meses, o resultado está aparecendo agora.

Mesmo com os preços reduzidos, o produtor ainda acredita ser vantajoso comercializar no MLP. "Quem é produtor e consegue trazer para vender na Ceasa faz melhor negócio do que aqueles que comercializam direto na roça. Lá estão pagando apenas R$ 8 pela caixa", ressalta.

Ele, entretanto, alerta para a possibilidade de inversão dos preços no próximo ano, em razão de uma possível redução da oferta. "Com os preços baixos, muitos produtores vão deixar de investir em novos cultivos".

Demanda em alta

A chegada do frio e do período das festas típicas tem deixado otimista o produtor rural Paulo Fernandes da Cunha, também de Crucilândia (MG). Segundo ele, a procura por mandioca em sua área no MLP já aumentou entre 30% e 40%. Cunha espera, desse modo, compensar as perdas de janeiro a maio. "Mesmo estando barato naquela época, não conseguíamos vender o produto. Constantemente, sobravam caixas de mandioca que tínhamos que doar. Junho e julho, pelo contrário, são as épocas boas", afirma.

O produtor diz ter trazido em 2018 cerca de 6 mil caixas para comercialização. Até o fim deste ano, ele prevê ofertar entre 11 e 12 mil embalagens. E para 2020, a estimativa é aumentar para até 20 mil caixas. Ele ainda explica que o bom volume de chuvas é outro fator que contribuiu para a melhoria da oferta.

Procedência

De acordo com dados do Departamento Técnico da CeasaMinas (Detec), quase a totalidade da mandioca ofertada no entreposto de Contagem é proveniente de municípios mineiros. Os cinco principais fornecedores em 2018 foram responsáveis por 82,4% do volume total. Foram eles: Bonfim (38,4%); Crucilândia (24,7%); Rio Manso (7,1%); Piedade dos Gerais (7%) e Jaíba (5,2%).


CeasaMinas: Hortigranjeiros ficam 7,5% mais baratos em maio

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O grupo dos hortigranjeiros, que inclui hortaliças, frutas e ovos, ficou, em média, 7,5% mais barato em maio em relação a abril, no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas. De modo geral, a queda no preço médio foi influenciada pela redução das chuvas, combinada com temperaturas mais amenas. Esses fatores propiciaram o aumento da quantidade ofertada no entreposto e a melhoria da qualidade dos produtos.

Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas (Secim), Ricardo Fernandes Martins, a expectativa é que, caso não haja um inverno muito rigoroso nas regiões produtoras, os preços da maioria das mercadorias mantenham trajetória de queda.

No setor de hortaliças (legumes e verduras), a redução do preço médio foi de 4,4%. Os produtos que mais contribuíram para a queda foram o tomate longa-vida (-33,6%); o repolho (-23%); a moranga-híbrida (-19,2%); a abobrinha-italiana (-13,3%); a mandioca (-12,3%); a beterraba (-9,2%) e a batata (-2,5%).

Conforme explica Martins, apesar da queda média no preço, ainda não é possível afirmar que o conjunto das hortaliças esteja com preços muito baixos. Além disso, alguns produtos apresentaram altas de preços, com destaque para o chuchu (54,1%); o pepino (31,2%); a cenoura (28,9%); a berinjela (4,5%) e o inhame (2,7%).

Vale esclarecer ainda a situação do tomate, cujo quilo chegou a ser comercializado no atacado em abril a R$ 3,07/kg e cedeu para R$ 2,04/kg em maio. Esse produto vem sinalizando altas nos primeiros dias deste mês de junho, o que exige dos consumidores atenção na hora de pesquisar os preços.

Frutas
Já as frutas apresentaram redução de 11,9% no preço médio, influenciada principalmente por alimentos em safra. Foram destaques o mamão-formosa (-47,6%); a banana-nanica (-26,6%); a manga (-23,7%); a laranja-pera (- 22,2%); a tangerina ponkan 
(-21,9%); o mamão-havaí (-19,4%); o limão-taiti (- 14,4%) e o abacate (-8,7%).

Mas houve também frutas que ficaram mais caras no mês passado, a exemplo de melão (35,9%); melancia (15,8%); morango (14,5%); goiaba (5,1%) e banana-prata (4,1%).

Ovos
Os ovos ficaram 12,7% mais baratos no comparativo, em razão principalmente do aumento da oferta no entreposto. Outro fator que contribuiu para isso foi o recuo da demanda, após o fim da Quaresma, período tradicionalmente de maior consumo do ano.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

CeasaMinas: Milho-verde fecha maio 12,2% mais barato que em 2018

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As festas juninas vêm chegando e ele volta a ser um dos protagonistas em várias receitas doces e salgadas. Trata-se do milho-verde, que está fechando o mês de maio com preço médio abaixo do praticado em igual período de 2018. Em maio deste ano, o quilo foi comercializado, em média, a R$ 0,86, frente a R$ 0,98 de igual mês de 2018, o equivalente a uma redução de 12,2%, no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas. Diante disso, as perspectivas para junho e julho também são de preços menores no comparativo com o ano passado, mesmo com aumento da demanda, o que pode pressionar as cotações.

De acordo com o produtor rural Robson Gaudêncio de Sousa, do município de Mateus Leme (MG), este ano foi marcado por um prolongamento do período chuvoso, o que explica os preços mais baixos até o momento. "As chuvas fora de época favoreceram a oferta do milho-verde não irrigado. Normalmente o preço seria maior agora, justamente pela predominância do produto irrigado". 

O produtor explica ainda que o milho da safra das chuvas, além de contribuir para elevar a oferta geral no mercado, também tem um custo de produção menor. Isso tudo, segundo ele, contribuiu para segurar os preços até maio.

No entanto, Sousa está otimista com a valorização da hortaliça nas próximas semanas. O saco com 19 quilos do milho-verde, comercializado por ele no Mercado Livre do Produtor da CeasaMinas em Contagem (MLP), variou entre R$ 20 e R$ 25, no dia 24/5. "Nossa expectativa é que os preços se mantenham ou até aumentem com o início do período das festas". Além disso, a simples chegada do frio eleva a procura pelo produto, que é muito utilizado em pratos quentes.

Produto valorizado

"Estamos com boas perspectivas para este ano quanto a preços melhores ao agricultor. A procura já está maior no mercado. Quem levava cinco sacos, já está levando dez", destaca o produtor rural André Gonçalves, do município de Santana do Pirapama (MG).

Gonçalves confirma que a boa oferta de milho-verde está ligada às chuvas prolongadas. "Para se ter uma ideia, muitos compradores estavam até há pouco tempo comprando direto na roça esse milho não irrigado. Agora, já não encontram mais esse milho, e tem que vir à CeasaMinas comprar o produto irrigado", explica. O saco da hortaliça comercializado por ele no MLP variou entre R$ 15 e R$ 20, no último dia 24/5.

Uma das alternativas usadas pelos produtores para garantir mais rentabilidade é administrar a colheita da hortaliça, em função da expectativa de preços e ofertas no entreposto. Quando há uma previsão de picos de oferta, por exemplo, Gonçalves procura segurar a colheita por alguns dias, evitando perder a rentabilidade com preços menores. ?Isso é possível fazermos em dias mais frios, porque o produto não se desenvolve tão rápido. Com o calor não tem como?, explica.

Dicas para comprar e consumir

O milho-verde deve ser comprado fresco, com as folhas bem verdes e o cabelo marrom escuro. Se estiver à venda sem casca, verifique se a ponta inferior da espiga é afilada e macia, um sinal de que está em boas condições. A dica para conservar o milho-verde é colocá-lo na geladeira, embrulhado em papel umedecido, protegido em saco plástico, por uma semana.

Vale lembrar que o produto pode ser comido diretamente da espiga, assado sobre brasas ou após cozimento ligeiro. Podem ser preparados também mingaus e conservas. As espigas mais novas são melhores para cozinhar e refogar.

sábado, 18 de maio de 2019

Abacate está muito barato em Minas Gerais

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Fruto, que vive uma onda na gastronomia mundial, atinge menor preço desde 2016 na comercialização na Ceasa mineira.
   
Utilizado em pratos salgados, doces e até na forma de azeite, ele tem sido uma das frutas   que mais têm despertado a atenção dos consumidores nos últimos anos. Trata-se do abacate, que está em plena safra na CeasaMinas, trazendo preços favoráveis ao consumidor. Para se ter uma ideia, o preço médio da fruta em abril foi de R$ 1,50/kg, o menor valor para o mês desde 2016 (R$ 1,44/kg), no atacado do entreposto de Contagem. Nestes primeiros dias de maio (1 a 13), o valor cedeu ainda mais, alcançando R$ 1,39/kg.

De acordo com Onofre Carlos de Medeiros, representante das Fazendas Klem, do município de Luisburgo (MG), a grande entrada de abacates nesta safra está na contramão da tendência em relação ao ano passado. "Normalmente, quando um pé de abacate produz bem em um ano, como foi em 2018, o normal é ele produzir menos no próximo. Se um abacateiro rende 30 caixas em um ano, no outro vai gerar dez", afirma.

Embora a produção prevista para este ano seja menor, ele afirma que está trazendo mais mercadorias. Isso porque está havendo, conforme ele explica, uma antecipação da entrada de abacates no mercado. "Em 2018, tivemos muita chuva e calor nas regiões produtoras, o que gerou uma espécie de efeito estufa, acelerando a maturação dos frutos. Como resultado, o volume de abacate que planejávamos trazer em 12 meses vai ser escoado em no máximo dez", ressalta.

Desse modo, enquanto no mesmo período de 2018, Medeiros trazia 200 caixas por dia de mercado, agora são 450 embalagens. "O fruto que deveria chegar ao entreposto em novembro e dezembro, já está pronto para ser colhido no campo", ressalta.

Além de preços mais baixos, o lado bom para o consumidor é poder encontrar nesta safra frutos maiores e mais saborosos, justamente por conta do amadurecimento acelerado.

Aos produtores, resta o desafio de lidar com esse cenário sem perder a rentabilidade. Nas Fazenda Klem, uma das apostas é o processamento de parte da produção, na forma de azeite de abacate e até de cosméticos. "Já foram comprados os equipamentos, e a ideia é aproveitar principalmente aqueles frutos não comercializados, por não atenderem a algum padrão comercial de tamanho ou formato", explica Medeiros.

Rentabilidade e boa demanda

O agricultor Luís Otávio Amorim Chavier, do município de Carmópolis de Minas (MG), diz que é possível garantir alguma rentabilidade, apesar dos preços baixos. A caixa de 18 quilos dele era comercializada entre R$ 25 e R$ 30, no último dia 10/5, no Mercado Livre do Produtor de Contagem (MLP). "Meu custo entre a produção e a comercialização fica em R$ 15/caixa".

O produtor também afirma que tem trazido mais mercadorias neste ano. "No mesmo período do ano passado, estava trazendo de 300 a 400 embalagens por semana. Agora, neste ano, são 700 por semana".

Ele acredita que o aumento da oferta é, ao mesmo tempo, um reflexo da entrada de novos produtores no cultivo da fruta, atraídos pelo apelo mercadológico. Divulgações na mídia a respeito dos benefícios nutricionais despertam cada vez mais a atenção do público. "Tenho clientes que há quatro anos vinham aqui e compravam dez caixas. Hoje levam 50", comemora Chavier.

Sudeste lidera produção

A região Sudeste se destaca como a maior produtora de abacates do país, sendo responsável por 81% das 195,5 mil toneladas colhidas em 2016, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

São Paulo é o principal produtor brasileiro, com 103 mil toneladas colhidas em 2016, seguido por Minas Gerais (52 mil t) e Paraná (19 mil t). Os cultivos paulistas e mineiros se destacam ainda pelo crescimento constante nos últimos anos. Em 2010, por exemplo, a produção paulista era de 83 mil toneladas, e a mineira, de 28,5 mil t.

O crescimento da produção teve como consequência a elevação da oferta dentro do entreposto de Contagem, conforme dados do Departamento Técnico da CeasaMinas. Entre 2015 e 2018, houve uma elevação de 44% no volume de abacates, de 5,6 mil toneladas para 8,1 mil t.

sábado, 11 de maio de 2019

CeasaMinas: Hortigranjeiros ficam 3,2% mais baratos em abril

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Como dicas de consumo, vale aproveitar também os bons preços de berinjela, pepino, inhame, mandioca, goiaba, maçã brasileira e uva niágara. Preços dos ovos vão baixar ainda mais.   

Os hortigranjeiros ficaram, em média, 3,2% mais baratos em abril no comparativo com março, no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas. No setor de hortaliças (legumes e verduras), alguns dos produtos que mais contribuíram para a queda de preço foram a abobrinha italiana (-21%) e a cenoura (-9,4%). Entre as frutas, alguns dos destaques foram a tangerina ponkan (-36,6%) e o abacate (-16,7%). O consumidor deve ficar atento porque a expectativa é de novas reduções de preço a partir deste mês de maio.

Conforme explica o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, o preço médio verificado em abril, apesar da queda, não pode ser considerado baixo. A redução, segundo ele, se deu mais em razão de a base de comparação ter apresentado valores bem mais altos. Ainda assim, ele pontua alguns fatores que contribuíram para o preço ter cedido, a exemplo da redução de chuvas e temperaturas mais amenas, com o consequente consumo menor de vários produtos.

No setor das hortaliças, contribuíram também para redução do preço a moranga híbrida (-16,1%); a beterraba (-9,3%) e o repolho (-4,8%). O chuchu, apesar da queda de 62,8%, permanece com preço alto.

Das hortaliças que ficaram mais caras, os destaques foram o tomate (34,6%); o quiabo (16,8%); o pimentão (10,8%); a batata (3,5%); a couve-flor (3%) e a cebola (1,8%). No entanto, vale lembrar que a melhoria das condições climáticas tende a reduzir o preço do tomate. Já a cebola deve manter preços firmes até junho, a partir de quando deve cair de preço.

Frutas

As frutas que mais influenciaram a redução de preço foram o mamão formosa (-29,5%); o mamão havaí (-23,4%); a banana-nanica (-18,8%); a manga (-9,6%) e a laranja-pera (-8,2%).

No sentido inverso, ficaram mais caros o morango (46,5%); a melancia (17,4%); o limão tahiti (10,6%); a banana-prata (5,7%) e o abacaxi (3,2%).

Ovos

Os ovos ficaram, em média, 1,3% mais caros em abril. Entretanto, passada a Quaresma, época dos preços mais altos para os ovos, já se observou a retração dos valores no entreposto. A previsão é de novas reduções ao longo do mês, favorecendo ainda mais o consumidor.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Minas Gerais tem azeite artesanal saboroso e orgânico

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Casal produz em MG único azeite biodinâmico da América Latina. Além de não usar agrotóxicos, cultivo de azeitonas segue calendário astronômico.

Em Minas Gerais se encontra um dos poucos cultivos de azeitonas orgânicas do mundo. Luiz e Edna Yamaguti, os donos da plantação, vão além: a partir dela, produzem azeite biodinâmico.

A agricultura biodinâmica, além de ser uma forma de cultivo sem agrotóxicos, é baseada em conhecimentos químicos geológicos e astronômicos. Ela trabalha a energia do lugar, como explica o casal.

A técnica começou a ser desenhada na década de 1920 pelo filósofo austríaco Rudolph Steiner. Nesse sistema, é a lua, com seus movimentos ao redor da Terra, que define os dias favoráveis e desfavoráveis para as diferentes práticas agrícolas. Tudo indicado no calendário astronômico, seguido pelos agricultores.

Há 10 anos, quando o casal comprou a primeira propriedade, em Maria da Fé, perto da cidade de São Lourenço. O solo era muito pobre e, ao lado das cachoeiras, havia basicamente pasto. Eles começaram com o plantio de palmeira real, mas não deu certo e sobraram poucas.

Como a cidade estava despontando na produção de oliveiras, eles decidiram também tentar o cultivo. Hoje são 3,5 mil pés produtivos, em um clima ideal para a cultura.

As oliveiras precisam de clima frio, muito sol, o solo bem drenado e, no mínimo, 300 horas de frio abaixo de 7 graus por ano. 

Na fazenda, elas estão a 1,5 mil metros de altitude, plantadas em um espaçamento de 7 por 7 metros, para ficarem bem arejadas.

A técnica de cultivo é uma novidade no Brasil e também para dois agricultores novatos. Edna e Luiz viviam e trabalhavam na cidade grande, em São Paulo. Ele é engenheiro mecânico e ela, farmacêutica, com pós-graduação em homeopatia.

A ligação de Edna com terapias alternativas explica a opção da biodinâmica. "Na verdade, eu não deixei de trabalhar com a saúde pública. O que eu tenho em mente é que eu estou trabalhando de uma forma mais ampla, porque a energia que é gerada nesta propriedade e na outra vai além das porteiras. É uma coisa que não fica parada em um lugar", diz.

3 tipos de azeitona

Para produzir um azeite excelente, são cultivadas na fazenda 3 variedades de oliveiras: a koroneiki, de origem grega; a grappolo, italiana; e a arbequina, da Espanha.

A arbequina rende um azeite mais suave e é a plantada em maior quantidade. A koroneiki é mais intensa, mais amarga e mais picante. A grappola é muito forte. As 3 são usadas em um "blend" para se ter um azeite em intensidade média, suave ou intensa.

As árvores da propriedade estão com 6 anos e, há 1, começaram a produzir. Algumas chegam a dar 70 quilos de frutos, mas a média é de 10 quilos por planta. Os agricultores não deixam que as plantas produzam antes disso para que a raiz se fortaleça e ela gere, no futuro, "um fruto de qualidade mais energética".

Chifres 'biodinâmicos'

São muitos os detalhes em busca da energia da agricultura biodinâmica. Dois compostos usados na plantação, por exemplo, são preparados dentro de chifres de vaca: o "chifre sílica", feito a partir de pedra triturada; e o "chifre esterco", com material orgânico fresco de animais. Os chifres são fechados com argila e enterrados por meses.

Ficam na terra do outono até a primavera, período do ano em que as forças estão na terra e são captadas pelo material, segundo os agricultores.

Depois de desenterrado, o chifre de esterco é diluído na água, mexendo bem para os 2 lados para dinamizar o composto. Depois, é aplicado sobre a muda recém-plantada em doses homeopáticas. O objetivo é facilitar o enraizamento e dar mais vigor à planta.

Já o chifre sílica é conhecido como pó de luz e é aplicado sobre as oliveiras. De acordo com a biodinâmica, ele ajuda a luz solar a trabalhar de forma equilibrada na planta.

O composto orgânico também recebe 5 preparados, colocados em pequenas quantidades dentro de uma bolinha de argila. Cada uma é enterrada em um ponto do monte de composto. O principal objetivo é vivificar o solo, trazer vida.

Segundo José Augusto, funciona. "A terra mudou muito. Não tinha minhoca, agora tem. Você sente a terra mais fofa, mais rica, olha aí os bichinhos."

Para ajudar ainda mais o solo, Luiz lança mão do consórcio com outras plantas, como o feijão. A lavanda também não está na propriedade só pela beleza. Ela atrai insetos benéficos e espanta outros indesejáveis para o cultivo das oliveiras.

Todo esse cuidado está segurando a produção em um ano difícil, com produtividade bem abaixo do esperado. A propriedade tem condições de produzir 30 toneladas, mas o número não deve passar das 10.

Os agricultores dizem que em toda a região da Serra da Mantiqueira a queda foi brutal, talvez pela falta de frio. Ainda assim, vale a pena aproveitar os momentos sem chuva e colher o que está no campo.

Produção do azeite

A azeitona recém-colhida deve ser processada no mesmo dia. E isso tem que ser feito em um local onde só entram produtos orgânicos. Caso contrário, o azeite vai perder a certificação de orgânico e biodinâmico e passar a ser considerado um azeite qualquer.

Foi por isso que Luiz investiu na compra de um lagar, nome do local onde o azeite é extraído.

Nem era a intenção adquirir mais olivais, mas o caminho estava tão certo que, junto com a indústria montada, veio o pomar produtivo com 4,6 mil oliveiras, na cidade de Delfim Moreira. A produção de lá e da propriedade da vizinha Maria da Fé, onde tudo começou, vai toda para a indústria.

    É a única fábrica que processa azeitona orgânica e biodinâmica da América Latina, segundo Luiz. A estrutura tem capacidade para processar 300 quilos de azeitona por hora, mas hoje ainda usa apenas 10% da capacidade. 

Os resíduos do processo de produção são armazenados. Os sólidos entram na produção de composto e os líquidos viram biofertilizante.

Depois de extraído, o azeite fica decantando por 30 a 40 dias, é filtrado, analisado e classificado.

A variedade de azeitona arbequina tem rendimento de 16%. Mas, trabalhando na temperatura mais baixa e tempo de batimento mínimo, os produtores conseguiram um rendimento de 9%. Segundo eles, assim, a qualidade fica melhor.

O azeite biodinâmico é vendido para pequenos empórios, lojas de orgânicos e mercados que atendem a classe mais elitizada. Outro ponto de venda é a loja que fica na entrada da propriedade, onde produto divide espaço com geleias dos mais diferentes sabores, todas feitas com frutas vindas das duas fazendas.

Este é o segundo ano da produção de azeite biodinâmico. A primeira safra foi produzida em fevereiro do ano passado. Em 2018, o Brasil produziu 1,2 mil litros de azeite, o dobro do ano anterior, mas o país ainda importa 98% do que consome.

Fonte Globo Rural

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

CeasaMinas: Preço de hortigranjeiros fica 0,5% maior em janeiro

              

Preços dos ovos começam a subir nos estados do sudeste brasileiro.  No supermercado Extra da Ilha do Governador, no Rio, a cartela inteira que antes era cobrada por até R$ 7 em muitos supermercados de outras redes,  já estava custando R$ 12,98 na sexta-feira (9/2). 
   
O preço médio do grupo de hortigranjeiros apresentou alta de 0,5% em janeiro em relação a dezembro no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas. Já a oferta apresentou queda de 4,8%, em razão principalmente de problemas climáticos e entressafras de várias mercadorias. Alguns produtos importantes contribuíram para evitar um aumento maior do preço médio, a exemplo da abobrinha italiana, pepino, limão tahiti e banana-nanica.

Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, a redução na oferta em janeiro normalmente é esperada quando comparada ao mês de dezembro. Isso porque dezembro tradicionalmente é marcado pelo aumento da movimentação de mercadorias para atender as demandas de fim de ano. “Em janeiro, esse movimento deixa de ocorrer, além dos reflexos de climas adversos e de entressafras”, explica.

No setor de hortaliças (legumes e verduras), a alta no preço médio foi de 1,6%. Os produtos que mais contribuíram para o aumento foram a cenoura (41,9%); moranga híbrida (26,3%); couve-flor (25,2%); beterraba (22,5%); cebola (9,9%) e batata (1,6%).

Entre os alimentos do setor que ficaram mais baratos estão o tomate (-27,3%); milho verde (-27,1%); pepino (-25,5%); abobrinha italiana (-21,4%); quiabo (-12,6%) e berinjela (-10,4%). O que ajuda a explicar as quedas de preços foi o fato de vários desses produtos terem sido cultivados em regiões menos afetadas por problemas climáticos.

Frutas

Já o setor de frutas apresentou alta de 1,9% no preço médio, influenciada principalmente por abacaxi (37,6%); banana-prata (36%); manga (35,3%); mamão havaí (17,6%); melancia (11,7%) e laranja-pera (5,7%). Algumas dessas frutas foram muito valorizadas no mercado também pelo grande aumento da demanda em razão do calor, o que pressionou ainda mais as cotações do entreposto.

Entre as frutas que apresentaram redução de preços, estão a uva niágara (-19%); limão tahiti (-13,8%); goiaba (-9,7%); abacate (-7,7%); banana-nanica (-7,7%) e mamão formosa (-3,9%).

Ovos

Os ovos ficaram 13,8% mais baratos em janeiro, em razão principalmente do aumento de 13,3% na quantidade ofertada no entreposto. No entanto, os últimos levantamentos da CeasaMinas revelam que os ovos vêm apresentando altas de preço desde o início de fevereiro. A valorização do produto deve se manter até o fim da Quaresma, de acordo com o calendário de comercialização da CeasaMinas.

Vale lembrar ainda que o tomate, apesar de ter ficado mais barato no balanço mensal, vem apresentando altas de preços desde o fim de janeiro. O forte calor acelerou o amadurecimento de muitos tomates, obrigando produtores a anteciparem a colheita para a primeira quinzena de janeiro. Como resultado, nas semanas seguintes houve redução da oferta no entreposto, levando ao aumento do preço.

Pesquisa

Ricardo Martins lembra a importância de o consumidor pesquisar bem na hora de ir à compras. “O período atual é o menos favorável do ano à produção de frutas e hortaliças em geral, em razão do clima e/ou de entressafras. Isso acaba afetando tanto o preço quanto a qualidade desses produtos. Por isso, o consumidor deve ficar atento”, ressalta.

sábado, 12 de janeiro de 2019

CeasaMinas: Limão é dica para o verão, com queda de 43% no preço

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Os ingredientes podem variar, bem como a forma de preparo, mas o certo é que, para aliviar o calor, a limonada é uma aposta certa de para muita gente. A bebida vem também em boa hora por conta do período de plena safra do limão, cujo preço médio na CeasaMinas está 43% menor quando comparado a novembro passado. Além disso, para se ter uma ideia do momento favorável ao consumidor, no último dezembro, a fruta apresentou o preço médio mais baixo para o mês desde 2015.

O valor médio do quilo em dezembro passado no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas foi de R$ 1,44, frente a R$ 2,52 em novembro. Já os preços médios praticados em dezembro dos anos anteriores foram R$ 2,41/kg (2017); R$ 1,62/kg (2016); e R$ 1,58/kg (2015). Nos primeiros dias de janeiro deste ano a situação média do limão se manteve estável em R$ 1,43/kg.

De acordo com o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, a queda de preços já era esperada em razão do aumento da oferta, própria do período de safra que deve se manter até abril ou maio.

?O preço é praticamente a conta para apenas cobrir os custos de produção, transporte e comercialização, que inclui gastos com água, energia, frete, embalagem, enceramento, entre outros?, ressalta o produtor rural Ayrisson Rodrigues Gomes, do município de Jaíba, no Norte de Minas Gerais.

Segundo ele, que comercializa no Mercado Livre do Produtor (MLP) da CeasaMinas em Contagem, por enquanto nem o calor tem sido suficiente para pressionar os preços da fruta. "Achei que iria conseguir pelo menos R$ 30/sc, mas aqui está na faixa de R$ 20 a R$ 25, o saco de 20 quilos".

Gomes afirma ainda que o preço médio anda tão baixo que, para o produtor, chega a compensar a venda direta na roça nesta época. "Meu pai, por exemplo, vendeu nesse dia 8 o saco por R$ 14 na roça. É bem próximo ao preço do MLP, só que sem os custos para trazer a mercadoria até aqui. Ainda assim, a gente faz questão de vir a Ceasa pra segurar aquele cliente fiel", explica.

São Paulo predomina

Em 2018, do total de limões ofertados no entreposto de Contagem da CeasaMinas, 75,2% foram provenientes de municípios paulistas. Minas Gerais ocupou o segundo lugar entre os estados ofertantes, com participação de 24,2%, com destaque para os municípios de Jaíba (11,7%) e Matias Cardoso (9,6%), ambos no Norte de Minas.

Na empresa Verde Limão, uma das atacadistas na CeasaMinas, 95% do volume comercializado da fruta é proveniente de São Paulo, conforme explica o proprietário Marcos Paulo do Nascimento Bispo. Segundo ele, os limões paulistas são de padrão superior aos mineiros encontrados no entreposto. Essa diferença de qualidade acaba se refletindo no preço: enquanto o limão mineiro é vendido na loja entre R$ 20 e R$ 25/sc, o de São Paulo está entre R$ 30 e R$ 35/sc. Para se ter uma ideia, em 2018, o limão paulista chegou a R$ 130/sc, no pico da entressafra.

"O limão de melhor qualidade produzido em Minas Gerais acaba sendo exportado. O de qualidade intermediária vai mais para outros estados como Goiás e Espírito Santo. Já o que vem para Belo Horizonte é de classificação inferior e preços mais baixos", diz.

A dica do comerciante na hora de escolher bem o limão é observar se a casca está lisa e fina, sinal de que possui mais suco. O limão de casca grossa é preferido para exportação por ser mais resistente ao deslocamento.


terça-feira, 4 de dezembro de 2018

CeasaMinas: Jaca mantém queda de preço, com redução de 15,7%

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Utilizada em sucos, doces e até como substituta da carne de frango, a jaca tem mantido trajetória de queda de preços, iniciada a partir de julho deste ano, no atacado da CeasaMinas. Trata-se de uma boa oportunidade para compradores, já que o valor médio do quilo apresentou em novembro redução de 15,7% em relação ao pico de preço, verificado em julho. A expectativa é que o período de safra se estenda até o próximo mês de abril. Minas Gerais é responsável por 99% de toda a oferta de jacas no entreposto de Contagem.

A situação é favorável ao consumidor, ainda que o preço médio do quilo em outubro deste ano (R$ 4,12) tenha ficado 6,7% maior, se comparado a igual mês de 2017. “Não pode ser considerado um aumento alarmante, ainda mais se tratando de um produto como a jaca”, destaca o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins.

O produtor rural Natanael Paulino, do município de Mantena (MG), tem apostado no cultivo da fruta há cerca de oito anos. “Desde então, tenho aumentado 500 pés a cada ano. A produção de cada pé varia muito. Tem uns que rendem dez frutos e outros, 200”, explica. Ele procura manter o preço entre R$ 8 e R$ 10 por unidade no atacado.

Apesar do otimismo na hora de investir, Paulino reclama da retração na demanda. “Já cheguei a comercializar antigamente 2 mil jacas por semana. Hoje em dia, a venda não passa de 500 frutos”, lamenta.

Opção vegetariana

Um segmento de consumidores que parece ter dado fôlego ao mercado da jaca é o de vegetarianos. Afinal, a jaca tem sido uma alternativa para substituir a carne de frango desfiada em muitas receitas. A produtora rural Rayane Rosa Olímpio, também do município de Mantena, confirma a grande procura de restaurantes vegetarianos pelo produto que ela e o irmão trazem ao Mercado Livre do Produtor (MLP) do entreposto de Contagem da CeasaMinas.

Ela explica que a procura para o preparo de pratos vegetarianos é mais concentrada nos períodos de entressafra, entre maio e setembro, quando é mais fácil comprar a jaca ainda verde, ideal para fazer “a carne”. “Nesse caso, é comum alguns restaurantes comprarem e congelarem o fruto para usá-lo durante mais tempo”, afirma.

Rayane e a família iniciaram a produção da fruta há cerca de dez anos, mas ela conta que seu pai, o produtor José Olímpio, começou na CeasaMinas há cerca de 30 anos vendendo coco, mercadoria que continua como destaque na área deles no MLP.

Ela ressalta que, embora o cultivo da jaca não exija investimentos em irrigação ou adubação, são necessários cuidados ao apanhar os frutos dos pés. Se houver uma queda, por exemplo, parte do produto pode escurecer e comprometer todo o amadurecimento.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

CeasaMinas: Coco-verde atinge menor preço em três anos

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Enquanto que na orla marítima do Rio uma água de coco geladinha custa o absurdo de até mais de R$ 5, na central de abastecimento mineira um coco está custando R$ 1,22.

No idioma sânscrito, presente na Índia, o coqueiro significa a " árvore que supre todas as necessidades da vida". Não por acaso, diz-se que de seu fruto tudo se aproveita. E para os amantes de coco-verde, o momento atual tem sido bem favorável. 

No atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas, o preço médio do fruto apresentou em outubro o valor mais baixo para o mês desde 2015, ficando em R$ 1,22/unidade. O aumento da oferta é umas das principais causas da queda de preço.

Para se ter uma ideia da boa oferta, apenas nos primeiros dez meses deste ano, o volume de coco-verde no entreposto já superou em 12,5% toda a quantidade de 2017. Foram ofertados, de janeiro a outubro de 2018, cerca de 22 milhões de quilos, frente a 19,9 milhões em todo o 2017, segundo a Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas (Secim).

Enquanto a situação representa uma oportunidade para os compradores, os produtores lidam com o desafio de manter a rentabilidade. "O preço mínimo para cobrir meus custos com irrigação, adubo, defensivos e mão de obra seria de R$ 1,30, mas hoje estou vendendo a unidade por R$ 1", afirma o produtor rural Natanael Paulino, do município de Mantena (MG), no Vale do Rio Doce.

Além da grande oferta, ele acredita que outros fatores contribuíram para os preços baixos, tais como a crise econômica e as instabilidades na temperatura que prejudicam a demanda. ?Um dia chove e no outro esquenta ou fica nublado: ainda tá muito instável?.

Quando a procura pelo produto não acompanha o aumento da oferta, a solução em alguns casos é doar a mercadoria que sobra. Paulino diz que acabou doando 500 dúzias do produto em outubro passado. "O coco-verde de uma semana para outra já fica feio, e perde valor", justifica.

Ainda assim, ele acredita que o fruto seja um dos melhores investimentos, prevendo alta do preço a partir de janeiro, quando, segundo ele, Rio de Janeiro e São Paulo compram a maior parte do coco. O otimismo é tanto que ele pretende ampliar a produção, agora no Espírito Santo. "Tenho 17 mil pés de coco plantados em Minas Gerais, e pretendo plantar mais em um projeto para daqui a cinco anos".

Coco-verde x seco

Outro fator que pode ter contribuído para a redução do preço do produto está ligado à queda na demanda pelo coco seco, o qual nada mais é do que o verde sem casca, que amadureceu. A explicação é do produtor rural Rodney Rosa Olímpio, também de Mantena. De acordo com ele, a crise econômica levou ao fechamento de muitas fábricas de doces que compravam coco seco. Dessa forma, vários produtores priorizaram a colheita do coco ainda verde, por acharem o mercado melhor. Em consequência, houve um aumento da disponibilidade de coco-verde no mercado, derrubando o preço.

"Hoje já observamos uma retomada da demanda das fábricas pelo coco seco, o que pode vir a contribuir para reduzir a oferta do verde no mercado e regularizar a situação", ressalta.

Olímpio lembra que o clima é determinante para planejar as vendas. "Lá na roça ficamos de olho nos serviços de metereologia. Quando a previsão é de temperaturas acima de 28 graus, sabemos que podemos trazer mais mercadorias ao entreposto, porque a procura tende a ser bem maior".

Ele e a irmã dão continuidade ao trabalho iniciado pelo pai na CeasaMinas. "Hoje tenho clientes da época do meu pai, que foi um dos primeiros a vender coco-verde aqui no MLP. Ele trabalhou por 32 anos aqui", ressalta.

Na hora de comprar, o produtor dá a dica: prefira os cocos mais arredondados e menores. Além disso, aqueles com a casca muito verdes não são tão doces.

Coco verde importado

Do total ofertado de coco-verde na CeasaMinas, 41,1% foram provenientes da Bahia, seguida pelo Espírito Santo, responsável por 33,4% do volume total, entre janeiro e outubro de 2018. Os municípios mineiros ofertaram 12% da oferta total.

"Do nosso coco-verde, de 70% a 80% vêm da Bahia", afirma o gerente da Central do Coco, empresa atacadista instalada no entreposto de Contagem. Ele acrescenta outra causa para a queda dos valores do produto: a suspensão das atividades de uma grande fábrica que envasava água de coco no Espírito Santo. O resultado foi o aumento da disponibilidade da mercadoria in natura.

Os principais compradores da empresa são os sacolões, supermercados e os vendedores autônomos nas ruas. Para estes últimos, a Central do Coco oferece o serviço de entrega da mercadoria.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ligado à Universidade de São Paulo (USP), os estados da Bahia, Ceará, Sergipe, Pará, Pernambuco e Espírito Santo são responsáveis por 81% da produção nacional de coco-verde.


quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Ceasa Minas - Ovos atingem menor preço desde 2016


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Ele é considerado um dos alimentos nutricionalmente mais completos para a saúde humana. Utilizado em incontáveis receitas, e das mais diferentes formas, o ovo tem apresentado os preços mais baixos dos últimos dois anos para os meses de setembro e outubro na CeasaMinas. No atacado do entreposto de Contagem, a dúzia foi comercializada em setembro, em média, a R$ 2,47 e, em outubro, a R$ 2,18/dz (1 a 22/10). Em relação ao pico de preço do ano, registrado em março com R$ 3,40/dz, os ovos já apresentaram queda de 35,9%. As altas da produção e da concorrência estão entre as principais causas da redução de preço.

O aumento da produção nas granjas refletiu-se nos dados de oferta dentro do entreposto. De acordo com o Departamento Técnico da CeasaMinas, em setembro deste ano o aumento da oferta na central de abastecimento foi de 27,6%, em relação a igual mês de 2017.

Segundo o comerciante Rogério Rodrigues, da distribuidora Ki-Gema, instalada na CeasaMinas, nos últimos dois anos, os preços maiores acabaram estimulando muita gente a produzir. “Quem não era avicultor, entrou no ramo, e quem já era aumentou a produção”, destaca.

Ele também atribui o aumento da oferta ao fato de muitos avicultores passarem a produzir em estados como Mato Grosso e Goiás, polos de cultivo de milho e soja, que constituem a base das rações para as aves. “Essa proximidade com as áreas produtoras de insumos visa diminuir custos”.

Rodrigues comemora o aumento do consumo de ovos nos últimos anos. “Antigamente o ovo era o vilão da saúde, mas hoje é recomendado. Graças a isso, hoje em dia vendo 35% de ovos a mais do que há oito anos”.

Ainda assim, segundo o comerciante, a demanda não tem sido suficiente para compensar o aumento da oferta. “A caixa contendo 30 dúzias está saindo de R$ 55 a R$ 60. Pra se ter uma ideia, o valor mínimo para cobrir o custo do produtor e ainda remunerar quem distribui seria de pelo menos R$ 85/cx”, ressalta.

Concorrência

De acordo com Vito Cardoso Morais, responsável pela atacadista de ovos Itapevi, o mercado tem presenciado um grande aumento dos atacarejos e vendedores que rodam em kombis, favorecendo o achatamento dos preços. “Tenho alguns clientes antigos de sacolão que antes levavam aqui dez caixas e hoje compram só sete. Eles sabem que se comprarem mais, não vendem na banca”, diz.

Ele explica que o descarte de aves poderia ser uma alternativa para regularizar os preços, já que reduziria a oferta de ovos no mercado. Entretanto, segundo ele, em Minas Gerais há apenas um abatedouro autorizado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). “Isso gera fila de espera, o que acaba atrasando o descarte e a consequente regularização dos preços”.

Morais acredita que se a situação atual é benéfica para o consumidor, o preço pode vir a se elevar muito. “Hoje o produtor na granja está recebendo em torno de R$ 1,80/dz. O mínimo para cobrir os custos deveria ser de R$ 2,80/dz”.

Organização

Já o superintendente do Aviário Santo Antônio (ASA), Wladimir Paixão, aponta a falta de organização de muitos produtores como uma das causas para os baixos preços. Ele acredita que os avicultores deveriam buscar se associar para não ficarem reféns dos distribuidores. “Enquanto os produtores estiverem focados em vender para o distribuidor, estarão fadados ao fracasso. Eles têm que mudar a forma de trabalhar”.

A empresa comercializa a própria produção, priorizando a venda direta da granja até os municípios da Região Metropolitana. Tanto é que o percentual de vendas da ASA no entreposto de Contagem é inferior a 30% do total comercializado, de acordo com Paixão.

“Meu preço é 28% acima do mercado nacional, porque nós investimos em diferenciais”, afirma. Além dos produtos in natura, a ASA oferta, por exemplo, albumina em pó e clara líquida, ambas voltadas especialmente para praticantes de atividades físicas. Há também os omeletes em pó, vendidos em sachês.

Raio X do mercado

Levantamento da Associação de Avicultores de Minas Gerais (Avimig) revela um aumento de 77,8% na produção de ovos em um período de dez anos (2007-2017). A produção saltou de 7,72 milhões de caixas (30 dúzias cada) para 13,74 milhões.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção nacional de ovos passou de 28,85 bilhões para 39,18 bilhões de unidades, entre 2010 e 2016. Quase a totalidade (99,57%) é destinada ao mercado interno.

Também chama a atenção o aumento do consumo interno. Em 2010, o consumo anual por pessoa era de 148 ovos, passando a 190 unidades em 2016, conforme a ABPA.

No entreposto de Contagem da CeasaMinas, em 2017 quatro estados foram responsáveis por ofertar 93,4% dos ovos: São Paulo (28,2%); Mato Grosso (24%); Minas Gerais (21,3%) e Paraná (19,9%).

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Preço da banana-prata tem queda de até 50% em 2018

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Se a expressão popular "a preço de banana" diz respeito a algo muito barato, na CeasaMinas o valor atual da fruta tem feito jus ao termo. O quilo da banana-prata atingiu, em setembro passado, R$ 1,18, o menor valor para o mês desde 2015 (R$ 1,06), no atacado do entreposto de Contagem. Trata-se também do segundo menor preço mensal de 2018 até o momento, ficando um pouco acima de R$ 1,15/kg praticado em agosto. Enquanto produtores rurais tentam lidar com os baixos preços de modo a evitar prejuízos, consumidores devem aproveitar o momento para economizar.

Em relação a janeiro de 2018, quando o preço médio da fruta foi o mais alto do ano, a queda em setembro foi de quase 50%.

O produtor rural Valdeir Germano Pereira, do município de Pirapora, no Norte de Minas Gerais, estava vendendo, no dia 08/10, a caixa de 20 quilos da banana-prata do tipo extra, a de melhor qualidade, a R$ 25, no atacado da CeasaMinas. Ele diz que, no mesmo período de 2017, a caixa era comercializada a R$ 40. "O mínimo para cobrir os custos seria de R$ 30/cx. Mesmo com o preço lá embaixo, meu comprador não passa a levar mais mercadorias", lamenta.

Pereira pontua que a redução de preço da banana-prata é consequência principalmente de dois fatores: a crise econômica que prejudicou a procura e a grande oferta da fruta no mercado. "Desde 2016, a banana-prata vinha dando preços mais altos e isso incentivou muita gente a investir na bananicultura. Como o ciclo entre o plantio e a colheita é em torno de dez meses, os efeitos começaram a aparecer bem depois", explica.

Segundo dados do Departamento Técnico da CeasaMinas, em março de 2016 a fruta chegou a ser comercializada a R$ 2,90/kg no atacado, maior valor para aquele ano. A fase de preços mais altos permaneceu até maio de 2017, quando atingiu R$ 1,93/kg. Em seguida, apresentou preços menores, com exceção de janeiro (R$ 2,34/kg) e fevereiro (R$ 2,12/kg) de 2018. Já nos meses de julho, agosto e setembro deste ano, a derrubada de preços da fruta se acentou.

O produtor rural Nilson Martins Alves, do município de Jaíba, também no Norte de Minas, afirma que problemas climáticos em outros estados fornecedores, como Santa Catarina e São Paulo, contribuíram para agravar a escassez da mercadoria, o que pressionou ainda mais os preços no primeiro semestre de 2017. "Naquela época, quem não era produtor de banana passou a cultivá-la e quem já era dobrou a produção. Nós mesmos aumentamos a produção em 30%. Foi uma atitude de risco. O resultado está aparecendo nesse ano", afirma.

A redução de preços chegou a tal ponto que, segundo ele, muitos colegas bananicultores estão abandonando os cultivos. "Na nossa região eles estão derrubando as plantações porque não conseguem sequer pagar a energia usada na irrigação. Mão de obra e os insumo todos aumentaram ao longo do ano, mas o preço da banana não acompanha. A alta do dólar também tem impactado muito na compra dos fertilizantes".

Mercados vizinhos

Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, uma alternativa a que muitos produtores mineiros recorrem para evitar prejuízos é a venda para outros estados. Para se ter uma ideia, 60% das bananas-pratas ofertadas na Ceasa de São Paulo (Ceagesp), na capital paulista, foram provenientes de Minas Gerais em 2017. No mesmo ano, na Ceasa do Rio de Janeiro, na capital fluminense, 68,8% das bananas-pratas ofertadas vieram de municípios mineiros. O volume da fruta mineira que abasteceu somente os dois entrepostos chegou a cerca de 140 mil toneladas, o equivalente a quase 12 mil caminhões no ano passado.

A expectativa é que os preços continuem baixos até novembro, com tendência de alta a partir de dezembro.

CeasaMinas - Preço de hortigranjeiros se recupera em setembro


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O grupo dos hortigranjeiros, que inclui hortaliças, frutas e ovos, apresentou alta de 6% no preço médio entre setembro e agosto, no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas. O aumento, entretanto, pode ser visto como uma recuperação de preços, uma vez que vários produtos encontravam-se com valores muito baixos nos últimos meses.

Também contribuiu para a oscilação, o início da entressafra de determinados alimentos, o que reduziu a oferta deles no mercado. Mesmo com o aumento no preço médio do grupo, o consumidor ainda pode encontrar várias opções para fazer economia na hora de comprar hortigranjeiros.

No setor das hortaliças (legumes e verduras), a alta no preço médio foi de 2,9%, influenciada principalmente pelas variações do chuchu (50,7%); pepino (48,1%); berinjela (34,7%); repolho (25,9%); inhame (20,6%) e batata (11%).

Entre os fatores que contribuíram para alguns desses aumentos estão as temperaturas mais baixas em regiões produtoras, o que diminuiu a oferta e pressionou os preços.
Alguns desses produtos, apesar das altas, continuam boas opções de economia, a exemplo do repolho, batata, mandioca e cenoura.

Das hortaliças que apresentaram quedas de preços, destacaram-se o quiabo (-20,9%); cebola (-18,7%); alface (-11,6%); milho verde (-6,9%); beterraba (-1%) e tomate (-0,9%), estando todos em situação favorável ao comprador.

Frutas

No setor das frutas, o aumento do preço médio foi de 9,2%. Uma das causas é a alta da demanda, muito comum no mercado de frutas com a chegada do calor. Foram destaques das altas, o limão tahiti (74,1%); mamão formosa (31,9%); tangerina ponkan (28,1%); banana nanica (23,7%); melancia (23,7%); goiaba (16,3%) e laranja pera (5,2%).

Entre as frutas com reduções de preços, estão o morango (-9,1%); manga (-2,6%) e o abacate (-0,9%), todos com situação favorável ao consumidor. Merecem ser destacadas também algumas mercadorias que, mesmo não apresentando quedas de preços, constituem boas dicas de economia. É o caso do abacaxi, que fechou setembro a R$ 2,27/unidade no atacado; banana prata (R$ 1,18/kg); mamão havaí (R$ 1,90/kg); melão amarelo (R$ 1,61/kg); e uva niágara (R$ 5,35/kg).

Ovos
Já o setor de ovos manteve os preços baixos, em consequência principalmente da grande oferta no entreposto de Contagem.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Cebola atinge menor preço do ano no atacado

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Um dos itens mais básicos na mesa dos consumidores, a cebola volta a ser destaque entre os hortigranjeiros mais baratos na CeasaMinas. Nesse mês de agosto, a cebola amarela apresentou o menor preço médio de 2018 até o momento, ficando em R$ 1,07/kg, no atacado do entreposto de Contagem. O valor é 18% menor que agosto de 2017, e 17% inferior ao último mês de julho. O produto ocupa o terceiro lugar entre as hortaliças mais importantes comercializadas na CeasaMinas, atrás de batata e tomate.

Para se ter uma ideia da redução de preço, o valor praticado em agosto deste ano é o segundo mais baixo desde 2014, superando apenas o verificado em 2016 (R$ 1,00/kg).

De acordo o gerente da empresa atacadista São Judas Tadeu, Ricardo Moreira, a queda se deu principalmente por dois fatores: a menor procura, por causa da crise econômica, e o excesso de oferta.

Ao contrário do que muitos podem imaginar, segundo Moreira, a forte desvalorização do preço da cebola não tem sido acompanhada por um aumento da procura. "Estimamos uma redução de 50% na demanda pela mercadoria", ressalta o lojista, que atua no entreposto de Contagem. Já o aumento da oferta, de acordo com ele, está ligado ao fato de muitos produtores se verem estimulados a ampliarem suas áreas plantadas, em razão dos preços mais altos da safra anterior.

No último mês de maio, por exemplo, a cebola chegou a ser comercializada a R$ 3,07/kg, no atacado. O preço maior foi resultado principalmente da menor oferta geral, mas também da grande participação da cebola importada, que chegou a ser responsável por 28% da oferta naquele mês.

"Aqui temos cebola pela qual pagamos R$ 15 (saco de 20 kg) ao fornecedor. Na hora de revendermos, se o comprador pechinchar ele pode conseguir até por R$ 13 no mercado. Ou seja, não cobre nem o custo da loja", lamenta.

Maior participação mineira

Outro dado que chama atenção é o aumento da participação dos municípios mineiros na oferta de cebola. Em agosto de 2017, Minas Gerais era responsável por 50% do volume, e, no mês passado, passou a responder por 58%. Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, o crescimento pode ter sido motivado pelos bons preços pagos ao produtor no início deste ano.

O atacadista Francisco Carlos de Jesus Junior, da empresa Faju, também instalada na CeasaMinas, não consegue prever quando o preço começará a reagir. "Em novembro, teremos também a entrada de mercadorias vindas da Santa Catarina, que vão se somar à grande oferta atual", afirma. O comerciante reclama da falta de uma produção programada, de modo a permitir o controle do que será cultivado, evitando, assim, grandes picos de ofertas e preços.

Cebola estocada

Uma das estratégias utilizados pelo produtor rural Marcos Vinícius a fim de minimizar os efeitos da queda de preço tem sido a estocagem do produto na lavoura. "Se trouxermos toda a nossa cebola para o entreposto, sabemos da dificuldade que será para vender", justifica o representante dele no Mercado Livre do Produtor da CeasaMinas em Contagem, vendedor Lucas Geraldo Mendonça.

Segundo Mendonça, a propriedade rural localizada em São Gotardo (MG), na região do Alto Paranaíba, está com mais da metade da produção estocada, principalmente da cebola extra (com pele). "A extra é mais valorizada e possui maior durabilidade. Já cebola "branca" (sem pele), não temos como estocar, é mais perecível, só dura em torno de 1 mês", explica.

Ao consumidor, resta aproveitar o período para economizar, pois, de acordo com o calendário de comercialização da CeasaMinas, a previsão é que a cebola apresente preços menores pelo menos até o fim do ano.