Utilizada em sucos, doces e até como substituta da carne de frango, a jaca tem mantido trajetória de queda de preços, iniciada a partir de julho deste ano, no atacado da CeasaMinas. Trata-se de uma boa oportunidade para compradores, já que o valor médio do quilo apresentou em novembro redução de 15,7% em relação ao pico de preço, verificado em julho. A expectativa é que o período de safra se estenda até o próximo mês de abril. Minas Gerais é responsável por 99% de toda a oferta de jacas no entreposto de Contagem.
A situação é favorável ao consumidor, ainda que o preço médio do quilo em outubro deste ano (R$ 4,12) tenha ficado 6,7% maior, se comparado a igual mês de 2017. “Não pode ser considerado um aumento alarmante, ainda mais se tratando de um produto como a jaca”, destaca o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins.
O produtor rural Natanael Paulino, do município de Mantena (MG), tem apostado no cultivo da fruta há cerca de oito anos. “Desde então, tenho aumentado 500 pés a cada ano. A produção de cada pé varia muito. Tem uns que rendem dez frutos e outros, 200”, explica. Ele procura manter o preço entre R$ 8 e R$ 10 por unidade no atacado.
Apesar do otimismo na hora de investir, Paulino reclama da retração na demanda. “Já cheguei a comercializar antigamente 2 mil jacas por semana. Hoje em dia, a venda não passa de 500 frutos”, lamenta.
Opção vegetariana
Um segmento de consumidores que parece ter dado fôlego ao mercado da jaca é o de vegetarianos. Afinal, a jaca tem sido uma alternativa para substituir a carne de frango desfiada em muitas receitas. A produtora rural Rayane Rosa Olímpio, também do município de Mantena, confirma a grande procura de restaurantes vegetarianos pelo produto que ela e o irmão trazem ao Mercado Livre do Produtor (MLP) do entreposto de Contagem da CeasaMinas.
Ela explica que a procura para o preparo de pratos vegetarianos é mais concentrada nos períodos de entressafra, entre maio e setembro, quando é mais fácil comprar a jaca ainda verde, ideal para fazer “a carne”. “Nesse caso, é comum alguns restaurantes comprarem e congelarem o fruto para usá-lo durante mais tempo”, afirma.
Rayane e a família iniciaram a produção da fruta há cerca de dez anos, mas ela conta que seu pai, o produtor José Olímpio, começou na CeasaMinas há cerca de 30 anos vendendo coco, mercadoria que continua como destaque na área deles no MLP.
Ela ressalta que, embora o cultivo da jaca não exija investimentos em irrigação ou adubação, são necessários cuidados ao apanhar os frutos dos pés. Se houver uma queda, por exemplo, parte do produto pode escurecer e comprometer todo o amadurecimento.
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