Polo de citrus incentivado pelo projeto Frutificar em São José de Ubá atrai produtores.
São José de Ubá, no Noroeste fluminense, maior produtor estadual de tomate, assiste a consolidação do polo de produção de citros no município, com aumento de renda para agricultores, introdução de novas tecnologias de produção e preservação do ambiente e da saúde de produtores e suas famílias.
Iniciado há cerca de seis anos, resultado de parceria da secretaria estadual de Agricultura, através do Programa Frutificar, Firjan, Prefeitura e Ministério da Integração Nacional, a instalação do polo tinha o objetivo de incentivar o cultivo de laranjas no período de entressafra do tomate, diversificando as lavouras e garantindo renda o ano todo.
- Os resultados em São José de Ubá superaram as expectativas. Atualmente 13 propriedades conduzem muito bem a produção, em área total de 45 hectares, colhendo em média 1.450 caixas da fruta por hectare. Outros cinco novos produtores já estão iniciando o plantio – contou o técnico do Frutificar, Denilson Caetano.
Além da linha de crédito, que permitiu a implantação das lavouras, o Frutificar também foi responsável pela introdução de tecnologias que contribuíram para mudanças no sistema de produção adotado no município.
- A irrigação por microaspersão, até então desconhecida dos produtores locais, acabou sendo adaptada para as lavouras de tomate, feita anteriormente de forma manual com mangueiras. A irrigação por gotejamento é mais sustentável evitando o desperdício de água e a degradação do solo – acrescentou o técnico.
Um dos produtores que tem se destacado na produção de laranjas, Antônio Cléber de Oliveira, da microbacia Córrego do Colosso, ressaltou que o apoio recebido através do Programa Rio Rural, foi fundamental para a aquisição de caixas agrícolas, utilizadas para transportar os alimentos.
- Os custos de produção caíram quando ganhamos as caixas, que antes eram alugadas. O resultado foi o aumento do meu lucro na hora de vender a fruta - revelou.
O produtor Antônio Cléber cultivou tomate e pimentão por mais de trinta anos e, hoje, vive apenas da citricultura, fornecendo frutas para o banco de alimentos e mercados de cidades vizinhas. Em 2016, colheu 4.200 caixas de laranja, em 2,5 hectares, obtendo uma receita bruta de R$ 94 mil, equivalente a uma receita média de R$ 4.200,00 por mês.
Carlos Roberto Marinho, agricultor da microbacia Santa Maria, que já está na quarta colheita de laranja das variedades Folha Murcha, Natal e Valência, de sabor mais adocicado, tradicionalmente consumidas in natura, lembrou que poucos acreditavam que a citricultura daria certo em Ubá.
- Me sinto satisfeito por ter acreditado e, no próximo ano, espero triplicar a área plantada. Aceitação das frutas foi tão grande que os comerciantes da região vem até a propriedade escolher a encomenda, trazendo economia de transporte e tempo para o produtor - explicou.
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