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quarta-feira, 26 de junho de 2019

Sacolas plásticas serão proibidas a partir desta quarta-feira (26)

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Como opção, os clientes podem levar as ecobags (sacolas reutilizáveis) ou pagar até oito centavos por sacolas feitas de materiais renováveis

Quem for aos supermercados do Rio de Janeiro, a partir desta quarta-feira (26/6), vai encontrar novidades nos caixas. É que entra em vigor uma lei estadual que vai proibir os estabelecimentos de oferecer sacolas de plástico a seus clientes gratuitamente.

No entanto, graças a um texto complementar, aprovado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) no dia 19 de junho, pelos próximos seis meses, os supermercados poderão ofertar até duas sacolas por consumidor.

Como opção, os clientes podem levar sacolas reutilizáveis de casa ou pagar até oito centavos por bolsas plásticas, que deverão ser feitas de material renovável, em duas cores: verde e cinza.

O deputado estadual Carlos Minc, autor da lei, diz que, apesar de agredir menos o ambiente, as bolsas serão resistentes e terão condições de ser reutilizadas até 50 vezes.

Proporção

A lei complementar aprovada na Alerj sobre o tema também estipula metas, como a que obriga os estabelecimentos a reduzir progressivamente o número de sacolas descartáveis na proporção de 40% no primeiro ano de vigência da norma e de 10% nos anos seguintes, até o quarto ano.

A fiscalização será responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Procon-RJ. A norma não valerá para os estabelecimentos comerciais de pequeno porte.

A Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) diz que apoia a medida e que está capacitando os associados. Já o dono de uma fábrica de sacolas plásticas, André Luís Franklin, de 45 anos, acredita que terá que fazer ajustes em sua equipe por causa da mudança provocada pela lei.

Alexandre Silva de Lemos, de 40 anos, lembra que as sacolas plásticas são usadas por muitos consumidores para embalar o lixo. Com a nova lei, ele acredita que o morador do Rio vai acabar trocando seis por meia dúzia e comprando sacolas de lixo nos supermercados.

O supermercado que descumprir a nova regra estará sujeito a multa de até R$ 34 mil. A lei fluminense é inspirada na experiência de São Paulo. Desde 2011, o estado limitou o uso de sacolas plásticas.


sexta-feira, 26 de abril de 2019

SAÚDE & COMIDA : Hortas urbanas crescem no Brasil junto com qualidade de vida

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Hortas ganham espaço nas cidades e se tornam alternativa de acesso à comida saudável. Varandas, pátio de casas e quadras de moradores se transformam em áreas verdes e produtivas e unem moradores.

Plantar e colher em varandas ou janelas de casa, no quintal ou no meio da cidade tem sido uma experiência transformadora em muitas comunidades. A agricultura no meio urbano é uma iniciativa incentivada para aproveitar áreas públicas, produzir alimentos orgânicos e aproximar as pessoas da terra.

As hortas urbanas despertam cada vez mais curiosidade e interesse. Entre os atrativos de cultivar o próprio alimento está o de saber a procedência e garantir a qualidade do produto que vai para sua mesa. “As pessoas estão preocupadas em conferir de perto aquilo que consomem, querem também participar da produção, do manejo. É uma tendência em crescimento, inclusive em pequenos espaços, incluindo apartamentos”, comenta a bióloga Lenita Haber, pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Hortaliças.

E para quem não tem espaço no ambiente doméstico, as áreas públicas não ocupadas aparecem como solução para cultivar alimentos saudáveis, sem agroquímicos e mais baratos.

Trabalho comunitário

Em meio aos prédios do comércio e das casas, esconde-se um terreno com área verde, cheiro de ervas e o frescor das plantas. Ali, brotam pés de quiabo, couve, alface, cebolinha, tomate, cenoura, banana, mamão, um pouquinho de tudo. Os resultados são de um projeto comunitário do Guará II, uma das regiões administrativas do Distrito Federal, que há dois anos mantém uma pequena horta no meio da quadra residencial mais carente do bairro.

O projeto avançou com apoio da Administração Regional do Guará, que fornece adubo, entre outros tipos de ajuda. A Empresa de Assistência Técnica e Rural (Emater-DF) também contribui com sementes, ferramentas, além de serviços como capina e poda. A entidade também está desenvolvendo um projeto para aperfeiçoar o sistema de irrigação, garantida hoje por um poço. A proposta inicial era resgatar o uso de um terreno público abandonado, tomado por mato alto e improdutivo, e envolver a comunidade na produção de alimentos para as famílias mais necessitadas.

“A comunidade aqui é mais carente. Então, pensamos que a horta seria bem viável para garantir alimentos saudáveis ao pessoal da comunidade. A cesta que sai daqui, se fosse comprada no supermercado, custaria 40 reais, dependendo, até 100 reais, porque é tudo sem agrotóxico”, comenta Simone Vaz, profissional de recursos humanos e uma das coordenadoras voluntárias do projeto.

A colheita é feita a cada 15 dias em encontros realizados nas manhãs de sábado. Depois da oferta de um lanche comunitário, são colhidos verduras, legumes e frutas e distribuídos a quem precisa. Em média, cada encontro resulta na entrega de 25 a 30 cestas com diferentes produtos.

Nicodemos visita a horta do Guará II diariamente em seus momentos de folga do trabalho

“Certa vez, uma senhora pediu: Deixa eu levar mais uma cesta, porque meu filho está preso. Minha filha, que ajuda na família está desempregada, literalmente, a gente precisa mais para não faltar nada em casa”, conta Dai Ribeiro, engenheira ambiental e coordenadora voluntária, para demonstrar a importância que a produção tem para o local.

Mão na massa

O projeto envolve cerca de 140 pessoas. Cada um contribui como pode, seja doando tempo, dinheiro ou material. “É um trabalho de formiguinha, cada um traz seu trabalho, seu conhecimento, alguns são formados, outros tem só a vivência. Nós temos várias pessoas idosas aqui têm os conhecimentos tradicionais”, completa Simone.

Um dos voluntários mais ativos é Nicodemos Manuel de Jesus, de 74 anos. “Isso aqui está passando da hora de colher”, diz ele ao passar pelos pés de alface maduros. Morador do Guará, Nicodemos visita a horta todos os dias depois do expediente como motorista. “Virou rotina. Quando não tem evento aqui e não chove, venho e irrigo. Eu não aguento ficar parado, fui criado trabalhando”.

Nicodemos sempre teve contato com chácaras, onde aprendeu a lidar com a terra e com as plantas. É ele quem dá algumas orientações para a manutenção da horta e aplica um produto biológico para controlar a incidência de pragas e doenças nas hortaliças.

“É tudo orgânico. A gente pega folha de fumo, pega aquela pimenta de macaco e coloca pra cozinhar com a calda de pimenta caseira, que arde muito. A gente cozinha, esfria, passa pelo funil para não entupir e bate nas pragas. Essa calda que eu faço mata até formiga, essa formiga “quenquém”, que ferroa e dá bolha. ”, explica Nicodemos.
Nicodemos também é expert em ervas medicinais. Ele destaca que na horta há 60 espécies de plantas com potencial curativo. Como a maioria das ervas são aromáticas, também servem de barreira natural para o avanço de insetos.

O envolvimento de Nicodemos com a horta levou seu netinho de dois anos e seis meses a criar gosto também pela horta. Ainda tão pequeno, Samuel anda com cuidado pelos canteiros e maneja com destreza a terra. “Ele vem aqui e não pode ver um tomate maduro que come”, brinca o avô.

Samuel de dois anos já descobriu o  gosto de mexer na terra e aproveitar os frutos que ela dá

Educação e terapia

Na horta há uma trilha para facilitar o acesso de cadeirantes e promover atividades que atraem pessoas interessadas em fazer novos amigos e reduzir o estresse do dia a dia.

O sucesso da horta é tamanho que rendeu, no ano passado, um prêmio concedido pela Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal a iniciativas urbanas sustentáveis. Os recursos da premiação permitiram a construção de um centro de educação ambiental.

As crianças são um dos principais alvos do projeto. Alguns dos voluntários se dedicam à mobilização de alunos de escolas públicas para visitar o local. “Há crianças que acham que tudo vem do mercado, porque veem a alface só naquele saquinho”, comenta Simone. Além de aprender como os alimentos são plantados, quanto tempo levam para crescer e serem colhidos, as crianças são estimuladas a se sensibilizar pela proteção da natureza.

“Uma criança certa vez colheu cenoura, tirou do chão e gritou ‘pai, uma cenoura’, com muita surpresa. Ela não tinha descoberto antes que a cenoura vem da terra. A gente pergunta ‘de onde vem a água?’ E eles respondem ‘da torneira’. A criança não tem mais noção da captação no rio, que passa por um tratamento e que, só então, é disponibilizada na torneira”, observa Dai Ribeiro.

Floresta urbana

Promover a reconexão com a terra e produzir alimentos saudáveis também é um dos principais objetivos do projeto Reação, que mantém uma agrofloresta em uma quadra residencial da região central de Brasília, na Quadra 206, da Asa Norte, em Brasília.

Em uma área de aproximadamente 1 hectare, foram plantadas cerca de 35 espécies de árvores nativas, hortaliças, tubérculos e frutas como mamão, banana, acerola e abacate. No espaço, também é possível encontrar as chamadas Pancs, consideradas plantas alimentícias não tradicionais. Com aproximadamente 50 pessoas envolvidas, desde crianças até idosos, o grupo promove mutirões mensais para plantar, capinar e fazer a colheita.

“A gente quer trazer um pouco dessa realidade rural pra cá e se apropriar dos espaços públicos. E ter o contato das pessoas, esse reencontro com o alimento. Tem jovens que nunca viram um cacho de banana, só vêem a banana cortadinha, colocada no mercado”, comenta Renato Gontijo, estudante de sociologia e voluntário do projeto.

Inicialmente, a ideia era formar uma horta comunitária, mas a dificuldade de manter um manejo diário e a falta de uma fonte de água para irrigação levaram o grupo à decisão de formar uma pequena agrofloresta.

Em um hectare, foram plantadas cerca de 35 espécies de árvores nativas, hortaliças, tubérculos e frutas.

“Se fôssemos plantar alface, tomate, essas coisas mais sensíveis, teria que ter uma pessoa todo dia aqui, adubando, colhendo, regando. Aqui, são árvores de ciclo longo e de vida longa que depois que se estabelecem não precisam de tanto cuidado assim”, explica Pedro Brandão, cientista político e voluntário do projeto.

Assim como na experiência do Guará, o projeto Reação formou ao redor da agrofloresta um cinturão de plantas grandes, como os margaridões, para reduzir o avanço de insetos nocivos. Os jovens explicam que o controle de pragas é biológico e garantido pelas próprias espécies que interagem no ambiente.

O cuidado com a área atrai a atenção de pesquisadores, da mídia e de órgãos públicos. O projeto já foi premiado e agora se organiza para conseguir a certificação da política distrital de apoio à agricultura urbana, aprovada no ano passado em Brasília, com o objetivo de regulamentar a prática de cultivo na cidade.

“Essa é uma das coisas que queremos mais avançar agora. Temos que reunir cerca de oito documentos, um deles são das estruturas planejadas. Com a certificação, a gente conseguiria provavelmente acesso à luz, um ponto de água, tudo com certificado das companhias distribuidoras de energia e água do DF”, diz Pedro.

Chamada pública

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está preparando chamada pública para incentivar o desenvolvimento de hortas urbanas comunitárias em municípios do semiárido nordestino. Os editais estão sendo elaborados e devem ser publicados até junho. Poderão participar novos projetos e aqueles que já estão em andamento.

“Estamos trabalhando com as hortas urbanas e periurbanas como uma ferramenta de inclusão positiva”, disse Avay Miranda, diretor do Departamento de Estruturação Produtiva da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa.

Segundo o diretor, o objetivo é estimular o aproveitamento dos espaços vazios da cidade para o cultivo de alimentos saudáveis e melhorar a segurança alimentar de comunidades carentes. Além de garantir também melhor destinação a materiais que iriam para o lixão e que podem ser aproveitados para organizar o plantio, Avay destaca que as hortas podem servir a fins didáticos, pedagógicos e terapêuticos. “Essas hortas urbanas têm essas virtudes. E é uma oportunidade muito grande para as pessoas aprenderem tanto sobre a produção, quanto sobre o trabalho comunitário e coletivo”, comenta.

Alface produzida na horta do Guará II, no Distrito Federal, que envolve 140 pessoas da comunidade

Incentivo

O diretor lembra que, atualmente, os agricultores urbanos podem ser elegíveis para emissão da Declaração de Aptidão (DAP) ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Muitos deles podem acessar o crédito do Pronaf. Mas o banco não tem o costume de financiar, então, precisa uma norma legal colocando esse pessoal como agricultor para facilitar o empréstimo”, explicou Avay.

Mesmo sem acesso ao crédito, com a DAP, os projetos de hortas comunitárias podem comercializar o excedente da produção para escolas públicas ou entidades da rede de assistência social no âmbito dos programas nacionais de Alimentação Escolar (PNAE) e de Aquisição de Alimentos (PAA).

Política nacional

O diretor ressalta que, apesar dos benefícios, a prática de produzir alimentos orgânicos no meio urbano ainda não é reconhecida oficialmente como modalidade de agricultura. O departamento quer estimular o avanço das discussões do projeto de lei que tramita na Câmara (PL 906/2015) e que institui a Política Nacional de Agricultura Urbana.

Poucos municípios ou estados têm iniciativas de apoio à regulamentação do cultivo doméstico ou comunitário. A aprovação da política pode direcionar os programas locais e resolver gargalos como o fornecimento de água para manter as hortas.

“O importante é que, além de produzir alimentos excedentes, ainda geram renda para a população. Isso é muito interessante. É preciso que as prefeituras apoiem essas iniciativas e estabeleçam as regras de ocupação dos espaços públicos para que as hortas sigam em frente”, conclui Avay.

O departamento está preparado para conhecer projeto de hortas urbanas comunitárias que já estão implantadas no país. Quem estiver envolvido em alguma iniciativa pode enviar mensagem com informações sobre o projeto para o email: dapsaf@agricultura.gov.br

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Você sabe fazer hortas urbanas?

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Manual gratuito de hortas urbanas é disponibilizado pelo Instituto Pólis, via Instituto Pólis

Publicação elaborada para o projeto Moradia urbana com tecnologia Social, da Fundação Banco do Brasil, em parceria com o Instituto Pólis, a cartilha Hortas Urbanas visa melhorar a alimentação das pessoas envolvidas na Tecnologia Social Hortas Urbanas, beneficiando o ambiente como um todo e favorecendo a relação da comunidade com o bairro e o seu entorno por meio do cultivo ecológico de alimentos e ervas medicinais em hortas, jardins, canteiros suspensos e outras possibilidades a depender da realidade local.

O manual é composto por três partes que envolvem a preparação da horta, o cultivo das hortaliças e, finalmente, o modo de preparar os vegetais a partir de algumas receitas.

A cartilha está disponível para download na página do Instituto Pólis. Para conhecer mais sobre o Projeto Hortas Urbanas, acesse o site.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Movimento dos sem-lixo espalha ideias para reduzir sobras e reaproveitar tudo

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Consumidores deixam de comprar e fazem produtos em casa para diminuir geração de resíduos, aponta reportagem do jornal Folha de São Paulo.

Consumidores lixo zero, adeptos de um estilo de vida que preconiza a geração mínima de resíduos no dia a dia, estão se multiplicando com a ajuda das redes sociais. Em perfis com estética minimalista no Instagram ou vídeos no Youtube, mulheres —elas são maioria— compartilham ideias de como fazer o próprio cosmético ou engajar a família e a escola dos filhos na causa.

Viver sem jogar quase nada no lixo dá trabalho. O desodorante e a pasta de dentes têm que ser feitos em casa, com ingredientes como bicarbonato de sódio, óleo de coco e amido de milho. Xampu, sabonete e condicionador devem ser usados nas versões em barra. Absorventes higiênicos, só se forem de tecido. Na bolsa, copos, guardanapos e talheres dividem espaço com a carteira e salvam as refeições fora de casa.

A febre do lixo zero começou com a francesa Bea Johnson, 44, autora do best-seller "Zero Waste Home" (casa sem resíduo), traduzido em 20 países, e de blog com o mesmo nome.

No Instagram, Johnson acumula 166 mil seguidores e expõe sua vida: hoje ela viaja o mundo como palestrante e carrega consigo suas próprias tigelas e talheres.

No Brasil, a designer Cristal Muniz, 27, de Florianópolis, foi uma das precursoras: em 2015, criou o desafio de ficar um ano sem produzir lixo com o propósito de reduzir sua pegada ambiental.

Ela logo percebeu que reduzir a zero a produção de resíduos é uma missão impossível, mas que daria para chegar perto. "Com o desafio, vi que uma vida lixo zero não era 100% viável, então o foco passou a ser aprender a parar de produzir lixo", conta Muniz.

Sua primeira atitude foi instalar um equipamento de compostagem no apartamento para transformar os resíduos orgânicos em adubo.

Os produtos de higiene e limpeza foram aos poucos substituídos por alternativas caseiras, e, ao sair às compras, entraram em cena potes de vidro e sacolas de tecido.

Os adeptos do movimento compram preferencialmente a granel, em mercados de bairro e feiras —grandes redes de supermercado são evitadas.

"Hoje as pessoas estão incomodadas com o excesso de resíduos, mas não sabem exatamente como fazer para reduzir. As dicas práticas fazem sucesso", diz a designer.

Os sem-lixo

Sua jornada foi descrita no blog Um Ano Sem Lixo e a fez amealhar 121 mil seguidores no Instagram. A experiência também rendeu o livro "Uma Vida sem Lixo" (248 págs., R$ 34,90), lançado neste ano pela editora Alaúde.

Desafio parecido motivou Nicole Berndt, 39, também de Florianópolis. Após um período de estresse no trabalho, ela desenvolveu alergias e passou a buscar alternativas de produtos naturais para alimentação e higiene pessoal.

Em pesquisas sobre cosméticos, acabou conhecendo o movimento lixo zero e se encantou com a proposta. Envolveu o marido, Paulo Bernt, 39, e os filhos Theo, de oito anos, e Nina, de três anos, na empreitada. Em 2017, criou o blog Casa sem Lixo para compartilhar suas experiências.

Berndt segue à risca a filosofia do movimento, que engloba cinco regras: recusar o que não precisamos; reduzir aquilo de que precisamos; reutilizar o que consumimos; reciclar o que não podemos recusar e fazer compostagem com o restante.

"Com dois filhos, achei que seria mais difícil, mas fomos incorporando as mudanças aos poucos. As crianças não estranharam esse estilo de vida", conta Berndt. Exceto pela pasta de dentes caseira, feita com bicarbonato de sódio, óleo de coco e xilitol (um adoçante natural), que ainda enfrenta resistência dos pequenos porque não faz espuma.

A geógrafa paulistana Lívia Humaire começou a se interessar pelo movimento em 2015. Com as mudanças que fez na rotina da família (ela, marido e a filha Iuna, de dez anos), conseguiu reduzir a geração de lixo em 80%.

No ano passado, viajou por cinco países para conhecer lojas que trabalhavam com o conceito lixo zero e farejou uma oportunidade de negócio. De volta ao Brasil, lançou uma campanha de financiamento coletivo para a primeira loja lixo zero do país e mobilizou simpatizantes.

Deu certo: com a sócia, a designer Lori Vargas, arrecadou mais de R$ 16 mil para estruturar o negócio. A loja Mapeei "Uma vida sem Plástico" abre as portas dia 9 de setembro na rua Augusta, em São Paulo.

Lá, o consumidor vai poder comprar alimentos a granel, escovas de dente de bambu, cosméticos em barra, guardanapos de tecido e canudos de inox ou papelão, entre outros itens.

De acordo com Humaire, a loja vai atender a demanda de quem gosta desse estilo de vida, mas que não tem tempo para fabricar os próprios produtos. "Não é preciso abrir mão da praticidade para ser lixo zero", afirma.

Segundo Marcus Nakagawa, professor da ESPM e autor do livro "101 Dias com Ações Mais Sustentáveis" (editora Labrador, 240 págs., R$ 39,90), o movimento lixo zero vem no bojo de outras iniciativas que promovem um estilo de vida menos acelerado e consumista.

"É um desdobramento do movimento slow, presente na alimentação e na moda, e reflete também uma preocupação com o futuro dos recursos naturais", diz.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Agricultura fluminense tem novo secretário



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              Foto do atual e do ex-secretário, com terno escuro

Jair Bittencourt assume Agricultura confirmando compromisso com o desenvolvimento rural sustentável. Ações e programas que vem transformando o setor no estado terão continuidade.

Ao assumir a secretaria de estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, o deputado estadual, Jair Bittencourt confirmou o compromisso com o desenvolvimento rural sustentável. A solenidade, na sede da secretaria em Niterói, contou com as presenças dos secretários da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, Christino Áureo, de governo, Afonso Monerat, deputados estaduais, prefeitos, representantes de entidades ligadas ao setor, produtores rurais, funcionários e dirigentes das empresas vinculadas Emater-Rio, Pesagro-Rio, Fiperj e Ceasa.

Em seu discurso, Jair Bittencourt, ressaltou que dará continuidade as ações e programas que vem sendo implementados na pasta em prol do fortalecimento do setor no estado. Afirmou que pretende trilhar o caminho de conquistas já aberto pelas gestões do ex-secretário de Agricultura, Christino Áureo.

- Trabalharemos juntos para atender e dar tranquilidade ao produtor rural neste momento difícil, mas que tenho certeza, passará com o trabalho.Vamos seguir o que foi plantado por ele, pois é o que dá certo - enfatizou, elogiando o antecessor.

Durante a solenidade, o secretário da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, Christino Áureo, exaltou o empenho e dedicação das equipes da secretaria e suas vinculadas, destacando que mesmo em cenários desfavoráveis, esses profissionais alcançaram metas objetivas estabelecidas a partir de um planejamento estratégico.

- Estou certo de que o legado do trabalho construído ao longo desses anos, não será desperdiçado. A Agricultura tem uma equipe apaixonada pelo que faz e vai compartilhar com Jair Bittencourt as conquistas. Daqui há um ano espero voltarmos aqui para comemorar a retomada do Rio de Janeiro. Vocês verão um estado diferente, em razão da seriedade e compromisso do governador Luiz Fernando Pezão para essa missão - concluiu.

Ao final da cerimônia foi descerrada uma placa no hall de entrada do palácio Euclides da Cunha, sede da secretaria, registrando o agradecimento dos funcionários, dirigentes das vinculadas, produtores rurais e entidades ligadas ao setor, ao ex-secretário Christino Áureo, que por quase duas décadas esteve à frente da pasta. 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Estados do Sudeste do país são os maiores produtores de orgânicos

Se depender dos produtores dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro a alimentação saudável está garantida por estas bandas.

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Soma de inovação e tradição em prol do meio ambiente, de relações justas no trabalho e de qualidade de vida para todos, a produção de alimentos orgânicos no Brasil tem tudo para colher ótimos resultados em 2017. Segundo levantamento feito pela Coordenação de Agroecologia (Coagre) da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a área de produção orgânica no país pode ultrapassar os 750 mil hectares registrados em 2016, impulsionada, principalmente, pela agricultura familiar.

Segundo a Coagre, houve um salto de 6.700 mil unidades (2013) para aproximadamente 15.700 (2016). Ou seja, em apenas três anos, foi registrado mais do que o dobro de crescimento deste tipo de plantio em solo brasileiro. No ranking das regiões que mais produzem alimentos orgânicos, o Sudeste fica em primeiro lugar, totalizando 333 mil hectares e 2.729 registros de produtores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO). Na sequência, as regiões Norte (158 mil hectares), Nordeste (118,4 mil), Centro-Oeste (101,8 mil) e Sul (37,6 mil).

Hoje, cerca de 75% dos produtores cadastrados no CNPO são agricultores familiares. “Interessante notar que o número de unidades de produção é cada vez maior e está se espalhando por quase todas as regiões do Brasil, o que indica que os agricultores familiares reconhecem na agroecologia e na produção orgânica uma maneira de comercializar alimentos, com valor agregado, e que, ao mesmo tempo, são produzidos sem o uso de insumos agroquímicos, constituindo uma opção mais segura para o agricultor, para o consumidor e para o meio ambiente”, analisa Sylvia Wachsner, coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), mantido pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

Responsável pelo incremento do número de agricultores familiares voltados para a produção orgânica, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) tem com objetivo fortalecer a produção agrícola de base agroecológica e orgânica, além de ampliar a oferta e o consumo de alimentos saudáveis, apoiar o uso sustentável dos recursos naturais e disseminar o conhecimento em agroecologia, de forma a promover a melhoria da qualidade de vida da população brasileira do campo e das cidades.

Para isso, o Plano previu a implementação de amplo conjunto de iniciativas, programas e projetos de apoio à transição agroecológica e à produção orgânica no país, executado por cerca de 15 instituições públicas federais. “O primeiro PLANAPO, de 2013 a 2015, contribuiu para o crescimento da produção de orgânicos. No segundo PLANAPO, que vai até 2019, pelo menos mais oito mil agricultores familiares devem se cadastrar por meio de projetos apoiados pela Sead”, destaca Suiá Kafure da Rocha, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental.

Planapo

A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo) foi lançada pelo Governo Federal, com a edição do decreto 7.794, de 20 de agosto de 2012, como importante passo para a ampliação e efetivação de ações de promoção do desenvolvimento rural sustentável. Um dos principais instrumentos desta política é o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), também conhecido como Brasil Agroecológico.

O primeiro Planapo finalizou em 2015 e beneficiou 678.449 agricultores familiares, produtores orgânicos, povos indígenas e povos e comunidades tradicionais, técnicos e extensionistas. Em 2016 deu-se início a um novo ciclo de planejamento para essa temática, com o lançamento do Planapo 2016-2019.

“Quem coordena o PLANAPO, no qual participam outras 14 instituições públicas federais, é a Sead, e somos protagonistas deste plano. Neste momento, estamos desenvolvendo o portal ‘agroecologia.gov’ que vai envolver todos os atores do plano e teremos mais informações disponibilizadas sobre as políticas públicas de agroecologia”, adianta Suiá Kafure da Rocha.