Para comprar, higienizar e armazenar frutas, tirando o máximo proveito delas;
Antes de ir às compras para abastecer a despensa de frutas, confira cinco dicas preciosas de Eve Persak, dietista residente da rede de hotéis e resorts COMO, na Indonésia. Ela ensina a fazer boas escolhas, além de higienizar e armazenar os itens corretamente.
Dê uma chance às frutas congeladas
Apesar do preço mais em conta, consumidores costumam torcer o nariz para frutas congeladas, achando que são menos nutritivas que aquelas ainda frescas - o que não é necessariamente verdade. Muitas frutas só atingem o máximo da concentração de vitaminas, minerais e fitoquímicos quando estão no auge da maturação. Tais compostos são frágeis e degradam facilmente quando expostos ao ar e às mudanças de temperatura. O cenário ideal seria consumir as frutas no exato momento em que atingem a maturação, mas, a menos que você more próximo a uma fazenda ou tenha seu próprio pomar no jardim de casa, isso é praticamente impossível.
Frutas frescas são geralmente colhidas antes de amadurecerem totalmente para que continuem seu processo de maturação ao longo do caminho entre a fazenda e o centro de distribuição, e dali para o mercado, onde, aí sim, devem ser apresentadas “maduras” ao consumidor. Mas, apesar da aparência, quando finalmente atingem os seus lábios, as frutas estão longe de seu potencial nutricional.
Por outro lado, produtores de frutas congeladas, além de deixarem as mesmas amadurecerem no pé, submetem as frutas ao processo de congelamento quase imediatamente após a colheita. É verdade que longos períodos de armazenamento provocam a perda de certos nutrientes, além do decréscimo da umidade. Mas, em contrapartida, baixas temperaturas são capazes de retardar ou interromper a perda de outros nutrientes, especialmente a vitamina C.
Curiosamente, estudos comparativos não apresentam diferenças significativas entre os valores nutricionais de frutas frescas e congeladas. Nesse caso, se as frutas frescas da estação estão comprometendo o orçamento ou se, em vez de abocanhá-las, a ideia é incorporá-las em receitas como smoothies e geleias, vá direto para o corredor de congelados do mercado.
Compra e estocagem espertas
Produtores e distribuidores de frutas frescas não medem esforços para garantir que as mesmas estejam viçosas e atraentes nos pontos de vendas - são embaladas individualmente para que não ganhem manchas, além de transportadas em ambiente com temperatura e pressão controladas para preservar o frescor. Alguns produtores chegam a usar produtos químicos para evitar a deterioração.
Uma vez no mercado, as frutas são lançadas à própria sorte, ao ar livre. Se o produto ainda não estiver maduro, a temperatura ambiente pode até estimular o amadurecimento, mas temperaturas mais baixas ajudam a evitar a degradação de nutrientes e a diminuir a velocidade de deterioração.
A maioria das frutas passa de um a três dias nas gôndolas do mercado. O consumidor, por sua vez, principalmente os que compram em grande quantidade, chegam a armazená-las por até uma semana antes de comê-las. E como se não bastasse, muitos aproveitam para exibir suas compras saudáveis em uma fruteira na bancada. Não seja essa pessoa. Mesmo que isso implique em uma segunda visita ao mercado, compre em quantidades menores. Dê um passo adiante e pergunte ao vendedor quando as frutas costumam ser entregues pelo fornecedor e planeje sua ida ao mercado para o mesmo dia. Uma vez em casa, jogue suas frutas na geladeira. Você vai ganhar mais, nutricionalmente falando.
Lave bem
Sua fruta percorre um longo caminho desde a fazenda até sua cozinha - e no percurso, acaba sendo bombardeada por produtos químicos, sujeira, bactérias e detritos. Lave todas as frutas: aquelas que você come em sua integralidade, bem como aquelas com cascas exteriores grossas que você corta e joga no lixo. Os detritos visíveis e invisíveis na superfície vão viajar com sua faca e atingir as partes carnudas que você planeja mastigar. A maioria dos especialistas sugere que a lavagem completa com água - sem esquecer dos cantos e fendas perto das hastes - remove 98% das bactérias e partículas superficiais.
Lave ainda melhor
Outra variável que poucos consumidores conhecem é a cera presente na casca das frutas, que nem sempre é natural. Certas frutas têm ceras naturais em suas superfícies. No entanto, alguns distribuidores removem esse revestimento ao limpar a fruta, deixando-a vulnerável. Em seguida, para evitar a deterioração, eles mergulham ou pulverizam as frutas com uma segunda camada de cera, por vezes orgânica, feita de cana de açúcar, cera de abelha ou carnaúba, por vezes sintética, à base de petróleo. Remover essa camada protetora exige certo esforço adicional. Há soluções de lavagem à venda em lojas estão disponíveis, mas a imersão em um banho com bicarbonato de sódio, limão ou vinagre resolvem facilmente o problema.
Orgânico x convencional
Para os consumidores preocupados com o meio ambiente e com a saúde, as frutas orgânicas são geralmente as preferidas. Produtos livres de pesticidas reduzem a perturbação dos ecossistemas agrícolas, além da exposição de nosso corpo a resíduos químicos potencialmente prejudiciais. Mas, para muitos, a compra exclusivamente orgânica não cabe no bolso. A solução é ser seletivo. Certas frutas são cultivadas com quantidades excessivas de herbicidas e fertilizantes: morangos, nectarinas, maçãs, uvas, pêssegos, cerejas, peras. Nesses casos, convém comprá-las nas versões orgânicas. Por outro lado, a escolha convencional pode satisfatória para frutas que crescem bem sem tantos produtos químicos, como mamão, abacate, melão, manga, abacaxi e kiwi.
Fonte MICHELIN Guide Brazil Editorial Team