Meio tardio mas oportuno, estudo feito pela Ceasa de Minas Gerais apresenta oportunidades que ainda podem ser aproveitadas para o dia a dia do consumidor.
Milho-verde cozido, pé de moleque, cocada, paçoca, batata-doce assada, quentão e caldo de mandioca são apenas algumas das comidas típicas das festas típicas de junho e julho.
Os produtos que servem de matéria-prima ao cardápio dos "arraiás" também podem ser encontrados na CeasaMinas. E quem pretende diversificar a compra desses itens deverá pagar, em média, por um valor bem próximo ao do ano passado, considerando uma cesta composta por milho-verde, mandioca, batata-doce, gengibre, coco seco e amendoim.
De acordo com o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, o preço médio dessa seleção de seis produtos apresentou uma variação de 0,3%, na primeira quinzena de junho deste ano em relação ao mesmo período de 2016. "Ou seja, o consumidor que diversificar bem, e for comprar uma porção de cada um destes ingredientes, deverá encontrar um preço médio praticamente estável em relação ao ano anterior", explica.
Milho-verde
Um dos itens obrigatórios nos "arraiás", o milho-verde ficou 14,4% mais barato no atacado, passando de R$ 0,97 para R$ 0,83/kg, no comparativo anual. "Apesar de junho e julho concentrarem a maior demanda, é entre novembro e março que se concentra a maior oferta da hortaliça", afirma o produtor André Gonçalves Ferreira, de Conceição do Pará (MG).
"Na época atual, a colheita é mais demorada, já que temos de esperar até 120 dias para colher o produto, enquanto o normal seriam 90 dias. Isso por causa do frio, que retarda o desenvolvimento do produto, e ainda de dias menores que as noites", explica ele, que comercializa no Mercado Livre do Produtor (MLP) da CeasaMinas em Contagem.
Amendoim
Outro produto que ficou mais barato no ano é o amendoim, com redução de 5,7%, de R$ 8,61/kg para R$ 7,26/kg. O produto vinha com preços mais altos desde maio de 2016 até abril de 2017, quando teve a trajetória invertida.
Gengibre
Essencial no preparo do quentão, o gengibre também se destacou entre as quedas de preço, oscilando - 4%, passando de R$ 2,50/kg para R$ 2,40/kg.
Batata-doce
Já entre os produtos que ficaram mais valorizados, está a batata-doce, com alta no preço de 7,2%, de R$ 1,93/kg para R$ 2,07/kg, mesmo com aumento da oferta. Além da demanda típica do período atual, o aumento foi influenciado pelo custo maior de produção.
Mesmo assim, o produtor Oromar Junio Fernandes Las Casas, de Patos de Minas (MG), reclama do preço. "Na mesma época do ano passado, eu vendia a caixa com 20 quilos de batata doce roxa a R$ 30 e hoje (21/6) está saindo por R$ 20 a R$ 25", afirma.
Segundo ele, a passagem de muitos produtores de batata inglesa da região de Araxá (MG) para a cultura da batata-doce pode ter contribuído para aumentar a oferta.
Mandioca
A mandioca, utilizada principalmente em caldos, ficou 29% mais cara, de R$ 0,79/kg para R$ 1,02/kg. Segundo Ricardo Fernandes Martins, os preços baixos praticados em anos anteriores contribuíram para desestimular muitos produtores, o que levou a uma redução de áreas plantadas e migração para outros cultivos.
Ainda assim, segundo Ricardo Fernandes, o produto pode ser considerado uma boa dica de consumo, já que está mais barato que as médias de preços verificadas, por exemplo, em 2012 (R$ 1,09/kg) e 2013 (R$ 1,08/kg).
Coco seco
Outra matéria-prima de destaque no cardápio junino é o coco seco, que apresentou valorização de 48,9% no preço, oscilando de R$ 2,64/kg para R$ 3,93/kg no comparativo anual. Um dos fatores que contribuíram para a alta é a queda de 27,7% na quantidade ofertada no atacado do entreposto de Contagem.
Segundo Vitor Lopes, gerente da atacadista João dos Cocos, o volume menor foi influenciado por problemas climáticos em algumas regiões fornecedoras, em estados como Sergipe, Alagoas e Bahia.
Comandada pelo empresário João Lopes, que dá nome à empresa, a loja na CeasaMinas comercializa também coco ralado, leite de coco, óleo de coco, açúcar de coco, amendoim, rapadura, milho de pipoca, pé de moleque, além de açaí, frutas congeladas e em polpa, e embalagens em geral.
O ápice das vendas se dá não somente nos festejos juninos, mas também nas inúmeras exposições agropecuárias realizadas no interior, sobretudo de junho a setembro, conforme explica Vitor Lopes. "Tenho cliente que leva de 2 a 3 mil quilos de coco para atender a um evento desses".