segunda-feira, 12 de outubro de 2015

ES é o segundo maior produtor de pimenta-do-reino do país

                            

São Mateus é o município que mais produz no Brasil. Em 2015 já foram exportadas sete toneladas.

Da TV Gazeta

O Espírito Santo é o segundo estado brasileiro que mais produz uma das especiarias mais comercializadas do mundo: a pimenta-do-reino. São Mateus, município da região Norte do estado, tem a maior produção do Brasil e exporta o produto para diversos países.

A pimenta está valorizada e o preço do quilo atingiu a faixa dos R$ 30 nos últimos meses. Alguns produtores de São Mateus começaram a investir no cultivo na década de 1960 e as condições favoráveis fizeram com que a cultura se espalhasse pelos campos do município, como conta o agricultor Eliseu Bonomo, cuja plantação fica na localidade chamada Km 23.
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"O clima sempre foi favorável à cultura da pimenta, o solo também, áreas planas que facilitam a mecanização. Enfim, isso vem contribuindo muito com o bom desempenho da pimenta do reino. Também há bastante facilidade de irrigação", explica o produtor. A propriedade de Eliseu tem 40 mil plantas de pimenta do reino em 25 hectares.

Ele se preocupa com a quantidade de produtores ocupados com o cultivo da planta, temendo que a qualidade da pimenta caia.

"O desafio maior hoje é que, pelo preço atual, muitos investidores estão entrando nesse ramo e sem os conhecimentos adequados. Então, a preocupação maior hoje é que todos plantem pimenta, mas que plantem preocupados com a qualidade. Porque a pimenta do Espírito Santo é hoje uma pimenta de qualidade", pede Eliseu.

Vitor Bonomo, filho do agricultor, é engenheiro agrônomo e ajuda o pai na lavoura. Para ele, uma boa produção passa por várias etapas.

"Para produzir uma lavoura e chegar nesse nível você tem que começar com um bom preparo de solo. É fundamental ter um terreno com uma boa drenagem, depois tem que escolher o espaçamento e colocar os tutores, no caso, as estacas. A partir daí você tem que se preocupar com uma muda de boa qualidade, que é fundamental para o cultivo de uma boa pimenta do reino", explica Vitor.

Grande parte da produção da cidade é exportada para países da Europa, só que o mercado estrangeiro está cada vez mais exigente. Boa parte da pimenta produzida no estado passa por um secador que usa fogo, mas os europeus pedem que o tempero não seja contaminado por fumaça. Os produtores estão se adequando às exigências do comprador.

"O mercado europeu está exigindo uma pimenta sem fumaça. A gente, que seca pimenta com secador, vai ter que usar o secador de fogo indireto, não deixar essa fumaça entrar em contato com a pimenta. Já quem seca em terreiro não tem esse problema, só que eles tem outros problemas. Essa pimenta pode estar tendo contato com outros animais, o que deve ser evitado. Outra preocupação é secar essa pimenta e colocar na umidade certa, que hoje é cerca de 11% a 11,5%, o que vai garantir uma pimenta de qualidade por maior tempo", explica o engenheiro agrônomo.

Para o produtor Adriano Magno Magiero, o próximo passo é intensificar a pesquisa sobre a cultura. A doença atingiu sua lavoura e ele perdeu vários pés de pimenta, em uma lavoura com mais de 5 mil plantas.

"Uma das coisas que tem que ser providenciado a esse ponto seria melhorar a pesquisa, pra ver se conseguiria adquirir plantas melhoradas geneticamente e avançar um pouco na questão do controle de doenças, porque hoje a gente vê que é um grande problema. Nessa área minha aqui se eu não tivesse feito o controle desses tipos de doenças, eu já tinha perdido ela praticamente uns 30%", conta Adriano.

Crescimento
O único estado que fica a frente do Espírito Santo na produção de pimenta-do-reino é o Pará. Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura, 80% da plantação capixaba é irrigada, o que aumenta a produtividade, que chega a 7 mil toneladas por ano. Nos oito primeiros meses de 2015, mais de 7 mil toneladas de pimenta do reino capixaba já foram exportadas, um crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

Preocupados com a produção de pimenta do reino capixaba, os agricultores, pesquisadores e estudantes participaram da reunião do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag). O galpão da cooperativa de São Mateus virou auditório.

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