Duas fases, novos desafios e duas proposições que se complementam são expressões que podem servir para contextualizar o projeto "Melhoramento Genético de Alface: Contribuindo com a Sustentabilidade da Cadeia Produtiva", incluído entre as propostas da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), submetidas ao Sistema Embrapa de Gestão (SEG) e aprovadas ao final do primeiro semestre de 2016.
A primeira fase, iniciada em 2010, teve como foco o desenvolvimento de germoplasma de alface com resistência aos estresses bióticos -relacionados às doenças de folhosas, a exemplo do fusário e do nematoide-das-galhas - e abióticos, relativos a altas temperaturas. Três cultivares de alface crespa verde foram o saldo positivo desse trabalho de melhoramento, que apresenta metas ainda mais ambiciosas na sua segunda fase.
"Na primeira fase do projeto, nós avançamos muito nas linhagens pré-comerciais de alface crespa por meio do Programa de Melhoramento da Unidade, que vinha testando essas linhagens em diversas regiões do País, em parceria com a empresa Agrocinco", explica o pesquisador Fábio Suinaga. Coordenador do Programa de Melhoramento de Alface e líder do projeto, ele assinala que a próxima fase vai manter o foco no desenvolvimento de novas variedades, "com diversos figurinos". "O nosso objetivo é ofertar para o setor produtivo todos os tipos varietais de alface – crespa, lisa, americana e romana – para que os consumidores possam ser contemplados em suas preferências e possibilitar ao produtor maior diversidade na comercialização".
A tolerância ao calor e a resistência a doenças permanecem alinhadas aos objetivos buscados nessa segunda etapa do projeto, e não apenas levando em conta o aspecto da produção em si, já que plantas mais vigorosas ajudam a evitar danos no aspecto visual, uma questão considerada de extrema importância pelo pesquisador. Segundo ele, o enfrentamento e a busca por plantas resistentes a estresses bióticos e abióticos são inerentes a todos os programas de melhoramento de hortaliças e, com relação à alface, o processo assume um grau ainda mais elevado na escala de importância.
"A alface é muito suscetível a doenças e levando-se em conta que o consumidor recusa plantas que apresentam danos, procuramos unir esforços no quesito concernente ao nível de resistência a doenças, porque elas acabam prejudicando o lado comercial também", observa Suinaga, que vê nessa atuação "o diferencial da Embrapa Hortaliças".
Ações agregadas
Muitas das atividades que tiveram lugar na primeira fase do projeto prepararam o terreno para as ações que estão previstas na segunda fase, a exemplo da tolerância a altas temperaturas. "A proposta é aumentar a tolerância ao calor, o que implica em testar várias alternativas, em um trabalho conjunto com a Embrapa Semiárido (Petrolina, PE), Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA) e o escritório de negócios da Embrapa Produtos e Mercado (Canoinhas, SC), parceiros na execução do projeto", sintetiza o pesquisador.
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