Apesar da seca, os preços dos hortifrútis continuam com uma evolução dentro da média para este período do ano. A única diferença é que, tradicionalmente, os preços sobem devido ao excesso de calor e de chuvas intensas.
Neste ano, algumas regiões continuam sendo afetadas pelas chuvas. Em outras, no entanto, o motivo da alta é a redução de oferta de produtos devido à falta de chuva. Até sexta-feira passada, os preços médios das verduras subiram 8,5% na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), um pouco abaixo dos 9,2% de variação dos preços dos legumes. Já as frutas tiveram queda de 1,4% no mesmo período.
A oferta de produtos vem caindo 10% neste mês, e os preços não sobem mais devido à menor demanda ocasionada pela parte da população que está em férias.
Os preços mudarão de comportamento, no entanto, a partir de fevereiro e devem subir acima da média histórica, segundo Flávio Godas, economista da Ceagesp.
"Esse é um período em que a planta necessita de mais água, que está escassa em algumas regiões", diz ele.
A situação poderá ficar mais crítica para os preços das verduras, cuja produção comercializada na Ceagesp vem 100% do Estado de São Paulo, um dos mais afetados pela seca.
Um caso curioso é o do tomate, destaca Godas. Tradicionalmente chamado de vilão nos meses de janeiro, o produto está com queda de 20% neste mês. Apenas na semana passada, recuou 32%. O recuo se deve ao forte calor, que provoca um amadurecimento mais rápido e, portanto, eleva a oferta.
Essa conta poderá ser paga, no entanto, lá na frente, quando a oferta cair, diz o economista da Ceagesp.
No ano passado, 1,8 milhão de toneladas dos hortifrútis comercializados na Ceagesp teve como origem o Estado de São Paulo. Esse volume representou 51,9% de toda a comercialização do entreposto.
A região do Alto Tietê, onde está localizada Mogi das Cruzes, cidade próxima de São Paulo e um polo de verduras, representou 15% da oferta desse volume.
Minas Gerais é o segundo maior Estado fornecedor de hortifrútis ao entreposto de São Paulo, seguido da Bahia.
Este último, devido à participação na oferta de manga e de uva oriundas do Vale do São Francisco, enviou 198,5 mil toneladas a São Paulo, 5,8% do volume total comercializado no entreposto.
Uma intensificação da seca -e a consequente redução na oferta de verduras do Estado de São Paulo- não vai paralisar a comercialização desse produto, mas terá pressão nos preços. As verduras terão de vir de regiões mais distantes, como Goiás.
Custos de transporte e perdas no percurso, por ser um produto sensível, devem elevar os preços para o consumidor, segundo Godas.
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Recorde As exportações de milho devem atingir 3,66 milhões de toneladas neste mês, um recorde para janeiro. Se confirmado, esse volume superará em 25% o de igual período de 2014, de acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Menos receita O preço médio da tonelada do cereal, que estava em US$ 196 em janeiro de 2014, recuou para
US$ 185 neste ano. Mesmo assim, as receitas deste mês, projetadas em US$ 678 milhões, ficarão acima do volume financeiro de janeiro do ano passado, que foi de US$ 573 milhões.
Ainda abaixo O volume exportado de carnes "in natura" até o dia 25 se mantém inferior ao de igual período do ano passado. A maior queda ocorre no setor de bovinos, cujo recuo foi de 26%. A seguir vêm carnes suína (-21%) e de frango (-9,5%).
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