segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Reservatórios do rio Paraíba do Sul caem para 2,5%, o nível de água

Especialistas esperavam 420mm de chuvas para agosto, setembro, outubro e novembro, mas só choveu 40mm. Aponta reportagem do Globo. A situação vai piorar para a capital do estado e demais municípios.

   



O volume médio de água nos quatro reservatórios ao longo do Rio Paraíba do Sul, que abastece cerca de 15 milhões de pessoas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio, caiu para 2,5%. Há um mês, o nível estava em 3%. Segundo o Centro de Previsão e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), baseado nos últimos 30 anos, eram esperados 420mm de chuvas para os meses de agosto, setembro, outubro e novembro de 2014. No entanto, choveu apenas 40mm. Para a vice-presidente do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap) e presidente do Comitê do Médio Paraíba do Sul, Vera Lúcia Teixeira, a situação é crítica.

— Vamos mostrar aos prefeitos de diversos municípios o nível em que se encontra o Rio Paraíba e também buscar medidas para começar a nos preparar para o colapso hídrico. Porque a tendência é piorar — disse.

Apesar da seca, o presidente da Cedae, Wagner Victer, garantiu, nesta quinta-feira, que não há possibilidade de racionamento de água na Região Metropolitana do Rio, onde vivem 8,4 milhões de pessoas.

— A situação é absolutamente normal. O Rio está enfrentando essa crise de maneira muito eficaz, e os problemas agora estão concentrados na irrigação. A situação não é de emergência no Rio, mas o uso consciente da água é fundamental — disse.

Previsões desoladas

O diretor da Agência da Bacia do Rio Paraíba do Sul (Agevap), André Marques, alertou que há municípios que podem ficar sem água. Por isso, é preciso traçar planos para amenizar o problema:

— Agora era para ser a época de chuvas, mas as previsões são desanimadoras.

A Agência Nacional de Águas informou que já estão em discussão medidas para reduzir os impactos da falta de chuva, como o uso do volume morto dos quatro reservatórios ao longo do Paraíba do Sul. Segundo a ANA, o nível do Paraibuna, o maior dos quatro e que fica em São Paulo, estava, nesta quinta-feira, em apenas 0,49%.

O setor agropecuário do estado já enfrenta um prejuízo de R$ 100 milhões nos últimos três meses. Segundo o secretário estadual de Agricultura e Pecuária, Christino Áureo, houve uma redução de 5% na produção de hortaliças e de 20% na de leite, devido à falta d’água para os pequenos produtores. A produção de cana de açúcar também registrou queda de 15% no último trimestre, e houve a perda de pelo menos duas mil cabeças de gado com a seca. Um levantamento feito pelo estado revela que 13 mil produtores rurais estão sendo afetados pela estiagem.

— Estamos com escassez de chuvas nas regiões de maior produção do estado, principalmente no eixo que vai de Nova Friburgo, na Região Serrana, em direção ao Noroeste Fluminense, passando por Itaperuna, Itaocara, até quase a divisa com o Espírito Santo. Campos e São Fidélis também sofrem com a seca — informou o secretário.

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