Varejo supermercadista registra crescimento no delivery e, para ampliar o atendimento, grupos aumentam a capacidade de centros de armazenagem. Mercadinhos de bairro não assustam.
Brasil Econômico
O avanço dos supermercados de vizinhança não inibiu ou mesmo reduziu as operações de delivery no setor supermercadista. Pelo contrário, as operações de entrega domiciliar cresceram, segundo as próprias empresas. O conceito multicanal reforça a presença do delivery e terá desdobramentos, afirma Hamilton Caio Gouvea, sócio da GS&Foodservice, braço da consultoria GS&MD - Gouvea de Souza.
“O delivery não perdeu espaço e nem perderá. O caminho é de ampliação do serviço diante de uma vida cada vez mais atribulada. A entrega é um complemento da compra física e tende a se tornar parte da rotina de compra e não algo eventual. E vem se tornando uma necessidade urbana”, acrescenta.
Para ele, a tendência do setor de supermercados é ampliar a oferta de produtos com entrega em casa, no trabalho ou em qualquer lugar onde o cliente possa estar.
“Vamos ver muitas redes supermercadistas investindo no serviço de entrega de pratos prontos, com diferentes opções. Mais do que vender a matéria-prima para o preparo dos pratos, as empresas do setor sabem que é parte da rotina do consumidor a alimentação fora do lar. Por isso, esse será um caminho que o setor irá trilhar”, aposta Gouvea.
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) registrou crescimento de 14% mas vendas pelo sistema de entrega, que funciona nas bandeiras Pão de Açúcar e Extra. As entregas estão batendo o teto da capacidade diária que a rede dispõe hoje. O que está levando o GPA a investir, este ano, em um centro de distribuição voltado exclusivamente para as operações de delivery, com inauguração prevista para maio, em São Paulo, em uma área na rodovia Anhanguera — onde também será construído um CD para o formato de mini mercado.
“Estamos com o delivery no Pão de Açúcar desde 1995 e no Extra, desde o final de 2012. Não observamos retração em nenhum momento. Vivemos uma das maiores taxas de crescimento do negócio de alimentação. Trabalhamos com uma frota própria para agilizar os processo e a expectativa é de crescimento forte nos próximos anos. Com o centro de distribuição, vamos aumentar em cinco vezes nossa capacidade de entrega. Hoje, por exemplo, em um bairro de São Paulo podemos fazer 20 entregas”, diz Eduardo Adrião, diretor de Operações Delivery do Pão de Açúcar e do Extra. A rede oferece o serviço em São Paulo, Rio e Brasília no momento.
Adrião diz que o perfil do consumidor de delivery que compra na rede é de mulheres na faixa dos 30 a 50 anos, das classes A e B. Mas que a classe C vem aumentando a presença neste canal. Além disso, diz ele, a empresa está investindo em um formato já encontrado nas lojas do Grupo Casino, na Europa, com a operação ‘clique e retire’.
“O serviço já está em novas unidades em São Paulo e é uma forma de o cliente fazer as suas compras e retirar na loja que for mais conveniente”, completa.
A rede Super Prix, com atuação nas zonas Norte e Sul do Rio de Janeiro, tem no delivery 7% do seu faturamento. Quer chegar a 20% em dois anos e, para isso, também aposta no formato multicanal.
“Essa é uma maneira de fortalecer as lojas físicas. A boa experiência de compra na internet é um investimento importante. Para isso, montamos uma equipe com 60 profissionais que se dedicam a fazer até 100 entregas por dia, em três turnos. Também temos uma frota própria e em uma de nossas filias na zona Norte da cidade, temos a estrutura de armazenagem e distribuição dos produtos que são destinados à entrega”, explica Viviane Areal, diretora da Super Prix. A empresa vai ampliar este ano o serviço de entrega também para a zona Oeste carioca.
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