
Brasileiros estão lotando mercados a procura por produtos perto do vencimento, com mais de 50% de desconto. A grana curta força essa situação que é comum na Europa, onde mais adeptos praticam esse comércio que é incentivado por governos locais e comerciantes.
O volume alto e o ritmo frenético da música ambiente parecem comandar o movimento das vendas do Mega Mix, um mercado na Vila Sabrina, na zona norte de São Paulo, que só vende produtos com prazo de validade próximo do fim. Lá, enquanto levas de clientes se acotovelam nos corredores apertados, os valores são dinâmicos: conforme o dia passa, aumenta o risco de encalhe, o que faz o preço cair. Depois das lojas de R$ 1,99 e dos atacarejos, a crise impulsionou esse tipo de varejo, conhecido como “vencidinhos”, especializado em pechinchas.
A alguns quilômetros do Mega Mix, o quadro se repete no Mercado Vanessa, no Jardim Santo Elias, zona oeste. “Aqui é uma bolsa de valores: de manhã o preço é um e, à tarde, outro”, conta Dayana Ferraz Primarano. Ela, que administra uma das três lojas da família, todas voltadas para esse nicho, negocia com a indústria diariamente. “Cheguei a comprar leite a dois dias de expirar a validade e vendi o litro a R$ 1.” Nesse caso, o desconto foi de mais de 50% para o consumidor em relação ao preço normal.
O orçamento apertado nos últimos anos e agora o desemprego elevado que persiste ajudam a explicar a maior popularidade desse tipo de comércio, onde os descontos podem chegar a 90%. Há lojas de médio e de pequeno portes que chegam a atender cinco mil pessoas mesmo durante a semana. No sábado, o dia mais forte do varejo, esse número sobe para 10 mil.
Esses mercados comercializam, principalmente, marcas líderes de itens refrigerados e congelados, como iogurte, pratos prontos, salsicha, mortadela e presunto de Parma. É possível achar 300 gramas de queijo brie, por exemplo, a R$ 2,50.
Sem registro. Institutos de pesquisa e associações do setor não têm dados sobre quanto as lojas “Fifo” movimentam. Assim, elas são conhecidas pela indústria, em alusão ao método de controle do estoque que leva em conta que o primeiro produto que entra no depósito, isto é, o mais antigo, também é o primeiro que sai – “first in, first out”. A maioria dos itens vendidos nessas lojas, normalmente localizadas fora da área de influência das grandes redes de supermercados, é o encalhe da indústria. A sobra de mercadorias nos depósitos das fábricas ocorre porque os fabricantes erraram a mão nas quantidades produzidas ou porque determinado item não emplacou.
Negócios aumentando
Na mais antiga loja do ramo, a Vovó Zuzu, há 16 anos no Parque Dom Pedro II, região central, a procura aumentou tanto nos últimos dois anos que os donos precisaram ampliar o espaço em 30% – hoje, ela ocupa 1,5 mil metros quadrados – e estender o horário das 6h até a meia-noite. “É cheio de gente o tempo todo”, conta o gerente Vanderli Santana. “No ano passado, inauguramos um corredor de 30 metros só para os iogurtes e os congelados, que são nosso carro-chefe, e ampliamos o horário de funcionamento para o Natal. Acabou que o espaço já está pequeno de novo e não conseguimos mais retornar ao horário das 8h às 22h.”
O segredo desse tipo de negócio está em calibrar o tamanho do desconto com o prazo de validade para vender rapidamente grandes quantidades e zerar os estoques. Na Vovó Zuzu, dos 300 funcionários, 30 têm a tarefa única de ficar de olho nas prateleiras e acompanhar o prazo de validade.
Algumas dessas lojas só vendem à vista, pois têm prazo curto, no máximo de uma semana, para pagar a indústria. Segundo Ancelmo Santos do Nascimento, gerente do Mega Mix, o lucro é pequeno, mas o ganho está no volume. “O produto chega hoje, a gente trabalha com 5% de margem. Não vendeu, no outro dia cai para 3%. Se demorou na gôndola, a ordem é liquidar, vender mesmo com prejuízo para não jogar no lixo”, reforça Santana, da Vovó Zuzu.
Agilidade é o segredo
Para Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, a chave desse negócio é a agilidade. “Esse é um varejo de alto risco, no qual a perda sempre é iminente se o produto encalhar. Esse tipo de loja é uma tendência mundial”, diz. Aqui, ela ganha dia a dia novos consumidores por causa da crise e também porque no Brasil a quantidade de produtos com prazo de validade é maior do que em outros países.
Terra explica que esse formato de loja é favorável para a indústria: reduz as perdas dos fabricantes com o encalhe e não canibaliza o seu público-alvo. “Essas lojas vendem para os consumidores das classes de menor renda que não comprariam esses itens.”
A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) informou, por meio de nota, que não monitora dados sobre a venda de produtos com validade próxima ao vencimento.
Os maiores fabricantes do País não detalham o funcionamento desse mercado. Procuradas, Nestlé, BRF e J. Macêdo confirmam que comercializam diretamente com essas lojas, mas não atribuem a prática à necessidade de reduzir estoques. As empresas não concederam entrevista. A Lala, dona da marca Vigor, disse que não localizou um porta-voz para tratar do assunto. A JBS não retornou os pedidos de entrevista.
Revenda
Neusa e Aline Mendes, mãe e filha, vão a uma loja especializada em produtos próximos do vencimento e enchem o carrinho com iogurtes para revender em formato de combo, embalado com saco plástico, de porta em porta na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. “Vendemos 100 kits por mês. Compramos por R$ 25, R$ 30 e revendemos a R$ 50”, diz Neusa.
As empresárias contam que, antes, negociavam diretamente com as marcas, indo de fábrica a fábrica, mas o preço final ficava maior até 10%. “Quando a gente coloca no papel, esses 10% são a gordura para abastecer o carro e custear as entregas”, conta Neusa. Segundo elas, o segredo é conseguir garimpar produtos com o prazo ideal de vencimento. “Nosso cliente consome tudo em uma semana. Então, pra gente, com até 15 dias para vencer, já dá para comprar e revender.”
Congelado
A dona de casa Rosenilda Silva se considera uma espécie de caçadora de produtos próximos do vencimento. Ex-funcionária de uma rede de supermercados, ela sabe que os preços são remarcados diariamente nessas lojas especializadas. Por isso, quando vai até uma loja, além da lista de compras, ela define o que levar para casa de acordo com a data de vencimento. “Quando um Danone ou um congelado entra na semana do vencimento, eu sei que o gerente precisa liquidar o produto. Quanto mais próximo da data, mais barato ele vai ser”, diz.
Rosenilda acredita que a maior parte dos alimentos, incluindo os iogurtes, podem ganhar uma sobrevida de até um mês se congelados. Por isso, diz não se preocupar com a data anotada no rótulo. “Congelo quase tudo. Mas tenho consciência de que preciso consumir rápido. Quando é um produto mais delicado, como um embutido, divido com a família.”
Economia
A aposentada Madalena Rocha Barbosa Câmara, de 63 anos, é uma cliente habitual de lojas que vendem produtos próximos da data de vencimento. Faz dois anos que ela vai de duas a três vezes por semana às compras nesse tipo de loja. “Às vezes consigo economizar até 50% em relação ao que gastaria pelo mesmo item num supermercado normal.”
Madalena, que cozinha diariamente para a sua família de cinco pessoas, não deixou de ir ao supermercado tradicional, mas procura aproveitar as oportunidades nas lojas de “vencidinhos”. “Essa economia ajuda bastante a sobreviver em períodos de crise.”
Geralmente ,as ofertas dessas lojas são de refrigerados, como iogurte, queijo, massa fresca e embutido. Ela diz que nunca teve problema de comprar produto estragado e só leva para casa itens cuja validade vence, no máximo, em três dias e na quantidade exata para consumir.
Fonte Estadão
Gustavo Melo
O presidente da Central de Abastecimento de Pernambuco, Gustavo Melo, foi eleito no último dia 19/5, em Brasília, também presidente da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen), em substituição ao mineiro Gustavo Alberto França Fonseca, da Ceasa Minas Gerais. Evento escolheu a nova diretoria da instituição. O diretor presidente da Ceagesp, Johnni Hunter Nogueira, foi eleito 1º vice-presidente.
A nova diretoria foi eleita em reunião extraordinária da Abracen para escolher novos membros até o final do atual mandato, que vai até março de 2019. O evento reuniu enviados das centrais de abastecimento de todo o país, que aproveitaram a ocasião para tratar de assuntos de interesse do setor com representantes da Conab.
A Abracen agrega 23 associações de todas as regiões do Brasil, com mais de 10 mil empresas instaladas, que dão origem a 200 mil empregos diretos e que movimentam mais de 15 milhões de toneladas de alimentos comercializados, gerando R$ 17 bi/ano em todo o Brasil.
A entidade trabalha em conjunto à Conab, a qual é vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e tem por objetivo fomentar a integração das centrais de abastecimento em um Sistema Nacional de Abastecimento, visando o aprimoramento de cada associado e o desenvolvimento de uma Política Nacional de Abastecimento.
(Fonte: Abracen)
Aproveite para conhecer a maior feira livre em espaço coberto da cidade de São Paulo, que acontece no Pavilhão Mercado Livre do Produtor (MLP), dentro do Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) na capital paulista.
Sãos de 300 barracas de frutas, legumes, verduras, flores e pescados distribuídos em mais de 20 mil m2 de área. No local ainda podem ser encontradas barracas de comida, como pastel, sanduíche de pernil, comida japonesa, queijos e pães, além de produtos orientais e doces.
A entrada e o estacionamento são gratuitos, e de quebra, você ainda conhece o maior entreposto de produtos hortifruti, flores e pescados do Brasil. Além de ser um ótimo local para fazer compras, aproveite para conhecer um dos cartões postais da cidade de São Paulo.
No ETSP acontecem duas feiras na semana: o Varejão Noturno às quartas-feiras das 14h às 22h no portão 7, e o Varejão de Final de Semana no MLP, aos sábados e domingos das 7h às 13h, com entrada no portão 3. Anote o endereço: Av. Dr. Gastão Vidigal 1946 - Vila Leopoldina.
Cada vez mais restaurantes do mundo estão preparando esse legume que é ricamente encontrado nas cozinhas de boa parte da América do Sul e México, e que estão encantando cada vez mais produtores rurais brasileiros. A produtividade vem sendo mantida. Vermelha, roxa e rajada, a batata colorida tem menos água que as comuns. Agricultor no interior de São Paulo é o exemplo dado pelo Globo Rural.
Pelo menos 10% da batata plantada no Brasil está localizada nos campos da região nordeste do estado de São Paulo. O município de Vargem Grande do Sul é um importante polo desse cultivo, onde os agricultores mais tecnificados só trabalham com materiais que saem de laboratórios.
O agrônomo e também agricultor, Pedro Hayashi, se especializou na produção da batata que vai servir de semente para as grandes lavouras. A chamada batata semente. “É o início de tudo. Toda batata, seja aqui no Brasil ou importada passa por esse processo de produção. Aqui é o berçário de batata”, explica.
Nessa primeira fase do cultivo, tudo tem que ser muito limpo, controlado e o manuseio é quase cirúrgico. “Meu trabalho é bem minucioso. Tem que tomar muito cuidado porque pode dar fungo, não pode contaminar a muda. Minha lavoura aqui é o pote. Daqui vai para o campo”, explica Tamires Aparecida Contini, auxiliar de laboratório.
Antes de chegar no campo, as plantinhas ainda passam um tempo nas estufas de crescimento. “É um período de adaptação delas”, explica Hayashi.
Essa adaptação é necessária porque toda batata plantada no Brasil foi melhorada na Europa, apesar de ter origem na América do Sul. Ao longo da cordilheira dos Andes, mais de quatro mil variedades são plantadas na faixa que se estende da Venezuela até o Chile. E o Peru se destaca nesse cenário.
Levada para Europa e adaptada às condições de países frios, a batata quando trazida de volta chega a produzir 40% menos em climas tropicais e subtropicais. Daí a importância desse trabalho com a semente no laboratório e na estufa antes dela ser levada a campo.
Produção expressiva
Por ano, a propriedade de Pedro Hayashi produz algo em torno de 2,5 milhões de batata semente. “A batata semente cabe na palma da mão, pesa por volta de trinta, quarenta gramas. No campo, em termos de taxa de multiplicação, de oito a dez vezes. Mas ela pode produzir quinhentas, seiscentas gramas por cada sementinha que é colocada”, explica.
Mergulhado nesse trabalho com batata semente, Pedro foi desvendando o universo das batatas coloridas que foram aparecendo nas suas estufas. “Dentro do melhoramento genético sempre surgem curiosidades. Algumas são coloridas só por fora e não por dentro. Outras não são coloridas por fora e são coloridas só por dentro. Então temos um mix para atender qualquer necessidade e desejo”, comenta.
Ao longo de quase doze anos, selecionando, cruzando, testando as batatas coloridas, Pedro chegou a pelo menos cem tipos diferentes. Como ele ainda não encontrou um mercado para elas, a produção ainda é pequena, cerca de uma tonelada por ano, que dá apenas para o consumo da família ou para presentear os amigos.
“O nosso mercado é feito em cima de um padrão, que é uma batata de pele amarela, brilhante, de formato oval e polpa amarela. Tudo aquilo que é diferente disso, parece que há uma certa rejeição”, comenta.
Muito boas
Rejeição que pode ser superada se um dia houver interesse de bares e restaurantes. Por enquanto, Pedro vai colhendo suas batatas coloridas sempre assim, de pouquinho em pouquinho, duas vezes ao ano...uma na safra de inverno, outra na safra das águas.
Na cozinha, o sucesso das batatas coloridas vai além da beleza das suas tonalidades. É que no geral, elas têm menos água do que a batata comum, que a gente está acostumado a comprar nas feiras e supermercados.
O teor de matéria seca entre uma e outra pode variar em até 4%. Parece pouco, mas isso faz toda diferença na hora de ir para a panela.
“A matéria seca é que dá a crocância na batata, quando ela é frita. E quando é para a indústria, isso que determina o rendimento industrial. É, quanto maior o teor de matéria seca, menos matéria prima tem que entrar na fábrica”, explica Hayashi.
Além da crocância, ela tem um sabor mais acentuado. “É gosto de batata. Coisa que essas batatas que estão no mercado, aqui no Brasil, não têm”, comenta.
As batatas coloridas de Pedro Hayashi têm uma produtividade média equivalente a das batatas comuns: cerca de 35 toneladas por hectare.

Pesquisa feita pelo Ibope identificou que 14% dos brasileiros se declaram vegetarianos. Levantamento foi pedido pela Sociedade Vegetariana Brasileira revela que milhões concordam parcial ou totalmente com a afirmação ‘sou vegetariano’; para docente, preocupação com ambiente, saúde e exploração animal motivam opção. A pesquisa Ibope ouviu 2 mil pessoas em 142 municípios de todas as regiões do País e classes sociais. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais.
O perfil do vegetariano ultrapassou os estereótipos das últimas décadas e hoje atrai de adeptos da alimentação natural até quem não dispensa junk food. Nova pesquisa Ibope Inteligência aponta que 14% dos brasileiros com mais de 16 anos – cerca de 22 milhões de pessoas – concordam parcial (6%) ou totalmente (8%) com a afirmação “sou vegetariano”.
Na mesma tendência, estudo da Kantar Ibope Media aponta que, de 2012 até o ano passado, cresceu de 8% para 12% o total de adultos (de 18 a 75 anos) que se declaram vegetarianos nas Regiões Sul e Sudeste do País e nas áreas metropolitanas de Salvador, Recife, Fortaleza e Brasília. “Deixou de ser uma escolha restrita a um grupo. Hoje toda família tem um vegetariano, um vegano”, diz Cynthia Schuck, coordenadora da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).
Para ela, mesmo que nem todos sigam o vegetarianismo de forma estrita (mais informações nesta página), se reconhecer como tal é positivo. “São pessoas que se identificam e estão no caminho. E, para o mercado, já é um público que conta.”
A designer Domitila Carolino, de 38 anos, é um exemplo de adepta recente desse estilo de alimentação. A mudança começou há seis anos, por recomendação médica, quando seus exames apontaram excesso de ferro. Alguns meses depois, porém, ela voltou a comer carne, que era muito consumida pelo marido. “Respeito quem come. Cada um no seu tempo”, diz. Em 2015, ela retomou o vegetarianismo. “Não queria mais colocar dentro de mim agressão, de morte, de sofrimento.”
Para a professora de História Thaís Carneiro, de 27 anos, a mudança chegou anos depois de o pai aderir ao vegetarianismo. “Eu era muito firme que não queria deixar (de comer carne)”, lembra. A virada veio aos 14 anos, durante uma viagem, quando visitou pessoas que criavam animais. Na ocasião, chegou a sair de um recinto para não presenciar o abate de uma galinha, que depois encontrou morta na cozinha. “Passei a associar mais os animais ao que comia, por mais que já soubesse.”
Na mesma época, ela leu um livro espírita que considerava o consumo de carne um vício. “Essas questões foram mexendo comigo”, conta. A mudança foi difícil, especialmente na escola. “Elogiavam, mas depois diziam que não conseguiam e começavam a falar de carne, a descrever, isso me deixava triste. Chorava, achava as pessoas insensíveis.”
Dificuldades fora
Quando foi vegana, enfrentou dificuldade para manter a dieta, especialmente fora do País, o que relata no projeto Mulheres Viajantes. “Aqui, a gente teve um crescimento considerável no mercado”, compara.
Professora do Departamento de Sociologia e Política da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Juliana Abonizio aponta que a religião foi o motivo predominante décadas atrás, enquanto hoje cresce a motivação ambiental, por saúde ou por não concordar com a exploração animal. “Tem gente que começa pela saúde e depois vira militante.”
O movimento ganhou força na internet, especialmente nas redes sociais. A estudante de Letras Leonora Vitória, de 18 anos, aderiu ao ovolactovegetarianismo após assistir filmes que envolvem o tema, como a ficção Okja, da Netflix. “No princípio eu não sabia o que consumir e como fazer. Procurei grupos no Facebook, receitas na internet e fui me virando”, conta.
Atraindo mais gente
O vegetarianismo “saiu do obscurantismo”, resume a professora de Psicologia da Universidade Brasil, Pâmela Pitágoras, que estudou o tema no doutorado. “Quando uma coisa começa a crescer, a ser divulgada, atrai mais pessoas”, explica.
Estudante de Pedagogia, Mariana Pasquini, de 18 anos, deixou de comer carne vermelha em janeiro, depois de porco e, neste mês, foi a vez do frango. “Quero parar com o peixe. Os derivados ainda não sei, vou ter um pouco de dificuldade.”
Vice-presidente da Associação Alagoana de Nutrição, Viviane Ferreira aponta que a procura de um nutricionista especializado e a realização de um check-up são importantes na transição. “É preciso aprender a comer mais vegetais, o que as pessoas no geral não comem, mas é um mito achar que vegetariano é anêmico”, aponta.
A pesquisa Ibope ouviu 2 mil pessoas em 142 municípios de todas as regiões do País e classes sociais. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais.
Como definir as "tribos"?
1 - Vegetariano
Não consome alimento com ingrediente de origem animal, tais como carnes, ovo, leite e mel.
2 - Ovolactovegetariano
Não consome carnes. Ovos e laticínios, in natura ou na receita de pratos, integram dieta.
3 - Vegano
Mantém dieta vegetariana e exclui o uso de produtos com componentes de origem animal, como couro e seda, e de serviços advindos do trabalho de bichos.
Fonte: SVB/Estadão
Visitante come o que colhe em fazendas do chamado Vale do Café, no interior fluminense. Propriedades vão além do turismo histórico e oferecem imersão em plantação de orgânicos. Fisicamente, o Vale do Café ocupa uma área que abarca 15 municípios do sul fluminense. Temporalmente, transita entre o século 19 e o atualíssimo.
Os ecos do primeiro período, auge da produção do fruto na região, são a principal marca do turismo local. Hoje, das mais de 147 fazendas históricas do Vale do Café --nas contas do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural--, 35 estão abertas para visitação.
Em diferentes estados de conservação, as propriedades permitem vislumbrar como funcionava o processo de beneficiamento do grão --em algumas delas, os visitantes são recebidos por guias trajando roupas, e afetando trejeitos, do passado.
Em Rio das Flores (a 180 km da capital fluminense), a fazenda do Paraízo, de 1845, guarda construções, maquinário, móveis e utensílios da época, incluindo um fogão a lenha, ainda em uso pelos donos, que moram por lá. A visita, encerrada com lanche colonial, custa R$ 70 por pessoa.
Alguns anos mais moça, a Alliança (finalizada em 1863), no município de Barra do Piraí (110 km do Rio de Janeiro), também conserva o aparato usado no século 19 para o processamento do café.
Além disso, assume a roupagem de "fazenda de vivência", nas palavras da proprietária, a argentina Josefina Durini.
Parte do terreno é usada para cultivar orgânicos --de batata doce a alho-poró-- e pancs (plantas alimentícias não convencionais), que nos últimos anos passaram a integrar cardápios de restaurantes celebrados em grandes cidades do país. Os visitantes são guiados pela plantação e aprendem sobre as propriedades das espécies: tiririca, erva-de-santa-maria, capoeraba...
E há o momento colheita. Os turistas podem apanhar os produtos e levá-los para casa ou ver uma porção deles usada no almoço, servido na própria fazenda --dependendo da categoria de passeio.
É preciso agendar a visita às duas fazendas com pelo menos dois dias de antecedência --o mesmo ocorre com outras atrações.
Assim, vale tentar marcar ao menos dois passeios num mesmo dia, para não perder a viagem, e estabelecer uma cidade como base. Vassouras, a 117 km da capital do estado, é uma das maiores da região.
Entre as opções de hospedagem por lá estão o hotel Santa Amália, com diária para duas pessoas a partir de R$ 607 (pensão completa), e a Vila Hibisco Pousada (preços partem de R$ 247).
Em Barra do Piraí, uma alternativa é o hotel fazenda Ribeirão, com diárias para duas pessoas a partir de R$ 750 (pensão completa).
Mais roteiros do sabor:
Jardim Ecológico Uaná Etê
Com 135 mil metros quadrados e trilhas que somam cerca de 10 km, o espaço, localizado na cidade de Engenheiro Paulo de Frontin, preenche facilmente um dia inteiro.
Isso se o visitante aderir à proposta de relaxamento do jardim: há redes e grandes teias trançadas com cordas para se jogar, gramados para piquenique, silêncio e natureza --30 mil mudas de diversas espécies foram plantadas no Uaná Etê desde sua inauguração, em 2014 (o que é sinônimo de "é preciso levar repelente de insetos").
Os fundadores do local, o casal de músicos Cristina Braga e Ricardo Medeiros, também investiram em atividades relacionadas ao seu ofício.
No bosque dos sinos, por exemplo, diversos desses objetos ficam à disposição para o público chacoalhar e "tocar" como bem entender.
O jardim funciona de quinta a segunda, das 9h às 17h. A entrada inteira custa R$ 40.
Cachaça Werneck
Em 2008, o casal Cilene e Eli Werneck --ele, engenheiro, e ela, artista plástica-- passou a se dedicar à produção de cachaça orgânica, em uma fazenda na cidade de Rio das Flores (a 180 km da capital fluminense). A bebida já ganhou prêmios dentro e fora do país.
É possível visitar as instalações pequenas, em um tour guiado pelo próprio Eli. Vale pelo didatismo dele --o visitante aprende, por exemplo, que o caldo de cana deve ser diluído em água, porque as leveduras encarregadas da fermentação não aguentam tanto açúcar-- e pela degustação ao fim do passeio.
O programa é gratuito e deve ser agendado com dois dias de antecedência. Informações pelo email contato@cachacawerneck.com.br.
Fazenda Santo Inácio
A menos de 15 km de Minas Gerais, a fazenda, de 1830, faz as vezes de restaurante de comida mineira desde 2007. É uma experiência pé no chão. Os donos da Santo Inácio --e o gato Filé-- vivem na propriedade e dividem o espaço com os clientes.
Os comensais se servem, na própria cozinha, de pernil, arroz, feijão-preto, couve, taioba e quiabo refogados, purê de abóbora e por aí vai. Opções simples e saborosas.
Segundo Ana Célia Mello Valle, responsável pelo restaurante, tudo que é servido cresce na fazenda. Porcos são abatidos a poucos metros do salão principal e o mesmo vale para a produção dos doces.
Serve-se à vontade por R$ 40. O restaurante abre apenas aos domingos, para o almoço, mas é possível agendar horários durante a semana. Mais informações pelo telefone (24)
Fazenda Alliança
Na propriedade da argentina Josefina Durini, os turistas são acompanhados pelo olhar de 140 búfalas, que pastam no entorno da sede da fazenda. A produção de leite do animal é o carro-chefe da Alliança.
A visita mais completa, com lanche, passeio pela estrutura usada para processar café, pela horta e pelos pomares, contato com as búfalas e almoço com produtos orgânicos e pancs custa R$ 280 por pessoa. Mais informações pelo telefone (24) 99327-0248.
Hotel fazenda União
O hotel, em Rio das Flores, pode agradar quem quer relaxar e fazer turismo histórico.
A sede da fazenda, de 1836, é uma espécie de antiquário, com peças garimpadas pelos donos do hotel, e conta com 11 quartos. Entre as peças expostas, há louças que pertenceram a figurões: Dom João, duque de Caxias e marechal Deodoro da Fonseca. Há ainda um museu de arte sacra, com 50 peças dos séculos 18 e 19. O hotel também tem piscina aquecida, quadra de tênis e oferece passeios de quadriciclo e cavalgadas.
A diária para duas pessoas parte de R$ 1.075. Agendamentos pelo e-mail reservas@fazendauniao.com.br.
Pacotes & Preços
R$ 387
3 noites em Vassouras, na Submarino Viagens (submarinoviagens.com.br)
Hospedagem no hotel Santa Amália para uma pessoa, em quarto duplo. Inclui café da manhã. Sem aéreo
R$ 908
2 noites em Conservatória, na CVC (cvc.com.br)
Hospedagem no hotel fazenda Rochedo, em quarto duplo, com pensão completa. Inclui passeio pelos principais pontos da cidade. Sem aéreo
R$ 1.198
4 noites em Resende, na CVC (cvc.com.br)
Hospedagem em quarto duplo no hotel fazenda Três Pinheiros, com pensão completa. Inclui passeio pela cidade. Sem aéreo.
Fonte O Dia
Semanalmente, a CEAGESP (Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo) prepara uma lista com produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta, para você se alimentar bem e economizar mais. Confira a lista dos produtos:
PRODUTOS COM PREÇOS EM BAIXA
Maracujá doce, tangerina cravo, tangerina poncam, carambola, caqui rama-forte, goiaba branca, coco verde, chuchu, abobrinha brasileira, cará, abóbora paulista, pepino comum, pepino caipira, pimentão verde, abóbora moranga, acelga, couve-flor, salsa, alfaces, brócolis ninja, couve manteiga, nabo, milho verde, beterraba com folha, cenoura com folha, cebolinha, batata asterix, alho chinês e canjica.
PRODUTOS COM PREÇOS ESTÁVEIS
Uva thompson, abacate avocado, mamão formosa, goiaba vermelha, laranja lima, laranja pera, caqui guiombo, manga palmer, manga tommy, uva rosada, abacate fortuna, melão amarelo, banana nanica, lima da pérsia, maçã gala, abóbora japonesa, tomate carmem, inhame, abóbora seca, batata doce rosada, mandioca, coentro, rabanete, agrião, rúcula, repolho verde, espinafre, salsão, alho nacional.
PRODUTOS COM PREÇOS EM ALTA
Mamão papaya, nectarina importada, limão taiti, abacate margarida, maracujá azedo, caqui fuyu, melancia, figo roxo, maçã fuji, caju, maçã importada, pera importada, manga hadem, beterraba, tomate italiano, abobrinha italiana, vagem macarrão, pimentão amarelo, pimentão vermelho, cenoura, pepino japonês, quiabo, ervilha torta, brócolis comum, repolho roxo, erva doce, cebola roxa, cebola nacional e coco seco.