Mostrando postagens com marcador #atacarejos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #atacarejos. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Brasil da Crise : Consumidor disputa alimentos "quase vencidos"

                 Resultado de imagem para megamix supermercado

Brasileiros estão lotando mercados a procura por produtos perto do vencimento, com mais de 50% de desconto. A grana curta força essa situação que é comum na Europa, onde mais adeptos praticam esse comércio que é incentivado por governos locais e comerciantes.

O volume alto e o ritmo frenético da música ambiente parecem comandar o movimento das vendas do Mega Mix, um mercado na Vila Sabrina, na zona norte de São Paulo, que só vende produtos com prazo de validade próximo do fim. Lá, enquanto levas de clientes se acotovelam nos corredores apertados, os valores são dinâmicos: conforme o dia passa, aumenta o risco de encalhe, o que faz o preço cair. Depois das lojas de R$ 1,99 e dos atacarejos, a crise impulsionou esse tipo de varejo, conhecido como “vencidinhos”, especializado em pechinchas.

A alguns quilômetros do Mega Mix, o quadro se repete no Mercado Vanessa, no Jardim Santo Elias, zona oeste. “Aqui é uma bolsa de valores: de manhã o preço é um e, à tarde, outro”, conta Dayana Ferraz Primarano. Ela, que administra uma das três lojas da família, todas voltadas para esse nicho, negocia com a indústria diariamente. “Cheguei a comprar leite a dois dias de expirar a validade e vendi o litro a R$ 1.” Nesse caso, o desconto foi de mais de 50% para o consumidor em relação ao preço normal.

O orçamento apertado nos últimos anos e agora o desemprego elevado que persiste ajudam a explicar a maior popularidade desse tipo de comércio, onde os descontos podem chegar a 90%. Há lojas de médio e de pequeno portes que chegam a atender cinco mil pessoas mesmo durante a semana. No sábado, o dia mais forte do varejo, esse número sobe para 10 mil.

Esses mercados comercializam, principalmente, marcas líderes de itens refrigerados e congelados, como iogurte, pratos prontos, salsicha, mortadela e presunto de Parma. É possível achar 300 gramas de queijo brie, por exemplo, a R$ 2,50.

Sem registro. Institutos de pesquisa e associações do setor não têm dados sobre quanto as lojas “Fifo” movimentam. Assim, elas são conhecidas pela indústria, em alusão ao método de controle do estoque que leva em conta que o primeiro produto que entra no depósito, isto é, o mais antigo, também é o primeiro que sai – “first in, first out”. A maioria dos itens vendidos nessas lojas, normalmente localizadas fora da área de influência das grandes redes de supermercados, é o encalhe da indústria. A sobra de mercadorias nos depósitos das fábricas ocorre porque os fabricantes erraram a mão nas quantidades produzidas ou porque determinado item não emplacou.

Negócios aumentando

Na mais antiga loja do ramo, a Vovó Zuzu, há 16 anos no Parque Dom Pedro II, região central, a procura aumentou tanto nos últimos dois anos que os donos precisaram ampliar o espaço em 30% – hoje, ela ocupa 1,5 mil metros quadrados – e estender o horário das 6h até a meia-noite. “É cheio de gente o tempo todo”, conta o gerente Vanderli Santana. “No ano passado, inauguramos um corredor de 30 metros só para os iogurtes e os congelados, que são nosso carro-chefe, e ampliamos o horário de funcionamento para o Natal. Acabou que o espaço já está pequeno de novo e não conseguimos mais retornar ao horário das 8h às 22h.”

O segredo desse tipo de negócio está em calibrar o tamanho do desconto com o prazo de validade para vender rapidamente grandes quantidades e zerar os estoques. Na Vovó Zuzu, dos 300 funcionários, 30 têm a tarefa única de ficar de olho nas prateleiras e acompanhar o prazo de validade.

Algumas dessas lojas só vendem à vista, pois têm prazo curto, no máximo de uma semana, para pagar a indústria. Segundo Ancelmo Santos do Nascimento, gerente do Mega Mix, o lucro é pequeno, mas o ganho está no volume. “O produto chega hoje, a gente trabalha com 5% de margem. Não vendeu, no outro dia cai para 3%. Se demorou na gôndola, a ordem é liquidar, vender mesmo com prejuízo para não jogar no lixo”, reforça Santana, da Vovó Zuzu.

Agilidade é o segredo

Para Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, a chave desse negócio é a agilidade. “Esse é um varejo de alto risco, no qual a perda sempre é iminente se o produto encalhar. Esse tipo de loja é uma tendência mundial”, diz. Aqui, ela ganha dia a dia novos consumidores por causa da crise e também porque no Brasil a quantidade de produtos com prazo de validade é maior do que em outros países.

Terra explica que esse formato de loja é favorável para a indústria: reduz as perdas dos fabricantes com o encalhe e não canibaliza o seu público-alvo. “Essas lojas vendem para os consumidores das classes de menor renda que não comprariam esses itens.”

A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) informou, por meio de nota, que não monitora dados sobre a venda de produtos com validade próxima ao vencimento.

Os maiores fabricantes do País não detalham o funcionamento desse mercado. Procuradas, Nestlé, BRF e J. Macêdo confirmam que comercializam diretamente com essas lojas, mas não atribuem a prática à necessidade de reduzir estoques. As empresas não concederam entrevista. A Lala, dona da marca Vigor, disse que não localizou um porta-voz para tratar do assunto. A JBS não retornou os pedidos de entrevista.

Revenda 

Neusa e Aline Mendes, mãe e filha, vão a uma loja especializada em produtos próximos do vencimento e enchem o carrinho com iogurtes para revender em formato de combo, embalado com saco plástico, de porta em porta na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. “Vendemos 100 kits por mês. Compramos por R$ 25, R$ 30 e revendemos a R$ 50”, diz Neusa.

As empresárias contam que, antes, negociavam diretamente com as marcas, indo de fábrica a fábrica, mas o preço final ficava maior até 10%. “Quando a gente coloca no papel, esses 10% são a gordura para abastecer o carro e custear as entregas”, conta Neusa. Segundo elas, o segredo é conseguir garimpar produtos com o prazo ideal de vencimento. “Nosso cliente consome tudo em uma semana. Então, pra gente, com até 15 dias para vencer, já dá para comprar e revender.”

Congelado

A dona de casa Rosenilda Silva se considera uma espécie de caçadora de produtos próximos do vencimento. Ex-funcionária de uma rede de supermercados, ela sabe que os preços são remarcados diariamente nessas lojas especializadas. Por isso, quando vai até uma loja, além da lista de compras, ela define o que levar para casa de acordo com a data de vencimento. “Quando um Danone ou um congelado entra na semana do vencimento, eu sei que o gerente precisa liquidar o produto. Quanto mais próximo da data, mais barato ele vai ser”, diz.

Rosenilda acredita que a maior parte dos alimentos, incluindo os iogurtes, podem ganhar uma sobrevida de até um mês se congelados. Por isso, diz não se preocupar com a data anotada no rótulo. “Congelo quase tudo. Mas tenho consciência de que preciso consumir rápido. Quando é um produto mais delicado, como um embutido, divido com a família.”

Economia

A aposentada Madalena Rocha Barbosa Câmara, de 63 anos, é uma cliente habitual de lojas que vendem produtos próximos da data de vencimento. Faz dois anos que ela vai de duas a três vezes por semana às compras nesse tipo de loja. “Às vezes consigo economizar até 50% em relação ao que gastaria pelo mesmo item num supermercado normal.”

Madalena, que cozinha diariamente para a sua família de cinco pessoas, não deixou de ir ao supermercado tradicional, mas procura aproveitar as oportunidades nas lojas de “vencidinhos”. “Essa economia ajuda bastante a sobreviver em períodos de crise.”

Geralmente ,as ofertas dessas lojas são de refrigerados, como iogurte, queijo, massa fresca e embutido. Ela diz que nunca teve problema de comprar produto estragado e só leva para casa itens cuja validade vence, no máximo, em três dias e na quantidade exata para consumir.

Fonte Estadão

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Manga tommy e chicória estão mais em conta



Semanalmente, a CEAGESP (Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo) prepara uma lista com produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta, para você se alimentar bem e economizar mais. Confira a lista dos produtos:

  • PRODUTOS COM PREÇOS EM BAIXA
Morango, manga tommy, abacate margarida, carambola, laranja pera, laranja lima, coco verde, tomate carmem, batata doce rosada, beterraba, cenoura, gengibre, inhame, mandioca, abóbora moranga, espinafre, brócolos ninja, pepino comum, chuchu, chicória, alfaces, coentro, escarola, rúcula, couve manteiga, alho porró, repolho, acelga, nabo, cenoura com folha, salsa, cebolinha, milho verde, cebola nacional e canjica.

  • PRODUTOS COM PREÇOS ESTÁVEIS
Tangerina murcot, melão amarelo, laranja seleta, manga palmer, banana nanica, atemoia, maracujá azedo, caju, lima da pérsia, acerola, graviola, cara, batata doce amarela, tomate pizzad’oro, abóbora japonesa, abóbora paulista, abobrinha italiana, brócolos comum, beterraba com folha, erva doce, couve-flor, rabanete e batata lavada.

  • PRODUTOS COM PREÇOS EM ALTA
Mamão formosa, limão taiti, banana prata, uva niágara, pinha, figo roxo, goiaba vermelha, maçã nacional, maçã importada, pera importada, manga hadem, pepino japonês, abóbora seca, abobrinhas brasileira, pimentões vermelho e amarelo, ervilha torta, quiabo liso, mandioquinha, vagem macarrão, rabanete, alho argentino, e ovos.

Ceagesp: Índice aponta recuo de preços dos alimentos


Legumes e verduras continuam apresentando queda consecutiva, aponta pesquisa.

O setor de frutas, único a registrar elevação, subiu 3,01% em julho. As principais altas foram do caju (42,4%), limão taiti (40,4%), atemoia (27%), banana prata (22,8%) e banana nanica (18,6%). As quedas foram da manga tommy (-39,6%), manga palmer (-28,7%), mamão papaya (-25,95), mamão formosa (-18,8%) e carambola (-19,3%).

O setor de legumes registrou queda de 4,69%. As principais baixas foram da quiabo (-39%), abobrinha italiana (-36,4%), ervilha torta (-23,85), abobrinha brasileira (-19,3%) e tomate (16,9%). As principais altas foram do pimentão verde (35,9%), pimentão amarelo (33%) pimentão vermelho (29,8%), inhame (26,6%) e pepino caipira (14,6%).

O setor de verduras caiu 10,21%. As principais quedas foram da couve (-42,7%), coentro (-37,5%), brócolos (-33,7%), rúcula (-27,2%) e espinafre (-26,4%). As principais altas foram da hortelã (27,8%), almeirão PA (16,5%), moyashi (14,6%) e repolho (10,3%).

O setor de diversos recuou 10,82%. As principais quedas foram da cebola nacional (-36,2%), batata lisa (-28,9), batata comum (-20%) e alho (-9,9%). As principais altas foram do amendoim (12,1%) e coco seco (10,7%).

O setor de pescados registrou queda de 7,58%. As principais baixas foram da abrótea (-28,5%), pescada (-28,7%), corvina (-27,4%), anchovas (-20,8%) e tainha (-17,5%). As principais altas foram da espada (20%), sardinha (16,2%), lula (14,8%) e cavalinha (12,4%).
- Tendência do Índice

O Índice de preços da CEAGESP apresentou queda de 1,63% em julho. Com exceção das frutas, todos os demais setores se recuperaram e registraram queda dos preços praticados. As adversidades climáticas (excesso de chuvas e geadas) deram uma trégua e muitos legumes e verduras já figuram entre as opções de compra para os consumidores, com preços e qualidade bastante satisfatórios.

As chuvas praticamente cessaram no sul e no sudeste. O frio intenso ficou restrito ao começo de junho e não atrapalhou a produção em julho. As culturas mais rápidas, como folhosas, estão plenamente restabelecidas e, as mais longas como tomate, batata, cebola se recuperaram extremamente bem. Com a retração no consumo, característica neste período, houve redução dos preços praticados das principais hortaliças.

O volume comercializado no entreposto de São Paulo caiu 12,39%% em julho de 2016. Foram comercializadas 244.377 toneladas ante 278.929 negociadas em junho de 2015. No acumulado de janeiro a julho de 2016 foram negociadas 1.828.961 toneladas ante 1.951.038 comercializadas no mesmo período de 2015. Queda de 6,26%.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Atacarejos crescem na economia fraca brasileira

                    
Disputando diretamente com redes convencionais, "sacolões" e as próprias Ceasas, essa rede atacadista e varejista começa a cair no gosto do consumidor com ações de impacto. Veja essa matéria publicada pela CeasaMinas.

Em meio ao ambiente de retração geral da economia, alguns setores têm demonstrado como é possível garantir e até aumentar o faturamento. É o caso dos chamados atacarejos, estabelecimentos que comercializam no atacado e varejo, e nos quais o próprio cliente vai até a loja e escolhe diretamente suas mercadorias (autosserviço). Preços em geral menores que os do varejo tradicional são o principal atrativo para os consumidores, o que explica o crescimento nominal de 12% desse setor, entre 2014 e 2015, segundo a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad).

Segundo relatório da Abad, no período analisado, foram abertas quase 50 novas lojas. Apesar do crescimento expressivo, o número de atacados de autosserviço (em torno de 500) é reduzido em relação ao setor atacadista como um todo, estimado em mais de 5 mil empresas, das quais 3 mil são ligadas à associação.
A entidade ainda destaca que, no atacarejo, o consumidor final adota um perfil mais racional, escolhendo marcas de produtos mais baratos, além de substituir ou mesmo cortar itens, dando preferência às mercadorias mais básicas.

"Nos últimos anos, nosso aumento no faturamento anual tem girado na faixa de 15% a 20%. Este ano de 2016, estamos com aproximadamente 11%", revela Rodolfo Nejm, diretor comercial e de operação do Grupo Super Nosso, ao se referir à rede de atacarejo Apoio Mineiro.
Inaugurada em 2002, a loja instalada na CeasaMinas, em Contagem, responde por 20% do total de vendas da rede, formada ainda por outras 12 unidades, sendo todas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Ao ser questionado se a queda na renda do consumidor explicaria o bom momento dos atacarejos, Nejm explica que o crescimento da rede já vinha sendo verificado antes da piora da economia. ?Acredito que o atual cenário econômico do país permitiu que um novo público descobrisse esse segmento. Pessoas que antes não faziam suas compras em atacarejo agora estão achando vantajoso fazer, o que é muito positivo", explica.

O diretor prevê a abertura de duas a três lojas por ano, mantendo a média de crescimento no faturamento em torno dos 15%. ?O consumidor percebeu que comprar certos produtos em quantidades maiores, além de prático, poderia gerar uma economia significativa. Enquanto isso, o comerciante, que sempre buscou esse tipo de estabelecimento devido à competitividade dos preços, não deixou de fazer suas compras lá", justifica.

Frutas e hortaliças

Segundo matéria divulgada em abril deste ano pela revista Hortifruti Brasil, a substituição parcial do varejo tradicional pelo atacarejo também pode trazer impactos no setor de frutas e legumes. Em geral, os atacarejos são conhecidos por comercializarem um leque menor desses alimentos, e por priorizar os mais baratos. Ainda assim, analistas da revista já observam uma tendência de os atacarejos oferecerem maior variedade aos clientes.

"O foco nos preços é uma marca do atacarejo. A proposta não é investir em variedade, mas sim em produtos mais básicos, com preços mais atrativos. Na rede Apoio Mineiro, os hortifrútis possuem um lugar de destaque, pois são muito procurados. Estamos sempre buscando expandir esse segmento, melhorando os serviços e ampliando, na medida do possível, o leque de produtos. Temos investido com muito afinco também na linha de perfumaria e limpeza, em nossa padaria e no segmento de carnes e frios", explica Nejm.