segunda-feira, 26 de março de 2018

Goiaba em destaque na Cidade Maravilhosa

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Receitas inusitadas com goiabada ganham restaurantes do Rio: há até drinques com o doce. O jeito é aproveitar, já que a fruta está mais barata nas centrais de abastecimento (Ceasas). Bastou a televisão mostrar no BBB, que virou sensação. Mas, quem não se lembra da culinária mineira e o seu "Romeu e Julieta", casando a goiaba com um bom queijo Minas?

As formas são variadas, principalmente duas: do tipo cascão, igual aquela fabrica no municipío de Campos dos Goytacazes, no Norte fluminense; ou mole, a mais comum encontrada em todos os supermercados. Esta iguaria bem brasileira tem recheado doces, salgados e, agora, pratos requintados pelos restaurantes cariocas. 

A moda ganhou força com o sucesso que o ingrediente passou a ter nas edições do BBB- “Big Brother Brasil”. No reality, um sorteio semanal deixa alguns participantes com restrições significativas na alimentação, colocando-os no grupo “Tá com nada”. O único item que não sai do cardápio deles, no entanto, é a tal lasca vermelhinha. Um alívio para a maioria dos competidores. Principalmente para o sírio Kaysar, que já comeu mais de 10kg do doce desde a estreia, em 22 de janeiro.

Além de uma delícia, a goiabada é versátil. Dá para transformá-la em molho de pizza, em calda para sorvete, em drinque e até em batata.

— É uma mistura inusitada, mas quem experimenta ama — garante Graziele Sabino, uma das responsáveis pela rede Beluga, que serve uma exótica batata röstie de queijo com goiabada: — É um sabor surpreendente.

Por lá, foram os próprios funcionários que sugeriram a combinação para os chefs, num concurso interno.

Veja o roteiro vermelho da delícia:

1. Aconchego Carioca

É realmente diferentona a costelinha suína do bar comandado pela chef Kátia Barbosa. Laqueada na goiabada, a carne de porco é servida com arroz e pastel de angu. A refeição sai a R$ 93,40, para duas pessoas. Endereço: Rua Barão de Iguatemi 245, Praça da Bandeira — 2273-1035.

2. Balada Mix

Na rede de restaurantes de linha tropical, um clássico incontestável: sorvete de queijo com calda de goiabada. Endereço: Nova América. Av. Pastor Martin Luther King Jr. 126, Del Castilho — 2303-2031.

Sorvete de queijo com goiabada, do Balada Mix
Sorvete de queijo com goiabada, do Balada Mix Foto: Renata Swoboda / Divulgação

3. Bar da Frente

Na casa, comandada por mãe e filha, Valéria e Mariana Rezende, está no cardápio um sorvete de queijo acompanhado de compota de goiaba feita da casa. Gostinho de comida caseira! Sai a R$ 16,90. Endereço: Rua Barão de Iguatemi 388, Praça da Bandeira — 2502-0176.

4. Beluga

Acredite: existe uma inusitada batata röstie recheada com queijo cremoso e goiabada na rede especializada na receita alemã. A versão pequena sai a R$ 29,90. A grande, a R$ 43,90. Endereço: Caxias Shopping. Rodovia Washington Luiz 2.895, Duque de Caxias — 3491-0999.

5. Casa da Empada

Especializada no salgado brasileiro, a rede produz uma empada recheada com queijo e goiabada. Custa R$ 5. Endereço: Parque Shopping Sulacap. Avenida Mal. Fontenelle 3.545, Jardim Sulacap – 3429-8223.

6. Família Paludo

O restaurante faz uma bela releitura da tradicional queijadinha. Por lá, o doce é servido com coco, sorvete de queijo e calda cremosa de goiabada. Sai a R$ 21. Endereço: Av. Quintino Bocaiúva 247, São Francisco, Niterói — 2715-3205.

7. Os Filhos da Mãe

A hamburgueria faz uma releitura do molho barbecue, incluindo goiabada à receita. O tempero é ingrediente do sanduba Coisa de Vó (R$ 36), com 180g de carne, gorgonzola e cebola crispy. Endereço: Av. Genaro de Carvalho 1.493, Recreio — 3596-9549.

8. Le Doux Palharia

Já experimentou uma palha italiana com parmesão e goiabada? A charmosa doceria oferece esse doce diferentão! Sai a R$ 5,50. Outra guloseima faz sucesso por lá: receita de Dona Canô, a mãe de Caetano Veloso, o bolo Bossa Nova (R$ 7, a fatia) tem massa com leite condensado e goiabada em pedaços. Endereço: R. Marquês de Paraná 128 E, Flamengo — 2552-4099.

9. Manon

A confeitaria que faz história no Centro do Rio oferece um mesmo docinho há 75 anos. Pão fofinho recheado com creme e goiabada, o Madrilenho (R$ 4,30) é o item mais vendido da casa. Endereço: Rua do Ouvidor 187, Centro — 2221-0245.

10. Naa! Sushi

No restaurante oriental, há uma opção de harumaki com queijo branco e goiabada. A porção com dois enroladinhos custa R$ 12. Endereço: Rua Barão de São Francisco 236, Vila Isabel — 2577-8140.

11. Parmê

Faz sucesso a redondinha Romeu e Julieta da rede de pizzarias. A massa é preparada com muçarela, catupiry e goiabada. Em tamanho família, sai a R$ 58,90. Endereço: Rua Dias da Cruz 291, Méier — 2583-9291.

12. Restô

Na casa comandada pelo ator Danton Mello, chama atenção o escondidinho de... goiabada com queijo! O pote custa R$ 10.. Cai bem como sobremesa. Endereço: Rua Joana Angélica 184, Ipanema — 2287-0052.

13. Sobe

O descolado bar oferece um drinque com o ingrediente. O Tri Minerin (R$ 27) leva cachaça, goiabada, limão, açúcar mascavo e queijo minas. Endereço: Rua Pacheco Leão 724, Jardim Botânico — 3114-7691.

14. Tapi Carioca

No endereço dedicado à tapioca, chama atenção a goma de aipim recheada com queijo e goiabada. A pequena custa R$ 6,90. Américas Shopping: Av. das Américas 15.500, Recreio — 2442-9900.

15. Trópica Brewing Co.

A cervejaria produz uma loura gelada com toques de goiabada. O rótulo batizado de Brumadinho combina com carne vermelha, peixe e queijos fortes. A partir de R$ 18,90 em mercados com seções especializadas. SuperPrix: R. Barão do Bom Retiro 1.115, Engenho Novo — 2241-6770.

16. T.T.Burger

O ketchup de goiabada é uma atração à parte na rede comandada por Thomas Troisgros, o filho de Claude Troisgros. Cai bem com o recém-lançado Seu Barriga (R$ 32), sanduíche preparado com carne de porco, queijo meia-cura, molho de pimenta-doce e picles de chuchu. Endereço: Rua da Quitanda 47, Centro — 96463-1949.

17. Vizinhando

É generosíssima a taça Romeu e Julieta (R$ 19,90) do bar, com sorvete de queijo e goiabada cremosa. Endereço: Rua Mariz e Barros 824, Maracanã — 3624-5288.


Almoço de Páscoa: Ceagesp tem Tilápia a R$ 5,5

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Em São Paulo, conforme pesquisamos no informe econômico publicado pela maior central de abastecimento da América Latina, a Ceagesp, que conta com uma importante feira de pescado que começa nesta segunda-feira (publicamos sobre esse assunto), dia 26/4, constatamos que a maioria dos preços dos pescados permanece estável. Ao contrário do que encontramos na Ceasa Grande Rio, o preço do quilo da Lula  está bem mais caro, R$ 33.  O quilo da Tilápia foi o menor preço encontrado, R$ 5,5, depois da Abrotea grande, R$ 6,5, e do Curimbatã grande, R$ 6,5, também.

Veja a lista que preparamos para o seu almoço e o tamanho do seu bolso:

Abrotea grande, R$ 6,5; Anchova grande, R$ 12; Atum grande, R$ 19; Cação congelado grande, R$ 8,5; Corvina grande, R$ 7,5; Curimbatã grande, R$ 6,5; Dourada grande, R$ 17; Garoupa, R$ 25; Linguado grande, R$ 21; Lula fresca, R$ 33; Namorado grande, R$ 21; Pargo grande, R$ 20; Pescada grande, R$ 11; Pescada amarela, R$ 26; Robalo, R$ 35; Salmão grande, R$ 26; Tainha grande, R$ 9; Tilápia, R$ 5,5; Traíra grande, R$ 12; e Truta, R$ 19.

Alguns supermercados do Rio e São Paulo estão fazendo promoção no preço do quilo do Salmão de cativeiro, importado do Chile. Fique atento durante a semana, o quilo tá saindo por quase R$ 30. 

Almoço de Páscoa: Lula tá baratinho, R$ 10

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Por Jorge Lopes

Não é trocadilho não, mas se você pretende fazer outro tipo de pescado para o tradicional almoço da Páscoa é bom saber que o quilo da Lula está custando R$ 10, de acordo com avaliação feita pela central de abastecimento fluminense, a Ceasa Grande Rio, mercado do Irajá, na Zona Norte carioca. 

Muita gente tá achando o preço do bacalhau muito caro, ou não está podendo. Então, saiba que o quilo da corvina está saindo, no atacado, a R$ 8. Outro preço baixo é o quilo da anchova, R$ 12.  Os preços do camarão variam de R$ 12, o barba russa, a R$ 80, o tipo VG. O blog CeasaCompras preparou uma tabela especial para você escolher o pescado com base no tamanho do seu bolso (nossa pesquisa foi feita no dia 23/3). Veja:

Anchova, R$ 12; Nadejo, R$ 30; Batata, R$ 18; Cação, R$ 20; Cherne, R$ 40; Corvina, R$ 8; Dourado, R$ 15; Garoupa, 28; Linguado, R$ 33; Lula, R$ 10; Namorado, R$ 30; Olho de cão, R$ 20; Pargo, R$ 15; Pescada amarela, R$ 35; Pescada cambuçu, R$ 33; Polvo, R$ 30; Robalo, R$ 35; e o Viola, R$ 12.

Já os camarões seguem a seguinte tabela:  Camarão 7 barbas, R$ 16; Barba russa, R$ 12;  branco, R$ 28; Cinza, R$ 38; Lagostim, R$ 15; Rosa, R$ 20; e o VG, R$ 80.

Páscoa das "orelhas" de bacalhau

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Por Jorge Lopes

Do jeito que a coisa anda mesmo, o brasileiro passou a caminhar em um sentido contrário ao que acontece nesses dias, quando era normal separar um dinheiro para comprar aquela posta de bacalhau e fazer o almoço do domingo de Páscoa. De acordo com projeção da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), este tipo de alimento será vendido 2,4% mais caro, em relação a igual período de 2017.

A entidade também avalia que o preço dos peixes estará 3,1% acima, no mesmo período; e o preço do azeite, 2,9% mais caro. Em relação aos pescados, o blog CeasaCompras está publicando uma lista de preços - os mais baratos e os mais caros -, para nosso público escolher qual o caminho a seguir para aquele almoço da melhor qualidade.

A Abras também projetou aumento da para ovos de Páscoa (2,4%) e para os bombons ( + de 3%).

O preço do bacalhau está variando muito nas redes supermercadistas e em locais tradicionais na venda do produto: o mercado popular Cadeg, situado em Benfica, na Zona Norte carioca, e a famosa Casa Pedro, por exemplo. A escolha é vasta, desde as famosas lascas de peixes Panga ou Polaca do Alasca (ambos salgados), que chegam a quase R$ 20 o quilo, até os tradicionais Porto Gadhus e da Noruega, que podem atingir R$ 150, o kg. Tem lascas desses dois tipos de bacalhau que podem custar R$ 70.  Por sorte, na Casa Pedro, o kg pode sair por quase R$ 50.

"Orelhas"

Para fugir dos preços altos, se for dificuldade para você, basta comprar o quilo das "orelhas" de bacalhau que estão sendo vendidas a R$ 10. Isso mesmo.  Essa parte do bacalhau, que fica justamente entre a cabeça e o corpo - parte mais ossuda - é muito apreciada na China. Aliás, os chineses também estão vendendo o seu bacalhau por aqui, cujo preço pode chegar a R$ 120.  Na realidade, se não tiver qualquer preconceito, as "orelhas " de bacalhau, se bem preparadas, podem fazer o mesmo efeito. Basta misturar com aquelas batatas, cebolas e ovos.  Não esqueça a couve manteiga. E, óbvio, aquela pimenta caseira e um vinho ( nem que seja do tipo do tradicional e velho Palmares ).

Outra alternativa para a cozinha no domingo da Páscoa, são as "caras" de bacalhau e os rabos.Eles são muito apreciados na cozinha popular portuguesa. As "caras", na realidade, são as bochechas do bacalhau curtidas na salmoura.  Dou aqui uma dica: você pode comprar cabeças grandes de peixe, vendidas muito barato na feira, retirar as carnes das bochechas e salgá-las por cinco dias. Não esquece de ir trocando o sal grosso a cada dia, e retirar a água que "chora" por conta da desidratação provocada pelo sal. O mesmo acontece com o rabo que, se você pedir ao feirante, pode sair de graça. O processo é o mesmo.

Se você quiser duas receitas sensacionais sobre "orelhas", rabos e "caras" de bacalhau, acesse a página do CeasaCompras no Facebook.  Vai ser um almoço diferente e gostoso. Pode acreditar. Claro, mais barato.

Quanto ao azeite, não fique desesperado, nos supermercados tem aqueles tradicionais "tô na merda" que custam quase R$ 5 meio litro.  Dá para enganar e fazem quase o mesmo efeito na decoração da comida.
   

Brasil tem vinho, uva e derivados com padrões reforçados

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Ato do Ministério da Agricultura (Mapa) estabelece novos parâmetros analíticos e sensoriais, fortalecendo ainda mais o setor produtivo e aumentando a qualidade dos produtos brasileiros.

Foi publicada no Diário Oficial da União a Instrução Normativa IN 14/2018 que atualiza os Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ) dos vinhos e derivados da uva e do vinho, incluindo padrões do suco de uva, polpa de uva, vinagre balsâmico e alcoólico composto.

A IN foi elaborada pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV), do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). A publicação estabelece novos parâmetros analíticos e sensoriais e apresentam inovações quanto a novos produtos.  

“É o caso dos vinhos conhecidos por “nobres”. Este é um novo produto, cuja graduação alcoólica natural ultrapassa o disposto na legislação de vinho fino, graças às técnicas de manejo desenvolvidas pelo setor no País”, explicou Helder Borges, Coordenador-Geral de Vinhos e Bebidas do DIPOV.

A IN prevê também a exigência de boas práticas no transporte da matéria prima (uva) para evitar contaminação.

Segundo Borges, o setor produtivo acompanhou e discutiu amplamente a legislação por meio consultas e audiências públicas. “O que o beneficiou, pois poderá produzir uma variedade maior de produtos, ofertados ao consumidor final que terá mais opções à sua disposição.”

quarta-feira, 21 de março de 2018

Vírus está destruindo cebola nacional

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Antissoro produzido pela Embrapa confirma ocorrência de vírus inédito em lavouras de cebola do Sul do País. Problema pega de surpresa os produtores rurais num momento favorável da produção nacional, e tudo indica que irá prejudicar e forçar alta nos preços do produto.
Testes sorológicos e biológicos, realizados no Laboratório de Virologia e Biologia Molecular da Embrapa Hortaliças (DF), confirmaram as suspeitas de técnicos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri-SC), da presença de um vírus em lavouras de cebola da Região Sul do País. A detecção foi possível graças a um antissoro produzido pela Embrapa durante o primeiro registro do vírus no País, há mais de duas décadas.

Os profissionais da Epagri-SC enviaram amostras de cebola para análise, após observarem na safra 2017/2018 sintomas que se assemelhavam aos induzidos por uma espécie de Orthotospovirus, nunca antes relatada em lavouras de cebola da região. O principal sintoma observado em campo foi a presença de manchas amareladas em formato de diamante, em folhas e na haste floral.

Após o diagnóstico, os pesquisadores confirmaram que se trata do Iris yellow spot virus (IYSV), vírus causador da doença conhecida popularmente como “sapeca”, em virtude dos sintomas de queima das folhas que se inicia pelo ápice. “Embora a ocorrência do vírus não houvesse sido registrada ainda em campos de cebola da Região Sul, há uma ocorrência anterior no Brasil que data da década de 1990”, conta Mirtes Freitas Lima, virologista da Embrapa Hortaliças.

Vírus já atacou lavouras no Nordeste há 25 anos

A primeira detecção de IYSV no País, quase 25 anos atrás, também foi comprovada pela equipe dessa Unidade de Pesquisa da Embrapa. Mirtes comenta que, naquela época, devido à elevada incidência de sintomas nas plantas, foram relatadas perdas significativas na produção de bulbos e de sementes de cebola na Região Nordeste, em especial no Submédio do Vale do Rio São Francisco, situado nos estados da Bahia e de Pernambuco.

No episódio mais recente, a presença do vírus foi constatada em Santa Catarina, nos municípios de Aurora, Campos Novos e Ituporanga. A rápida confirmação da infecção por IYSV pela Embrapa foi importante para que os pesquisadores e técnicos da Epagri pudessem orientar os produtores catarinenses sobre a adoção de práticas para o manejo da virose em campo. “Isso somente foi possível porque tínhamos armazenado na soroteca do Laboratório de Virologia e Biologia Molecular um antissoro produzido na época da primeira detecção do IYSV, o que propiciou a identificação do vírus de forma precisa em curto intervalo de tempo de 24 horas”, explica Mirtes.

O envio das amostras que possibilitou o diagnóstico rápido e correto da doença foi baseado na observação do agrônomo Edivânio Araújo, pesquisador da Estação Experimental da Epagri em Ituporanga (SC). Ele coletou amostras de plantas com sintomas que considerou semelhantes àqueles induzidos por IYSV. O pesquisador, que iniciou sua carreira como bolsista da Embrapa Hortaliças, ressalta que o vírus não é transmitido pela semente, mas pelo inseto vetor tripes (Thrips tabaci), ou piolho da cebola, uma praga da cultura. “Em anos mais secos e com maiores infestações das plantas por tripes, os riscos de ocorrência da doença se elevam”, avalia.

“Muito provavelmente, a doença já devia estar presente na região, entretanto, em baixa incidência e, em razão de diversos fatores, entre os quais a elevação da população de tripes, houve aumento na incidência da doença e os danos ficaram mais evidentes”, analisa a pesquisadora Mirtes. Ela destaca que, além das manchas nas folhas, os sintomas de seca são observados inicialmente nas extremidades da folha e podem ser confundidos com deficiência nutricional (ou outro fator abiótico). Logo, a equipe da Epagri foi efetiva ao suspeitar da ocorrência da doença.

O que fazer?

A grande dificuldade no controle de doenças causadas por vírus reside no fato de não existirem medidas curativas para o controle das viroses. Uma vez infectada, a planta permanece assim e pode servir de fonte de vírus para outras plantas, quando há a presença de populações de tripes. Alguns fatores dificultam o manejo da doença, como o grande número de espécies de plantas hospedeiras do vírus e do inseto em campo. Os tripes, por exemplo, são capazes de infestar e se multiplicar em várias espécies de plantas.

Sendo assim, a adoção de medidas preventivas para o manejo da doença é essencial ao controle da virose ocasionada por IYSV na cebola. “Entre as recomendações estão o plantio de cultivares resistentes ao vírus, a destruição dos restos culturais logo após a colheita e a eliminação de plantas voluntárias e/ou plantas daninhas que podem ser fontes de vírus e do vetor dentro e nas adjacências do plantio”, enumera Mirtes.

Diferenças entre as doenças

Para quem não tem o olhar apurado e não conhece os sintomas causados pelo IYSV, pode-se confundir os sintomas com a queima ocasionada pelo fungo causador da mancha-púrpura (Alternaria porri) ou com a queima ocasionada pelo míldio (Peronospora destructor). No primeiro caso, o centro das lesões fica escurecido, e no segundo não há formação de lesões bem definidas, diferentemente das manchas causadas pelo IYSV, que podem ser esbranquiçadas ou terem centro amarelo-esverdeado.

“Os sintomas de seca causados pelo vírus nas plantas de cebola podem ser severos, semelhantes à passagem de um lança-chamas na lavoura. A queima das folhas compromete diretamente a produção de bulbos nas áreas comerciais, resultando em perdas na produção”, ilustra a virologista. Como sintomas da doença também surgem no pendão floral, que gera as sementes usadas em novos plantios, os campos de produção de sementes de cebola também estão sujeitos aos prejuízos causados por IYSV, devido à morte de flores em plantas doentes.

Alho, cebolinha e outras plantas podem ser infectadas

Registros sobre a doença também apontam prejuízos à cebola em áreas produtoras de países da Europa, Ásia, África, Oceania e Américas, causando perdas variáveis. De acordo com a pesquisadora Mirtes Lima, há relatos de infecção natural pelo IYSV em várias espécies de plantas, entre as quais: cebola, espécies do gênero Allium (alho, cebolinha, alho-poró, etc.), plantas ornamentais e plantas infestantes. Por isso, recomenda-se, além do manejo integrado de pragas para controle do inseto transmissor, também a eliminação de determinadas plantas daninhas que, por serem sensíveis à infecção, podem atuar como fonte de vírus ou ainda como abrigo para o inseto vetor.

Em Santa Catarina, a equipe da Epagri já planeja, a partir da próxima safra, realizar pesquisas para detectar o vírus e entender a disseminação da doença na região, bem como ações para promover a adoção de práticas de manejo que minimizem as perdas ocasionadas pela infecção causada pelo vírus.

Outono começa com menor influência do La Niña

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Estação deve ser menos chuvosa na maior parte do Brasil, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), podendo influenciar na produção de alimentos e no aumento de preços nos próximos meses.

O outono começou na terça-feira (20/3), às 13h15, e só abre espaço para o inverno no dia 21 de junho. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estação será marcada pela redução gradativa dos efeitos do La Niña, o que pode fazer com que as chuvas fiquem abaixo da média em parte do território brasileiro.

O instituto informou que o outono geralmente apresenta uma redução nas chuvas no Sudeste, Centro-Oeste e no sul do Norte. Há também a chegada de massas de ar frio, que são originadas no sul do continente e trazem uma prévia do inverno – a temperatura começa a cair, principalmente no centro-sul.

No Norte e no Nordeste, a chuva ainda deve prevalecer. Vale lembrar que com o La Niña, as temperaturas deste verão se mantiveram abaixo da média – tivemos até geada nas serras do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Isso ocorreu porque as águas do Oceano Pacífico Equatorial estavam mais frias. Segundo o Inmet, isso já começou a mudar desde fevereiro e o fenômeno deve ser cada vez menos sentido neste outono.

Norte

Foi um verão com muita chuva, principalmente em algumas regiões do Amazonas, Pará e Tocantins. Isso aconteceu devido a algumas áreas de instabilidade que se formaram, mas isso deve migrar para a parte noroeste do país. Os meses de abril, maio e junho devem permanecer, então, com uma quantidade de chuva dentro dos padrões para a época, podendo chover um pouco acima da média em algumas regiões, ainda sob a influência do verão.

Nordeste

Depois de seis anos de seca, as chuvas voltaram para o semiárido neste verão e estão melhorando as condições do solo da região. O Inmet prevê que o outono, no entanto, vá apresentar chuvas abaixo da média na maior parte do Nordeste. Há uma queda das temperaturas das águas próximas à costa nordestina que também pode diminuir as chances para um clima mais chuvoso.

Centro-oeste

Choveu acima da média neste verão, principalmente no Mato Grosso e parte do Mato Grosso do Sul. O Pantanal, inclusive, passa por uma grande cheia. No Distrito Federal, os reservatórios estão recuperando o volume em meio a uma crise hídrica.

Isso não deve continuar nesta próxima estação, segundo o Inmet. A previsão é de que o outono tenha chuvas na média ou abaixo da média prevista para a época. No mês de maio inicia o período de maior seca na região.

Sudeste

Choveu em boa parte da região durante verão, com exceção da parte central de São Paulo. De acordo com o Inmet, a capital paulista registrou o verão mais seco dos últimos 15 anos.

É normal, no entanto, que as chuvas na região diminuam enquanto se aproxima o outono. A estação deverá manter a média prevista de chuvas, com uma queda gradativa nas temperaturas que pode ser sentida com mais força em Minas Gerais e São Paulo.

Sul

Parte da região sentiu muito a influência do La Niña no verão, com bastante irregularidade e baixa precipitação – principalmente no Rio Grande do Sul, que teve volumes inferiores a 400 mm. O contrário foi observado no Paraná e em Santa Catarina, que apresentaram chuvas acima da média.

O começo do outono deve ter uma diminuição nas chuvas, com índices próximos aos esperados para os três estados, com exceção do norte do Paraná. Quanto mais perto do inverno, maior será a queda nas temperaturas. Poderão ocorrer geadas nas áreas serranas.