Vendendo banana frita há mais de 20 anos, homem emprega filhos e diz que essa foi uma das formas de não deixa-los sem emprego. Banana frita salgada é vendida a R$ 2,50 e doce custa R$ 3.
Banana frita salgada, doce simples ou coberta de leite condensado são as opções encontradas pelos clientes quando param no carrinho do camelô Francisco das Chagas, 47 anos, que fica localizado no Centro de Rio Branco. Para ajudar nas vendas, ele contratou os dois filhos um de 22 e outro de 21, e conta também com o auxílio de um sobrinho que se dividem na hora de cortar, fritar, embalar e vender a banana.
Conhecido na região, Chagas conta que se estabeleceu no local há 20 anos quando ainda tinha apenas 19 anos. O proprietário conta que não faz um levantamento dos lucros mensais, mas em cerca de 30 minutos, em que a reportagem ficou no local, foram vendidos ao menos R$ 100 de banana frita.
A banana frita salgada e a doce simples, apenas com açúcar, custa R$ 2,50. Já a guloseima coberta de leite condensado custa R$ 3, e mesmo sendo a mais cara é a mais vendida, segundo ele. Chagas relata que decidiu não passar o aumento no preço da banana e do óleo para os clientes, pois o produto chegaria a R$ 5 e a clientela poderia reduzir.
"Saiu uma pesquisa dizendo que o Acre é um lugar onde tem muita gente obesa e acho que o motivo é que eles gostam muito de doce. Tem gente que se tiver só a salgada acaba não levando, só procura a doce. O preço de tudo subiu muito, se a gente aumentar os clientes vão reclamar e até diminuir a freguesia, a crise bateu aqui, a gente sentiu a diferença, mas decidimos manter os preços e não há prazos para um reajuste", destaca.
Com o tempo, o proprietário conquistou alguns clientes fiéis que compram a guloseima todos os dias. Para permanecer no ponto ele paga uma taxa ao estacionamento, onde fica o carrinho, e também ao Sindicato dos Camelôs de Rio Branco. Apaixonado pelo que faz, Chagas diz que a receita do sucesso é bem simples "basta fazer um produto de qualidade".
"Rodei em alguns cantos para poder chegar nesse ponto onde estou hoje. Não sei informar quanto ganho por mês nem tenho a mínimia ideia de quantos quilos de banana usamos por dia. Se as pessoas compram é porque procuro fazer um produto de qualidade, tudo com bastante perfeição e também gosto muito do que faço", ressalta.
Filhos e sobrinho ajudam nas vendas
Para que os filhos não ficassem desempregados, Chagas decidiu os contratar e paga um diária, o valor não foi divulgado. Bruno Ferreira Oliveira, 21 anos, conta que trabalha ao lado do pai há sete anos e lembra da infância quando saía da escola e ficava no local às vezes ajudando e outras apenas comendo.
"Estudava aqui perto e quando saía meu pai ia me buscar, ficava esperando minha mãe, ajudando e comendo. Gosto de trabalhar aqui, nem procurei outra profissão, sou feliz com o que faço. Meu irmão trabalha na parte da manhã e fico no período da tarde. Tem muitas pessoas que passam aqui todos os dias, já nos conhecem", conta.
Para o futuro, Oliveira pensa em investir na casa própria, carro e também em uma faculdade, ou até em uma colônia como o pai. "Meu pai disse que quer passar o bastão para a gente, mas ainda temos que conversar sobre isso. Mais para frente quero construir minha vida, ter minha casa própria, carro e uma faculdade", disse.
O pai relata que até 2018 pretende passar toda a administração do carrinho para os filhos e se dedicar a uma colônia de ao menos 17 hectares onde investiu boa parte do dinheiro. No local, ele pretende criar uma plantação de banana, porém, inicialmente apenas para o consumo próprio. "Não planejo abrir outra barraca ou ir para outro local, só penso em ir embora para a minha colônia", finaliza.
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