quinta-feira, 19 de maio de 2016

Inhame em Minas, sinônimo de preço baixo


Além do seu valor nutritivo,  o alimento é um grande aliado para quem quer perder peso.

               

O início de safra do inhame no entreposto de Contagem tem sido acompanhado por grande procura dos compradores, neste mês de maio. É o que revelam produtores usuários do Mercado Livre do Produtor (MLP), que atribuem a boa demanda à queda da temperatura e às propriedades nutritivas da hortaliça. Para o consumidor, o produto também é excelente dica, já que o inhame já pode ser encontrado em torno de 10% mais barato em relação à entressafra.

No comparativo de 1 a 16 de maio em relação ao mesmo período de abril, o preço médio do inhame no atacado da CeasaMinas se manteve estável de R$ 1,64 para R$ 1,63/kg. Em fevereiro, na entressafra, por exemplo, chegou a custar R$ 1,82/kg.

De acordo com o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, mesmo com o preço estável, o consumidor deve aproveitar as épocas de safra, que garantem, além da economia, produtos de melhor qualidade.

O produtor do MLP José Jacomo da Silva, do município Rio Manso (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, confirma que a procura pelo inhame vem crescendo há cerca de dois anos. "Hoje em dia, a mídia tem divulgado bastante as propriedades benéficas do inhame para a saúde", afirma. "Há uns quatro anos, se entrasse a mesma quantidade de inhame na CeasaMinas que hoje, o preço não passaria de R$ 15 a caixa (R$ 0,75/kg) no atacado".

De acordo com ele, a valorização do produto tem levado supermercadistas a incluírem a hortaliça na lista de ofertas, junto com tomate, pimentão, alho e cebola e outros alimentos representativos.

Economia com irrigação

Jacomo espera que o preço médio nesta safra possa garantir boa rentabilidade ao produtor. O que deve contribuir para isso são, além de boa procura, os custos menores com água e energia necessárias para irrigação. "Neste primeiro trimestre, não posso reclamar das chuvas na minha região", ressalta.

Outro produtor que também não reclama das chuvas é José Aguinaldo Marques Parreiras, do município de Bonfim, também na RMBH. Segundo ele, a irrigação, que pode representar até 30% dos custos de produção, não foi necessária neste ano, diferentemente do ano passado. Quanto aos preços, a perspectiva de Parreiras é de que o saco de 19 quilos se mantenha em torno de R$ 35 durante a safra.

Os produtores de inhame também podem programar o momento ideal para levar a mercadoria à CeasaMinas. “Se entrar muita mercadoria em determinados dias, e o preço cair, o produtor pode optar por esperar um pouco mais para colher. E, se já colhido, ainda se conserva por 1 mês, se não for lavado", explica.


Custos x preços

Apesar da valorização atual do inhame, o produtor Antônio Eustáquio Penido, de Bonfim, reclama que os preços do produto não têm, desde a década de 90, acompanhado os custos de produção. "No início do Plano Real, um saco de inhame comprava 3 sacos de adubo. Hoje preciso vender 3 sacos do produto para comprar 1 de adubo", ressalta.

Penido conta que busca diversificar a produção, com cultivo de mandioca, tangerina ponkan e abóbora. A perspectiva dele quanto aos preços é de que o produto fique em torno de R$ 30/saco, durante o período de safra.


Como escolher

Antônio Penido dá a dica para o consumidor não errar na hora de comprar: o melhor inhame para cozinhar é aquele com a polpa branca uniforme, e não os de massa amarelada.

O inhame de massa amarelada é também conhecido no mercado como ensoado ou aguado, e, conforme explica o produtor José Jacomo, isso acontece quando a hortaliça desidrata ainda na terra, por falta de chuva ou irrigação.


Por que consumir

Entre as vantagens nutritivas, o inhame é superior à batata em teores de amido, proteína e vitaminas do complexo B. Além disso, exige menos tempo de digestão do que a batata.

De acordo com o Ministério da Saúde, evidências apontam que os alimentos ricos em fibras solúveis, a exemplo do inhame, protegem contra o excesso de gordura no sangue, sendo indicados também para pessoas com diabetes.

O valor nutritivo de inhame, mandioca e batata, dentre outros ricos em amido, pode ser preservado quando cozidos com casca. Neste caso, é importante lavá-los antes do preparo.

Três municípios mineiros lideraram a oferta de inhame no entreposto de Contagem da CeasaMinas, em 2015: Rio Manso (responsável por 15,4% do total); Lagoa Dourada (8,34%) e Crucilândia (8,32%).

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