terça-feira, 11 de agosto de 2015

Banana será a "cebola" da vez

                           
 
Queda no preço da banana provoca demissões no Vale do Ribeira (SP). Mais de 1.400 trabalhadores rurais com carteira assinada foram demitidos. Região é a principal produtora da fruta no Brasil.

Este é um filme que irá se repetir, como aquelas repetições intermináveis que acontecem na TV fechada, paga. A maior produtora de banana do país, região paulista, afirma que o preço da fruta no atacado está barato e não compensa. Isso já aconteceu no início do ano, quando produtores de cebola deixaram de plantar por que no ano passado o preço era muito baixo. E o que deu? Aumento em 2015. O mesmo, pode aguardar, vai acontecer com a banana, todos os tipos, a partir do final deste ano. Mesmo a Ceagesp afirmando que os preços irão cair. Fica o alerta do CeasaCompras.com, e veja a matéria do Globo Rural deste domingo dos Pais.

O Vale do Ribeira, em São Paulo, é a principal região produtora de banana no Brasil. Mas a vida dos agricultores não está nada fácil. O preço caiu e muitos trabalhadores foram demitidos. Produtor há mais de 50 anos, José de Paula Teixeira faz parte da segunda geração da família que vive da bananicultura no município de Registro.

Nos últimos 12 meses, ele viu o preço do produto despencar. O quilo da banana nanica que nesta mesma época no ano passado era vendido em média por R$ 0,90, agora vale R$ 0,63, uma queda de 30%. “Nós tivemos crise com doença, com vendaval, mas nunca chegou numa situação que nem nós estamos tendo hoje”, relata o produtor.

O motivo, segundo os produtores, foi a retração nas vendas. “Como o consumidor está com o poder de compra menor, ele acaba selecionando os produtos que vai comprar no supermercado. Se a banana não diminui o preço, como diminuiu no campo, ele acaba optando por outras frutas ou deixando de consumir frutas”, diz Jeferson Magário, presidente do Sindicato Rural do Vale do Ribeira.

Por conta do cenário, segundo o sindicato, do começo do ano para cá, cada produtor demitiu, em média, 30% dos funcionários. Foram mais de 1.400 trabalhadores rurais, com carteira assinada.

José Ricardo dos Santos é encarregado de uma fazenda que tem quase 30 funcionários. Ele diz que essa crise no setor está tirando seu sono. “A gente como pai de família não tem como dormir em paz. Isso preocupa muito. Tem conta, muitos pagam aluguel. É difícil.”

A banana é a principal fonte de renda da maioria dos municípios da região, que tem 40 mil hectares da fruta, quase nove milhões de pés. O agrônomo Agnaldo de Oliveira trabalha na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e afirma que o setor está passando um dos seus momentos mais delicados.

“Cada vez mais diminui esse poder aquisitivo do agricultor, pela remuneração do seu produto, ele tem que cortar custo. Então corta a mão de obra, corta a utilização de insumos, os tratos culturais vão ficando cada vez mais espaçados e também, consequentemente, a qualidade da fruta começa a diminuir”, explica o agrônomo.

Segundo o economista Flávio Godas, da Ceagesp – Companhia de Abastecimento de São Paulo – o preço da banana caiu também por causa do aumento da produção paulista e mineira. É que fez mais calor neste inverno e os frutos ficaram maduros mais cedo.

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