Torresmo do Pezão, governador eleito do Rio
As cozinhas do Palácio Guanabara, ou da residência oficial do chefe do Executivo estadual fluminense Palácio Laranjeiras, terão que cortar um dobrado com o novo morador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que ficará por lá durante os próximos quatro anos - a partir de janeiro de 2015. Quem leu sua primeira entrevista, percebeu com mais intensidade os seus hábitos simples de homem do interior: bom de papo, como todo cidadão que tem cuca boa, e adepto das comidas e quitutes mais simples. Nesse rol estão a tradicional paçoca, o pastel de feira (incomparável, não adianta procurar outro) e velho torresmo, que vem acabando junto com o desaparecimento dos tradicionais botequins "pé sujos".
É, Pezão gosta de torresmo e não liga para o que digam dele. Esse quitute dos mais populares, que teve origem no interior de Minas Gerais ( aliás, comer caldinho de feijão com torresminho e folhinhas verdes em qualquer restaurante ou bar de Belo Horizonte não tem igual). Agora, aqui no Rio também tem uns locais que fazem e mantém os elogios. Tanto faz na Zona Sul como em locais distantes, como um bar existente na Estrada de Mazomba, em Itaguaí. É "manjar dos deuses", não adianta qualquer manifestação contrária dos "xiitas da dieta". Se eu comer um torresmo desses e depois morrer, garanto que terei ido feliz ao encontro de Deus. E como gosta de fazer o Pezão: torresmo, botequim e cerveja gelada. Tem combinação melhor?
Aqui vai a nossa homenagem ao governador eleito: uma receita de torresmo a pururuca. Veja:
- 1 kg de toicinho da barriga (o mais fino)
- sal, alho e pimenta do reino
Se houver excesso de banha no toicinho, tire, corte em pedacinhos e frite, reserve a gordura para fritar os torresmos e guarde os torresminhos para farofa. Toicinho ideal para torresmo deve ter 1 dedo de espessura. Corte o toicinho em pedaços regulares, tempere-o com sal, alho e pimenta do reino.
Se houver gordura, forre uma panela grande com ela, se não, coloque óleo, coloque os torresmos na panela e leve para fritar. Quando estiverem quase submersos pela gordura, abaixe o fogo, tampe a panela (eles costumam espirrar) e frite-os até começarem a dourar, mexendo de vez em quando.
Desligue o fogo, espere mais ou menos 10 minutos e tire os torresmos. Espere esfriar e frite-os de novo. Eles estouram e ficam ótimos. Podem ser guardados pré-fritos, em vasilhas tampadas, na geladeira, por até 2 semanas.
Segunda dica:
Toucinho (compre a quantidade de toucinho que desejar, tomando cuidado para que o couro esteja livre de pêlos e de marcas de machucaduras).
Como fazer:
Corte o toucinho em tiras de mais ou menos dois centímetros de largura por oito de comprimento. Salgue a gosto, misturando muito bem. Deixe repousar por uns 15 minutos. Em uma panela de bom tamanho coloque o toucinho para fritar sem acrescentar óleo. Frite até começar a amarelar, mexendo sempre. Retire do fogo e deixe esfriar bem. Mexa para separar os pedaços e deixe na panela até o dia seguinte. Volte a mexer muito bem para que o torresmo se misture à banha. Coloque em sacos plásticos, separando em porções de, no máximo, meio quilo, cuidando para que os torresmos fiquem envolvidos por uma fina camada de banha. Congele, se quiser. Ao fritar não acrescente óleo. Se preferir, ponha no forno para pururucar.
Preparados corretamente, os torresmos ficam leves e são petiscos para acompanhar cervejas e cachaças.
Quando o prato do dia é feijoada, quase impossível não beliscar a porção de torresmos. O preparo, que já foi uma maneira de se obter banha de porco, virou petisco, serve como guarnição e faz sucesso em todo canto do País. Os comensais do Sudeste brasileiro conhecem bem seus bons casamentos: tutu de feijão, virado à paulista, cachaça.
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