terça-feira, 28 de outubro de 2014

Eleições mexeram até com preços da Ceasa



Eleições mexeram até com preços da Ceasa


Colunista Ancelmo Gois, do Globo, dá nota errada sobre situação de preços na Ceasa do Rio de Janeiro.

Por Jorge Luiz Lopes

Informações inexatas é um caso sério. Principalmente, quando o assunto é alimentação; quando devemos ter um imenso cuidado para não falar coisa errada. E foi o que aconteceu na página do colunista Ancelmo Gois, do Globo deste sábado (25/10), que soou como "partidarismo político", o que não era a praia deste considerado jornalista, que conheço há muitos anos. E o tenho no mesmo patamar do Ricardo Boechat. Respeito muito os dois, mas Ancelmo errou na parte da sua coluna "O abacaxi da Dilma". Nela, ele diz o seguinte:

"Dilma diz que a inflação está sob controle. Mas veja só. Os preços das frutas na Ceasa, em Irajá, no Rio, estão subindo. Segunda da semana passada, a caixa de 18 quilos de tomate estava a R$ 70. Na quinta, havia passado para R$ 50. Já no sábado, a mesma caixa estava a R$ 90. O pior ocorreu com o limão. A caixa com 20 quilos aumentou de R$ 70 para R$ 130 em dois dias".

Na outra interferência da coluna, intitulada "Já...", o colunista diz que "O abacaxi, que nesta época em 2013 custava R$ 2, agora custa R$ 5". Fala sem mais explicações.

No tomate

O portal do CeasaCompras monitora diariamente os preços dos produtos e mercadorias que circulam nas principais centrais de abastecimento do país, que estão na Região Sudeste, tendo a maior delas a Ceagesp (SP), vindo depois as Ceasa Minas, Ceasa Grande Rio e Ceasa Espírito Santo. Sem contar os informantes que temos na figura de donos de lojas dentro dos mercados e comerciantes dos chamados "sacolões". Portanto, essa nota da coluna tão prestigiada no país, nos deixou intrigados em relação ao tomate, aquele salada (bonito por fora e sem conteúdo por dentro), que nos é imposto pelos supermercados e alguns sacolões. Esses são os preferenciais, erroneamente, dos consumidores, que são induzidos ao erro. E já que, no Rio de Janeiro, o município que mais produz tomate é o de Paty do Alferes, na Região Serrana. A gente sabe que lá, sem qualquer explicação aparente, a produção vem caindo muito: terrenos são vendidos na esperança do "Minha Casa, Minha Vida", transformados em condomínios, ou a produção do tomate pequeno jogada fora, porque os supermercados não compram e a população os renega. Pois são esses pequenos que tem muito mais nutrientes, ao contrário dos do tipo salada, que mais parecem aquelas "garotas da noite" da Avenida Atlântica. Por fora, bela viola; por dentro, bem...deixa pra lá. Vejamos.

Com base em levantamentos de dados feitos junto à diretoria técnica da Ceasa Grande Rio, registramos os preços praticados na venda do tomate no atacado, nas unidades do Irajá, Zona Norte, e do Colubandê, em São Gonçalo, Região Metropolitana fluminense.

No dia 15/10, data da primeira apuração, a caixa do tomate estava sendo vendida a R$ 90; no dia 17/10 (R$ 80) e no dia 20/10 (R$ 80). A partir do dia 22/10 (segunda-feira), a caixa do produto teve o preço jogado bem prá baixo, cerca de 50% (R$ 40). No dia 23/10, foi vendida a R$ 35, e no dia 24/10 (sexta-feira), havia despencado mais ainda: R$ 30.

Se alguém comprou no sábado uma caixa de tomate, que contém 18 quilos do produto, a R$ 90, foi na mão de atravessador.

O Brasil é um dos grandes produtores mundiais de tomate, sendo os principais estados produtores Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, que estão sofrendo com a seca que afeta diretamente as plantações; Goiás, Paraná e Pernambuco.

Abacaxi

Os meses de setembro, outubro, novembro, dezembro e janeiro, são aqueles em que a safra da fruta está em abundância. Mas, devido à forte estiagem nas regiões produtoras, os preços, que deveriam estar baixos neste ano, continuam altos. Na Ceasa do Rio, a unidade do abacaxi tipo pérola campista, de 2 kg, está sendo vendida a R$ 4 (preço máximo). Na Ceasa de Belo Horizonte (MG), a dúzia do mesmo tipo de abacaxi estava sendo vendida a R$ 45; e na Ceagesp, a unidade da fruta custava R$ 4.

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