terça-feira, 27 de junho de 2017

Preço médio de cesta das festas caipiras fica estável

Meio tardio mas oportuno, estudo feito pela Ceasa de Minas Gerais apresenta oportunidades que ainda podem ser aproveitadas para o dia a dia do consumidor.

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Milho-verde cozido, pé de moleque, cocada, paçoca, batata-doce assada, quentão e caldo de mandioca são apenas algumas das comidas típicas das festas típicas de junho e julho. 

Os produtos que servem de matéria-prima ao cardápio dos "arraiás" também podem ser encontrados na CeasaMinas. E quem pretende diversificar a compra desses itens deverá pagar, em média, por um valor bem próximo ao do ano passado, considerando uma cesta composta por milho-verde, mandioca, batata-doce, gengibre, coco seco e amendoim.

De acordo com o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, o preço médio dessa seleção de seis produtos apresentou uma variação de 0,3%, na primeira quinzena de junho deste ano em relação ao mesmo período de 2016. "Ou seja, o consumidor que diversificar bem, e for comprar uma porção de cada um destes ingredientes, deverá encontrar um preço médio praticamente estável em relação ao ano anterior", explica.

Milho-verde

Um dos itens obrigatórios nos "arraiás", o milho-verde ficou 14,4% mais barato no atacado, passando de R$ 0,97 para R$ 0,83/kg, no comparativo anual. "Apesar de junho e julho concentrarem a maior demanda, é entre novembro e março que se concentra a maior oferta da hortaliça", afirma o produtor André Gonçalves Ferreira, de Conceição do Pará (MG).

"Na época atual, a colheita é mais demorada, já que temos de esperar até 120 dias para colher o produto, enquanto o normal seriam 90 dias. Isso por causa do frio, que retarda o desenvolvimento do produto, e ainda de dias menores que as noites", explica ele, que comercializa no Mercado Livre do Produtor (MLP) da CeasaMinas em Contagem.

Amendoim

Outro produto que ficou mais barato no ano é o amendoim, com redução de 5,7%, de R$ 8,61/kg para R$ 7,26/kg. O produto vinha com preços mais altos desde maio de 2016 até abril de 2017, quando teve a trajetória invertida.

Gengibre

Essencial no preparo do quentão, o gengibre também se destacou entre as quedas de preço, oscilando - 4%, passando de R$ 2,50/kg para R$ 2,40/kg.

Batata-doce

Já entre os produtos que ficaram mais valorizados, está a batata-doce, com alta no preço de 7,2%, de R$ 1,93/kg para R$ 2,07/kg, mesmo com aumento da oferta. Além da demanda típica do período atual, o aumento foi influenciado pelo custo maior de produção.

Mesmo assim, o produtor Oromar Junio Fernandes Las Casas, de Patos de Minas (MG), reclama do preço. "Na mesma época do ano passado, eu vendia a caixa com 20 quilos de batata doce roxa a R$ 30 e hoje (21/6) está saindo por R$ 20 a R$ 25", afirma.

Segundo ele, a passagem de muitos produtores de batata inglesa da região de Araxá (MG) para a cultura da batata-doce pode ter contribuído para aumentar a oferta.

Mandioca

A mandioca, utilizada principalmente em caldos, ficou 29% mais cara, de R$ 0,79/kg para R$ 1,02/kg. Segundo Ricardo Fernandes Martins, os preços baixos praticados em anos anteriores contribuíram para desestimular muitos produtores, o que levou a uma redução de áreas plantadas e migração para outros cultivos.

Ainda assim, segundo Ricardo Fernandes, o produto pode ser considerado uma boa dica de consumo, já que está mais barato que as médias de preços verificadas, por exemplo, em 2012 (R$ 1,09/kg) e 2013 (R$ 1,08/kg).

Coco seco

Outra matéria-prima de destaque no cardápio junino é o coco seco, que apresentou valorização de 48,9% no preço, oscilando de R$ 2,64/kg para R$ 3,93/kg no comparativo anual. Um dos fatores que contribuíram para a alta é a queda de 27,7% na quantidade ofertada no atacado do entreposto de Contagem.

Segundo Vitor Lopes, gerente da atacadista João dos Cocos, o volume menor foi influenciado por problemas climáticos em algumas regiões fornecedoras, em estados como Sergipe, Alagoas e Bahia.

Comandada pelo empresário João Lopes, que dá nome à empresa, a loja na CeasaMinas comercializa também coco ralado, leite de coco, óleo de coco, açúcar de coco, amendoim, rapadura, milho de pipoca, pé de moleque, além de açaí, frutas congeladas e em polpa, e embalagens em geral.

O ápice das vendas se dá não somente nos festejos juninos, mas também nas inúmeras exposições agropecuárias realizadas no interior, sobretudo de junho a setembro, conforme explica Vitor Lopes. "Tenho cliente que leva de 2 a 3 mil quilos de coco para atender a um evento desses".

Inmet - Inverno: Clima ameno e com poucas chances de El Niño

Comportamento de temperatura e umidade são acompanhados no campo em função da influência sobre a produção. São Paulo e parte sul do Rio de Janeiro a previsão indica chuvas de normal a acima da média. O que aconteceu no início da semana que passou, quando caiu em um dia a chuva de um mês inteiro, alagando bairros da capital carioca,  serve de exemplo para a região.

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As chances de ocorrência do fenômeno El Niño neste inverno são pequenas, de acordo com previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As previsões climáticas e o registro de fenômenos naturais são acompanhados no meio rural em função da influência que têm sobre a produção, dependendo da intensidade que alcançam. Elevação de temperatura e de umidade em níveis acima do normal, mas com alta moderada, podem ser benéficos ao cultivo. 

Caso o El Niño se manifeste, de acordo com o instituto, será de forma leve. O fenômeno é caracterizado por aquecimento das águas superficiais no Oceano Pacífico Tropical. Altera o clima regional e global, mudando o padrão de ventos e afetando os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias.

De acordo com o instituto, no Nordeste, que recentemente sofreu com inundações, a estação chuvosa deverá prolongar-se até o mês de agosto na região leste. A queda de temperaturas deve ocasionar formação de geadas nas regiões Sul, Sudeste e no estado de Mato Grosso do Sul, neve nas áreas serranas e planaltos da Região Sul, episódios de friagem em Rondônia, Acre e sul do Amazonas.

A Região Norte deve permanecer com chuvas e a possibilidade de ocorrência de temperaturas médias abaixo do normal para os próximos meses irá favorecer a incidência de friagem.

O período seco característico desta época do ano já começou na Região Centro-Oeste. A previsão para o inverno indica alta probabilidade de chuvas de normal a abaixo do normal em grande parte da região. A permanência de massa de ar seco e quente se acentua entre agosto e setembro.

A estimativa é de temperaturas acima da média em grande parte da Região Sudeste, porém, em alguns pontos, pode haver baixa acentuada de temperatura e, em locais mais elevados, formação de geada, devido à passagem de massas de ar frio. Previsão indica que devem permanecer áreas com chuvas dentro da faixa normal ou abaixo nesta estação, exceto em São Paulo e parte sul do Rio de Janeiro, onde a previsão indica chuvas de normal a acima da média.

No Sul, a previsão indica chuvas acima da média no Paraná, Santa Catarina e nordeste do Rio Grande do Sul. A maior frequência das frentes frias contribuirá para maiores variações nas temperaturas ao longo de julho, agosto e setembro, mas as temperaturas médias devem permanecer de normal a abaixo do normal climatológica no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e oeste do Paraná, favorecendo a formação de geadas em áreas serranas e planalto. Novos episódios de neve podem ocorrer principalmente no mês de julho.

Conheça os benefícios que o consumo da batata traz à saúde

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Difícil encontrar quem não goste de batata nas suas diversas variações. Desde que ela foi descoberta pelos espanhóis na América Central, esse tubérculo caiu no gosto popular e hoje é ingrediente de vários pratos, seja como elemento principal ou como acompanhante, na forma de purês, em ensopados, assada, cozida ou simplesmente frita.

Apesar de ser rica em carboidratos, a batata possui baixa quantidade de gordura e contém vitaminas do complexo B (a mais abundante é a B6) e vitamina C, além de ferro, potássio, cálcio, grande quantidade de fósforo e amido. 

E ao contrário do que muitos pensam, esse legume pode ser um grande aliado para quem faz dieta de redução de peso – desde que devidamente preparada. Quando cozida, 100 gramas de batata oferecem apenas 52 calorias. Já quando ela é frita, a mesma porção sobe para 267 calorias. O que engorda são os outros ingredientes que acompanham muitas receitas, como manteiga, creme de leite, queijo e outros alimentos.


BENEFÍCIOS


O consumo de batata traz inúmeros benefícios à saúde, desde a prevenção de problemas intestinais até a redução de pressão arterial e os níveis de estresse no organismo. E ainda tem mais:

    1- Suas fibras ajudam a prevenir a prisão de ventre ao aumentar o volume das fezes. Isto ajuda a prevenir a constipação, diminui o colesterol e previne o câncer de cólon. Ajudam ainda mantêm os níveis de açúcar no sangue dentro do seu padrão normal, retardando a absorção de amido no intestino.

    2- A alta concentração de vitamina B6 aumenta as reações químicas naturais, promovendo assim a saúde alimentar, melhorando a transmissão de estímulos nervosos no cérebro. A vitamina B6 ainda ajuda na quebra do glicogênio, aumentando o desempenho atlético e a resistência do organismo.

    3- A batata ainda pode ser usada de forma externa. O seu sumo alcalino neutraliza o ácido estomacal e ajuda a aliviar a má disposição, e até úlceras. Fatias de batatas quentes podem ser aplicadas externamente para ajudar a aliviar dores musculares e melhorar a circulação. Quando cruas, ajudam a reduzir comichões e inflamações da pele.

PRODUÇÃO

Por estas e outras é que a batata é o quarto alimento mais consumido no mundo todo, ficando atrás apenas do arroz, trigo e milho. No Brasil, o consumo per capita fica em torno de 15 kg/ano, segundo a Associação Brasileira de Batata. No ranking mundial de produtores de batata, o país ocupa a 20ª posição, sendo que a China, Índia e Rússia ocupam – respectivamente – o três primeiros lugares.

ESPECIAL ECONOMIA/CEASAS: O tropeço da Ceasa capixaba foi de - 5,16

Por Jorge Lopes (jorgeseraphini@gmail.com)

Isso mesmo, a Ceasa de Vitória foi o reflexo do que vem acontecendo na agricultura do Espírito Santo, somados também à perda do poder aquisitivo da população que passou a comer menos. O que é preocupante.  O principal mercado do estado não cresceu ( - 5,16%) e faturou apenas R$ 877.708.855,07, apresentando movimentação de carga também negativa ( - 20,11%), ou 387.440.299 kg. 

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Em relação aos anos anteriores, a Ceasa de Vitória faturou R$ 925.486.921, 05 ( 2015) e R$ 917.374.559,46 ( 2014). 

O destaque ficou com o mercado de São Matheus, uma das grandes regiões produtoras do estado, que teve crescimento total nos negócios de 40,21 ( R$ 7.019.020,29), e movimentação de mercadoria de 2.989.206 kg ( + 12,23%). 

Em Colatina houve crescimento de 14,08% ( R$ 39.659.773,34); mas perdeu em cargas ( - 13,14%), movimentando apenas 17.529.518 kg. 

Somando os dividendos obtidos em todos os mercados da Ceasa Espírito Santo, o resultado foi de R$ 924.387.648,70, em 2016, segundo aponta estudos do governo federal.

ESPECIAL ECONOMIA/CEASAS : Ceasa do Rio cresceu pouco em 2016

Por Jorge Lopes (jorgeseraphini@gmail.com)

O Blog CeasaCompras dá continuidade a série de reportagens especiais sobre a situação econômico-financeira das centrais de abastecimento da Região Sudeste, que respondem a mais de 50% da alimentação do brasileiro.  Dois resultados se mostraram surpreendentes, os da CeasaMinas e da Ceagesp. No entanto, outros dois, Rio de Janeiro e Espírito Santo, são pífios.  Considerada a segunda maior central do Brasil, vindo atrás apenas da Ceagesp, a gigante da América Latina, a Ceasa Grande Rio por três anos consecutivos perdeu esse posto.

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A Ceasa fluminense, em 2016, obteve alta de apenas 4,81% no volume de negócios. Mas, na movimentação de mercadorias, o saldo é negativo. Por que isso aconteceu?

Esta é uma pergunta que sugere uma gama de respostas: a principal, podemos assim dizer, está na destruição política e econômica do Estado. Vamos incluir ainda o fator segurança. Isso mesmo. Quem vai comprar numa central, como a maior de todas, Irajá, na Zona Norte carioca, se arriscando a ser atacado no meio do caminho por bandos armados? Marginais que roubam e matam.

Outra pergunta: E quem tem dinheiro para comprar alimentos no momento em que empregos foram pulverizados, os salários atrasados e servidores estaduais sacrificados?

A então segunda maior central de abastecimento do país, construída na década de 70, o mercado do Irajá, que é cercado por 14 comunidades carentes dominadas por traficantes e ladrões de cargas, está a míngua. Basta analisar os números divulgados pelo governo federal: no ano passado foram negociados R$ 3.306.067.000,00 - um aumento de apenas 4,81% em relação a 2015. Ainda no ano passado foram movimentadas apenas 1.314.097.000 kg de mercadorias, com saldo negativo monstruoso de - 15,08%.

Só para termos idéia,  este mercado obteve R$ 3.154.328.000,00 (2015) e R$ 3.033.700.000,00 (2014). Ambos crescimentos pífios.

Destaque

No Rio de Janeiro, apenas o mercado de Nova Friburgo, na Região Serrana, apresentou alta expressiva de 20,32% nos negócios( R$ 37.045.000,00). A carga movimentada cresceu 9,90% ( 27.241.000 kg). A segunda maior central do estado, no Colubandê, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, os negócios cresceram apenas 9,92% ( R$ 347. 732.000,00).  A movimentação de mercadorias foi de 163.242.000 kg ( 0,30%).

Outros três mercados pertencentes à Ceasa Grande Rio, situados no interior do estado, despencaram em volume de negócios, vendas e movimentação de mercadorias. São eles:

Mercado do Produtor Ponto de Pergunta - R$ 25.756.000,00 ( - 12,71%) e um total de carga movimentada de 19.083.000 kg ( - 18,75%);

Paty do Alferes - R$ 11.043.000,00 ( - 25,04%); movimento de carga de 7.618.000 kg ( - 28,05%);

São José de Ubá - R$ 2.827.162,24 ( - 14,20%); movimento de carga de 2.232.156 kg ( - 17,97%).

No somatório geral de mercadorias negociadas em 2016, a Ceasa Grande Rio apurou apenas R$ 3.730.470.162,24. 

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Preços das frutas apresentaram queda generalizada nas Ceasas

Os preços de banana, laranja, maçã, mamão e melancia continuaram caindo nos principais mercados atacadistas do Brasil no mês de maio, de acordo com o 6º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas, divulgado nesta terça-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A boa safra nos estados produtores já vinha possibilitando um aumento gradual da oferta nos últimos meses e tendência deve ter continuidade no próximo trimestre.

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A alta produção de mamão no Espírito Santo e no sul da Bahia pressionou o preço para baixo em todas as Ceasas analisadas, principalmente em Minas Gerais, que teve a maior queda percentual, de 41,7%. A grande oferta serviu para abastecer todo o mercado interno com preços baixos e ainda direcionar parte da safra à exportação.

No caso da laranja e da maçã, que já apresentavam um histórico de preços mais baixos, a intensificação da colheita proporcionou uma queda ainda maior, de 22% e 23%, nas Ceasas de Goiânia e Belo Horizonte, respectivamente. Já a melancia, que estava com preços altos nos boletins anteriores devido ao fim da safra em São Paulo, começou a baixar graças ao início da safra no interior de Goiás.

Hortaliças 

Não houve aumento significativo de preços nas hortaliças em geral, exceto batata e cebola, que ficaram mais caras em alguns estados devido à entressafra. O tomate e o alface, por exemplo, tiveram queda na maioria das Ceasas, enquanto o preço da cenoura diminuiu em todas as unidades analisadas no país.

Outras hortaliças também apresentaram recuo geral nos preços, como agrião (-20%), beterraba (-19%) e abobrinha (-18%). A tendência de queda seguiu também em frutas regionais, como atemoia (-19%), tangerina (-16%), goiaba e limão (-14%).

O levantamento é feito mensalmente pela Conab, por meio do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), com base nas informações enviadas pelos principais mercados atacadistas do país. Em maio, a análise considerou entrepostos localizados nos estados de SP, MG, ES, PR, GO, DF, PE e CE. 

Preço do maracujá em safra cai 35,6%

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Vamos aproveitar essa informação divulgada pela CeasaMinas, fazer muito suco para que a gente possa se acalmar nesses dias turbulentos que o Brasil teima em manter.

Na língua inglesa, ele é conhecido como a "fruta da paixão" em referência ao formato de sua flor. É também uma das frutas mais populares no preparo de sucos, e famosa pelo efeito calmante. Em plena safra no atacado da CeasaMinas, o maracujá fechou o mês de maio 35,6% mais barato que no mesmo mês de 2016. Já na primeira quinzena de junho, a queda foi de 10,9% em relação a igual período de 2016. Além da economia, o consumidor também ganha em saúde: estudos apontam o potencial das sementes da fruta para a melhoria intestinal, e do extrato de sua casca contra sintomas associados à osteoartrite.

A melhor época para se consumir maracujá vai de abril a julho, quando preço, oferta e qualidade estão mais favoráveis. A queda de preço em maio em relação ao mesmo mês de 2016 foi acompanhada pelo aumento de 27% na oferta no entreposto.

De acordo com o chefe da Seção de Informações da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, essa redução de valor fez com que a fruta voltasse a ser comercializada em patamares próximos aos das safras dos anos anteriores, como em 2015, 2014 e 2013.

Um dos fatores que contribuíram para a queda no preço foi a demanda mais fraca da indústria de sucos, o que aumentou a disponibilidade do produto in natura no entreposto, conforme explica Martins. "Também exerceram influência os preços mais altos praticados em meados do ano passado, o que provavelmente estimulou produtores a aumentarem o plantio para esta safra", afirma.

Indústria como alternativa

Daniel Donizete da Silva comercializa maracujá há cerca de 15 anos no Mercado Livre do Produtor (MLP) do entreposto de Contagem da CeasaMinas. Ele é representante do produtor rural Sérgio Amorim Neri, do município de Guimarânia, no Triangulo Mineiro (MG). Ele lembra que chegou a vender uma caixa de 10 quilos no atacado por até R$ 60 no ano passado, durante a entressafra. Mas no último dia 09/06, com a boa oferta, o preço não passou de R$ 25. "Até R$ 20, compensa trazer para vender aqui no MLP. Se cair mais que isso, é preferível vender para indústria de sucos", explica.

De acordo com ele, geralmente a indústria tem pago em torno de R$ 1,20/kg na lavoura, o que acabaria sendo vantajoso. "Lá não temos custo com transporte e embalagem para trazer o produtor até no MLP", justifica.

Estoques elevados

Já o produtor rural Everson Carlos Cruz dos Santos acredita que o preço poderia ter caído ainda mais, não fosse o fato de algumas lavouras terem sido afetadas por doenças vegetais. Com cultivo no município de São Vicente de Minas, localizado na região Sul do estado, Santos explica que de 60% a 70% da produção na sua região é normalmente vendida para a indústria de sucos.

"Atualmente, esse percentual não passa de 30%, dada a baixa demanda dos fabricantes. Temos informação de que, em apenas um grande fabricante, os estoques chegam a 600 mil litros de suco", afirma.

Uma das apostas de Santos é o cultivo do maracujá sem agrotóxicos. Atualmente, ele conta com 2 hectares deste tipo de produção, o que lhe rende um preço de R$ 15 a R$ 20 a mais por caixa, vendidos principalmente para o mercado paulista.

Panorama

Base de dados da Embrapa mostra que a Bahia liderou a lista dos principais estados produtores da fruta, com 297.328 toneladas em 2015, seguida pelo Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará e Sergipe.

Segundo dados do Departamento Técnico da CeasaMinas, o município de Livramento do Brumado, no Centro-sul da Bahia, foi o que mais ofertou maracujá para o entreposto de Contagem em 2016. Foram cerca de 3,5 mil toneladas da fruta, o equivalente a 24,5% do total da oferta.

Entre os municípios mineiros, São Vicente de Minas liderou a oferta de maracujá, sendo responsável por 4,87% do total, o equivalente a 700 toneladas.

Das cerca de 7 mil toneladas de maracujás ofertadas entre janeiro e maio deste ano, 36,5% foram provenientes de municípios mineiros. A oferta mineira aumentou 30,4% entre maio deste ano e o de 2016.

Saúde também nas sementes e casca
O suco de maracujá produz boas quantidades de vitaminas hidrossolúveis, sais minerais e fibras, sendo muito difundido como sedativo e calmante. Além disso, pesquisadores da Universidade Mahshad de Ciências Médicas, no Irã, revelaram em 2010, após estudo com pacientes, que o extrato da casca de maracujá pode combater sintomas ligados à osteoartrite do joelho, como dor e rigidez.

Também denominada artrose osteoartrose, a osteoartrite decorre de uma lenta e progressiva degradação da cartilagem articular, que ocorre em situação de sobrecarga. Os autores do estudo acreditam que os benefícios se devem à presença de antioxidantes e substâncias anti-inflamatórias no extrato da casca.

Em outra pesquisa, publicada em 2005 pelo Journal of the Science of Food and Agriculture, do Reino Unido, cientistas apontaram os benefícios das sementes de maracujá na melhoria das funções intestinais. Segundo os pesquisadores, os testes indicaram que o potencial benéfico estaria ligado à presença de fibras insolúveis nas sementes, o que estimularia o movimento intestinal regular. Esta característica favoreceria também a eliminação de toxinas nocivas ao organismo.

Por que fruta da paixão?

Em inglês, o maracujá é conhecido como passion fruit, ou fruta da paixão, e seu nome científico é Passiflora (flor da paixão). O termo científico teria sido dado pelo padre Giovanni Battista Ferrari, em sua obra De florum cultura, publicada no século 19. O título faz referência à Paixão de Cristo, já que a flor do maracujá possui elementos que lembrariam os formatos de coroa, açoites, cravos e chagas.

Já o nome em português é proveniente de "mara kuya", da língua tupi, que pode ser traduzido por "alimento da cuia", em alusão ao formato da fruta quando partida ao meio.