terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Inflação oficial tem a menor taxa para novembro desde 1998

Alívio trazido pelos alimentos. No ano, o IPCA acumula alta de 5,97% e, em 12 meses, de 6,99%, segundo o IBGE. Preço dos alimentos caiu mais de outubro para novembro.  Em relação aos alimentos comercializados pelas Centrais de Abastecimento do país e a variação de preços, que vinham mantendo uma tendência de baixa, o Blog CeasaCompras.com já tinha detectado e informado aos nossos leitores.


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               A batata ficou mais barata

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, desacelerou de outubro para novembro ao passar de 0,26% para 0,18%, segundo informou nesta sexta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor índice para os meses de novembro desde 1998, quando registrou queda de 0,12%.

O resultado de novembro foi influenciado pela maior queda do preço dos alimentos, de -0,05% para - 0,20%. Ficaram mais baratos feijão carioca e tomate – que durante meses foram considerados os vilões da inflação –, além da batata inglesa. A alimentação fora de casa subiu, mas em uma velocidade menor, de 0,75% para 0,33%.

Também recuaram mais os preços relativos a artigos de residência (de -0,13% para -0,16%), sob influência de eletrodomésticos (-0,92%) e aparelhos de TV, som e informática (-0,92%).

Outros grupos de despesa continuaram subindo, porém, em um ritmo menor de outubro para novembro. A alta de habitação, por exemplo, passou de 0,42% para 0,3%. Ela foi puxada pelas reduções nas tarifas de energia elétrica em algumas capitais.

Preços de vestuário (de 0,45% para 0,2%) e transportes (0,75% para 0,28%) também subiram menos de um mês para o outro - influenciados pelas reduções nos preços dos combustíveis autorizadas pela Petrobras.

Inflação oficial tem a menor taxa para novembro desde 1998, diz IBGE

Na contramão, ficaram mais caros os itens relacionados a saúde e cuidados pessoais (de 0,43% para 0,57%); despesas pessoais (de 0,01% para 0,47%); educação (de 0,02% para 0,06%) e comunicação (de 0,07% para 0,27%).

"A redução da inflação tem um efeito da recessão sobre preços de vestuário, alimentos e passagens aéreas. Há uma interferência clara da demanda menor. Esse é um reflexo da recessão", destacou a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos.

Regiões

Entre as capitais analisadas pelo IBGE, o maior IPCA partiu da região metropolitana de Recife (0,60%) e o menor, de Goiânia (-0,31%).

No ano, o IPCA acumula alta de 5,97%, abaixo da taxa de 9,62% registrada no mesmo período de 2015. Em 12 meses, o índice também perdeu força, chegando a 6,99%, depois de bater 7,87% nos 12 meses imediatamente anteriores.

Nesta mesma divulgação, o IBGE mostrou também que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 0,07% em novembro e ficou abaixo da taxa de 0,17% de outubro. No ano, o índice acumula alta de 6,43% e, em 12 meses, de 7,39%, abaixo dos 8,50% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores.

Perspectiva

A estimativa mais recente dos economistas do mercado financeiro indica que o IPCA fechará 2016 em 6,69% na semana passada, segundo o boletim Focus, do Banco Central. Mesmo assim, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação e bem distante do objetivo central fixado para 2016, que é de inflação de 4,5%.

"Existe a possibilidade real de o IPCA fechar dentro do teto da meta, visto que dezembro do ano passado foi muito alto para o atual padrão da inflação", disse Eulina, do IBGE, lembrando que o IPCA subiu 0,96% no último mês de 2015.

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