segunda-feira, 3 de outubro de 2016

CeasaMinas: Preço da cebola é o menor em quatro anos

                       Resultado de imagem para cebola

Como resultado da boa oferta no atacado, os preços médios da cebola neste segundo semestre têm sido os mais baixos desde 2012, entre julho e setembro. Em setembro, por exemplo, o quilo da hortaliça no entreposto de Contagem ficou 65% menor que no mesmo mês de 2015 (R$ 0,90 frente a R$ 2,57). Já em agosto, a queda em relação ao mesmo período do ano passado foi de 70% no preço (R$ 1,00/kg frente a R$ 3,32/kg). Além da economia, um outro bom motivo para consumir cebola está em seu poder benéfico na prevenção de doenças.

De acordo com o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, a boa oferta é conseqüência principalmente do altos preços praticados em 2015, o que acabou estimulando os produtores a aumentarem o cultivo para este ano.

Em 2016, do total de cebola ofertada entre janeiro e agosto, 26,8% foram provenientes de Minas Gerais, sendo o restante de Santa Catarina, Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco e São Paulo, dentre outros estados. Segundo Martins, a previsão é de que a oferta mineira permaneça alta neste mês de outubro.

Já no primeiro semestre, por exemplo, quando os preços em geral são maiores, 45% da oferta total de cebola no mês de abril foram provenientes de outros países, com destaque para Argentina, Holanda e Espanha.

"Cheguei a vender no primeiro semestre um saco de 20 quilos por R$ 80. Hoje ele está saindo por menos de R$ 15", ressalta o produtor rural José Roberto das Chagas, que comercializa suas mercadorias no Mercado Livre do Produtor (MLP) de Contagem.

Produtor de Rio Paranaíba (MG), ele acredita que a entrada de mercadorias de outros estados tem contribuído para a queda de preços. Chagas cita o caso da produção na Bahia, onde, segundo ele, os produtores têm trabalhado com menos custos e mais produtividade.

"Enquanto a produtividade da cebola baiana gira em torno de 7,5 mil sacos/hectare, a da mineira fica em 3,5 mil sacos/hectare. Além disso, o custo nosso chega a até R$ 70 mil/hectare, e na Bahia é bem menor: em média de R$ 40 mil/hectare".

Cultivo diversificado

Para compensar as quedas sazonais de preço, o produtor explica que diversifica os cultivos, investindo também em cenoura, batata e alho. "O alho, por exemplo, está com um preço muito bom para o produtor nesta época", ressalta.

Ele ainda observa que, mesmo com a grande redução do valor, a demanda não tem aumentado. "Parece que o brasileiro gosta de comer produto caro. Quando o produto fica barato, a procura cai, e não é por causa da grande oferta. Quando o preço aumenta, a demanda também acompanha", diz.

Perspectivas

"Em 18 anos de mercado, há muito tempo não via o valor da cebola a patamares tão baixos", afirma Mauro Roberto Correa da Silva, empresário da loja Paizão, localizada na CeasaMinas. A empresa é especializada em cebola, alho, moranga e cenoura.

Ele conta que chegou a receber um caminhão carregado com 800 sacos de cebolas de qualidade inferior. "Mas o produtor, por não conseguir vender, preferiu nos doar para não ter um prejuízo maior com frete", exemplifica.

Silva espera que o preço reaja em novembro, em razão das chuvas e da entrada da cebola de Santa Catarina. Segundo ele, o produto catarinense é mais valorizado por ser mais durável, o que acaba elevando o preço geral no atacado.

Neymer Marques da Silva, vendedor da Paizão, ressalta que muitos produtores têm preferido gradear a cebola. Ou seja, em vez de ser comercializada, a hortaliça é destruída no próprio solo por meio de uma máquina. "O preço oferecido ao produtor muitas vezes não cobre os custos para colher, beneficiar, embalar e transportar", explica.

Estudos apontam: cebola pode prevenir doenças

Além de economizar, o consumidor que comprar cebola nesta época também pode ganhar em saúde. A Associação Nacional de Cebola (NOA, na sigla em inglês), entidade que representa o setor nos Estados Unidos, tem divulgado vários estudos científicos para comprovar o poder benéfico deste alimento.

De acordo com o site da associação, chama a atenção na cebola a quantidade de quercetina, uma categoria de compostos antioxidantes que ajuda a eliminar os radicais livres no organismo, sendo importante na prevenção, dentre outros males, da aterosclerose e doença cardíaca.

Outros estudos, segundo a NOA, têm mostrado que o consumo de cebola pode prevenir úlceras gástricas por impedir o crescimento da bactéria associada à úlcera (Helicobacter pylori).

Outra pesquisa recente, realizada pela Universidade de Berna, na Suíça, mostrou que o consumo de 1 grama de cebola por dia durante quatro semanas em ratos aumentou em mais de 17% o conteúdo mineral ósseo dos animais e em 13% a densidade mineral, em comparação com outros alimentados com uma dieta controlada. Tais dados sugerem que o consumo de cebola poderia diminuir a incidência da osteoporose.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja muito bem vindo(a).
Fique a vontade, aproveite a experiencia com nosso Blog, envie para seus amigos e deixe seu relato.
Gratidão!