No Verão
teve aumento em reservatórios do RJ, mas outono seco preocupa:
meteorologista da Coppe alerta para poucas chuvas na próxima estação.
Após
aumento na precipitação de chuvas, os reservatórios que abastecem o Rio
de Janeiro encerram o verão de 2015, às 19h45 desta sexta-feira (20/2),
utilizando o volume útil de água. A capacidade total das usinas de
Paraibuna (SP), Jaguari (SP), Santa Branca (SP) e Funil (RJ) subiu desde
o início da estação, mas especialistas alertam que os níveis ainda são
considerados baixos e que a partir do outono, o Sudeste entra em período
de escassez de chuvas.
O nível da bacia do Rio Paraíba do Sul – a
média do volume útil dos quatros reservatórios – encerra o verão com
11,92% de sua capacidade. Em 22 de dezembro de 2014, primeiro dia de
leitura da capacidade feita pela Agência Nacional de Águas (ANA), o
índice estava 1,7%. A alta da estação foi alavancada pelo reservatório
de Funil (RJ), que começou o verão com 37,31% de sua capacidade total,
mas encerrou o período com 62,08%.
Os outros três reservatórios
tiveram altas mais modestas em suas capacidades. Paraibuna, por exemplo,
cresceu apenas 2,16%. Já Santa Branca, o menor dos reservatórios, teve
um aumento de aproximadamente 20%. Jaguari teve alta de 8% entre o
período. A capacidade é a soma do volume útil e volume morto – aquele em
que a água precisa ser puxada por bombas para ser utilizada.
Para
o Coordenador do Instituto Internacional de Mudanças Globais da Coppe/
UFRJ, Marcos Freitas, o nível baixo dos reservatórios que abastecem o RJ
– Paraibuna (SP), Santa Branca (SP), Jaguari (SP) e Funil (RJ) – no fim
do verão, estação que costuma registrar o maior índice pluviométrico em
todo o ano, é motivo de alerta para o resto de 2015.
“O Paraíba
do Sul continua muito baixo. Apesar de o consumo de água no fim do verão
diminuir um pouco, estamos em uma situação muito delicada. O que estão
valendo, são os 11% de água acumulada. Pode ser que esse número suba,
mas só vamos contar com chuvas fortes lá para outubro. Em maio a chuva
vai diminuir, ou seja, estamos com pouca água para o resto do ano. Ainda
é uma situação de alerta”, explicou.
saiba mais
De acordo com
Freitas, pelo menos até o final de 2016 a gestão da água do Rio estará
comprometida. “Temos que contar com muita chuva no fim de 2015 e, aí
sim, quando chegar no meio do ano que vem, a gente vai saber se haverá
alguma recomposição. Esse ano não deu tempo de recompor. Tem que ter
pelo menos uns 2 anos de chuvas para recompor esses reservatórios",
completou.
De acordo com a meteorologista Aline Ribeiro, da TV
Globo, o outono é uma estação de transição. Para o Rio de Janeiro, a
previsão climática é de que ele esteja dentro da característica, com
redução do volume de chuva, dentro do esperado, e queda de temperatura.
“Teremos características de verão no início, ainda com períodos de
chuva, mas nos meses finais já teremos um volume de chuva menor”, disse.
'Não há crise de abastecimento', diz Cedae
O
presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Jorge
Briard, afirmou, durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que o Rio de Janeiro não
passa por uma crise de abastecimento: “A quantidade de água que passa
pelo Rio Guandu é suficiente para suprir a demanda do Grande Rio”.
Segundo
Briard, se a estiagem do final do ano passado se repetir este ano, a
empresa tem um planejamento para que a população tenha água na maior
parte do tempo. “A Cedae tem um projeto para que, caso ocorra a
diminuição no abastecimento de água, todos sejam contemplados com o
mínimo necessário, na maior parte do tempo. É como já se faz no verão,
quando botamos em prática um plano emergencial operacional”, afirmou.
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