Legumes e
verduras mantém trajetória de preços elevados e influenciam indicador.
No ano, a alta acumulada é de 7,20% e, nos últimos 12 meses, 4,19%. Em
fevereiro passado, a alta foi de 4,27% no geral.
São Paulo - Como
ocorre historicamente, o índice de preços da CEAGESP fechou o primeiro
bimestre do ano com forte alta. Do lado da oferta, os problemas
climáticos em razão do excesso de chuvas e das altas temperaturas nas
regiões produtoras, típicos do período de verão, continuaram a
prejudicar a quantidade ofertada e a qualidade das hortaliças. Em
relação a demanda, segue aquecida a busca por alimentos leves e
saudáveis, exatamente os que mais sofrem os efeitos da situação
climática adversa. Assim, os preços de legumes e verduras mantiveram-se
em acentuada elevação.
Escassez de água: Mesmo com a elevação do
nível dos reservatórios, notadamente Cantareira e Alto Tietê,
responsáveis por abastecer importantes regiões produtoras do estado de
São Paulo, ainda não se descarta um possível rodízio de água nestas
regiões. Importante ressaltar que, no início de fevereiro, o nível dos
reservatórios estava em situação muito mais alarmante, a falta d’agua na
irrigação era sentida na pele, com avisos de infração e lacração dos
sistemas, em alguns casos. Portanto, o risco de um colapso era real,
inibindo os investimentos na produção.
Com este cenário mais
otimista em março, a propensão do produtor rural em retomar os
investimentos tende a mudar positivamente. Essa injeção de ânimo
ocasionada pela maior incidência de chuvas e elevação dos reservatórios
em fevereiro é fundamental para o restabelecimento da normalidade,
principalmente num cenário a médio e longo prazo.
Portanto,
melhoraram as perspectivas, mas, a situação ainda é bastante delicada e
as chuvas nos próximos meses serão fundamentais para a definição do
volume ofertado, qualidade da produção e dos preços nos próximos meses.
Greve dos caminhoneiros e interrupção das estradas
Nos
últimos dias, muito se noticiou sobre a possibilidade de
desabastecimento na CEAGESP em razão da greve dos caminhoneiros. Houve,
de fato, alguns problemas pontuais como a diminuição da oferta de mamão
oriunda da Bahia e Espírito Santo e da cebola procedente de Santa
Catarina, porém, nada que pusesse em risco o abastecimento e o
equilíbrio dos preços praticados, sequer nos produtos citados. Os
efeitos sazonais e climáticos foram os principais responsáveis pelas
variações de preços. Aliás, não custa lembrar que mais de 50% da oferta
tem como origem o próprio estado de São Paulo que não apresentou nenhuma
interrupção significativa no fornecimento de produtos.
Desde a
última sexta-feira, dia da semana com maior movimentação na CEAGESP, a
entrada de veículos e os volumes comercializados ocorrem dentro dos
patamares habituais. Nesta segunda, dia 02 de março, não há relatos de
problemas no fornecimento e transporte de qualquer produto. “Assim,
soará como especulação qualquer tentativa de reajuste que esteja
fundamentada neste motivos” ressalta Flávio Godas, economista da
CEAGESP.
O setor de frutas que seria, potencialmente, o mais
afetado em razão das longas distâncias, caiu 1,64% em fevereiro. As
principais quedas foram da uva niagara (-24,85), abacate (-20%), limão
taiti (-15,7%), goiaba (-12,1%) e maçã nacional gala (-11,4%). AS
principais elevações foram do morango (22,5%), banana prata SP (19,15),
manga tommy (17,8%) e abacaxi (17,6%).
O setor de legumes
registrou alta de 30,10%. As principais elevações ocorreram na vagem
(71,8%), ervilha torta (69,7%), tomate (51,4%), chuchu (41,8%), cenoura
(41,7%) e abobrinha italiana (24%). Não houve quedas significativas no
setor.
O setor de verduras apresentou aumento de 22,29%. As
principais elevações foram do coentro (124,8%), couve-flor (41,2%),
alface (40,6%), acelga (40%), agrião (29,1%) e espinafre (27,1%).
Somente o repolho (-7,1%) registrou recuo no preço.
O
setor de diversos subiu 6,41%. As principais altas foram do ovo branco
(33,4%), ovo vermelho (32,3%), alho (3,7%) e coco seco (2,6%). As
principais quedas foram da batata lisa (13,1%), e batata comum
(-2,6%).
O setor de pescados caiu 5,46%. As principais
quedas foram do namorado (-18,2%), pescada (-13,9%), robalo (-13%) e
cação (-8,7%). As principais altas foram do espada (19,5%) e anchovas
(7,9%)
Índice CEAGESP
Primeiro balizador de preços de
alimentos frescos no mercado, o Índice CEAGESP é um indicador de
variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e
Diversos. Divulgados mensalmente, os 150 itens da cesta foram escolhidos
pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua
representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela CEAGESP, que é
referência nacional em abastecimento.
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