segunda-feira, 4 de junho de 2018

Água de coco pode ser conservada?

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Em contato com o ar, a água pode ficar rosada. Se você tem uma produção e pretende engarrafar o produto, veja orientações de um engenheiro de alimentos. Isto serve também para aqueles que compram a água em embalagens tetra pack.

O pesquisador Fernando Abreu, engenheiro de alimentos, estuda há anos a conservação da água de coco. Ele diz que a fruta em seu processo de maturação vai produzindo componentes que quando estão dentro do fruto não sofrem oxidação, porque não entra oxigênio. “A partir do momento que eu abro o coco, eu começo a incorporar oxigênio, então começa todo o problema”, explica Abreu.

É fácil de perceber isso já quando se abre um coco. A parte branca da casca logo vai ficando manchada e vai escurecendo, igual a casca de uma banana, maça, por exemplo.

Com a água de coco acontece a mesma a coisa, quando ela entra em contato com o ar começa todo o processo de oxidação. Às vezes ela pode ficar amarronzada, mas o comum é ficar rosada.

Ao contrário do que pode parecer, a água rosada não fica imprópria para o consumo “Ela fica com o mesmo sabor, só a cor que muda e existem empresas no mundo que um dos critérios dela é que a água de coco rosada é melhor porque não tem nenhum aditivo, nenhum conservante”, afirma.

Para evitar isso a primeira dica é não oxigenar a água. Não deixe a água de coco formar cascata, cair formando bolhas. O recomendado é deixar o líquido escoar suavemente pelas bordas da vasilhas e filtrar.

Além destes cuidados, Fernando Abreu recomenda também um aditivo antioxidante natural. “O ácido ascórbico, que é vitamina C, apresentado em uma forma granulada, semelhante a um açúcar. Isso é vendido no mercado convencional de aditivos para alimentos, sorvetes e sucos de frutas. Para cada 10 litros, dissolve 1,5 a 2 gramas de vitamina C. É altamente solúvel”, orienta.

Fonte Globo Rural


Saiba de que é feita a salsicha

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O processo de fabricação da salsicha é quase uma lenda urbana. A indústria não faz questão alguma de exibir os bastidores do hot-dog, o que contribui para a boataria. Fala-se o diabo sobre ingredientes nojentos e/ou nocivos que entram, supostamente, em sua composição. As trapalhadas da investigação da Operação Carne Fraca, que confundiu embalagem de papelão com ingrediente, ajudou a alimentar os mitos.

Na realidade, a lei brasileira nos garante acesso a essa informação. Os fabricantes são legalmente obrigados a listar os componentes do produto em algum canto da embalagem. Essa lista é fácil de se encontrar com uma busca na internet. O que vai na salsicha hot-dog da Seara (JBS), por exemplo: Carne mecanicamente separada de ave, carne bovina, carne suína, miúdos de suíno/ave, pele de suíno/ave, proteína vegetal, sal, amido, especiarias naturais açúcar, estabilizante polifosfato de sódio (E452), conservadores nitrato e nitrito de sódio (E250 e 251), eritorbato de sódio (E316), corante natural e aroma natural de fumaça.

Sabemos, de imediato, que a receita leva miúdos, pele, algum elemento vegetal, muitos aditivos químicos e uma certa “carne mecanicamente separada”. Chegaremos a ela. Antes disso, vamos à composição da salsicha Perdigão (BRF), ainda mais detalhada:

Carne mecanicamente separada de ave (frango e/ou galinha e/ou peru), carne suína, água, gordura suína, proteína de soja, miúdos suínos (pode conter fígado, língua, rim e/ou coração), sal, amido, açúcar, alho, cebola, pimenta branca, pimenta calabresa, noz-moscada, regulador de acidez: lactato de sódio e citrato de sódio, estabilizantes: tripolifosfato de sódio e pirofosfato dissódico, aromatizantes: aromas naturais de (fumaça, orégano, coentro), realçador de sabor: glutamato monossódico, antioxidante: isoascorbato de sódio, corantes: urucum e carmim de cochonilha, conservador: nitrito de sódio.

Muito bem. Agora entendemos que a ave da carne mecanicamente separada pode de fato ser qualquer ave. Que a proteína vegetal é soja. Que os miúdos são fígado, língua, rim e/ou coração –o que tiver, basicamente. Que um dos corantes naturais é cochonilha, um insetinho triturado aos milhões para a obtenção de uma tintura vermelha.

Aditivos

Vou passar rapidamente pelos estabilizantes, conservantes e outros “antes”. Alguns deles são exigidos por lei. Outros são incorporados à formula para conferir aspecto, textura e sabor minimamente toleráveis à gororoba orgânica que recheia a salsicha. Se fazem mal ou não, deixo para quem tem autoridade no assunto.

O corante de insetos se utiliza largamente em produtos alimentícios, inclusive na confeitaria. Não há razão para grita.

Os miúdos, minha gente, são carne. É bom que, morto o animal, ele seja integralmente aproveitado. É mais digno assim.

O maior problema da salsicha está no fato de que ela é feita com o rebotalho da indústria frigorífica. Com tudo aquilo que não serve para fazer nada melhor.

Examinemos a tal carne mecanicamente separada – CMS, para facilitar.

Repare que, em ambos os exemplos, ela aparece em primeiro lugar no rol dos ingredientes. Isso significa que a CMS é o principal componente da salsicha.

Mas que raio é a CMS?

Pense numa grande planta frigorífica. Eles matam os frangos, depenam, lavam e os mandam para a linha de produção. Separam os coraçõezinhos, as moelas, os fígados: tudo isso tem algum valor de mercado. Aí trincham as partes mais populares: peito, coxas, sobrecoxas e asas. Os pescoços vão para algum país árabe e os pés são enviados para a China.

Sobra a carcaça com uma merreca de carne presa ao osso. Ela podia virar ração de cachorro, mas não vira. Salsicha tem margem maior. Assim como os nuggets. E a mortadela. E a calabresa defumada.

As carcaças passam por uma espécie de moinho que separam grosseiramente os ossos e expelem uma pasta rosada de aparência nada apetitosa. Você pode acompanhar o processo neste vídeo tosquinho.

Daí em diante, são adicionados alguns ingredientes líquidos, outros pulverizados. Nada de outro mundo. Só dá um certo mal-estar porque é tudo muito, muito feio. Você pode conferir neste outro vídeo, também tacanho até a medula, feito em algum ano longínquo num país distante.

Salsicha mata? Provavelmente não, pelo menos não fulmina quem come. É nojenta? Vai de cada um: eu acho que sim.

Para ser menos podreira no hot-dog, você pode comprar salsichas cuja lista de ingredientes não inclua a CMS. Pode optar por salsichas verdadeiramente artesanais, feitas em restaurantes que não têm licença para vendê-las no varejo –o Hot Pork, de São Paulo, é um exemplo. Essas não contêm aditivos químicos pesados.

Deixar de comer salsicha também não mata ninguém.

Fonte Estadão


Vigilância Sanitária vai verificar alimentos em centros de distribuição do Rio

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Veja também cinco dicas importantes para você verificar na hora da compra dos alimentos.

Desde a quarta (30/5), técnicos da Vigilância Sanitária do Rio intensificaram a fiscalização nos centros de distribuição das redes de varejo e atacado. O objetivo é verificar as condições que as cargas de alimentos estão sendo entregues após a paralisação dos caminhoneiros e impedir que produtos impróprios para consumo sejam distribuídos aos supermercados e grandes estabelecimentos varejistas do município.
 
O Mercado São Sebastião, na Penha, será o primeiro centro de distribuição inspecionado, a partir das 9h. No local estão distribuidoras de grandes supermercados e serão verificados, prioritariamente, produtos de origem animal congelados e resfriados, como carnes, frangos e laticínios.
 
Durante as inspeções, serão observadas as características sensoriais (cor, odor e textura) e sinais de alteração advindos de qualquer quebra na cadeia de frio, o que interfere na segurança alimentar. Os alimentos considerados impróprios serão inutilizados e descartados, e os estabelecimentos poderão ser multados.
 
A Vigilância Sanitária alerta a população para também ficar atenta a essas características sensoriais, validade do produto e, caso perceba alguma alteração, ligar para a central de atendimento 1746, para que equipes possam verificar o problema. As denúncias podem ser contra qualquer estabelecimento que comercializa alimentos, como supermercados, açougues, peixarias e mercados de bairro.
 
Procon Carioca também recebe denúncias
 
O consumidor que verificar o aumento abusivo de preço deve denunciar para que o Procon Carioca tome as medidas a fim de coibir essa prática. O órgão recebe denúncias via Facebook ou Twitter (com fotos, se possível), pelo site ou pela Central 1746.
 
“É importante sempre exigir a nota fiscal. No caso dos postos de combustível, a nota deve vir discriminada com o valor por litro pago”, alerta Márcia Mattos, presidente do Procon Carioca.
 
Fique prevenido. Dicas:
 
1 - Verificar sinais de descongelamento, como pontos amolecidos e presença de líquido congelado no interior da embalagem sem ser parte integrante do produto;
 
2 - Em produtos resfriados, verificar a viscosidade, coloração e odor;
 
3 - Os laticínios devem estar na embalagem original, sem apresentar estufamento (o que indica produção de gás provocado por crescimento de micro-organismos);
 
4 - O sorvete é um produto aerado. Se houver compactação da massa é sinal que houve descongelamento;
 
5 - Produtos como massas e pães de queijo podem apresentar crescimento de fungo, bem como ficarem esfarelados.


Plantas urbanas que você talvez não saiba que pode comer

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            Ipê Amarelo

São Ipês, paineiras e hibiscos que estão entre as espécies comestíveis mais comuns nas cidades brasileiras. Já pensou em rechear um pastel com as flores do ipê, em preparar uma salada com as folhas da paineira ou um sorvete com os frutos da costela-de-adão?

Muitas plantas comuns nas cidades brasileiras têm partes comestíveis e poderiam enriquecer os nossos cardápios. Basta tomar algumas precauções ao coletá-las, explica o gestor ambiental Guilherme Ranieri, especialista em plantas alimentícias não convencionais (PANC).

Primeiro, deve-se certificar de que realmente pertencem às espécies almejadas. Para ter certeza, examine a planta e a compare com imagens da espécie em catálogos botânicos, pesquisando por seu nome científico. Depois, deve-se higienizá-la para eliminar micro-organismos nocivos. Ranieri sugere mergulhar a planta por 15 minutos numa solução de água e hipoclorito de sódio (item vendido nos mercados como desinfetante ou purificador). Segundo ele, deve-se ter o mesmo cuidado com todas as verduras e legumes comuns.

Plantas em avenidas movimentadas ou em áreas que possam estar contaminadas - como os arredores de zonas industriais, oficinas mecânicas e postos de gasolina - devem ser evitadas.

"Na dúvida, melhor não comer", diz Ranieri.

A BBC Brasil listou dez espécies de plantas comestíveis bastante comuns em cidades do país:

1. Flores do ipê (Handroanthus chrysotrichus, Handroanthus impetiginosus, Handroanthus heptaphyllus, Tabebuia aurea e Tabebuia roseoalba). Há variedades roxas, amarelas e brancas de ipês com flores comestíveis. Com perfume adocidado e leve amagor - similar ao da alface ou do almeirão -, elas podem ser servidas cruas ou refogadas e salteadas, acompanhando carnes e legumes. Outra opção é servi-las à milanesa ou à dorê.

2. Brotos e sementes da araucária (Araucaria angustifol)

Além do mais conhecido pinhão (a semente da árvore), são comestíveis seus brotos jovens, retirando-se as folhas externas, mais duras. Devem ser preparados em conservas com água, sal e vinagre e depois aquecidos em banho-maria por dez minutos.

3. Frutos da costela-de-adão (Monstera deliciosa)

O fruto da trepadeira é comestível quando está bem maduro e começa a soltar suas plaquetas - tão saboroso que ganhou o termo "deliciosa" em seu nome científico. Mas cuidado para não confundi-la com plantas parecidas e que podem ser tóxicas. Um detalhe que facilita sua identificação são os furos arredondados nas folhas, normalmente ausentes nas outras espécies.

4. Flores e folhas do hibisco (Hibiscus rosa-sinensis)

As folhas jovens substitutem o espinafre ou a couve em saladas e pratos quentes. As flores são consumidas cruas, em saladas, ou como decoração de pratos variados. Também podem ser usadas como corantes de conservas.

5. Folhas e rizomas da taioba-roxa (Xanthosoma violaceum)

O rizoma (caule subterrâneo) pode ser cozido e, após descascado, comido frito, assado ou como purê. As folhas bem jovens também são comestíveis, mas devem ser bem cozidas, descartando-se as nervuras mais grossas. As mesmas instruções valem para a taoiba comum, de caule verde.

6. Folhas da paineira (Ceiba speciosa)

As folhas jovens podem ser consumidas cruas, na salada. Quando cozidas, refogadas ou ensopadas, soltam uma baba (mucilagem) que lembra a do quiabo. São uma excelente fonte de minerais, como o fósforo.

7. Flores e palmito da pata-de-elefante ou iuca-elefante (Yucca guatemalensis)

As flores são consumidas empanadas e fritas, ou salteadas para recheios de tortas e panquecas. O miolo dos brotos terminais (palmitos) são comidos crus ou em conservas. A espécie é bastante consumida em El Salvador.

8. Flores e sementes verdes do flamboianzinho (Caesalpinia pulcherrima)

Após fervidas, as sementes imaturas (verdes) podem ser consumidas como o grão-de-bico, quentes ou frias, ou transformadas em patês. Preferencialmente, deve-se descascar os grãos. As flores cozidas também são comestíveis.

9. Sementes da castanha-do-maranhão (Bombacopsis glabra)

As sementes, obtidas quando as frutas maduras caem e se abrem, podem ser comidas cruas ou assadas - nesse caso, deve-se perfurá-las para que não estourem. Aconselha-se retirar a casquinha fibrosa que envolve as sementes. O sabor lembra o do amendoim, porém mais suave.

10. Palma (Cactus cochenillifer, Nopala cocifera, Opuntia cochenillifera)

As palmas jovens podem ser grelhadas, salteadas, ensopadas ou usadas para fazer pães e bolos. Os frutos rendem sucos, geleias, licores e sorvetes. Deve-se tomar cuidado com os espinhos ao extraí-las. É bastante usada na culinária do México.

Fontes: Livro "Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil", de Valdely Ferreira Kinupp e Harri Lorenzi, e o blog Come-se (come-se.blogspot.com.br), da nutricionista Neide Rigo.


quinta-feira, 31 de maio de 2018

Ceagesp estará aberta para carga e descarga durante 24 horas

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A diretoria da CEAGESP informa que os portões do entreposto da capital estarão abertos para carga e descarga de mercadorias, durante 24 horas, até o dia 9 de junho.
A medida tem o objetivo de contribuir com os comerciantes para o processo de normalização das atividades do entreposto que, gradativamente, está retomando sua rotina.
A programação do Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) para o feriado e final de semana será realizada normalmente, exceto as atividades da madrugada no Frigorífico São Paulo (FRISP), que voltam somente no dia 1° de junho.

Funcionamento:

    Feira de Flores – acontecerá normalmente na madrugada de quinta para sexta-feira, da meia-noite até 9h30 no MLP
    Varejão – feira livre que acontece no MLP aos sábados das 7h às 12h30 e aos domingos das 7h às 13h30
    Festival da Sardinha – tradicional evento da Sardinha na Brasa com pratos a preços populares. Aos sábados das 12h às 21h e aos domingos das 12h às 20h, até o dia 10 de junho. Entrada pelo portão 15 da Rua Xavier Kraus, Marginal Pinheiros. Entrada gratuita com estacionamento a R$ 10,00.

Ceasa do Irajá recebeu bananas e cenoura

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A central de abastecimento do Rio volta a receber nesta quinta-feira produtos que andavam desaparecidos desde o início dos bloqueios feitos por caminhoneiros nas estradas de aceso ao estado. E o abastecimento volta ao normal no Rio e em São Gonçalo, onde fica outro mercado na localidade do Colubandê.

Artigos que estavam em falta durante a greve dos caminhoneiros voltaram a ser comercializados normalmente na Central de Abastecimento do Estado do Rio (Ceasa-RJ), em Irajá, na Zona Norte do Rio, nesta quinta-feira. Para facilitar o abastecimento, excepcionalmente os estabelecimentos estão funcionando neste feriado. O recebimento de batatas, cenouras, bananas e ovos foi retomado, e os artigos já são vendidos pelos comerciantes do local nesta manhã. Sendo assim, devem chegar ainda nesta quinta-feira a supermercados e hortifrutis do estado.

No total, 395 caminhões chegaram à Ceasa nesta quinta-feira, sendo 280 para as lojas e 115 dos produtores rurais do interior do estado.

— Recebemos 395 caminhões, quando o normal seriam 400, ou seja, está tudo de volta à normalidade. Cenoura e banana, que estavam em falta, chegaram em uma boa quantidade, então os preços estão quase normais — explica o presidente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio, Waldir de Lemos.

A caixa com 20 quilos de banana prata que geralmente é vendida por R$ 45 está custando R$ 50, em média, nesta quinta-feira. A caixa de cenoura, com a mesma quantidade, subiu de R$ 45 (valor antes da greve) para R$ 70. A saca de batata, que chegou a custar R$ 400, já começa a ser encontrada por R$ 150. Antes da paralisação dos caminhoneiros, o preço praticado pelo lote com os 50 quilos do produto costumava variar entre R$ 70 e R$ 80.

Segundo Waldir, a escassez de ovos também deve acabar ainda nesta quinta. Na terça-feira, foram recebidas 3 mil caixas e, na quarta, cerca de cinco mil caixas com 30 dúzias. O balanço de hoje ainda não foi fechado, mas os produtos já devem chegar nos mercados neste feriado.

— A dona de casa já vai poder fazer bolo normalmente nesta sexta-feira — garante Waldir.

Fonte Extra

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Pobres, são os mais afetados na Ceasa do Irajá

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Desabastecimento causado por greve de caminhoneiros enfraqueceu a xepa da central de abastecimento carioca, prejudicando milhares de pessoas que catavam o que comer nas caçambas. O local é cercado por 14 favelas.

Com o olhar atento, Rosana Barbosa da Silva, de 32 anos, percorreu ontem as caçambas de lixo da Central de Abastecimento do Estado do Rio (Ceasa-RJ), em Irajá, em busca de comida. Moradora da favela Bandeira 2, em Del Castilho, ela costuma ir ao local duas vezes por semana para garimpar entre os produtos descartados algo que possa aproveitar para alimentar os três filhos. Mas, por causa da greve dos caminhoneiros, que provocou o desabastecimento do mercadão, Rosana estava há seis dias sem coletar restos de frutas, verduras ou legumes.

Com a retomada na chegada das mercadorias, ontem de manhã, a Ceasa começou a voltar à vida. A movimentação dos caminhões atraiu não apenas compradores e intermediários de feiras livres, mas também dezenas de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza e recorrem às sobras para sobreviver.

— Acabou tudo lá em casa, só tenho água. Quando ouvi no rádio que a Ceasa estava funcionando, vim correndo — diz Rosana, que conta apenas com os R$ 257 da Bolsa Família para sustentar os filhos de 10, 11 e 15 anos: — Não acho vergonhoso estar aqui catando. Sempre digo aos meus filhos que a vida é difícil, mas isso é melhor do que roubar.

Há 14 anos atuando na segurança da Ceasa, o vigilante André da Silva, de 52 anos, diz que nunca se acostumou a ver os “catadores da xepa”, como são conhecidos. A cena se repete todas as manhãs: grupos de pessoas, incluindo idosos e crianças, formam-se em torno das caçambas para esperar o momento do descarte.

Há mais de duas décadas, essa é a rotina de Rosimere Alves da Silva, 53 anos. Moradora de Anchieta, ela vai à Ceasa a cada dois dias em busca de sobras. Monta uma banca em frente de casa para vender as verduras e hortaliças, além dos sacolés, feitos com o suco de frutas, que saem a R$ 1,50 a unidade. Ontem, ficou decepcionada com o que encontrou.

— Preciso ajudar a engrossar a renda, por isso não deixo de vir — conta.