terça-feira, 7 de novembro de 2017

Novembro tem cesta cheia de alimentos saborosos

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O mês de novembro chegou e com ele uma cesta de alimentos repleta de frutas, legumes, verduras e pescados da estação, que você poderá aproveitar. Quanto mais na época, mais os alimentos são saborosos, nutritivos e baratos. Veja a lista que preparamos para todos os gostos.

FRUTAS

Abacaxi
Acerola
Banana-nanica
Banana-prata
Caju
Framboesa
Jaca
Laranja-pera
Maçã
Mamão
Manga
Maracujá
Melancia
Melão
Nectarina
Pêssego
Tangerina

LEGUMES

Abobrinha
Aspargos
Berinjela
Beterraba
Cenoura
Inhame
Maxixe
Nabo
Pepino
Pimentão
Tomate

VERDURAS

Alho-poró
Almeirão
Brócolis
Cebolinha
Endívia
Erva-doce
Espinafre
Folha de Uva

PESCADOS

Bonito
Cação
Cambeva
Corvina
Dourada
Dourado
Espada
Gordinho
Manjuba
Siri

Saiba mais sobre os peixes de novembro

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O peixe é um alimento que deveria estar mais presente na alimentação do brasileiro. Existem várias opções para o seu preparo, como: frito, assado, cozido. Aproveite para colocar alguns desses alimentos no cardápio do mês de novembro:

    Bagre

Vive em águas rasas, existem cerca 2.200 espécies desses peixes.

    Berbigão

Esse molusco é encontrado em abundância por toda a costa brasileira e possui uma coloração amarelada com algumas manchas pretas. Tem grande importância econômica

    Betarra

Costuma habitar praias rasas, enseadas e embocaduras de rios

    Bonito

É parente do atum, e pode chegar a ter um metro de comprimento.

    Camarão Cativeiro

É uma excelente fonte de selênio que neutraliza os efeitos prejudiciais dos radicais livres, que é a principal causa de câncer e outras doenças degenerativas

    Carapau

Tem o corpo alongado, cinzento e forma grandes cardumes.

    Dourado

É muito apreciado pelo seu sabor, possui uma coloração dourada por todo o corpo.

    Gordinho

Apresenta grande importância comercial por possuir uma saborosa carne e é encontrado em ambientes costeiros

    Manjuba

É um pequeno peixe de escamas, parecem com as sardinhas, mas são menores e mais finas.

    Namorado

Sua carne é muito apreciada devido aos poucos espinhos distribuídos e a ausência de gordura.

    Olhete

Forma pequenos cardumes e tem importância na pesca esportiva e comercial.

    Palombeta

É comum nos mares do Sudeste do Brasil.

    Pampo

Pode ser encontrado em todo o litoral brasileiro, e seu comprimento chega a 50 centímetros.

    Peroa

Possui hábitos noturnos, tem o corpo comprido, são carnívoros e agressivos.

    Pescada

Tem um corpo alongado, é muito utilizada na alimentação.

    Serra

São animais noturnos, dormem durante o dia e vão à procura de alimento durante a noite.

    Siri

Um crustáceo que possui uma característica diferente dos demais de sua espécie, seu último par de pernas se assemelha um remo.

    Vira

É distribuído pela costa do Rio Janeiro até a Argentina e costuma habitar o fundo de areia.

Onde ir em São Paulo:

Venha conferir várias opções aqui na CEAGESP na Feira de Pescados que ocorre de terça a sábado, das 2 às 6 horas no Pátio do Pescado.

Entrada pelo Portão 15 da Rua Xavier Krauss – esquina com Av. das Nações Unidas (Marginal Pinheiros).

Natal tem o caju brasileiro garantido

Clima ajuda e produtores colhem boa safra. Chuva garantiu frutos vistosos e cajueiros fartos. Produtor da região aproveita a castanha, o caju e até o bagaço da polpa. O Ceará, líder nacional, está tendo uma boa safra. Após anos de perdas, o clima ajudou e os frutos estão vistosos, o que garante um bom aproveitamento.

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Cada caju tirado do pé é uma vitória para os produtores de Itapipoca, a 135 quilômetros de Fortaleza. Os cajueiros do agricultor Marcôndio Moura são novos, têm cinco anos. Conheceram apenas seca. É a primeira vez que ele tem uma boa colheita.

“Como nesse ano fomos até um pouco privilegiados, batemos 1000 mm nessa região, foi muito boa a produção em relação ao ano passado. Esse ano a gente já colheu por volta de 2500 quilos. No ano anterior, nessa época, provavelmente tinha colhido 500 quilos”.

Produtores mais experientes, como o Luis de Sousa Neto, na lida há 14 anos, também agradecem pelo presente que a chuva trouxe este ano. Enfim, cajueiros fartos. Em anos anteriores, o Luis chegou a colher apenas 200 quilos. Este ano espera tirar 2000 quilos de castanha. Graças à chuva e aos tratos culturais.

"Uma cobertura morta está protegendo o sistema radicular do cajueiro, porque a umidade fica retida embaixo da cobertura morta”, explica Luis.

Após colher os cajus ele retira as castanhas. Elas serão vendidas e os cajus aproveitados de várias formas. A maior parte vira polpa para suco.

Nada é jogado no lixo. Quando o caju vira polpa, o que sobra é o bagaço, que aparentemente não serve para nada. Mas pesquisando o produtor descobriu que ele é rico em proteínas. Depois de passar três dias secando ao sol, é assim que ele fica. Essa fibra misturada ao milho, por exemplo, vira ração para os animais em tempos de seca.

Este ano o produtor está recebendo, em média, R$ 3,30 pelo quilo da castanha. No ano passado recebu quase o dobro. A caixa de caju está sendo vendida por R$ 25. Na última safra, como a oferta era menor, saía por R$ 40.

Fonte Globo Rural

Cana-de-açúcar pode proteger os dentes

Quantas vezes você foi de propósito na feira livre para tomar aquele caldo de cana e comer aquele pastel. Pois bem, saiba que pesquisadores da Universidade de São Paulo, campus Bauru, descobriram que o produto, geralmente associado como causa de cáries, possui proteína que protege o esmalte dos dentes.

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Uma pesquisa desenvolvida por alunos doutorandos da Faculdade de Odontologia de Bauru (SP), ligada à Universidade de São Paulo (USP), está desmistificando a fama de inimiga da saúde bucal que a cana-de-açúcar sempre teve. Por sua alta concentração de açúcar, a cana sempre foi associada como causadora de cáries.

Segundo a professora Marília Afonso Rabelo Buzalaf, coordenadora da pesquisa, os estudos mostram que a cana-de-açúcar possui uma proteína que protege o esmalte dos dentes e que pode, por isso, prevenir as cáries e também a erosão dentária.

Os estudos começaram em 2010 e vêm apresentando resultados considerados satisfatórios. Nesse primeiro momento, a pesquisa apontou resultados significativos nos testes em laboratório. O próximo passo é iniciar os experimentos com humanos.

    “Sabemos que o vinho, por exemplo, é uma substância altamente erosiva para o esmalte dos dentes. Se antes de tomar um vinho fizermos um bochecho com essa proteína de forma a enriquecer a superfície dentária com ela, vai haver menos erosão”, explica a coordenadora do estudo.

O doutarando Vinícius Taioqui Pelá, integrante do grupo de pesquisadores, destaca que os benefícios desse estudo têm importância por conta do crescimento dos problemas relacionados à erosão dentária.

    “Acreditamos que essa é uma pesquisa bastante promissora porque a questão da erosão dentária é um problema bem sério e recorrente nos dias atuais”, reforça o pesquisador.

Local de pesquisas

Além do trabalho que estuda os benefícios da cana-de-açúcar para os dentes, a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP) tem em andamento pelo menos 500 trabalhos de graduação, pós-graduação e pós-doutorado.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Greenpeace alerta para agrotóxicos em alimentos comprados em SP

Testes da ONG mostram que 36% dos alimentos têm agrotóxicos acima do limite ou proibidos. Nos levantamentos com alimentos como arroz, feijão e café, mostrou ainda que 60% das amostras apresentam pelo menos algum tipo de resíduo de pesticida.

                 Tomates, alto índice de pesticidas
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Testes feitos em 12 alimentos comuns da dieta do brasileiro, entre eles o arroz e o feijão, mostraram que 36% apresentavam irregularidades em relação a agrotóxicos: ou apresentavam pesticidas totalmente proibidos no Brasil para qualquer alimento; ou continham níveis de produtos proibidos para aquela cultura específica; ou, ainda, contavam com resíduos acima do limite permitido por lei.

A pesquisa, divulgada nesta terça-feira (31), foi feita pela ONG Greenpeace. A organização coletou amostras de centros de distribuição de São Paulo e do Distrito Federal, em setembro. Os testes foram realizados pelo Laboratório de Resíduos de Pesticidas (LRP) do Instituto Biológico de São Paulo, ligado ao governo do Estado.

O Greenpeace testou o arroz branco e o integral, o feijão preto e o carioca, o mamão formosa, o tomate, a couve, o pimentão verde, a laranja, a banana nanica, a banana prata e o café. Ao todo, a ONG testou 113 kg de alimentos.

Parte dos alimentos foi escolhida por ser representativa na dieta do brasileiro, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e outra parte por apresentar altos índices de agrotóxico (como couve, pimentão e tomate).

"A nossa amostra é pequena, e o objetivo do estudo não foi o monitoramento, que deve ser feito pelo governo, mas mostrar que estamos colocando agrotóxico todos os dias na mesa", diz Marina Lacôrte, especialista do Greenpeace em Agricultura e Alimentação. "Desafiamos qualquer centro a realizar o teste. Vai encontrar agrotóxico", comenta.

Os resultados são consistentes com pesquisa feita pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com amostras coletadas entre 2014 e 2015; na ocasião, a agência mostrou que 58% dos alimentos tinham algum resíduo de agrotóxico.

Testes realizados pela Proteste em 2016 também mostraram que mais de um terço dos alimentos tinha agrotóxicos ilegais. A entidade testou amostras de oito tipos alimentos.

A dificuldade dos estudos

"É bem complexo você chegar a uma representatividade estatística porque a quantidade de produtores é muito grande e há uma variedade de alimentos. Nem o FDA (órgão americano), nem a Anvisa conseguem”, diz Karen Friedrich, toxicologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que fez o parecer técnico do estudo. "Então, trabalhamos com amostras, mas o que vemos é que os dados têm sido consistentes ao longo dos estudos", explica.

A consistência nos estudos é importante porque muitas vezes se conta com a 'sorte', diz a toxicologista.

"Quando você vai a um supermercado, por exemplo, o alimento vem de vários produtores porque a quantidade de gente para abastecer é grande", explica Karen. "Tem produtor que usa mais agrotóxico que outro. Então, às vezes, vai depender da sorte", comenta.

Mais de um tipo de resíduo

Um fator que preocupou a ONG foi a presença de mais de um tipo de agrotóxico nos alimentos. Segundo o Greenpeace, a interação entre mais de um tipo de pesticida gera um "efeito coquetel" não totalmente mapeado por autoridades.

A pesquisa constatou que o pimentão, por exemplo, apresentou sete tipos de resíduos, incluindo agrotóxicos proibidos.

Também três das quatro amostras de mamão apresentaram quatro tipos diferentes de resíduos. Uma das amostras continha um pesticida não permitido para o mamão, a famoxadona, e outro resíduo em níveis nove vezes acima do permitido: o difenoconazol.

"Estudos experimentais em animais mostram que a ingestão de misturas de agrotóxicos pode ser mais tóxica. Estudos com populações expostas ambientalmente a vários agrotóxicos também mostram a possibilidade de interação", diz Karen Friedrich.

Fiscalização e incentivos

Para Friedrich, seria importante haver um trabalho de rastreamento dos alimentos que mais apresentam problemas. "Isso significa pegar aquele alimento, identificar o produtor, fiscalizar e orientar sobre modos de produção sem agrotóxicos", diz. Ela comenta que esse trabalho já é feito em algumas regiões do país, como Santa Catarina e Paraná, mas não há uma ação em nível nacional.

Outra questão é que a comercialização de agrotóxicos é isenta de impostos no país, diz ela. "Então, para o produtor é mais barato trabalhar com o agrotóxico", diz. A toxicologista diz, ainda, que há poucos incentivos para a produção de alimentos orgânicos e que o processo para a obtenção da certificação ainda é muito caro no país.

Fonte G1

Banana prata e tomate estão mais em conta


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Semanalmente a CEAGESP (Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo) prepara uma lista com produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta comercializados no Entreposto Terminal São Paulo, para você se alimentar bem e economizar mais. Confira a lista dos produtos:

PRODUTOS COM PREÇOS EM BAIXA
Coco verde, acerola, manga tommy, morango, banana prata, laranja pera, banana nanica, maçã gala, tomates, pepinos, mandioca, abóbora paulista, batata doce rosada, beterraba, abóbora moranga, coentro, salsa, rúcula, espinafre, repolho verde, rabanete, alfaces, beterraba com folha, cenoura com folha, couve manteiga, rúcula, acelga, alho porró, nabo, cebolinha, chicória, batata asterix, alho chinês, cebola nacional e canjica.

PRODUTOS COM PREÇOS ESTÁVEIS
Mamão formosa, mamão papaya, lima da pérsia, melancia, caju, manga palmer, nêspera, maracujá doce, maçã fuji, laranja lima, tangerina murcot, maçã importada, pera importada, abobrinha italiana, pimentão verde, berinjela, abóbora japonesa, batata, doce amarela, abóbora seca, erva doce, agrião, milho verde, salsão, repolho roxo, couve-flor, erva doce e batata lavada.

PRODUTOS COM PREÇOS EM ALTA
Abacaxis, carambola, figo roxo, pêssego dourado, maracujá azedo, goiaba vermelha, pinha, atemoia, abacate, laranja baia, limão taiti, manga hadem, uva rosada, uva thompson, abóbora seca, cenoura, pimentão vermelho, pimentão amarelo, pimenta vermelha, vagem macarrão, jiló redondo, quiabo, ervilha torta, mandioquinha, brócolis comum, rabanete, coentro, salsão, erva doce, cebola roxa, coco seco e ovos.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Consumidores preocupados com alimentos e a saúde

“O consumidor valoriza a saúde e paga mais caro por alimentos saudáveis”, explica Helio Mattar, do Instituto Akatu, que falou para a revista Época sobre as tendências de consumo alimentício no Brasil e como essas atitudes influenciam a sociedade, indústria e o meio ambiente. Devido à sua importância, estamos reproduzindo aqui no Blog.

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Os consumidores nunca estiveram tão preocupados com a origem dos alimentos que chegam à mesa. A consciência sobre o impacto dos produtos em toda a cadeia de produção, desde o campo até o lar dos brasileiros, é parte do caminho para um mundo mais sustentável. O presidente do Instituto Akatu, Helio Mattar, fala sobre as tendências de consumo alimentício no Brasil e como essas atitudes influenciam a sociedade, indústria do setor e o meio ambiente.

O que são alimentos sustentáveis?

– O alimento sustentável é aquele em que o processo de produção não exerce impacto negativo sobre os trabalhadores, nem sobre a saúde das pessoas que vão consumí-lo. No Akatu, nós sempre dizemos que em uma sociedade insustentável, nenhum produto vai ser sustentável por ele próprio. Basta pensar, pegue um alimento orgânico, produzido da melhor forma possível, com tecnologia de regeneração da terra, trabalhadores bem cuidados e todas as precauções com a saúde do consumidor. Mesmo assim, esse produto vai ser transportado por uma frota de caminhões, principalmente no Brasil que não tem nenhum outro tipo de transporte, e vai causar impactos ambientais negativos. Então é importante reforçar que o alimento pode ser sustentável na produção em si, mas não consegue o mesmo no sentido mais abrangente da cadeia de produção.

Com o que as pessoas deveriam se preocupar ao comprar alimentos?

– A primeira preocupação deve ser com o meio ambiente. Saber de onde veio o alimento, como ele foi produzido, que impactos ambientais ele gerou. Se foi usado agrotóxico, quais especificações foram seguidas e se houve proteção adequada dos trabalhadores que manusearam o produto químico. Do ponto de vista social, observar se não houve trabalho de crianças, tendo em vista que a área agrícola é a que mais tem mão de obra infantil, e se não envolveu trabalho em condições de escravidão. Muitas pessoas também estão se preocupando em saber se o alimento é produzido em pequenas comunidades, pois elas sentem que estão contribuindo com a melhoria da sociedade se consumirem produtos oriundos de pequenos produtores. O terceiro aspecto leva em conta o próprio bolso do consumidor, pois ao fazer pela economia, ele também faz muito pela sociedade e pelo meio ambiente. Por exemplo, ao fazer o planejamento semanal do cardápio, podemos verificar quais ingredientes já possuímos e assim evitar o desperdício. E utilizar receitas ocultas, que aproveitem os alimentos por inteiro, como cascas, talos, sementes, frutas machucadas, entre outros.

De forma geral, você acredita que o consumidor brasileiro esteja mais consciente?

– Eu acho que é um processo, na verdade. O que o Akatu tem de dados, uma pesquisa feita há quatro anos, mostra que em torno de 30% dos consumidores brasileiros leem os rótulos dos produtos antes de comprar. Esse já é um bom resultado. Agora, se esse indivíduo segue de fato as instruções, como a quantidade ideal de consumo diário, por exemplo, fica difícil saber. Sobre a opção do comprador por alimentos orgânicos, as vendas desses produtos vêm aumentando. Esse número está crescendo entre 15% e 30% ao ano, dentro dos grandes supermercados, que representam cerca de 35% das vendas de alimentos. Isso já é um indicador sobre a preocupação com a origem dos produtos.

Com relação a restaurantes, o que você destacaria como modelo de sustentabilidade?

– Os cuidados não são diferentes dos que os consumidores devem ter. Selecionar ingredientes de boa qualidade, saber das origens desses produtos, que tipos de cuidados foram tomados na produção e no transporte e evitar o desperdício de alimentos. Um bom exemplo a ser citado é o de um refeitório, no Rio de Janeiro, que ainda é um experimento em pequena escala, feito pela Gastromotiva, uma organização sem fins lucrativos, juntamente com o chef Massimo Bottura. Eles utilizam produtos excedentes de feiras e supermercados, que recebem de graça, e aproveitam totalmente essas sobras de alimentos. Outro exemplo é o Ivan Halston, chef de São Paulo, que está usando ingredientes brasileiros, da estação, além de plantas alimentícias não convencionais, como feijão-borboleta e erva-jabuti. Plantas que geralmente são consideradas ervas daninhas. Além disso, ele compra a pele do bacalhau e faz um tipo de caldo. O alimento é muito nutritivo, mas costuma ir para o lixo. Esses são exemplos de ações que vários restaurantes poderiam estar fazendo para reduzir o desperdício de alimentos.

Qual é a conexão entre o consumo consciente dos alimentos, a saúde do homem, dos animais e do planeta?

– Se existe um produto sustentável que ajuda muito o planeta, a saúde do homem, o bem-estar social e dos animais, esse é o alimento. Ele é consumido em quantidades expressivas diariamente, três vezes ao dia, por praticamente todo mundo, pelo menos por quem tem segurança alimentar. Uma pesquisa que fizemos mostra que o primeiro fator que faria o consumidor brasileiro deixar de consumir um alimento seria saber que a produção envolveu o maltrato de animais. O segundo elemento, seria saber que o produto tem impacto negativo sobre a saúde. Ambas são preocupações com a vida. Além disso, é bom lembrar que, no ano passado, o Brasil superou os 50% de pessoas com sobrepeso. Esse é um problema não só para o sistema se saúde pública, que vai ter um custo adicional para o tratamento das doenças acarretadas pela obesidade, mas para o indivíduo em si. Num período de 40 anos, juntamente com o aumento de renda da população, houve também a elevação nas taxas de consumo de alimentos ultraprocessados, como salsichas, biscoitos e refrigerantes. A conveniência do alimento industrializado fez com que a população não pensasse nos impactos negativos que o consumo excessivo desses produtos gera.

O que os consumidores podem fazer para incentivar a produção de alimentos mais saudáveis e que tenham um processo de produção menos agressivo ao planeta?

– O consumo é um voto. E você pode votar bem ou mal. Se votar bem, faz com que a sociedade siga naquela direção, pois as pessoas que você conhece te veem votando bem e vão querer seguir o exemplo. Sendo assim, o número de pessoas que vão dando exemplaridade às outras aumenta. Portanto, a escolha mais adequada não é individual, mas para a sociedade como um todo. É isso que os consumidores devem fazer para incentivar a produção de alimentos mais adequada e sustentável.

Quais são as melhores notícias sobre alimentos atualmente?

– Várias empresas estão cuidando do bem-estar animal. Por exemplo, na produção e comercialização de ovos de galinhas poedeiras fora de gaiolas, listamos algumas como a Unilever, Cargill, Bunge, a Hemmer Alimentos e o Grupo Pão de Açúcar, todas já não aprisionam as aves em jaulas. A segunda boa notícia é a redução de sódio e açúcar. Há alguns anos, houve uma negociação difícil entre as empresas e a Anvisa sobre isso. As indústrias defendiam que o paladar das pessoas está ligado à quantidade de açúcar, sódio e gordura contida nos produtos. E, de fato, as mudanças nesse sentido são lentas. O Brasil não é uma exceção nisso. Outro ponto é que o mercado brasileiro de bebidas e alimentos saudáveis chegou a quase 100 bilhões em vendas, no ano passado. O que nos colocou na 5ª posição no ranking mundial. A categoria de orgânicos foi a que mais cresceu, em média geral 18% ao ano. Isso mostra que as pessoas estão valorizando a saúde cada vez mais, pois o alimento orgânico é um pouco mais caro. E, por último, as certificações, além da de bem-estar animal, os selos de fair trade [comércio justo] que estão começando a aparecer.

Qual a importância de eventos que impulsionam o consumo consciente e sustentável de alimentos, como o Festival Origem?

- No Akatu dizemos que a sustentabilidade vai ser fruto de cinco coisas. Primeiro, mudanças tecnológicas, como mais energia e matérias-primas renováveis. Segundo, maior consciência do consumidor, que também já está acontecendo, por intermédio das escolas, das mídias e dos institutos. Terceiro, a elaboração de políticas públicas, pois não vai haver mudança se não privilegiarmos o mais sustentável e desprivilegiarmos insustentável. Quarto, mudanças radicais nos produtos e serviços do setor alimentício na direção de alimentos mais saudáveis, pois a sociedade não vai conseguir bancar os custos de doenças. Além disso, vai ser preciso que os produtos sejam mais duráveis, para evitar desperdício. E, finalmente, organizar a sociedade em comunidades menores, pois assim fica mais fácil enxergar as necessidades e os benefícios das ações diárias. Citei esses cinco fatores porque que o Festival Origem inclui no evento vários atores, como o consumidor, o produtor, o governo e a academia, que vão ter o que dizer a respeito da sustentabilidade alimentar e fazer uma conscientização geral sobre o assunto.