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terça-feira, 26 de novembro de 2019
Brasil bate recorde histórico no consumo de ovos
Quando 2019 terminar, cada brasileiro vai ter comido em média 230 ovos. É quase o dobro do que era consumido há dez anos. O preço de 30 ovos está oscilando entre R$ 7,90 e R$ 10, nos supermercados, sacolões e nos "carros dos ovos" que percorrem as ruas das cidades.
Como alternativa para a carne, o consumo de ovos está batendo recorde.
O ovo está ganhando cada vez mais espaço no nosso prato. Tanto que o Brasil deve alcançar pela primeira vez a média mundial de consumo. Quando 2019 terminar, cada um de nós vai ter comido em média 230 ovos. É quase o dobro do que a gente consumia há dez anos.
Essa mudança de hábito está associada ao preço do ovo. Comparado com as outras proteínas animais como carne ou frango, é a mais barata. E tem reflexo em toda a cadeia de produção.
As granjas estão investindo em tecnologia. Em 2019, a produção de ovos no país deve chegar a nove bilhões de unidades. São 93 mil por segundo.
As fábricas de embalagem têm que acompanhar o ritmo. “A gente acredita no crescimento do mercado, tanto é que a gente está expandindo a empresa na Região Nordeste pelo incremento no consumo e na produção de ovos”, explicou Edson Roberto Donzeli, gerente-geral.
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Rio de Janeiro, RJ, Brasil
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
Consumidores preocupados com alimentos e a saúde
“O consumidor valoriza a saúde e paga mais caro por alimentos saudáveis”, explica Helio Mattar, do Instituto Akatu, que falou para a revista Época sobre as tendências de consumo alimentício no Brasil e como essas atitudes influenciam a sociedade, indústria e o meio ambiente. Devido à sua importância, estamos reproduzindo aqui no Blog.
Os consumidores nunca estiveram tão preocupados com a origem dos alimentos que chegam à mesa. A consciência sobre o impacto dos produtos em toda a cadeia de produção, desde o campo até o lar dos brasileiros, é parte do caminho para um mundo mais sustentável. O presidente do Instituto Akatu, Helio Mattar, fala sobre as tendências de consumo alimentício no Brasil e como essas atitudes influenciam a sociedade, indústria do setor e o meio ambiente.
O que são alimentos sustentáveis?
– O alimento sustentável é aquele em que o processo de produção não exerce impacto negativo sobre os trabalhadores, nem sobre a saúde das pessoas que vão consumí-lo. No Akatu, nós sempre dizemos que em uma sociedade insustentável, nenhum produto vai ser sustentável por ele próprio. Basta pensar, pegue um alimento orgânico, produzido da melhor forma possível, com tecnologia de regeneração da terra, trabalhadores bem cuidados e todas as precauções com a saúde do consumidor. Mesmo assim, esse produto vai ser transportado por uma frota de caminhões, principalmente no Brasil que não tem nenhum outro tipo de transporte, e vai causar impactos ambientais negativos. Então é importante reforçar que o alimento pode ser sustentável na produção em si, mas não consegue o mesmo no sentido mais abrangente da cadeia de produção.
Com o que as pessoas deveriam se preocupar ao comprar alimentos?
– A primeira preocupação deve ser com o meio ambiente. Saber de onde veio o alimento, como ele foi produzido, que impactos ambientais ele gerou. Se foi usado agrotóxico, quais especificações foram seguidas e se houve proteção adequada dos trabalhadores que manusearam o produto químico. Do ponto de vista social, observar se não houve trabalho de crianças, tendo em vista que a área agrícola é a que mais tem mão de obra infantil, e se não envolveu trabalho em condições de escravidão. Muitas pessoas também estão se preocupando em saber se o alimento é produzido em pequenas comunidades, pois elas sentem que estão contribuindo com a melhoria da sociedade se consumirem produtos oriundos de pequenos produtores. O terceiro aspecto leva em conta o próprio bolso do consumidor, pois ao fazer pela economia, ele também faz muito pela sociedade e pelo meio ambiente. Por exemplo, ao fazer o planejamento semanal do cardápio, podemos verificar quais ingredientes já possuímos e assim evitar o desperdício. E utilizar receitas ocultas, que aproveitem os alimentos por inteiro, como cascas, talos, sementes, frutas machucadas, entre outros.
De forma geral, você acredita que o consumidor brasileiro esteja mais consciente?
– Eu acho que é um processo, na verdade. O que o Akatu tem de dados, uma pesquisa feita há quatro anos, mostra que em torno de 30% dos consumidores brasileiros leem os rótulos dos produtos antes de comprar. Esse já é um bom resultado. Agora, se esse indivíduo segue de fato as instruções, como a quantidade ideal de consumo diário, por exemplo, fica difícil saber. Sobre a opção do comprador por alimentos orgânicos, as vendas desses produtos vêm aumentando. Esse número está crescendo entre 15% e 30% ao ano, dentro dos grandes supermercados, que representam cerca de 35% das vendas de alimentos. Isso já é um indicador sobre a preocupação com a origem dos produtos.
Com relação a restaurantes, o que você destacaria como modelo de sustentabilidade?
– Os cuidados não são diferentes dos que os consumidores devem ter. Selecionar ingredientes de boa qualidade, saber das origens desses produtos, que tipos de cuidados foram tomados na produção e no transporte e evitar o desperdício de alimentos. Um bom exemplo a ser citado é o de um refeitório, no Rio de Janeiro, que ainda é um experimento em pequena escala, feito pela Gastromotiva, uma organização sem fins lucrativos, juntamente com o chef Massimo Bottura. Eles utilizam produtos excedentes de feiras e supermercados, que recebem de graça, e aproveitam totalmente essas sobras de alimentos. Outro exemplo é o Ivan Halston, chef de São Paulo, que está usando ingredientes brasileiros, da estação, além de plantas alimentícias não convencionais, como feijão-borboleta e erva-jabuti. Plantas que geralmente são consideradas ervas daninhas. Além disso, ele compra a pele do bacalhau e faz um tipo de caldo. O alimento é muito nutritivo, mas costuma ir para o lixo. Esses são exemplos de ações que vários restaurantes poderiam estar fazendo para reduzir o desperdício de alimentos.
Qual é a conexão entre o consumo consciente dos alimentos, a saúde do homem, dos animais e do planeta?
– Se existe um produto sustentável que ajuda muito o planeta, a saúde do homem, o bem-estar social e dos animais, esse é o alimento. Ele é consumido em quantidades expressivas diariamente, três vezes ao dia, por praticamente todo mundo, pelo menos por quem tem segurança alimentar. Uma pesquisa que fizemos mostra que o primeiro fator que faria o consumidor brasileiro deixar de consumir um alimento seria saber que a produção envolveu o maltrato de animais. O segundo elemento, seria saber que o produto tem impacto negativo sobre a saúde. Ambas são preocupações com a vida. Além disso, é bom lembrar que, no ano passado, o Brasil superou os 50% de pessoas com sobrepeso. Esse é um problema não só para o sistema se saúde pública, que vai ter um custo adicional para o tratamento das doenças acarretadas pela obesidade, mas para o indivíduo em si. Num período de 40 anos, juntamente com o aumento de renda da população, houve também a elevação nas taxas de consumo de alimentos ultraprocessados, como salsichas, biscoitos e refrigerantes. A conveniência do alimento industrializado fez com que a população não pensasse nos impactos negativos que o consumo excessivo desses produtos gera.
O que os consumidores podem fazer para incentivar a produção de alimentos mais saudáveis e que tenham um processo de produção menos agressivo ao planeta?
– O consumo é um voto. E você pode votar bem ou mal. Se votar bem, faz com que a sociedade siga naquela direção, pois as pessoas que você conhece te veem votando bem e vão querer seguir o exemplo. Sendo assim, o número de pessoas que vão dando exemplaridade às outras aumenta. Portanto, a escolha mais adequada não é individual, mas para a sociedade como um todo. É isso que os consumidores devem fazer para incentivar a produção de alimentos mais adequada e sustentável.
Quais são as melhores notícias sobre alimentos atualmente?
– Várias empresas estão cuidando do bem-estar animal. Por exemplo, na produção e comercialização de ovos de galinhas poedeiras fora de gaiolas, listamos algumas como a Unilever, Cargill, Bunge, a Hemmer Alimentos e o Grupo Pão de Açúcar, todas já não aprisionam as aves em jaulas. A segunda boa notícia é a redução de sódio e açúcar. Há alguns anos, houve uma negociação difícil entre as empresas e a Anvisa sobre isso. As indústrias defendiam que o paladar das pessoas está ligado à quantidade de açúcar, sódio e gordura contida nos produtos. E, de fato, as mudanças nesse sentido são lentas. O Brasil não é uma exceção nisso. Outro ponto é que o mercado brasileiro de bebidas e alimentos saudáveis chegou a quase 100 bilhões em vendas, no ano passado. O que nos colocou na 5ª posição no ranking mundial. A categoria de orgânicos foi a que mais cresceu, em média geral 18% ao ano. Isso mostra que as pessoas estão valorizando a saúde cada vez mais, pois o alimento orgânico é um pouco mais caro. E, por último, as certificações, além da de bem-estar animal, os selos de fair trade [comércio justo] que estão começando a aparecer.
Qual a importância de eventos que impulsionam o consumo consciente e sustentável de alimentos, como o Festival Origem?
- No Akatu dizemos que a sustentabilidade vai ser fruto de cinco coisas. Primeiro, mudanças tecnológicas, como mais energia e matérias-primas renováveis. Segundo, maior consciência do consumidor, que também já está acontecendo, por intermédio das escolas, das mídias e dos institutos. Terceiro, a elaboração de políticas públicas, pois não vai haver mudança se não privilegiarmos o mais sustentável e desprivilegiarmos insustentável. Quarto, mudanças radicais nos produtos e serviços do setor alimentício na direção de alimentos mais saudáveis, pois a sociedade não vai conseguir bancar os custos de doenças. Além disso, vai ser preciso que os produtos sejam mais duráveis, para evitar desperdício. E, finalmente, organizar a sociedade em comunidades menores, pois assim fica mais fácil enxergar as necessidades e os benefícios das ações diárias. Citei esses cinco fatores porque que o Festival Origem inclui no evento vários atores, como o consumidor, o produtor, o governo e a academia, que vão ter o que dizer a respeito da sustentabilidade alimentar e fazer uma conscientização geral sobre o assunto.
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Rio de Janeiro, RJ, Brasil
terça-feira, 4 de julho de 2017
CeasaMinas: Com queda de 12,5% no preço médio, uva é dica de consumo
Presença certa nas festividades de fim de ano, elas ainda são pouco lembradas nos meses de junho e julho, quando o preço também é um atrativo para o consumidor. Com queda de 12,5% no preço médio, entre junho e maio no atacado da CeasaMinas, as uvas se destacam ainda pelos benefícios à saúde ligados à redução do risco de doenças cardíacas e diabetes, entre outras potencialidades.
O comparativo se refere ao período de 1 a 20 de junho em relação a igual período de maio, no entreposto de Contagem. O valor médio do quilo passou de R$ 7,43/kg para R$ 6,50/kg. Vale lembrar que a redução do preço se deu mesmo com a menor oferta no período, a qual passou de 558 toneladas para 530 t, o equivalente a uma oscilação de -5,1%.
De acordo com o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, a menor procura do consumidor por frutas no inverno em geral acaba contribuindo para segurar o preço, mesmo com oferta negativa.
A atacadista Multifrutas é uma das empresas especializadas no comércio desses produtos no entreposto de Contagem. Para o gerente Ailson Soares da Silva, mais conhecido como 'China', o consumidor deve aproveitar o período atual, em que, além do preço acessível, as uvas apresentam maior durabilidade, por causa do frio.
"Se, por um lado, o frio contribui para reduzir a demanda, por outro, as baixas temperaturas ajudam 'a segurar a fruta', ou seja, conservá-las por mais tempo", lembra.
Sem sementes
O consumidor brasileiro pode se beneficiar ainda com a oferta cada vez mais comum das variedades sem sementes. Entre elas, estão as resultantes de pesquisas realizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). São exemplos mais recentes desse trabalho, as variedades BRS Núbia, BRS Isis e BRS Vitória, que prometem, além de mais produtividade, maior resistência a pragas e melhor sabor.
"As uvas sem sementes possuem vários diferenciais, como a maior durabilidade, maior doçura e firmeza dos cachos. Na nossa loja, o aumento da oferta dessas variedades foi em torno de 60% nos últimos anos", destaca Ailson Silva.
Os diferenciais das variedades sem sementes se refletem em uma maior valorização no atacado da CeasaMinas. Para se ter uma ideia, de 1 a 20 de junho, enquanto a uva itália (com semente) foi comercializada, em média, a R$ 5,68/kg, a variedade thompson (sem semente) foi encontrada a R$ 9,35/kg.
A boa notícia é que ambas caíram de preço em relação ao mesmo período de maio, assim como quase todas as demais variedades: uva itália (-14,3%); thompson (-11,7%); brasil (-6,3%); rubi (-5,9%); crimson (-5,4%); benitaka (-3,4%) e niágara (-1,3%). A exceção é a variedade rede globe, com leve alta de 1,7% no preço.
Minas Gerais
Entre as variedades comercializadas por municípios mineiros, o destaque é a uva niágara. Se em 2006 Minas Gerais ofertava 37,2% do total de niágara no entreposto, em 2016 passou a ser responsável por 68,3%.
Marcelo Aguiar Silva é um dos vendedores de uva niágara no Mercado Livre do Produtor (MLP) de Contagem, trazendo a mercadoria em nome do agricultor Antônio Nobuyoshi Iida, de Pirapora (MG). Silva ressalta a preferência dos produtores da região pela niágara, que, segundo ele, tem apresentado custo menor e melhor retorno financeiro. "Em Pirapora, muitos produtores deixaram de produzir uvas finas de mesa a exemplo da variedade benitaka e as sem sementes por acharem que a niágara compensa mais", afirma.
Ele explica que a estratégia do produtor é entrar com a mercadoria na CeasaMinas quando a produção concorrente da região do Jaíba começa a diminuir. Isso, segundo ele, permite aproveitar o momento para conseguir um preço melhor.
Saúde
Do ponto de vista nutricional, a uva é uma grande aliada da saúde. Um estudo publicado em 2013 em pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, apontou o potencial da fruta na redução da inflamação e do armazenamento de gordura no organismo. Os polifenóis, componentes naturais encontrados nas uvas, seriam os responsáveis por esses efeitos benéficos, conforme a pesquisa realizada em ratos.
Segundo o coordenador do trabalho, Mitchell Seymour, o estudo sugere que uma dieta enriquecida com uva pode desempenhar um papel protetivo contra a síndrome metabólica e os danos causados por ela. A chamada síndrome metabólica é um conjunto de doenças geralmente associadas à presença de gordura abdominal, pressão alta e diabetes, dentre outros fatores.
A pesquisa amplia e reforça os resultados de um estudo anterior, do mesmo autor, o qual demonstrava que uma dieta enriquecida com uva reduzia fatores de risco para doenças cardíacas e diabetes em ratos propensos a obesidade.
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