Intermodal 2018 contará com a participação de mais de 400 marcas de 22 países, e muitas novidades. Será na capital paulista o evento que começa nessa terça-feira.
Já parou para pensar que o tênis exposto na vitrine pode ter percorrido milhares de quilômetros antes de chegar à loja? Imagine que ele foi produzido na China, viajou a um centro de distribuição na Europa e “desembarcou” em um porto no Brasil, de onde foi levado até o shopping que você frequenta. Mas como integrar todos os elos dessa cadeia de forma eficiente? A resposta está na tecnologia. Esse e outros temas serão discutidos na 24ª Intermodal South America, principal evento de logística, transporte de cargas e comércio exterior do País, que acontece entre os dias 13 e 15 de março, no pavilhão São Paulo Expo, na capital paulista (Inscrições pelo site www.intermodal.com.br/estadao )
Renan Joel, diretor do portfólio de infraestrutura da UBM Brazil, responsável pela organização da feira, explica que ela teve o seu conceito reformulado em 2018 para atender à nova realidade do setor. “É um evento de mais de 20 anos e que cresceu no viés da logística de duas décadas atrás. Com a chegada da indústria 4.0, não faz mais sentido discutir os quatro modais de transporte [marítimo, aéreo, rodoviário e ferroviário] separadamente. Tudo está 100% integrado”, afirma.
A Intermodal 2018 contará com a participação de mais de 400 expositores, nacionais e internacionais, ligados a todos os elos da cadeia de suprimentos da logística de armazenamento, transporte de cargas e comércio exterior. Com o slogan “O mundo em movimento”, a edição deste ano também apresentará ao público conceitos inovadores, como intralogística (otimização de espaços e processos dentro do próprio local de armazenagem), internet das coisas, inteligência artificial e novas tecnologias de transporte.
“Casamento” estratégico
A feira de negócios terá ainda outra novidade: a realização da XXI Conferência Nacional de Logística (CNL), organizada pela Associação Brasileira de Logística (Abralog) — nas edições anteriores a CNL ocorreu em outra data e local. Durante a convenção, haverá a exposição de casos de sucesso, além da participação de acadêmicos internacionais, como Yossi Sheffi, diretor do MIT Center of Transportation on Logistics (CTL); Carlos Roig, professor de Gestão e Comércio Internacional da ESADE Business School, da Espanha; e Zal Phiroz, professor da Universidade de Harvard na área de gestão de cadeias de suprimentos.
Integração e desafios
As palestras da Conferência Nacional de Logística serão divididas em três eixos de discussão. No primeiro dia, as mesas tratarão da cadeia global de suprimentos, destacando a importância de fatores como o omnichannel, que disponibiliza às empresas todas as informações de clientes e fornecedores em uma única plataforma. Um exemplo é a Aliança Navegação e Logística, do grupo Hamburg Süd, que vai lançar durante o evento o Portal da Cabotagem 2.0. A tecnologia possibilitará que os usuários tenham acesso mais simples e em tempo real a dados sobre rotas, documentação, monitoramento da carga, entre outros. “Com a plataforma, o tempo de resposta às solicitações caiu pela metade”, enfatiza Isabelle Paperini,idealizadora do projeto.
O segundo dia terá como mote a logística integrada entre indústria, comércio e e-commerce. Um dos destaques é o caso da Amaro. Por meio de uma parceria com a Loggi, especializada em entrega expressa, a marca de moda feminina, que nasceu como loja virtual, possibilitou que clientes da capital paulista recebessem a mercadoria comprada em até 2 horas e 30 minutos. “Investimos em três pilares que fazem com que nossos produtos cheguem ao cliente no mesmo dia: tecnologia, melhoria de processos internos e colaboração com terceiros”, resume Lodovico Briscochi, cofundador e diretor de operações da empresa.
Já o último dia vai tratar dos desafios logísticos do Brasil. “Nosso País representa 3% da economia mundial, mas apenas 1,5% do comércio exterior. Algo está errado. Ficamos limitados em função de problemas políticos e falta de infraestrutura em transporte. É preciso resolver essas questões e investir em tecnologia”, avalia Manoel de Andrade e Silva Reis, professor e coordenador de Projetos da Fundação Getúlio Vargas.
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