terça-feira, 29 de setembro de 2015

Tempestade destrói plantações na maior área produtora de bananas do país


                             


Chuva de granizo provocou prejuízo estimado de R$ 15 milhões no Vale da Ribeira (SP). Safra da banana deverá ser atrasada no ano que vem, provocando aumento de preços da fruta.. Área destruída equivale a 1.600 campos de futebol.

As plantações de banana da cidade de Sete Barras, que fica na região do Vale do Ribeira, a principal região produtora de banana do Brasil, foram destruídas por uma forte chuva de granizo na noite deste domingo (27/9). Os agricultores estimam que o prejuízo possa chegar a R$ 15 milhões e que a safra da banana deverá ser atrasada.

A forte chuva e as pedras de granizo caíram na área rural da cidade entre às 22h e 23h. De acordo com o presidente do Sindicato Rural do Vale do Ribeira, Jeferson Magario, 1.500 hectares de área de plantação de banana foram destruídos. Segundo os produtores, essa área é equivalente a cerca de 1.600 campos de futebol.

“Realmente causou um prejuízo muito grande. Cada produtor tem uma média de 20 hectares. Foram mais ou menos 75 famílias atingidas. Umas mais e outras menos”, calcula Magario. Segundo ele, a banana é muito sensível a chuva e ao granizo, o que deixa a fruta com machucados e mais escura. Algumas casas também foram destelhadas na área rural.

O período é de entressafra da banana, quando os produtores aproveitam para investir em adubos e fertilizantes para a preparação do solo. Eles continuam colhendo a fruta, mas em menor quantidade nessa época. A banana é a principal fonte de renda da maioria dos municípios da região, que tem 40 mil hectares da fruta, o que equivale a quase nove milhões de pés.

A R$ 1, o quilo

Segundo o sindicato, a caixa com 15 quilos de banana nanica é vendida no Vale do Ribeira a R$ 15, ou seja, por R$ 1 o quilo. De acordo com Magario, cada hectar geralmente rende para o produtor cerca de R$ 10 mil. Por isso, a previsão é que o prejuízo dos agricultores chegue a um total de R$ 15 milhões.

“O produtor investiu para que ela pudesse ser vendida a R$ 1 o quilo. Ele terá que investir para poder recuperar a área e voltar a produzir como antes. A safra da banana nanica, que foi a mais atingida, acontece em janeiro e março. Vai atrasar essa colheita. Se conseguir colher, será para o mês de abril ou maio, além do investimento no solo que foi perdido. A maior parte da safra vai para a Grande São Paulo”, explica.

O Sindicato Rural do Vale do Ribeira e a Associação de Bananicultores do Vale do Ribeira irão fazer um levantamento minucioso e registrar o real prejuízo. Muitas famílias têm empréstimos nos bancos e tentarão renegociar as dívidas. A intenção é pedir a ajuda da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo para auxiliar os agricultores durante esse período.

Em contato com o G1, a Defesa Civil afirma que a tempestade não deixou feridos. Por outro lado, dezenas de chamados foram feitos, durante a madrugada, principalmente vindos da área rural da cidade. A Defesa Civil deve fazer um levantamento dos prejuízos durante o dia.

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