segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Ceasas discutem guia alimentar em encontro da Abracen


Encontro Nacional da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen), realizado durante dois dias em São Paulo, teve o Guia Alimentar, do Conselho Nacional de Saúde, como um dos temas em discussão por representantes de todas as Ceasas do país, como parte do projeto de segurança alimentar lançado pelo governo federal. Neles, os consumidores são orientados a dar preferência a alimentos minimamente processados ou in natura. No primeiro caso os exemplos são: salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e defumadas; sardinha e atum de latinha, queijos e pães; e no segundo, carnes, verduras, legumes e frutas.

Instrumento de educação alimentar, o novo Guia Alimentar para a População Brasileira foi lançado no início de novembro passado, pelo Ministério da Saúde, durante reunião no Conselho Nacional de Saúde. “A intenção do guia é que o cidadão brasileiro tenha um consumo alimentar mais saudável, e, a partir desta prática, previna doenças crônicas não transmissíveis causadas pela má alimentação, como diabetes, hipertensão, obesidade, além de AVC, infarto e câncer”, explica Patrícia Jaime, coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde e responsável pela coordenação geral do projeto de elaboração do Guia Alimentar.

Redigido em linguagem acessível, o guia se dirige às famílias, profissionais de saúde, educadores, agentes comunitários e outros trabalhadores cujo ofício envolve a promoção da saúde da população. A versão impressa do documento, com 151 páginas ilustradas, será distribuída às unidades de saúde de todo o país, e a versão digital estará disponível no portal do Ministério e foi fruto de um processo longo e responsável que contou com a parceria do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo e com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde e substitui versão anterior de 2006.

O processo de elaboração, iniciado em novembro de 2011, incluiu a realização de duas oficinas nacionais com pesquisadores, profissionais de saúde, educadores e representantes de organizações da sociedade civil de todas as regiões do Brasil e oficinas regionais conduzidas em todas as 27 unidades da federação. A conclusão deste processo envolveu consulta pública que contou com 436 participantes, entre instituições de ensino, órgãos públicos, conselhos e associações profissionais, setor privado e pessoas físicas, e da qual resultaram 3.125 valiosos comentários e sugestões.

Orientação

O guia orienta as pessoas a darem preferência por alimentos in natura ou minimamente processados. Há informações desde como selecionar os alimentos e transformá-los em refeições saudáveis e saborosas – resgatando os hábitos tradicionais da culinária brasileira – até informações sobre o ambiente ideal para desfrutar a alimentação, evitando assistir à televisão, falar no celular, ficar em frente ao computador ou atividades profissionais durante as refeições. “O guia também mostra como podemos superar alguns obstáculos do nosso cotidiano, como tempo, ambiente, acesso e preços dos alimentos, muitas vezes barreiras para uma alimentação saudável”, observa Patrícia Jaime.

“Entendemos a alimentação não só na perspectiva biológica, no aporte de energia e nutrientes. O guia traz mensagens também no contexto social, dentro do sistema alimentar .  Quando compartilhamos o momento da nossa refeição com membros da família, colegas de trabalho ou escola, também compartilharmos vivências. É um momento importante de convívio social e para desfrutar da alimentação. Por isso uma recomendação do guia é dar à alimentação o tempo que ela merece, considerando o seu papel na saúde e preservação da cultura brasileira”, exemplifica.

Patrícia Jaime ressalta que este conjunto de orientações foram sintetizados nos Dez passos para uma Alimentação Adequada e Saudável, resumo que pode ser utilizado na comunicação em saúde, no processo da educação alimentar e nutricional pelos profissionais da atenção básica, de educação e outros agentes comunitários envolvidos com a agenda da promoção da Saúde e educação da Saúde.

São eles:

•          Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação

•          Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias

•          Limitar o consumo de alimentos processados

•          Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados

•          Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia

•          Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados

•          Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias

•          Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece

•          Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora

•          Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.

O novo guia dá grande importância às formas pelas quais os alimentos são produzidos e distribuídos, privilegiando aqueles cuja produção e distribuição seja socialmente e ambientalmente sustentável como os alimentos orgânicos e de base agroecológica.  ‘O Guia Alimentar para a População Brasileira contém recomendações que trazem benefícios para as pessoas, para a sociedade e para o planeta’, destaca Carlos Augusto Monteiro, Professor Titular de Nutrição e Saúde Pública da Universidade de São Paulo e responsável pela orientação da equipe técnica que elaborou o Guia Alimentar.

Saiba quais são os diferentes tipos de alimentos:

Alimentos in natura: essencialmente partes de plantas ou de animais. Ex: carnes, verduras, legumes e frutas.

Alimentos minimamente processados: quando submetidos a processos que não envolvam agregação de substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e pasteurização. Ex: arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas secas e sucos de frutas sem adição de açúcar ou outras substâncias; castanhas e nozes sem sal ou açúcar; farinhas de mandioca, de milho de tapioca ou de trigo e massas frescas.

Alimentos processados: são fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar a alimentos para torná-los duráveis e mais palatáveis e atraentes. Ex: conservas em salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e defumadas; sardinha e atum de latinha, queijos e pães.

Alimentos ultraprocessados: são formulações industriais, em geral, com pouco ou nenhum alimento inteiro. Contém aditivos. Ex: salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, “barras energéticas”, sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, “chips”, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets.

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