segunda-feira, 4 de junho de 2018

Impacto da dieta com pouca gordura no risco de morte por câncer

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Segundo novo estudo, o hábito alimentar influencia também na queda do risco de morte com câncer de mama e de outros cânceres, e também das doenças cardíacas.

Pesquisadores americanos descobriram que uma dieta com menor ingestão de gorduras pode reduzir o risco de morte por câncer de mama. O estudo, publicado no JAMA Oncology, apontou que mulheres que ingerem mais frutas, legumes e grãos integrais e diminuem em 20% o nível de gorduras diária conseguem reduzir o risco de morte por câncer de mama em até 22%.

Enquanto pesquisas anteriores analisaram os efeitos da dieta pré-diagnóstico, o novo estudo foi capaz de analisar como ela impacta no câncer depois do diagnóstico. “O que vemos é um efeito notável. Mostramos que, aparentemente, a intervenção dietética após o diagnóstico de câncer de mama foi mais importante do que a intervenção dietética realizadas antes”, disse Rowan Chlebowski, um dos autores do estudo, a revista Time.

Os resultados da pesquisa indicam que o tratamento do câncer deve incluir dietas como parte do programa terapêutico para aumentar as chances de sobrevivência dos pacientes.

A melhor dieta para o câncer

A equipe do Centro Médico Nacional da Cidade da Esperança, nos Estados Unidos, analisou dados de mais de 48.000 mulheres diagnosticadas com câncer. As informações foram coletadas através da Iniciativa de Saúde da Mulher, que trabalha com quarenta centros americanos para realizar estudos a nível nacional.

Para observarem os efeitos da dieta em mulheres com câncer, os cientistas criaram dois grupos. No primeiro, houve indicação de dieta com redução de 20% do consumo diário de gordura e maior ingestão de frutas, legumes e grãos integrais. No segundo, elas não receberam instruções, mas foram educadas sobre boa nutrição e dietas saudáveis. Durante 8,5 anos seguintes, os pesquisadores acompanharam a dieta e rastrearam o número de cânceres diagnosticados e as causas de morte das mulheres envolvidas no estudo ao longo desse período.

A equipe descobriu que entre as mulheres diagnosticadas com câncer de mama, as do grupo de dieta com baixo teor de gordura diminuíram o risco de morte pela doença em 22%, em comparação com as mulheres no grupo de dieta regular. O grupo também apresentou redução de 24% o risco de morte por outros tipos de câncer e 38% menos risco de óbito por doença cardíaca.

Outra evidência importante da pesquisa indica que as mulheres que mantiveram a dieta por períodos mais longos apresentaram chances maiores de sobreviver ao câncer de mama; esta tendência foi apoiada pelo fato de que o benefício pareceu diminuir com o término do estudo.

Dieta como tratamento do câncer

Segundo Chlebowski, considerando o número de pessoas envolvidas no estudo, a inclusão de dietas como parte dos programas de tratamento de doenças deve ganhar apoio. O pesquisador ainda mencionou que outras pesquisas – especialmente as que observam os microrganismos vivendo dentro do corpo e como eles são afetados pelo que comemos – apoiam a possibilidade de que os alimentos afetam a biologia, assim como a vulnerabilidade e a resposta às doenças.

Por enquanto, a equipe de pesquisa continua investigando os processos que ligam a dieta a uma melhor sobrevida do câncer  para encontrar a melhor forma de transformá-la em tratamentos que aumentem as chances de sobrevivência a doenças como câncer.


Ovos para o coração e a mente

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O impacto no consumo de um ovo por dia na saúde do coração e da mente. Pesquisadores sugerem que o consumo diário pode reduzir em 18% o risco de desenvolver problemas cardiovasculares

Os ovos, já conhecidos por ser fonte de proteínas e vitaminas, agora também podem reduzir as chances de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, é o que indica um estudo publicado na revista Heart. A pesquisa, conduzida por cientistas chineses e ingleses, descobriu que a ingestão diária de ovos pode reduzir em 12% o risco de doenças cardíacas.

“Nossas descobertas sugerem que o consumo diário de ovos está associado a um menor risco de doenças cardiovasculares, doenças isquêmicas do coração, eventos coronarianos importantes, acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos e isquêmico entre adultos chineses de meia-idade”, relevaram no relatório.

Benefícios do ovo

De acordo com o The Independent, a equipe tentou explorar as conexões entre a frequência do consumo de ovos e o risco de várias doenças relacionadas ao coração, reunindo dados de 400.000 adultos chineses com idade entre 30 e 79 anos, sem histórico de câncer, doença cardiovascular ou diabetes.

Os participantes foram questionados sobre a frequência com que inseriam ovos na dieta: 13,1% declaram comer pelo menos um ovo por dia e 9,1% disseram consumir o alimento nunca ou quase nunca. Os dados foram coletados entre os anos de 2004 e 2008.

Durante nove anos de acompanhamento, os cientistas compararam os dados de ambos os grupos e descobriram que os indivíduos que comiam um ovo todos os dias apresentaram redução de 26% no risco de derrame hemorrágico (ou AVC hemorrágico) e 28% no risco de morte pela doença.

Além disso, houve uma queda de 18% nas chances de morte por doença cardíacas, como doença cardiovascular; acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI), tipo mais comum do AVC (80% dos casos); e ataque cardíaco. Para cardiopatia isquêmica, doença relacionada ao enfraquecimento dos músculos cardíacos, a redução foi de 12% em pessoas que comem pelo menos cinco ovos por semana.

O ovo também contém 35% de colina, nutriente importante para a função cognitiva, podendo proteger contra o Alzheimer.

Alimentação saudável

Embora haja uma série de razões pelas quais uma pessoa pode desenvolver doenças cardíacas que podem não estar relacionadas ao consumo de ovos, como tabagismo e obesidade, os autores do estudo acreditam que seus resultados mostraram uma conexão benéfica. “Nossas descobertas contribuem com evidências científicas para as diretrizes alimentares em relação ao consumo de ovos para o adulto chinês saudável”, concluíram.

Apesar das novas descobertas, os pesquisadores alertam que não é qualquer dieta com ovo que promove esses benefícios. “Em um contexto ocidental, se você come ovos com muito pão branco refinado, carnes processadas, como bacon e salsichas, e ketchup rico em açúcar, isso é materialmente diferente de comer um ovo com pão integral e legumes, por exemplo,” comentou Nita Forouhi, professora da Universidade de Cambridge.

Portanto, a ingestão diária de ovos deve ser associada a uma dieta saudável para que possa trazer benefícios.


União forçada das rosas com os morangos, tudo a ver?

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Parentesco com o morango e outras surpresas reveladas pelo mapeamento genético das rosas. Após oito anos de pesquisa, cientistas concluem versão nova e mais completa do genoma dessas flores.

O sequenciamento do genoma humano - um dos feitos científicos mais importantes da história - foi concluído em 2003. Agora, os cientistas terminaram uma versão nova, revista e ampliada do "livro" genético de uma das espécies mais admiradas do mundo, as rosas. A conclusão do trabalho foi anunciada por cientistas em 30 de abril.

A história genética das rosas está cheia de surpresas. Por exemplo: a flor é mais próxima dos morangos do que se achava anteriormente.

No longo prazo, o sequenciamento genético pode levar à criação de rosas com novos aromas e cores, de acordo com o time de especialistas de vários países.

O novo genoma das rosas levou oito anos para ser concluído. Agora, sabemos exatamente quais genes estão envolvidos na produção do aroma, da cor e da longevidade das rosas, diz o pesquisador Mohammed Bendahmane, da École Normale Supérieure (ENS) de Lyon, na França, que liderou o trabalho.

"O que nós temos agora é um livro de história da rosa", disse ele à BBC. "Um livro que nos ajuda a entender a espécie, sua jornada ao longo da evolução e do processo de domesticação."

O estudo envolveu uma equipe de mais 40 cientistas de França, Alemanha, China e Reino Unido e ajuda a entender a variação existente hoje em termos de cores e aromas. A informação genética auxiliará os agricultores a desenvolver novas variedades que vivam por mais tempo em vasos ou sejam mais resistentes a pragas.

A pesquisa também lança luz sobre a família Rosaceae, que inclui frutas como maçãs, pêssegos e morangos.

"A rosa e o morango na verdade são espécies muito próximas", diz Bendahmane.

Guerra das rosas

O cultivo de rosas em jardins começou há milhares de anos, provavelmente na China. Durante o período romano, rosas eram amplamente cultivadas no Oriente Médio, onde eram usadas como ornamento e para a produção de perfume.

No século 15, a rosa se tornou o símbolo de uma guerra pelo trono inglês, na que ficou conhecida como "Guerra das Rosas" - a rosa branca era o símbolo da Casa de York, e a rosa vermelha representava a Casa de Lancaster.

O resultado da pesquisa foi publicado no periódico científico Nature Genetics (em inglês).


Água de coco pode ser conservada?

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Em contato com o ar, a água pode ficar rosada. Se você tem uma produção e pretende engarrafar o produto, veja orientações de um engenheiro de alimentos. Isto serve também para aqueles que compram a água em embalagens tetra pack.

O pesquisador Fernando Abreu, engenheiro de alimentos, estuda há anos a conservação da água de coco. Ele diz que a fruta em seu processo de maturação vai produzindo componentes que quando estão dentro do fruto não sofrem oxidação, porque não entra oxigênio. “A partir do momento que eu abro o coco, eu começo a incorporar oxigênio, então começa todo o problema”, explica Abreu.

É fácil de perceber isso já quando se abre um coco. A parte branca da casca logo vai ficando manchada e vai escurecendo, igual a casca de uma banana, maça, por exemplo.

Com a água de coco acontece a mesma a coisa, quando ela entra em contato com o ar começa todo o processo de oxidação. Às vezes ela pode ficar amarronzada, mas o comum é ficar rosada.

Ao contrário do que pode parecer, a água rosada não fica imprópria para o consumo “Ela fica com o mesmo sabor, só a cor que muda e existem empresas no mundo que um dos critérios dela é que a água de coco rosada é melhor porque não tem nenhum aditivo, nenhum conservante”, afirma.

Para evitar isso a primeira dica é não oxigenar a água. Não deixe a água de coco formar cascata, cair formando bolhas. O recomendado é deixar o líquido escoar suavemente pelas bordas da vasilhas e filtrar.

Além destes cuidados, Fernando Abreu recomenda também um aditivo antioxidante natural. “O ácido ascórbico, que é vitamina C, apresentado em uma forma granulada, semelhante a um açúcar. Isso é vendido no mercado convencional de aditivos para alimentos, sorvetes e sucos de frutas. Para cada 10 litros, dissolve 1,5 a 2 gramas de vitamina C. É altamente solúvel”, orienta.

Fonte Globo Rural


Saiba de que é feita a salsicha

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O processo de fabricação da salsicha é quase uma lenda urbana. A indústria não faz questão alguma de exibir os bastidores do hot-dog, o que contribui para a boataria. Fala-se o diabo sobre ingredientes nojentos e/ou nocivos que entram, supostamente, em sua composição. As trapalhadas da investigação da Operação Carne Fraca, que confundiu embalagem de papelão com ingrediente, ajudou a alimentar os mitos.

Na realidade, a lei brasileira nos garante acesso a essa informação. Os fabricantes são legalmente obrigados a listar os componentes do produto em algum canto da embalagem. Essa lista é fácil de se encontrar com uma busca na internet. O que vai na salsicha hot-dog da Seara (JBS), por exemplo: Carne mecanicamente separada de ave, carne bovina, carne suína, miúdos de suíno/ave, pele de suíno/ave, proteína vegetal, sal, amido, especiarias naturais açúcar, estabilizante polifosfato de sódio (E452), conservadores nitrato e nitrito de sódio (E250 e 251), eritorbato de sódio (E316), corante natural e aroma natural de fumaça.

Sabemos, de imediato, que a receita leva miúdos, pele, algum elemento vegetal, muitos aditivos químicos e uma certa “carne mecanicamente separada”. Chegaremos a ela. Antes disso, vamos à composição da salsicha Perdigão (BRF), ainda mais detalhada:

Carne mecanicamente separada de ave (frango e/ou galinha e/ou peru), carne suína, água, gordura suína, proteína de soja, miúdos suínos (pode conter fígado, língua, rim e/ou coração), sal, amido, açúcar, alho, cebola, pimenta branca, pimenta calabresa, noz-moscada, regulador de acidez: lactato de sódio e citrato de sódio, estabilizantes: tripolifosfato de sódio e pirofosfato dissódico, aromatizantes: aromas naturais de (fumaça, orégano, coentro), realçador de sabor: glutamato monossódico, antioxidante: isoascorbato de sódio, corantes: urucum e carmim de cochonilha, conservador: nitrito de sódio.

Muito bem. Agora entendemos que a ave da carne mecanicamente separada pode de fato ser qualquer ave. Que a proteína vegetal é soja. Que os miúdos são fígado, língua, rim e/ou coração –o que tiver, basicamente. Que um dos corantes naturais é cochonilha, um insetinho triturado aos milhões para a obtenção de uma tintura vermelha.

Aditivos

Vou passar rapidamente pelos estabilizantes, conservantes e outros “antes”. Alguns deles são exigidos por lei. Outros são incorporados à formula para conferir aspecto, textura e sabor minimamente toleráveis à gororoba orgânica que recheia a salsicha. Se fazem mal ou não, deixo para quem tem autoridade no assunto.

O corante de insetos se utiliza largamente em produtos alimentícios, inclusive na confeitaria. Não há razão para grita.

Os miúdos, minha gente, são carne. É bom que, morto o animal, ele seja integralmente aproveitado. É mais digno assim.

O maior problema da salsicha está no fato de que ela é feita com o rebotalho da indústria frigorífica. Com tudo aquilo que não serve para fazer nada melhor.

Examinemos a tal carne mecanicamente separada – CMS, para facilitar.

Repare que, em ambos os exemplos, ela aparece em primeiro lugar no rol dos ingredientes. Isso significa que a CMS é o principal componente da salsicha.

Mas que raio é a CMS?

Pense numa grande planta frigorífica. Eles matam os frangos, depenam, lavam e os mandam para a linha de produção. Separam os coraçõezinhos, as moelas, os fígados: tudo isso tem algum valor de mercado. Aí trincham as partes mais populares: peito, coxas, sobrecoxas e asas. Os pescoços vão para algum país árabe e os pés são enviados para a China.

Sobra a carcaça com uma merreca de carne presa ao osso. Ela podia virar ração de cachorro, mas não vira. Salsicha tem margem maior. Assim como os nuggets. E a mortadela. E a calabresa defumada.

As carcaças passam por uma espécie de moinho que separam grosseiramente os ossos e expelem uma pasta rosada de aparência nada apetitosa. Você pode acompanhar o processo neste vídeo tosquinho.

Daí em diante, são adicionados alguns ingredientes líquidos, outros pulverizados. Nada de outro mundo. Só dá um certo mal-estar porque é tudo muito, muito feio. Você pode conferir neste outro vídeo, também tacanho até a medula, feito em algum ano longínquo num país distante.

Salsicha mata? Provavelmente não, pelo menos não fulmina quem come. É nojenta? Vai de cada um: eu acho que sim.

Para ser menos podreira no hot-dog, você pode comprar salsichas cuja lista de ingredientes não inclua a CMS. Pode optar por salsichas verdadeiramente artesanais, feitas em restaurantes que não têm licença para vendê-las no varejo –o Hot Pork, de São Paulo, é um exemplo. Essas não contêm aditivos químicos pesados.

Deixar de comer salsicha também não mata ninguém.

Fonte Estadão


Vigilância Sanitária vai verificar alimentos em centros de distribuição do Rio

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Veja também cinco dicas importantes para você verificar na hora da compra dos alimentos.

Desde a quarta (30/5), técnicos da Vigilância Sanitária do Rio intensificaram a fiscalização nos centros de distribuição das redes de varejo e atacado. O objetivo é verificar as condições que as cargas de alimentos estão sendo entregues após a paralisação dos caminhoneiros e impedir que produtos impróprios para consumo sejam distribuídos aos supermercados e grandes estabelecimentos varejistas do município.
 
O Mercado São Sebastião, na Penha, será o primeiro centro de distribuição inspecionado, a partir das 9h. No local estão distribuidoras de grandes supermercados e serão verificados, prioritariamente, produtos de origem animal congelados e resfriados, como carnes, frangos e laticínios.
 
Durante as inspeções, serão observadas as características sensoriais (cor, odor e textura) e sinais de alteração advindos de qualquer quebra na cadeia de frio, o que interfere na segurança alimentar. Os alimentos considerados impróprios serão inutilizados e descartados, e os estabelecimentos poderão ser multados.
 
A Vigilância Sanitária alerta a população para também ficar atenta a essas características sensoriais, validade do produto e, caso perceba alguma alteração, ligar para a central de atendimento 1746, para que equipes possam verificar o problema. As denúncias podem ser contra qualquer estabelecimento que comercializa alimentos, como supermercados, açougues, peixarias e mercados de bairro.
 
Procon Carioca também recebe denúncias
 
O consumidor que verificar o aumento abusivo de preço deve denunciar para que o Procon Carioca tome as medidas a fim de coibir essa prática. O órgão recebe denúncias via Facebook ou Twitter (com fotos, se possível), pelo site ou pela Central 1746.
 
“É importante sempre exigir a nota fiscal. No caso dos postos de combustível, a nota deve vir discriminada com o valor por litro pago”, alerta Márcia Mattos, presidente do Procon Carioca.
 
Fique prevenido. Dicas:
 
1 - Verificar sinais de descongelamento, como pontos amolecidos e presença de líquido congelado no interior da embalagem sem ser parte integrante do produto;
 
2 - Em produtos resfriados, verificar a viscosidade, coloração e odor;
 
3 - Os laticínios devem estar na embalagem original, sem apresentar estufamento (o que indica produção de gás provocado por crescimento de micro-organismos);
 
4 - O sorvete é um produto aerado. Se houver compactação da massa é sinal que houve descongelamento;
 
5 - Produtos como massas e pães de queijo podem apresentar crescimento de fungo, bem como ficarem esfarelados.


Plantas urbanas que você talvez não saiba que pode comer

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            Ipê Amarelo

São Ipês, paineiras e hibiscos que estão entre as espécies comestíveis mais comuns nas cidades brasileiras. Já pensou em rechear um pastel com as flores do ipê, em preparar uma salada com as folhas da paineira ou um sorvete com os frutos da costela-de-adão?

Muitas plantas comuns nas cidades brasileiras têm partes comestíveis e poderiam enriquecer os nossos cardápios. Basta tomar algumas precauções ao coletá-las, explica o gestor ambiental Guilherme Ranieri, especialista em plantas alimentícias não convencionais (PANC).

Primeiro, deve-se certificar de que realmente pertencem às espécies almejadas. Para ter certeza, examine a planta e a compare com imagens da espécie em catálogos botânicos, pesquisando por seu nome científico. Depois, deve-se higienizá-la para eliminar micro-organismos nocivos. Ranieri sugere mergulhar a planta por 15 minutos numa solução de água e hipoclorito de sódio (item vendido nos mercados como desinfetante ou purificador). Segundo ele, deve-se ter o mesmo cuidado com todas as verduras e legumes comuns.

Plantas em avenidas movimentadas ou em áreas que possam estar contaminadas - como os arredores de zonas industriais, oficinas mecânicas e postos de gasolina - devem ser evitadas.

"Na dúvida, melhor não comer", diz Ranieri.

A BBC Brasil listou dez espécies de plantas comestíveis bastante comuns em cidades do país:

1. Flores do ipê (Handroanthus chrysotrichus, Handroanthus impetiginosus, Handroanthus heptaphyllus, Tabebuia aurea e Tabebuia roseoalba). Há variedades roxas, amarelas e brancas de ipês com flores comestíveis. Com perfume adocidado e leve amagor - similar ao da alface ou do almeirão -, elas podem ser servidas cruas ou refogadas e salteadas, acompanhando carnes e legumes. Outra opção é servi-las à milanesa ou à dorê.

2. Brotos e sementes da araucária (Araucaria angustifol)

Além do mais conhecido pinhão (a semente da árvore), são comestíveis seus brotos jovens, retirando-se as folhas externas, mais duras. Devem ser preparados em conservas com água, sal e vinagre e depois aquecidos em banho-maria por dez minutos.

3. Frutos da costela-de-adão (Monstera deliciosa)

O fruto da trepadeira é comestível quando está bem maduro e começa a soltar suas plaquetas - tão saboroso que ganhou o termo "deliciosa" em seu nome científico. Mas cuidado para não confundi-la com plantas parecidas e que podem ser tóxicas. Um detalhe que facilita sua identificação são os furos arredondados nas folhas, normalmente ausentes nas outras espécies.

4. Flores e folhas do hibisco (Hibiscus rosa-sinensis)

As folhas jovens substitutem o espinafre ou a couve em saladas e pratos quentes. As flores são consumidas cruas, em saladas, ou como decoração de pratos variados. Também podem ser usadas como corantes de conservas.

5. Folhas e rizomas da taioba-roxa (Xanthosoma violaceum)

O rizoma (caule subterrâneo) pode ser cozido e, após descascado, comido frito, assado ou como purê. As folhas bem jovens também são comestíveis, mas devem ser bem cozidas, descartando-se as nervuras mais grossas. As mesmas instruções valem para a taoiba comum, de caule verde.

6. Folhas da paineira (Ceiba speciosa)

As folhas jovens podem ser consumidas cruas, na salada. Quando cozidas, refogadas ou ensopadas, soltam uma baba (mucilagem) que lembra a do quiabo. São uma excelente fonte de minerais, como o fósforo.

7. Flores e palmito da pata-de-elefante ou iuca-elefante (Yucca guatemalensis)

As flores são consumidas empanadas e fritas, ou salteadas para recheios de tortas e panquecas. O miolo dos brotos terminais (palmitos) são comidos crus ou em conservas. A espécie é bastante consumida em El Salvador.

8. Flores e sementes verdes do flamboianzinho (Caesalpinia pulcherrima)

Após fervidas, as sementes imaturas (verdes) podem ser consumidas como o grão-de-bico, quentes ou frias, ou transformadas em patês. Preferencialmente, deve-se descascar os grãos. As flores cozidas também são comestíveis.

9. Sementes da castanha-do-maranhão (Bombacopsis glabra)

As sementes, obtidas quando as frutas maduras caem e se abrem, podem ser comidas cruas ou assadas - nesse caso, deve-se perfurá-las para que não estourem. Aconselha-se retirar a casquinha fibrosa que envolve as sementes. O sabor lembra o do amendoim, porém mais suave.

10. Palma (Cactus cochenillifer, Nopala cocifera, Opuntia cochenillifera)

As palmas jovens podem ser grelhadas, salteadas, ensopadas ou usadas para fazer pães e bolos. Os frutos rendem sucos, geleias, licores e sorvetes. Deve-se tomar cuidado com os espinhos ao extraí-las. É bastante usada na culinária do México.

Fontes: Livro "Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil", de Valdely Ferreira Kinupp e Harri Lorenzi, e o blog Come-se (come-se.blogspot.com.br), da nutricionista Neide Rigo.