Parentesco com o morango e outras surpresas reveladas pelo mapeamento genético das rosas. Após oito anos de pesquisa, cientistas concluem versão nova e mais completa do genoma dessas flores.
O sequenciamento do genoma humano - um dos feitos científicos mais importantes da história - foi concluído em 2003. Agora, os cientistas terminaram uma versão nova, revista e ampliada do "livro" genético de uma das espécies mais admiradas do mundo, as rosas. A conclusão do trabalho foi anunciada por cientistas em 30 de abril.
A história genética das rosas está cheia de surpresas. Por exemplo: a flor é mais próxima dos morangos do que se achava anteriormente.
No longo prazo, o sequenciamento genético pode levar à criação de rosas com novos aromas e cores, de acordo com o time de especialistas de vários países.
O novo genoma das rosas levou oito anos para ser concluído. Agora, sabemos exatamente quais genes estão envolvidos na produção do aroma, da cor e da longevidade das rosas, diz o pesquisador Mohammed Bendahmane, da École Normale Supérieure (ENS) de Lyon, na França, que liderou o trabalho.
"O que nós temos agora é um livro de história da rosa", disse ele à BBC. "Um livro que nos ajuda a entender a espécie, sua jornada ao longo da evolução e do processo de domesticação."
O estudo envolveu uma equipe de mais 40 cientistas de França, Alemanha, China e Reino Unido e ajuda a entender a variação existente hoje em termos de cores e aromas. A informação genética auxiliará os agricultores a desenvolver novas variedades que vivam por mais tempo em vasos ou sejam mais resistentes a pragas.
A pesquisa também lança luz sobre a família Rosaceae, que inclui frutas como maçãs, pêssegos e morangos.
"A rosa e o morango na verdade são espécies muito próximas", diz Bendahmane.
Guerra das rosas
O cultivo de rosas em jardins começou há milhares de anos, provavelmente na China. Durante o período romano, rosas eram amplamente cultivadas no Oriente Médio, onde eram usadas como ornamento e para a produção de perfume.
No século 15, a rosa se tornou o símbolo de uma guerra pelo trono inglês, na que ficou conhecida como "Guerra das Rosas" - a rosa branca era o símbolo da Casa de York, e a rosa vermelha representava a Casa de Lancaster.
O resultado da pesquisa foi publicado no periódico científico Nature Genetics (em inglês).