sexta-feira, 1 de julho de 2016

Preço do alho: o vilão trapaceiro

Por Jorge Lopes

Enquanto o feijão preto, por exemplo, leva a culpa de ser o vilão do bolso dos consumidores, a quadrilha do alho passa sem ser percebida, inflacionando a cozinha de todos nós.

             

Durante duas semanas os consumidores tomara susto em relação ao preço do feijão. Aqui, na Região Sudeste, aproveitando-se da situação, comerciantes taxaram o quilo do feijão preto a mais de R$ 10. A confusão era em relação ao chamado feijão carioca, cuja a saca de 60 Kg, no campo, estava custando entre R$ 480 e R$ 540.  Ele sempre foi mais caro, sendo vendidos em pacotes de meio quilo apenas.  Mas a imprensa aproveitou para fazer o seu oba-oba incompetente, dando margem a ação de espertalhões. É bom lembrar que o fardo de 30 kg do feijão preto está custando ainda R$ 119, como constatamos ontem na Ceasa do Rio de Janeiro. 

Esse jogo a respeito dos preços dos alimentos, que é baseado apenas no que cobram os supermercados e outros varejistas - por isso a inflação, por isso os absurdos - nos chamaram atenção e fomos ver diretamente nas principais Ceasas do país quem realmente são os produtos vilões dos preços altos.  O grande vilão continua sendo o alho chinês, que tem um lobby brasileiro que esbarra na criminalidade e inibe a plantação nacional.

Na Ceasa fluminense a caixa de 10 kg do produto chinês, branco, está custando R$ 210 ( suba ou desça o dólar que ele permaneceu subindo e não sabemos onde vai parar).  Não precisa ser bom em matemática para ficarmos sabendo que o preço do quilo no atacado está custando a bagatela de R$ 21. Imagina agora quanto estão cobrando perto de sua casa? No mínimo perto de R$ 30 o quilo. 

A caixa do alho nacional está custando R$ 5 mais barato: a R$ 205. Qual o motivo? Aí vem uma série de desculpas esfarrapadas.

Nas ceasas

A respeito do preço do alho, fomos direto nas fontes: as centrais de abastecimento da Região Sudeste (RJ, SP, MG e ES).  Na Ceasa do Rio constamos que estava custando R$ 21, o quilo, conforme verificamos nas planilhas distribuídas pela diretoria técnica do mercado; na Ceagesp, maio central da América Latina, o preço  por quilo estava a  R$ 25,33; na Ceasa Minas Gerais, R$ 17; e na Ceasa Espírito Santo, R$ 18,83. O preço mais baixo, portanto, ficou com a da Ceasa mineira.

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