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sexta-feira, 8 de junho de 2018

População rural envelhece e jovens são minoria no campo

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Os dados mostram uma tragédia anunciada para as próximas décadas e fica uma pergunta: quem vai plantar os alimentos que consumimos?

A população rural está envelhecendo e os mais jovens continuam a migrar para centros urbanos de acordo com prévia do censo Agropecuário 2017 que deverá ser divulgado no próximo mês de julho ou agosto pelo IBGE. Pessoas com mais de 65 anos representam 21,4% dos moradores de áreas rurais, sendo que em 2006, quando foi realizado o último levantamento representavam 17,52%.

Enquanto isso, os mais jovens, com idade entre 25 anos e 35 anos, são 9,48% do contingente, bem abaixo dos 13,56% do censo anterior. O grupo entre 35 e 45 anos de idade encolheu para 18,29%, quando em 2006 era de 21,93%.

Na faixa de 55 a 65 anos houve aumento de quatro pontos percentuais, passando de 20% para 24%. Os dados ainda parciais foram apresentados pelo coordenador do Censo Rural, Antonio Florido, em audiência na Câmara dos Deputados. “Em 23 de maio, registramos 5.067.656 estabelecimentos recenseados de um total previsto de 5.254.953 propriedades e podemos perceber o envelhecimento da população rural”, afirmou.

“Detectamos também um aumento do número de recursos de aposentadorias e pensões no campo, o que reforça os dados de faixa etária confirmando que a população rural envelheceu, mesmo”, comentou o coordenador da pesquisa.

Sucessão familiar

Em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a Secretaria de Mobilidade Social, do Produtor Rural e Cooperativismo (SMC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento repassou R$ 1,5 milhão para capacitar jovens do meio rural e do setor pesqueiro catarinense.

São 13 cursos, com duração de 18 meses para capacitar 350 jovens catarinenses, beneficiando indiretamente cerca de 2 mil pessoas.

Baseado em liderança, gestão e empreendedorismo de jovens rurais, no âmbito do associativismo e do cooperativismo, as aulas são ministradas em 13 centros de treinamento da Epagri, abrangendo dezenas de municípios. Um dos principais temas da capacitação é o conteúdo sobre Sucessão Familiar para estimular a participação e a permanência dos jovens no campo e na atividade pesqueira.

Na conclusão de todos os cursos, os alunos devem preparar um plano de negócio, o Plano de Vida. Os melhores trabalhos serão premiados com recursos para implementação dos projetos, que contarão com assessoria da equipe de estensionistas rurais da Epagri.


terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Feira livre com tecnologia em São Paulo

Jovens 'invadem' as feiras e utilizam a tecnologia para aumentar os lucros. 'Fórmula' tem sido usada por alguns feirantes de Santos, no litoral de SP. Jovens feirantes valorizam e negociam os produtos nas redes sociais.

              

Muito antes do amanhecer, os feirantes já estão organizando as barracas e se preparando para mais um dia de trabalho. Eles também aquecem o ‘gogó’ para usar a cantoria e conquistar os fregueses. Tiram, pouco a pouco, as frutas e verduras fresquinhas de caixas e mais caixas. A balança já está preparada para pesar os alimentos, a caneta funcionando bem para anotar os pedidos e, agora, o celular na mão para receber qualquer encomenda pelo Whatsapp ou postar as novidades no Instagram.

Aliar a tradição e tecnologia para lucrar mais tem sido a fórmula usada por alguns feirantes de Santos, no litoral de São Paulo. Eles começaram a utilizar as redes sociais para conseguirem um diferencial em relação aos antigos comerciantes. A ideia é atender melhor os clientes, principalmente, aqueles que não têm tempo para ir à feira.

Há três anos, Fabrício Morine Jacob, de 22 anos, assumiu a barraca de frutas da família. Irmãs, cunhados e primos já trabalharam na feira. Ele, porém, ficou com a responsabilidade de perpetuar os ensinamentos do pai, que trabalhou por 50 anos no ramo. “Eu aprendi tudo com o meu pai e ele se aposentou. Temos mais de 30 tipos de frutas. São seis feiras por semana. Pra mim não é um trabalho. É um prazer e eu adoro”, fala.

Como conhece a feira desde pequeno, Jacob sabe que é preciso ter uma fruta de qualidade, muita variedade e o melhor preço para agradar a clientela. Mas, o primordial, é o atendimento. Por isso, quando assumiu o negócio, quis inovar nesse quesito.

“Recebemos bastante encomendas. Pode ligar qualquer dia que a gente entrega na residência da pessoa. Pode mandar mensagem pelo Whatsapp ou Facebook. Quem separa as frutas sou eu ou uma das meninas. Temos um cuidado a mais para deixar sempre as melhores frutas para a pessoa porque ela não está vendo. Não cobramos entrega, é cortesia da banca, os clientes merecem”, diz Fabrício.

Segundo ele, são vendidas mais de mil caixas de frutas por semana, resultado de seis feiras por semanais. A utilização do Whatsapp e do Facebook ajudou a aumentar a procura. Pelo menos duas entregas são feitas por dia com o pedido por meio das redes sociais. "Ajuda a vender mais, com certeza, é um diferencial. É um conforto para os fregueses, que não podem vir na feira. É uma cortesia”, diz. O pai, porém, não concorda muito com a inovação tecnológica. “Ele fala que é um trabalho a mais, desnecessário”, revela.

Thiago Santos também resolveu comandar a barraca do pai, José Santos. O patriarca da família abriu o negócio em 1976 e ficou conhecido como o ‘português do queijo’, já que o sotaque não esconde a descendência dele. Para diminuir os custos com a logística da barraca, Tiago começou a comprar direto do fabricante alguns produtos mais artesanais.

“O queijo da Serra da Canastra, as bananinhas de Itariri, algumas pimentas, só eu tenho na feira. É um produto mais fino. A minha ideia, desde que comecei a tomar conta da barraca, em março do ano passado, foi pegar alguns produtos diferenciados. 40% dos produtos que tenho aqui, você não encontra em supermercado. Esse é o grande diferencial que vejo na feira”, disse.

A barraca passou a ter máquina de cartão de crédito, que o pai relutava em comprar. Ele também está investindo nas redes sociais. Thiago criou a página no Instagram ‘Português do Queijo’ e disponibilizou um número de Whatsapp. “Já tive retorno. Alguém comentou alguma coisa, eu respondi e a pessoa mandou inbox. Levei o produto, a pessoa gostou e depois pediu um monte de coisa”, conta ele.

Com baixo investimento financeiro, ele já teve respostas positivas e começa a alcançar até quem não vai a feira. Hoje, o número de encomendas aumentou. Toda semana há cerca de cinco ou seis entregas. “Isso porque a gente ainda não divulgou muito. Estamos nos preparando para atender melhor cada vez mais”, finaliza Thiago.

Fonte G1, Santos (SP)