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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Pesquisa constata cebola e cenoura como vilões dos preços altos

Conab/Prohort divulga o 1º Boletim Hortigranjeiro de 2017 com informações consolidadas do setor em 2016.  O documento constatou que brasileiro comeu mais melancia no ano passado. 

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O preço das hortaliças batata, tomate e alface continuam em baixa, inclusive menores em relação ao mesmo período de 2015, na maioria das centrais brasileiras, apresentando apenas aumentos pontuais em alguns estados. Os dados são do 1º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) de 2017, desenvolvido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com o estudo, as hortaliças que apresentaram alta nas cotações em praticamente todos os mercados foram a cebola e cenoura, o que já é fato característico para o período.

Já entre as frutas, o grande destaque de queda de preços no período foi o mamão, que teve aumento da oferta em vários mercados e pouca demanda, em virtude das festas de fim de ano e da maior competição com outras frutas tradicionalmente solicitadas nessa época, o que contribuiu também para o aumento da exportação desse produto.

Em sentido contrário, as frutas banana e laranja apresentaram tendência de alta de preços em grande parte dos mercados, sendo que a laranja continua escassa nos entrepostos atacadistas. Por sua vez, a melancia apresentou aumento de oferta em todos os mercados em relação ao período anterior, mas com preços ainda sem uma tendência definida.

Neste mês, além das frutas e hortaliças analisadas regularmente pelo Prohort, outros produtos importantes na composição do quadro alimentar do consumidor apresentaram, da mesma forma, queda nas cotações. Dentre as hortaliças, destacam-se as reduções na média de preços da abóbora (4%), couve-flor (12%), moranga e mandioquinha (18%), quiabo (22%), berinjela (24%), jiló (26%), batata-doce (28%) e espinafre (42%).

Em relação às frutas, importantes quedas de preços foram registradas para a goiaba (7%), melão (14%), uva (21%), manga (22%), caqui e tangerina (24%), pêssego (29%), limão (31%), ameixa (45%), amora (58%) e nectarina (63%).

Dados consolidados – Com o fechamento dos dados do último mês de 2016, o Boletim informa também a quantidade e o valor da comercialização de hortigranjeiros realizada durante todo o ano. A consolidação desses números evidencia uma redução de 3,26% no volume comercializado em relação a 2015, e um aumento de 14,72% no valor total nesse segmento da comercialização de produtos in natura, o que pode ser explicado por fatores climáticos e econômicos da atualidade brasileira.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Cenoura apresenta queda de até 71% no preço

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De acordo com levantamento da CeasaMinas, 90,1% da cenoura comercializada no Rio de Janeiro vem de regiões produtoras mineiras. Quanto à saúde, tanto a cenoura como também a batata doce ajudam a reduzir em 35% a degeneração dos olhos, decorrente da idade.

Uma das hortaliças mais comuns na mesa do brasileiro, a cenoura atingiu em setembro o menor preço médio para este 2016. O preço médio no atacado do entreposto de Contagem ficou em R$ 0,91/kg, o equivalente a uma queda de 71% em relação ao de março, quando atingiu o pico de R$ 3,14/kg. O aumento da oferta é um dos fatores que explicam a redução do preço. E não somente para o orçamento doméstico a cenoura é recomendada nesta época. Estudos recentes apontam, entre outros benefícios, que o consumo de cenoura reduz o risco de degeneração macular ligada à idade.

Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, a queda verificada foi uma das mais representativas de setembro em relação ao primeiro semestre, nos últimos quatro anos. De acordo com ele, a oferta também oscilou no período, passando de 3,9 mil para 4,2 mil toneladas, uma alta de 7,6%.

A queda foi sentida principalmente por quem vive do comércio da hortaliça. Marlon Correa da Silva comercializa a cenoura cultivada pelo produtor Natal Hitoshi, no Mercado Livre do Produtor (MLP) de Contagem. Ele conta que, até fevereiro deste ano, chegou a vender a caixa de 20 quilos de cenoura por até R$ 70. "O que estamos vendo agora é reflexo dos preços mais altos verificados no início do ano. Na época de preços mais altos, muitos produtores em vez de segurarem o cultivo, acabaram aumentando o plantio, ocasionando a alta da oferta", explica.

Correa acredita que a queda acentuada de preços no mercado de Belo Horizonte é conseqüência também da preferência dos compradores por produtos de classificação inferior, o que acaba pressionando para baixo a média de preços.

"Os mercados daqui da capital e do Norte de Minas, por exemplo, aceitam melhor a cenoura menor, do tipo 1A, que inclusive é mais barata. Já na região de Juiz de Fora, no Rio de Janeiro e em São Paulo, a do tipo 3 A (mais grossa) é a preferida, mesmo tendo preços maiores", afirma.

Já o produtor rural Samuel Flávio Lopes da Costa, de Carandaí (MG), ressalta que no início do ano, vendia a caixa de cenoura de 20 quilos do tipo 2A por R$ 50 e hoje a mercadoria sai por R$ 10.

De acordo com ele, o preço mínimo para cobrir o custo de produção deveria ser o dobro deste valor. "Teve gente que nunca plantou cenoura e passou a plantar neste ano, para aproveitar o preço mais alto", lamenta.

Perspectiva

Produtor de cenoura de Rio Paranaíba (MG), Edvaldo do Nascimento Oliveira prevê uma reação dos preços até o fim de ano. O produtor explica que as chuvas, que reduzem a oferta, e o aumento da procura com as festas típicas de fim de ano, tendem a pressionar uma reação dos preços da cenoura em dezembro. Para aproveitar este momento, ele planeja aumentar, em dezembro, o volume trazido ao MLP, das atuais 3.500 para 5 mil caixas por semana.

Rastreabilidade

A Sekita Agronegócios é considerada uma das maiores produtoras de cenouras do Brasil, com lavouras na região mineira do Alto Paraíba. "Produzimos em torno de 850 hectares por ano, o equivalente a 82 mil toneladas anuais", afirma Antônio Márcio, gerente comercial da Sekita Agronegócios. Os produtores associados abastecem praticamente todo o país, por meio principalmente da venda às empresas atacadistas, várias delas instaladas nas Ceasas.

Apesar da queda atual no preço do produto, ele considera que 2016 tem sido um ano positivo para a Sekita. Diferentemente de muitos produtores, a empresa consegue manter preços mais estáveis ao longo do ano. De acordo com Márcio, isso é resultado não somente do grande volume negociado, mas também do padrão de qualidade e da garantia de oferta regular.

A Sekita aposta ainda no controle da rastreabilidade para conquistar os compradores. "Já temos o código QR que vai impresso nas caixas de atacado, dando aos compradores a possibilidade de rastrear a origem da nossa cenoura. Queremos no futuro oferecer o mesmo código ao consumidor final", afirma Márcio.

Uma das alternativas da Sekita para se precaver de intempéries climáticas é a cadeia do frio, que mantém baixa a temperatura da hortaliça entre a colheita e comercialização. ?Isso garante durabilidade ao produto, pois evita a proliferação de bactérias, principalmente no verão?, explica.

Minas Gerais

A importância de Minas Gerais no abastecimento de outros estados se revela nos números: na Ceasa Grande Rio, por exemplo, 90,1% da cenoura ofertada no entreposto foram provenientes de municípios mineiros em 2015. Isso equivale a 45,6 mil toneladas, volume superior até mesmo à quantidade enviada por Minas Gerais ao entreposto de Contagem da CeasaMinas (43,8 mil toneladas).

Na Ceasa de São Paulo (Ceagesp), 42,8% da cenoura ofertada foram de municípios mineiros, o equivalente a 38,8 mil toneladas. E na central de abastecimento do Ceará, 46,6% da cenoura foram provenientes de Minas Gerais.

Cuidando da saúde dos olhos

Estudo liderado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e divulgado em 2015, apontou que o consumo de determinados carotenóides, pigmentos que dão cor a alimentos como cenouras e batata-doce, podem reduzir em até 35% o risco de desenvolvimento de degeneração macular relacionada à idade. Entre estes carotenóides, estão a beta-criptoxantina, alfa-caroteno e betacaroteno.

Já o consumo de dois outros tipos de carotenóides - a luteína e zeaxantina, presentes em vegetais de folhas verdes - reduzem em 40% o risco de progressão da doença. A degeneração causa perda do centro do campo de visão, sendo uma das causas de perda de visão em pessoas com mais de 55 anos.

A cenoura ainda é muito útil nos problemas de pele, nas gastrites e excesso de acidez nas colites e como preventivo do câncer.

É excelente fonte de vitamina A e boa fonte de vitaminas do complexo B, fósforo, cálcio, potássio e sódio.