sexta-feira, 11 de outubro de 2019
Repolho tem queda de preço de até 66% na Ceasa Minas Gerais
Entre os inúmeros benefícios do repolho para a saúde, está o potencialmente reduzir a inflamação crônica (que ocorre por um longo período de tempo) no organismo, mal associado a doenças cardíacas, intestinais e artrite reumatoide, entre outros problemas.
Ele é apreciado em várias culturas do mundo: seja na forma do chucutre alemão; em um salada norte-americana típica ou, por exemplo, em inúmeras receitas brasileiras. Versátil em pratos quentes ou frios, o repolho passa por um momento propício para quem busca economia aliada a bons pratos. A hortaliça apresentou em setembro o menor preço médio (R$ 0,62/kg) para o ano até o momento, no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas. Esse preço significou uma queda de 13,9% em relação a agosto, e de 8,82% no comparativo com igual mês de 2018. Em relação ao pico de preço de 2019, verificado em março, a redução foi de 66,8%.
Se a atual situação do repolho representa boa oportunidade aos compradores, resta aos produtores rurais o desafio de garantir rentabilidade. “Minha grade de repolho com 20 quilos está saindo a R$ 8 (dia 02/10). O problema é que esse valor não cobre nem o custo para produzir e trazer a mercadoria já embalada até aqui”, ressalta o agricultor João Carlos da Silva, que traz mercadorias do município de Lagoa Dourada (MG) para venda no Mercado Livre do Produtor de Contagem (MLP). Ele calcula que R$ 11 (cx) seria o preço mínimo para os cobrir os custos, principalmente com frete, embalagens e irrigação.
Uma das estratégias para compensar a perda da rentabilidade é diversificar a produção. Silva conta que, por isso, investe no plantio de couve-flor, tomate e inhame ao longo do ano. “Com o inhame não podemos reclamar neste ano, porque deu preços muito bons para gente, o que tem compensado pelo menos a perda com o repolho”, exemplifica.
O barateamento do repolho foi influenciado, segundo ele, pelos preços mais altos da hortaliça durante o primeiro semestre. “A caixa do repolho chegou até a R$ 40 no início do ano, na época das chuvas”, ele lembra. Isso estimulou muitos produtores a investirem nesse cultivo, a fim de aproveitarem a valorização do produto, resultando na queda do preço.
Durante a entressafra própria do primeiro semestre, o período chuvoso reduziu a oferta dentro do entreposto. O produtor explica ainda que o tempo de vida útil nas bancas do varejo é menor nessas épocas, o que obriga os compradores a reporem as mercadorias com mais frequência. Tudo isso acaba se complementando para pressionar as cotações na entressafra.
Já no segundo semestre, ocorre o contrário. “Agora temos um repolho mais enxuto, que dura mais no varejo, em torno de 1 semana e com isso a procura acaba sendo menor com a gente. Se estivéssemos no período das chuvas, durava era 1 dia”, explica Silva.
Segundo o produtor rural Adilson Lopes de Melo, também de Lagoa Dourada (MG), os preços no primeiro semestre geralmente afetam os valores no segundo porque o ciclo de produção do repolho é curto, de 70 a 80 dias. Ele, que comercializa repolho há 15 anos, acredita que o preço mínimo para alcançar lucro razoável seria de R$ 15. “Com R$ 11 reais ficamos empatados em termos de custos”, diz.
Ainda assim, Melo prevê que, considerando o ano inteiro, 2019 vai se encerrar com saldo positivo para quem produziu repolho.
Anti-inflamatório
Entre os inúmeros benefícios do repolho para a saúde, está o potencialmente reduzir a inflamação crônica (que ocorre por um longo período de tempo) no organismo, mal associado a doenças cardíacas, intestinais e artrite reumatoide, entre outros problemas. Segundo estudo da Universidade Médica de Innsbruck, na Áustria, há evidências crescentes desse potencial, em razão de substâncias presentes nos vegetais crucíferos, a exemplo do repolho.
Outro estudo, publicado no Jornal da Academia de Nutrição e Dietética, incluiu mais de mil mulheres chinesas. Na pesquisa, aquelas que ingeriram a maior quantidade de vegetais crucíferos apresentaram níveis de inflamação consideravelmente mais baixos, comparadas àquelas que consumiram as menores quantidades.
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