Opções das refeições são postadas no Facebook e no Instagram. Curitiba já conta com algumas alternativas deste serviço, com delivery.
Nem só de selfies vivem as redes sociais. Há quem aproveite o mundo virtual para fazer negócios. Um mercado que tem ganhado espaço nas redes sociais é o de venda de marmitas. Páginas oferecendo cardápios de alimentação saudável e com a entrega fazendo parte do pacote estão crescendo. Moradores de Curitiba já contam com algumas opções deste tipo de serviço.
Lloyd Schrappe, de 25 anos, resolveu há quase um ano apostar neste segmento, cujo custo inicial é praticamente inexistente, já que o uso das redes sociais é gratuito. Além disso, no caso dele, nem os gastos com a cozinha existiram, pois a mãe de Lloyd já tinha uma cozinha especial com os utensílios necessários para colocar o negócio em prática.
Em dois anos de estágio, percebi a dificuldade em comer algo saudável e com preço acessível"
Lloyd Schrappe, empreendedor virtual de marmitas saudáveis
Formada em gastronomia, com especialização em comida italiana, Laila Schrappe é quem cozinha as centenas de pedidos que chegam por Facebook, Instagram e também pelo Whatsapp.
Já Lloyd é o responsável pela venda, que abrange desde os posts nas redes sociais até o contato com os clientes e o delivery, e a compra dos ingredientes e dos materiais usados no preparo das refeições. Nos dias mais puxados, eles contam com a ajuda de outra pessoa.
Em funcionamento há dez meses, a La Fit Food já tem cerca de 160 clientes e uma média de 340 refeições vendidas por semana. "No começo, eram os amigos e os familiares. Foi indo no boca a boca, um falava para o outro e foi espalhando", conta o empreendedor.
A iniciativa, que hoje é a fonte de renda de Lloyd e da mãe, surgiu em um momento de crise da vida dele. "Minha ideia era morar fora do país. Consegui um emprego num restaurante aqui em tempo integral para juntar dinheiro para a viagem e larguei a faculdade. Na primeira folga, machuquei o joelho e me mandaram embora", relata.
Sem emprego e sem estudos, Lloyd – que quase concluiu o curso de educação física – decidiu investir nas marmitas. "Em dois anos de estágio, percebi a dificuldade em comer algo saudável e com preço acessível". As opções oferecidas por Lloyd custam entre R$ 9 e R$ 15. Há ainda as ofertas em que dez marmitas selecionadas saem por R$ 130 com a entrega gratuita em alguns bairros.
Lloyd e mãe também fazem refeições personalizadas: o cliente passa a dieta recomendada pelo nutricionista e eles preparam. Inclusive, os fregueses fixos deles são os que mantêm a dieta personalizada.
Cozinha industrial
Aline Fernanda Gonçalves Hey, de 30 anos, é outra empreendedora virtual de marmitas. Em apenas quatro meses da Klein Refeições Saudáveis, ela precisou construir uma cozinha industrial – já com o lucro do novo trabalho – para dar conta da demanda que não é pouca. No último mês, ela produziu entre 450 e 500 marmitas por semana.
"Pessoas próximas a mim começaram a fazer [marmita para vender]. Eu comecei a pesquisar e já procurava uma atividade que pudesse fazer em casa". A vontade de trabalhar em casa era para conseguir conciliar os negócios e os cuidados com o filho de um ano e dois meses. Mas, em pouquíssimo tempo, os pedidos não cabiam mais na cozinha de Aline Fernanda. Ela teve que usar a cozinha do pai por um período até que a cozinha industrial construída no terreno dele ficasse pronta.
Aline Fernanda faz quase tudo sozinha. "Meu marido trabalha fora, no terceiro turno, então ele ajuda na entrega e quando está muito corrido ajuda com outras coisas. Minhas irmãs ajudam também. Dia que é muito corrido, eu amanheço trabalhando, nem durmo", conta. Ela ainda conta com os serviços de uma nutricionista que acompanha o trabalho e elabora o cardápio.
Assim como Lloyd, Aline Fernanda dá preferências às marmitas baseadas em uma alimentação saudável. "Há algumas opções mais calóricas, mas não faço nenhum tipo de fritura e o tempero é natural, não tem nada industrializado", diz Aline Fernanda.
O perfil do público é bem variado, desde gente que leva a comida para o trabalho até quem faz dieta. Geralmente, como conta a jovem empreendedora, cada cliente compra pelo menos dez marmitas por vez, já que as refeições podem ser congeladas.
Aline Fernanda afirma que o lucro ainda não é muito alto, contudo, não pode aumentar muito os valores, porque as pessoas deixam de comprar. Um pacote promocional com dez marmitas sai por R$ 70. Para reduzir os custos, ela e o marido começaram a fazer pesquisa de preços – dos alimentos e das embalagens. "Agora com quatro meses do negócio estamos conseguindo contabilizar os gastos para economizar".
Custo benefício
"Em qualquer lugar que se vá, pode levar a marmita. É mais barato que restaurante, o custo benefício é bom e mantém a dieta. Já vem pesado, vem na medida necessária", afirma o universitário. Ele come duas porções de marmita por dia, no almoço e no jantar, tanto em casa como na faculdade.
A nutricionista Cleoci de Oliveira, de 29 anos, também é adepta da marmita saudável. "Levo para o trabalho para almoçar, e à noite janto em casa", conta Cleoci, que atende em um consultório e trabalha em uma loja de suplementos.
Em casa, o marido dela também consome a marmita no jantar. A nutricionista garante que o custo benefício vale a pena. Além disso, outros fatores influenciam o hábito: "Tem a questão do tempo e da praticidade, e claro por ser saudável". Ela está tão satisfeita com as marmitas que prefere comprá-las a cozinhar. "Gosto bastante, é muito bem feito e organizado", diz Cleoci.
O estudante de administração Kassim Andraus, de 25 anos, consome marmitas saudáveis compradas pelas redes sociais há quase um ano. Para ele, é a maneira ideal de seguir a dieta no dia a dia.
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