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sábado, 28 de setembro de 2019

Batata doce é destaque no preço e produção na Ceasa Minas Gerais






    



Uma das estrelas da alimentação entre os adeptos de atividades físicas, a batata-doce atingiu em setembro o menor preço para o mês desde 2015. Entre 1 e 18/9, o valor médio do quilo ficou em R$ 1,76, no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas. Em relação ao mês fechado de setembro de 2018, a redução foi de 27,2%. Em comparação com os demais meses de 2019, trata-se do menor preço médio, igualmente aos verificados em fevereiro e março. A boa oferta é o fator que mais contribuiu para o barateamento do produto.

Caso a entrada de batata-doce no atacado se mantenha no atual ritmo, a estimativa é que o volume ofertado em 2019 seja em torno de 15% maior que o de 2018, conforme prevê o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas (Secim), Ricardo Fernandes Martins.

A queda no preço da batata-doce foi influenciada sobretudo pela variedade roxa (rosada), segundo o produtor rural José Celso Fernandes, que comercializa no entreposto de Contagem. "Muitos produtores de regiões mineiras como as de São Gotardo, Araxá e Patrocínio passaram a produzir a variedade roxa. Eles resolveram entrar nesse mercado, por conta da grande procura pelo produto".

De acordo com ele, o preço da variedade roxa segue um padrão: "são dois meses de preço razoável, de novembro a dezembro, e dez meses praticamente ´de graça`", reclama. A variedade branca, segundo ele, apresenta seis meses de preços mais altos, de setembro a fevereiro, e o restante do ano com preço regular.

"Trabalho com batata-doce há cinquenta anos, desde os sete anos de idade", destaca. Entre seus compradores, estão grandes redes de supermercados. "São clientes muito exigentes. Tudo tem que estar em um tamanho só, sem nenhum defeito, e embalados em caixa plástica. Por outro lado, temos maior segurança de receber o pagamento". Ele conta que, apenas para duas redes de supermercados, envia ao todo cerca de 4 mil volumes por semana.

No último dia 18/9, Fernandes comercializava a embalagem de 20 quilos de batata-doce branca por preços entre R$ 45 e R$ 50. Já a roxa estava de R$ 25 a R$ 30, no Mercado Livre do Produtor da CeasaMinas em Contagem (MLP). Ele cultiva a hortaliça nos municípios mineiros de Jaíba, Formiga e São João del-Rei.

Produtividade

Outro fator que tem motivado a produção da variedade roxa são as altas produtividades e custos menores. "A do tipo roxa possui uma produtividade três vezes maior e metade do custo em relação à variedade branca", explica o produtor rural Márcio Fernandes de Morais, que traz a mercadoria do município de Jaíba, junto com o irmão Anderson Fernandes do Carmo.

No último dia 18/9, ele vendia a embalagem de 20 quilos de batata-doce roxa a R$ 30 no MLP. "Esse preço já está assim há uns quatro meses", diz.

Já a variedade branca era comercializada de R$ 40 a R$ 45, o que garante a ele uma margem de ganho em torno de 35% acima do custo, quando a produção atinge ao menos 900 volumes por hectare.

Influência de outros estados

"A oferta do tipo roxa aumentou muito também por causa dos fornecedores de São Paulo. Eu tinha cliente do interior do estado que vinha aqui na CeasaMinas mas deixou de comprar comigo para receber o produto direto de vendedores paulistas", explica Morais.

Já as boas colheitas em Sergipe têm contribuído para manter os preços da batata-doce branca no atual patamar. "Não fosse a produção sergipana, esse preço de hoje da variedade branca poderia estar bem maior, em torno de R$ 60".

O produtor ainda prevê uma possível queda de preço no mês. "Seria por conta de um aumento da oferta em outubro, mas é arriscado contarmos com isso", afirma.

Minas Gerais lidera a oferta

Em 2018, do total ofertado do produto no entreposto de Contagem da CeasaMinas, 95,3% foram provenientes de municípios mineiros, sendo o restante vindo de São Paulo (3,3%) e de Sergipe (1,4%). Quatro municípios mineiros responderam por 56% da oferta total: Jaíba (15,4%); Formiga (14,7%); Manga (14,1%); e Serra do Salitre (11,8%).

Aliada da saúde

Produtores ressaltam que a demanda por batata-doce aumentou de duas a três vezes em relação há três anos. A alta na procura é atribuída aos benefícios nutricionais do produto, que atraem principalmente atletas. Isso porque a hortaliça fornece carboidrato de lenta absorção, o que garante energia constante durante todo o treino. Além disso, o alimento é rico em fibras, o que contribui para aumentar a saciedade e o controle do peso, conforme explica a professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rita Ribeiro. A batata-doce ainda possui bons teores de vitaminas A e E, e de complexo B, além de cálcio, ferro e potássio.