domingo, 3 de maio de 2015
Tomate a R$ 6,98 o quilo, nos "sacolões" do Rio
Consumidor do Rio de Janeiro está sendo lesado no preço.
Há mais de duas semanas temos visto o preço do tomate lá no alto, principalmente nas feiras livres e "sacolões", sem qualquer explicação verdadeira. Muitos culpam o alto preço da caixa do legume, com 22 quilos, que antes chegou a R$ 70 e agora, até esta quinta-feira, antes do feriado, manteve o preço de R$ 50 para o tipo Longa Vida AA, que é aquele tomate salada bonito que vende no supermercado. Mas, se prestarmos atenção no tomate vendido em outros lados, como esses que nós citamos acima, veremos que os comerciantes estão "fraudando" as vendas ao misturar os tipos de tomate, entre grandes, que são mais caros, e os pequenos, que formam maioria. Uma caixa de 22 quilos com o tomate pequeno, aquele mais vermelhinho e nutritivo, está custando na Ceasa do Irajá, na capital fluminense, apenas R$ 20. Ou seja, o consumidor carioca está sendo lesado.
No Espírito Santo, o quilo do tomate está saindo da Ceasa da Grande Vitória ao preço de R$ 2,21, o chamado tomate salada, e R$ 1,17, o pequeno. Na Ceasa Minas, mas especificamente a maior delas, em Belo Horizonte, a caixa com 20 kg de tomate está sendo vendida a R$ 40. Na Ceagesp, maior mercado da América Latina, situada em São Paulo, o preço por quilo também é alto: R$ 4,61. Na central de abastecimento de Porto Alegre (RS), o preço do tomate sai por R$ 3,35 e R$ 4, o tipo considerado Paulista.
Em um estudo técnico produzido pela Ceasa Minas, que estaremos apresentando numa reportagem exclusiva, o tomate Longa Vida é cotado com preço em queda:15.26% no período de um ano. E entre fevereiro e março deste ano, os preços cairam mais 15%, em um mês apenas. A Central de Abastecimento mineira afirma que o preço do tomate vem acompanhando o movimento da média histórica daquele mercado, mas em níveis inferiores (baixando de preço). Afirma o documento que houve uma oferta de 9% de tomates entre março de 20014 e março de 2015, num total de 9.517 toneladas.
O documento, no entanto, faz um alerta em relação aos preços do produto verificados em São Paulo: " A entresafra e as chuvas pressionaram os preços do mercado paulista, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômico)".
E no Rio de Janeiro, que tinha no município de Paty do Alferes, na Região Serrana, como o maior produtor de tomate do estado, o que está acontecendo? Afirmam que muitos estão abandonando a lavoura enquanto outros culpam a tirania dos supermercados, que preferem comprar só os tomates graúdos, o que faz com que toneladas de produtos sejam jogadas fora por que o tamanho não tem serventia. O estado, agora, chega a ponto de comprar tomate em São Paulo, o que não acontecia faz tempo. Mesmo assim, o preço não está tão alto, e está sendo manipulado por feirantes e donos de "sacolões".
Um outro dado preocupante e agravante: terras férteis no estado estão servindo para construções dos conjuntos que fazem parte do programa "Minha Casa, Minha Vida", do governo federal. Numa demagogia sem fim, já que ficam muito distantes dos centros urbanos. Enquanto isso, a lavoura padece.
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