sexta-feira, 13 de novembro de 2015

ESPECIAL 2: Tragédia das barragens de Mariana (MG)


                          

Vale do Rio Doce: padecimento com a poluição

Por Jorge Luiz Lopes
Edição André Ferreira e Helen Simões Lopes

Nesse estudo elaborado pela pesquisadora Gisele Inácia da Silva, de Minas Gerais, mostra muito bem o que vai acontecer de pior com o rio Doce que está sofrendo com o desastre ambiental sem precedentes, e que atinge dois estados diretamente e outro, o Rio de Janeiro, indiretamente.  Estamos publicando o estudo na íntegra, como parte do especial que faz parte também do Blog CeasaCompras.com.

Organização Espacial do Vale Rio Doce:

A região do Vale do Rio Doce se organizou após a construção da estrada de Ferro Vitória-Minas, quando as matas foram devastadas para fornecimento de carvão para a ferrovia, para as siderúrgicas que se instalaram no Alto Rio Doce e as atividades madeireiras. Aos poucos foram estabelecidas áreas de pastagens e também as culturas de café que por sua vez foram substituídas por pastagens plantadas e algumas agriculturas de subsistência. Na área de Peçanha, Santa Maria do Suaçuí e municípios próximos a ocupação foi mais antiga, correspondendo a um ciclo de mineração que deu origem aos primeiros centros urbanos, sendo que ainda há extração de mica e pedras coradas semi-preciosas.

A Bacia do Rio Doce:

                     

O rio Doce nasce numa altitude superior a 1.000m, nas serras do Complexo do Espinhaço e da Mantiqueira no estado de Minas Gerais e percorre 853 Km, correndo entre os vales dos rios Piracicaba e Piranga, perfazendo uma grande curva para leste na altura de Governador Valadares em direção ao litoral Atlântico do estado do Espírito Santo, onde deságua. Sua área de drenagem abrange 83.400 km2, dos quais 86% pertencem a Minas Gerais e 14%, ao Espírito Santo.

Sua população é de 2,8 milhões de habitantes, sendo que, somente 12 cidades têm uma população acima de 30.000 hab, 163 municípios estão localizados na área da bacia (153 em Minas e 10 no Espírito Santo), com 70% de suas cidades tendo uma população inferior a 5.000 habitantes.

O regime do rio Doce é considerado como sub-equatorial, com vazões máximas em janeiro e fevereiro e mínimas em setembro (fim da estação invernal).

A bacia não é atualmente muito explorada em termos de potencial hidrelétrico. Foi feito um estudo pela ELETROBRÁS que detalha a possível formação de cerca de aproximadamente 70 reservatórios destinados a produção de energia elétrica. A produção total de todos os aproveitamentos contemplados seria próxima a 3.700 MW.

Na bacia a água é captada para satisfazer três usos principais: irrigação, abastecimento industrial e abastecimento doméstico. A degradação atual da qualidade das águas da Bacia do Rio Doce é resultante de impactos poluidores: fontes de poluição pontuais (industriais e centros urbanos) e fontes de poluição difusas (propriedades rurais, uso de pesticidas e herbicidas, atividades de garimpo, uso inadequado das terras - erosão).

Com a rápida devastação da floresta natural aumentada nos anos 40, as cargas de sólido em suspensão aumentaram acentuadamente, especialmente durante as fortes chuvas de verão, como demonstram os dados históricos. A tabela a seguir nos mostra o uso da terra por área total da bacia:

Em 1980 as florestas naturais ocupavam menos de 7,2% da área total da Bacia.

As Atividades Econômicas:

As atividades econômicas da Região do Vale Rio Doce concentram uma população economicamente ativa, principalmente no setor primário. A agricultura é extensiva e caracterizada por métodos tradicionais de baixa tecnologia, com baixa produtividade, dando destaque ao café, a criação de gado e as culturas de subsistência. Economicamente, a criação de gado é a atividade mais representativa e distribuída em toda a bacia. A tendência indica a substituição das lavouras de café por pastagens ou reflorestamento com pinus ou eucalipto. Nota-se a diminuição da população rural com êxodo para as cidades.

As atividades industriais são fortemente ligadas à mineração e atividades correlatadas, são de primordial importância na bacia. Esta inclui boa parte do Quadrilátero Ferrífero, que é responsável por cerca de 61% da produção brasileira de minério de ferro, e onde se localizada 31% da produção de aço. Atividades de menor importância incluem indústrias produzindo açúcar e álcool, papel e celulose e outras mecânicas, químicas e metalúrgicas.
   

                     

Os principais pólos das áreas de mineração estão localizados na parte ocidental da bacia: Itabira, Marina e Antônio Dias. A produção já supera 70 milhões de toneladas, principalmente pela Cia. Vale do Rio Doce (CVRD), o que mostra sua importância em termos importância em termos do desenvolvimento econômico da bacia. A produção é transportada por uma ferrovia ao longo do curso do Rio Doce que chega a Vitória (ES).

A siderurgia é composta por quatro empresas que operam na sub-bacia do rio Piracicaba: a USIMINAS (Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais), a ACESITA (Aços Especiais Itabira), a COSIGUA (Cia. Siderúrgica da Guanabara) e a Cia Siderúrgica Belgo-Mineira.

Vegetação
   
No meio de muitas áreas onde a antiga Floresta Atlântica cobria solos lateríticos pobres, que foram transformados em pastagens e hoje são áreas de verdadeiros desastres ecológicos, a mais emblemática destas regiões é o Vale do Rio Doce. Considerada economicamente próspera, por ter atraído grandes siderúrgicas alimentadas pelo minério de ferro do Quadrilátero Ferrífero, a região que há cinqüenta anos era coberta por uma das mais belas florestas tropicais da terra, apresenta hoje uma paisagem quase de deserto. Na realidade é pior do que um deserto, pois não tem vegetação típica do deserto e está sujeita às fortes chuvas que abrem voçorocas e acabam com o solo.

A maior parte da área transformada em pastagem para pecuária extensiva está em franca decadência. Um riquíssimo patrimônio de biodiversidade foi sacrificado para se obter uma produção cada vez menor de carne e leite. O que ainda ameniza um pouco a situação são as plantações de eucalipto para celulose e carvão vegetal, que criam utilidade econômica para algumas parcelas do solo.

Sob a ótica de uma economia ecológica, transformar uma rica floresta tropical em uma pastagem de baixa produtividade e curta duração é a mais irracional e predatória das atividades humanas.

Aspecto geológico:

Apresenta no aspecto geológico embasamento cristalino do pré-cambriano, com topografia acidentada, apresentando altitudes que variam de 200 a 1.000 m e superfície de 62.076km2. O subsolo da região apresenta amianto, argila, mica, pedra coradas (semi-preciosas), quartzo e outras.

No campo mineral, toda região fornece um panorama positivo, desde grandes explotações de minério de ferro bem como produção de pedras preciosas, ouro e diamante.

Estrutura fundiária:

A estrutura fundiária concentra uma média de 80% das terras nas mãos de apenas 16% da população, em estabelecimentos de mais de 100 ha, cujas terras são constituídas em sua maior parte por pastagens extensivas, predatórias e antiprodutivas.

Mas isto pouco contribui para o desenvolvimento integrado agricultura-indústria, que existe em estágio mais avançado em outras regiões mineiras, como, por exemplo, o sul de Minas e o Triângulo Mineiro.

Com relação à população do Rio Doce o que se observa é um a falta de absorção e fixação dos habitantes na região. Esse fenômeno, aliás, é comum não só em nosso Estado, como em nosso país e mesmo na América Latina: esvaziamento da região rural e aumento das regiões urbanas. Esta população está em acentuada queda numérica, a área rural apresenta aproximadamente 42% da população e a urbana 58%.

Hidrografia:
   
As bacias hidrográficas dos rios Jequitinhonha, Mucuri e Doce de caráter exorreico, constituem as redes de drenagem mais importantes, com número elevado de caudais volumosos serpeando por regiões, outrora abundantes em cobertura de florestas tropicais. A precipitação média é de 1.250mm e de abril a setembro o tempo é seco. A temperatura fica entre 15o C a 30o C.

A qualidade de água dos rios e córregos da região do Rio Doce em termos gerais apresenta problemas que estão associados a processos erosivos das margens dos rios, das áreas mineradoras e dos solos desprotegidos, acentuados durante a estação chuvosa; processos de revolvimento (após chuvas) de partículas decantadas, contendo possivelmente metais pesados resultantes da mineração do processamento mineral, da siderurgia e das atividades de garimpo; mecanismos clássicos de poluição, envolvendo diluição, transporte e autodepuração. Algumas observações de pescadores e de habitantes ribeirinhos testemunharam recentes modificações na qualidade de água do rio durante aproximadamente os últimos 20 anos, observaram diminuição da transparência das águas do rio Doce, aumento e turbidez durante o período da estiagem, poluição orgânica estimada pela freqüência de odores desagradáveis, desenvolvimento de espécies menos nobres de peixes que são mais tolerantes à poluição, sugerindo assim uma queda significativa na qualidade biológica do Rio.

A freqüência das últimas enchentes sugere que a sedimentação no rio doce modificou o regime das águas, uma clara demonstração do impacto causado pela falta de um uso adequado das terras marginais aos rios.

A presença ou ausência de peixes é um aspecto importante da qualidade de águas na bacia. Em outras épocas, o rio Doce foi bem mais piscoso. O nome de um dos rios da bacia ("rio do Peixe") sugere abundância de pescado ou predominância de uma determinada espécie em suas águas. Alguns afluentes são considerados com naturalmente pobres em piscosidade.

Uso da água da Bacia do Rio Doce:

Os seguintes usos podem ser definidos na bacia:

- Abastecimento de água e sistema de esgoto, que são gerenciados por empresas estuais ou serviços municipais. Todos os centros urbanos que cercam a região dispõem de abastecimento de água potável.

- Demanda industrial de água: principalmente devida à mineração e à siderurgia. As principais empresas operam suas próprias captações de água e estações de tratamento.

- Uso agrícola: a irrigação só é feita em pequena escala, em locais dispersos, com uma maior importância nos municípios de Caratinga, Conselheiro Pena, Aimorés e Colatina.

- Produção de eletricidade: a capacidade de produção instalada é de 326 MW, gerados por 12 unidades. Estas, em sua maioria, são propriedade de empresas de mineração. A maior usina da bacia está localizada próximo à fronteira MG-ES (Mascarenhas).

- Navegação: o Rio Doce costumava ser navegável entre Regência e Mascarenhas (143 Km), o que a alta sedimentação e outras obstruções tornaram atualmente impossível. Em 1983 houve o projeto de uma aquavia, mas não foi implementado.

- Pesca e piscicultura: a drástica redução de ictiofauna na bacia, devido às atividades humanas, tornam essas atividades de prática mais difícil. Foram feitos estudos quanto à piscicultura em conexão com reservatórios de hidrelétricas. A prática da pesca ainda é comum na bacia, menos na poluída bacia do Rio Piracicaba.

- Controle de cheias: é um problema em muitas áreas da bacia, com altos danos para as propriedades e os próprios indivíduos, como ocorreu diversas vezes em 1979/80. Houve um estudo para controle de cheias que propunha construir algumas barragens. A existência da ferrovia Vitória-Minas, ao longo do Rio Doce até o Piracicaba, impede a construção de barragens no curso principal.

- Meio ambiente: a floresta tropical e os rios pagaram um tributo muito alto ao desenvolvimento econômico da região. A maioria das florestas nativas do estado de Minas Gerais foram derrubadas (mais de 90%).

ESPECIAL - Tragédia das Barragens de Mariana (MG)

                      

Desastre é muito maior do que todos imaginam

Presidente Dilma diz que Ibama vai multar Samarco em R$ 250 milhões.

Por Jorge Luiz Lopes/Agências
Edição Portal CeasaCompras.com: André Ferreira
Edição Blog CeasaCompras.com: Helen Simões Lopes



Vendo a expressão de Dilma Rousseff nas fotos ao sobrevoar a região afetada pelo rompimento das barragens da Samarco em  Minas Gerais, pode-se muito bem avaliar a tragédia que foi e será por um longo tempo.  Num momento em que tanto Minas como o Espírito Santo tentam se recuperar das secas que atingiram em cheio a produção rural de hortifrutigranjeiros, pecuária de lei e e corte, suinocultura e outros, as propriedades rurais, em grande parte de culturas familiares, vêem-se em um abismo, já que o rio Doce, que corta os dois estados e passa pela divisa com a Bahia, recebeu a lama tóxica do minério de ferro matando tudo que ainda restava de vida e dificultando a capacitação de água, para abastecimento e para o campo. Esse caminho leva ao oceano Atlântico, onde desemboca na cidade de Linhares (ES).

Qual o tamanho dessa tragédia? O CeasaCompras.com responde: 853 km, que é a extensão do rio Doce, afetado drasticamente pela poluição e o descalabro provocados pela ignorância técnica da empresa responsável pelas barragens que se romperam. A chamada Bacia do Rio Doce é formada por 230 municípios, sendo 202 no estado capixaba. A maioria, 90% é formada por cidades com menos de 20 mil habitantes. Diretamente, são afetados 3,1 milhões de pessoas.

                   

Acompanhe a matéria factual sobre as providências tomadas pelos governos federal, estadual, municipal e Justiça, e ao final leiam uma radiografia completa sobre as potencialidades econômicas da região. Na agricultura, estarão afetados direta ou indiretamente a pecuária de leite e corte, suinocultura, produção de café, cana-de-açúcar, hortifrutigranjeiros e cacau.

No rio, os principais peixes são: robalo, traíra, acará, piabanha, jundiá,  bagre-africano, carpa, tilápia, pitú, cascudo e moréia. Este mesmo rio que irá juntar-se à Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul, fonte de abastecimento de água do estado do Rio de Janeiro.

Dilma dá multa severa .

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira (12/11), durante visita a Governador Valadares (MG), que o Ibama vai aplicar uma multa de R$ 250 milhões à Samarco Mineradora.

                     

A empresa, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, é responsável pelas duas barragens que se romperam há uma semana, causando uma enxurrada de lama que destruiu o distrito mineiro de Bento Rodrigues e avança sobre o Rio Doce, causando prejuízos às cidades por onde passa.

"A multa preliminar é de R$ 250 milhões por dano ambiental e comprometimento da bacia hidrográfica, dano ao patrimônio público e pela interrupção da energia elétrica", afirmou Dilma durante a coletiva.

A presidente disse que os estados atingidos podem também pedir ressarcimento à mineradora. O Ibama confirmou que vai aplicar cinco multas de R$ 50 milhões cada uma.

Abastecimento

Governador Valadares está entre as cidades onde a captação de água precisou ser interrompida por causa da lama que tomou conta do Rio Doce.

O juiz Lupércio Paulo Fernandes de Oliveira, da Comarca de Valadares, determinou que a Samarco forneça 800 mil litros de água por dia para garantir o abastecimento do município durante 72 horas, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão.

A decisão exige também que a Samarco monitore a qualidade da água do Rio Doce e apresente, em 30 dias, um plano para verificar a persistência de poluentes na água e outro para reparação dos danos causados.

Visita

A presidente Dilma Rousseff desembarcou no aeroporto de Governador Valadares por volta das 13h15 desta quinta. Ela chegou à cidade de helicóptero, após visitar Mariana,  onde ficam as barragens.

Dilma veio acompanhada dos ministros Aloísio Mercadante (Educação), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Gilberto Occhi (Integração Nacional).

                     

Também participaram da visita o prefeito de Mariana, Duarte Júnior, e os governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e do Espírito Santo, Paulo Hartung. Eles vieram com o gabiente de crise, formado por representes da Defesa Civil, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros para amenizar os danos causados.

Depois de Valadares, a presidente seguiu para  Colatina (ES), que também passa por problemas de abastecimento de água pela contaminação do Rio Doce.

Radiografia da bacia do Rio Doce

Cerca de 3,1 milhões de pessoas vivem hoje na bacia do rio Doce, que compreende 230 municípios, sendo 202 mineiros e 28 capixabas.. Desses municípios 90% possuem menos de 20 mil habitantes. O Vale do Aço tem o maior adensamento populacional da bacia, e o fluxo migratório direciona-se, sobretudo, para as maiores cidades, como Ipatinga e Governador Valadares. Em decorrência, há uma tendência de diminuição populacional nos municípios com população de até 20.000 habitantes, que representam cerca de 93% dos municípios da bacia do rio Doce.

As nascentes dos formadores do rio Doce estão em altitudes superiores a 1.000 m. Ao longo de seu curso, sobretudo a partir da cidade de São José do Goiabal, o rio Doce segue em altitudes inferiores a 300 m.

A economia da região da bacia do rio Doce está baseada principalmente nas seguintes atividades:

Agricultura

Pecuária de leite e corte, suinocultura, café, cana-de-açúcar, hortifrutigranjeiros e cacau.

Indústria

Siderurgia, metalurgia, mecânica, química, alimentícia, álcool, têxtil, curtume, papel e celulose.

Mineração

Ferro, ouro, bauxita, manganês, rochas calcárias e pedras preciosas.


Dados técnicos; Bacia Rio Doce

Nascentes

Ribeirão do Carmo, Mariana/MG
Rio Piranga, Ressaquinha/MG

O rio Piranga é considerado o principal formador do rio Doce, que recebe esse nome quando do encontro do rio Piranga com o rio do Carmo.

Extensão
853 km

Desaguadouro
Oceano Atlântico – localidade de Regência, Linhares/ES

Principais municípios banhados pelo rio Doce

Em Minas Gerais
Aimorés
Conselheiro Pena
Galiléia
Governador Valadares
Ipatinga
Itueta
Perequito
Resplendor
Tumiritinga

No Espírito Santo
Baixo Guandu
Colatina
Linhares

Principais afluentes
Margem esquerda em Minas Gerais
Piracicaba
Santo Antônio
Suaçuí Grande

Margem esquerda no Espírito Santo
Pancas
São José

Margem direita em Minas Gerais
Caratinga-Cuietê
Casca
Manhuaçu
Matipó

Margem direita no Espírito Santo
Guandu

Limites da bacia
Sul
Bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul

Oeste
Bacia do rio São Francisco, e, em pequena extensão, com a do rio Grande.

Norte
Bacia dos rios Jequitinhonha e Mucuri

Noroeste
Bacia do rio São Mateus

Melão amarelo está em safra nesta época do ano

                          
                        

Não há dúvidas: o melão amarelo é o mais popular no Brasil. Nas feiras, supermercados e hortifrútis, esta fruta se destaca pelo tamanho avantajado e o amarelo vivo de sua casca. Membro da família das melancias, abóboras e pepinos, o melão é uma hortaliça refrescante, fonte de vitaminas e fibras.

Com poucas calorias e muita água em sua composição, o melão amarelo é ótimo para manter o corpo hidratado, podendo ser consumido in natura ou em sucos – neste caso, o melhor a fazer é não coar, para evitar a perda de fibras.

Com produção em alta nesta época do ano, o melão amarelo pode ser encontrado com ainda mais facilidade. Algumas dicas para escolher o melhor fruto são observar a casca (que deve ter cor amarela bem forte, sem áreas e faixas verdes que indicam que o fruto foi colhido antes da época certa) e a consistência do fruto, que deve ser firme e pesado, sem áreas amolecidas e escuras.

O melão pode ser mantido por vários dias em condição ambiente, em local fresco e ao abrigo de sol. Após ser cortado, deve ser mantido em geladeira embrulhado com filme plástico ou em uma vasilha com tampa. Uma dica para aumentar o período de validade é congelá-lo em pedaços e depois bater no liquidificador para fazer sucos. Desta forma, o produto pode durar até 6 meses.

Em 2014, o melão amarelo esteve entre os 15 produtos mais vendidos no Entreposto São Paulo da CEAGESP, movimentando mais de R$ 140 milhões. Para que você possa aproveitar melhor esta fruta das mais diversas formas, uma sugestão é experimentar algumas sobremesas ou servir a fruta como entrada, acompanhando pratos salgados.

Tomate de Tanguá (RJ) conhece novas técnicas

                       
                          


Beneficiários do programa Rio Rural, do governo estadual, participaram de atividade de campo para divulgação do Tomatec, tecnologia desenvolvida pela Embrapa Solos, órgão de pesquisa do governo federal.

Agricultores do município de Tanguá, Região Metropolitana, beneficiários do Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, participaram de dia de campo onde conheceram o "Tomatec", sistema de produção de tomates que reduz de forma significativa o uso de agrotóxicos, em comparação com o cultivo convencional. Desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Solos), o Tomatec utiliza tecnologias como manejo integrado de pragas, fertirrigação por gotejamento, ensacamento de frutos e uso de fitilhos na lavoura.

A principal inovação deste tipo de cultivo é a combinação de diversas práticas para a melhoria da produção. Entre elas, o ensacamento dos frutos funciona como uma barreira contra os defensivos agrícolas, enquanto a fertirrigação concilia a irrigação e a adubação do solo em um mesmo processo. O uso de fitilhos plásticos - que substitui o bambu - e o manejo integrado de pragas evitam a propagação de doenças na plantação.

Produtora de citros orgânico, Mônica da Silva Bicudo pretende diversificar sua lavoura com o tomate. Ela ficou interessada em utilizar as tecnologias apresentadas em um sistema orgânico de cultivo. Para o olericultor Alcidiney Rosa Soares, o Tomatec pode estimular mudanças, ao reduzir o uso de aditivos químicos.

- Ainda não planto tomates, mas pode ser uma boa opção, porque rende um pouco mais. Conhecer a técnica foi bom, já que trabalhar com agrotóxicos é complicado e perigoso - destacou.

Maria Rosélia da Silva, supervisora substituta, técnica em agropecuária da Emater-Rio e executora do Programa Rio Rural, destaca que o evento foi alinhado com a questão do desenvolvimento rural sustentável.

- Foram quatro palestras muito interessantes e os produtores gostaram bastante. É importante que conheçam novas práticas - destacou. Além das tecnologias utilizadas no Tomatec, foram discutidos conceitos relacionados à conservação de solo, eficiência do uso da água e adubação.

O dia de campo sobre o Tomatec foi uma realização da Embrapa Solos, em parceria com a Emater-Rio e a secretaria municipal de Agricultura de Tanguá.

Cenoura, batata doce, melão amarelo e manga

                            


Veja a relação de produtos que estão mais em conta esta semana e os que estão mais caros, segundo a Ceagesp.

Semanalmente a CEAGESP (Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo) prepara uma lista com produtos com os preços no atacado em baixa, estáveis ou em alta, para você se alimentar bem e economizar mais. Confira a lista dos produtos:

PRODUTOS COM PREÇOS EM BAIXA
Ameixa nacional FLA, pêssego aurora, coco verde, melancia, manga tommy atkins, morango comum, laranja pera, melão amarelo, berinjela, gengibre, abobrinha italiana, pepino japonês, gengibre, pepino comum, chuchu, cenoura, abóbora moranga, batata doce rosada, mandioca, cebolinha, milho verde, gengibre com folha, couve manteiga, repolho verde, alface crespa, alface lisa e alho porró.

PRODUTOS COM PREÇOS ESTÁVEIS
Mamão papaya, banana prata sp, jabuticaba, abacaxi pérola, graviola, caju, atemoia, tangerina murcot, laranja lima, laranja seleta, uva itália, acerola, banana terra, uva rubi, beterraba, cara, pepino caipira, batata doce amarela, jiló, abóbora seca, repolho roxo, espinafre, rúcula, nabo, mostarda, cenoura com folha e ovos branco.

PRODUTOS COM PREÇOS EM ALTA
Mamão formosa, carambola, goiaba branca, fruta do conde, maçã estrangeira, figo, limão taiti, abacate breda, maracujá azedo, maracujá doce, pera estrangeira, uva crinsson, banana maçã, uva rosada, pimentão vermelho, pimentão amarelo, tomate, abóbora japonesa, ervilha torta, mandioquinha, vagem macarrão, agrião, salsa, brócolos ninja, acelga, couve-flor, coentro, rabanete, brócolos comum, batata lavada e alho nacional.

Pêssego Aurora, o produto indicado desta semana


                         

De casca aveludada e sabor marcante, os pêssegos são queridinhos entre as frutas de verão, e sempre estão presentes nas festas de fim de ano – seja em sobremesas, pratos ou in natura.  Natural da China, o pessegueiro pode atingir até 8 metros de altura e se adequa facilmente aos mais diversos climas: em São Paulo, por exemplo, as cidades de Ribeirão Grande, Atibaia e Jarinu destacam-se no cultivo da fruta.

Entre os mais diversas tipos de pêssego que encontramos no Brasil, o Aurora, que está com preço em baixa esta semana, é um dos mais populares. Além de ser um dos frutos mais apreciados em todo o mundo, este pêssego é rico nas Vitaminas A, B e C e também em fibras e minerais, como o fósforo e o ferro. Estas substâncias, além de exercerem função desintoxicante, melhoram o funcionamento intestinal e fortalecem o sistema imunológico.

Para aproveitar melhor os benefícios trazidos pelo pêssego, o ideal é guarda-los em uma fruteira à sombra, mantidos em temperatura ambiente. Os frutos mais maduros, porém, podem ser levados à geladeira para que durem mais, e lembre-se: fique sempre atento ao manuseio, pois pêssegos são frutas delicadas.

Nesta época do ano, por conta do aumento da produção, você encontra pêssegos com maior facilidade e menor preço. No Entreposto São Paulo da CEAGESP, o preço da fruta no atacado pode chegar a até R$ 2,30 o quilo nesta semana.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Caju nordestino pode ficar mais caro

                         

Estiagem castiga plantações em propriedades do Ceará. Agricultores registram perdas de mais da metade da safra. Sindicato dos produtores calcula que a safra deve ser de 40 mil toneladas.

A produção de caju cai ano após ano no Ceará. Um dos maiores problemas é a estiagem que castiga os pomares. São 470 hectares de cajueiros nas terras do agricultor Evilázio Dantas em Cascavel, na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Mas, praticamente não há cajus. Os pés estão todos secos. Este ano, ele perdeu 70% da safra.

“Em épocas boas nós colhemos 205 toneladas. Esse ano, não vamos colher nem 30”, calcula Dantas.

O agricultor Almir Gomes, que mora em Caucaia, perdeu 90% da produção. “Era uma média de 50 caixas naquela época. Agora, diminuiu para cerca de 20 a 30”, diz.

O sindicato dos produtores calcula que a safra deste ano deve ser de 40 mil toneladas, com redução de 11 mil em relação à safra anterior.

Há alguns anos, o estado produzia 170 mil toneladas. A seca, as pragas, os ventos fortes e a grande quantidade de cajueiros antigos contribuíram para a queda. Hoje, dos 350 mil hectares que a cultura ocupa no estado, em 300 mil os pés são velhos e dão menos frutos, segundo o sindicato dos produtores de caju.

“Tem que se pensar em cajueiros mais resistentes, mais adaptados a essa região. A única solução que tem seria a renovação dessas áreas”, diz Walter Gadelha, agrônomo do Sincaju.

A previsão do IBGE para a safra de caju é de mais que o triplo. Mas, segundo os organismos locais do estado, a estimativa está desatualizada.

Fonte: Globo Rural.