Saiba também os variados benefícios que o limão pode fazer para a sua saúde.
Seja no preparo de bebidas ou no tempero de pratos diversos, ele é uma boa opção, principalmente em seu período de safra. Trata-se do limão tahiti, cujo preço médio caiu 6,6% em março na comparação com fevereiro, no atacado do entreposto de Contagem da CeasaMinas. Para se ter uma ideia do momento favorável ao consumidor, o valor médio do quilo em março (R$ 1,13/kg) foi 71% menor que o praticado em outubro de 2017 (R$ 3,90/kg), mês em que atingiu o maior preço do ano no atacado.
Segundo o calendário de sazonalidade da CeasaMinas, o período de safra do limão se concentra entre janeiro e abril. Quando se compara o preço da fruta em março deste ano com o mesmo período de 2017, o preço também caiu, passando de R$ 1,16/kg para R$ 1,13/kg no atacado, o equivalente a uma redução de 2,6%.
Mas para o produtor rural João Fábio Guimarães, do município de Luz (MG), localizado 197 quilômetros da capital, esta safra tem sido de preços maiores em relação ao mesmo período de 2017. "Nos últimos dias, o saco de 20 quilos na CeasaMinas está sendo cotado entre R$ 15 e R$ 20. Em 2017, eu vendia entre R$ 10 e R$ 15". Ele esperava uma queda maior dos preços, por conta do bom volume de chuvas nas regiões produtoras.
Se para ele as chuvas levaram ao aumento da oferta e à consequente queda de preços, também permitiram a redução de custos com irrigação. "Com esse preço na faixa de R$ 20/sc, é possível ter alguma rentabilidade, porque o custo menor acabou compensando a redução do valor do limão", diz Guimarães, que comercializa no Mercado Livre do Produtor (MLP) em Contagem.
Para o segundo semestre, época de entressafra, o produtor está otimista com a valorização do produto. "Acho que neste ano o preço deve ficar entre R$ 100 e R$ 110/sc". Ele acredita que um dos fatores que podem contribuir para valorização da fruta será o envelhecimento de muitos pés de limão, que hoje estão com cerca de 12 anos. "Esses pés não dão o mesmo volume que antes e os que começaram a ser plantados agora, terão colheita só daqui a 2 anos".
Já Maria Carmita Pereira Silveira comercializa no MLP a produção de limão do irmão, trazida do município de Jaíba (MG), a 622 quilômetros da capital. Ela explica que uma alternativa para se conseguir preços melhores é a venda direta da roça, principalmente para escolas da região. "Às vezes o preço cai muito no MLP. Enquanto chega a R$ 10/sc, na roça pagam R$ 13", exemplifica.
Raio X da produção
Jaíba é o município mineiro mais bem colocado entre os maiores produtores do país, com cerca de 40 mil toneladas registradas em 2016, ocupando a 8a colocação, conforme aponta o Banco de Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O município paulista de Itajobi, a 400 quilômetros da capital do estado, é o maior produtor nacional da fruta, com cerca de 126 mil toneladas, seguido por Itápolis (SP), com aproximadamente 70 mil t.
Segundo o mesmo levantamento, o estado de São Paulo lidera com folga a produção nacional de limão, alcançando 875 mil toneladas em 2016, seguido pela Bahia, com cerca de 150 mil t. Minas Gerais vem em terceiro lugar, com 86 mil t. Os paulistas são responsáveis por cerca de 70% da produção nacional, além de liderarem também o ranking de produtividade da fruta, com a marca de 35 toneladas por hectare.
O limão foi beneficiado por uma melhoria na produtividade. Entre os anos de 2001 e 2016, a produção brasileira passou de 965 mil toneladas para 1,262 milhão de t., mesmo com a redução da área plantada, de aproximadamente 49 para 47 mil hectares.
Exportação
A fruta brasileira também é apreciada por outros países, sendo a Holanda (Países Baixos) o principal destino das exportações em 2017, segundo levantamento da Embrapa. Foram nesse ano exportadas ao todo cerca de 92 mil toneladas e, destas, os Países Baixos foram responsáveis por importar 63,5 mil t, o que correspondeu a cerca de 70%. O levantamento leva em consideração limões e limas, frescos e secos.
Limão e saúde
Os limões contêm elevado teor de vitamina C e seus sais minerais mantêm o equilíbrio interno do organismo e o vigor do sistema nervoso. Entre os vários benefícios à saúde, um deles foi apontado em dois estudos preliminares, os quais sugerem que o limão poderia contribuir para o tratamento auxiliar de cálculos renais.
Cálculos renais se formam quando a urina fica supersaturada (concentrada) de sais, que irão cristalizar, ou seja, precipitar-se na forma de cristais, caso a urina não contenha substâncias que evitem esta formação e precipitação. Uma dessas substâncias é o citrato.
Um dos estudos, realizado pela Universidade Duke, nos Estados Unidos, destaca que frutas cítricas são uma fonte natural conhecida de citrato dietético. De todos os sucos cítricos, o suco de limão parece ter a maior concentração de citrato. Os cientistas acompanharam pacientes que usaram a terapia da limonada por até quatro anos. Observou-se que ao longo do tempo eles formaram pedras menores e num ritmo mais lento do que antes de começar tal tratamento. Ainda é necessário um estudo em maior escala para confirmar as descobertas
Outro trabalho científico, realizado pela Universidade Cadi Ayyad, no Marrocos, utilizando ratos de laboratório, também destacou o potencial do limão na prevenção do problema.
Conforme informações do site Doce Limão, médicos da Universidade do Wisconsin, nos Estados Unidos, indicam que a receita da limonada deve ter uma parte de suco de limão para sete partes de água, ou seja, um limão diluído em um copo de água.