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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Queda de 53,9% no preço transforma o quiabo em dica de safra

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Um dos ingredientes mais tradicionais da gastronomia mineira, o quiabo ficou 53,9% mais barato, no comparativo de 1 a 19 de janeiro deste ano em relação ao mesmo período de 2016, no entreposto de Contagem da CeasaMinas. Já em relação ao pico de preço do ano passado, verificado em outubro, a hortaliça apresentou queda ainda maior, de 67,5%. Além de contribuir para a economia do consumidor nesta época, o quiabo é também rico em nutrientes que auxiliam no combate ao mau colesterol e prevenção de doenças cardíacas, dentre outros inúmeros benefícios.

Segundo o chefe da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas (Secim), Ricardo Fernandes Martins, na maior parte de 2016, o preço se manteve favorável ao produtor de quiabo, o que pode ter estimulado novos plantios para esta safra, e a consequente queda de preço. O valor médio negociado no atacado em 2016 ficou em R$ 2,64/kg, valor 25,1% superior ao de 2015, quando fechou em R$ 2,11/kg.

Além da boa oferta, janeiro é marcado por outros fatores que tradicionalmente reduzem a demanda e contribuem para segurar o preço, como as férias escolares e o forte calor, já que o quiabo é associado a pratos quentes, típicos do inverno.

Se para o consumidor a queda de preço tem sido oportunidade para economizar, produtores buscam formas para conter possíveis prejuízos. Uma das estratégias é deixar de colher o produto, e, em seguida, passar máquina por cima, algo conhecido como gradear. "Gradeei o equivalente a 140 caixas de quiabo (apx 1,6 tonelada de produto), deixando o quiabo na lavoura mesmo. Não estava compensando trazer quiabo para vender a R$ 8 a caixa no atacado. Em muitos casos, a mercadoria sobrava, nem era vendida", reclama o produtor rural de Paraopeba (MG) Warllen Geraldo França Silva.

"Temos que arcar com os custos de mão-de-obra, embalagem e frete. Para evitar um prejuízo ainda maior, tivemos que deixar o quiabo lá mesmo na lavoura", conta Osvaldo Ferreira da Silva, outro produtor do município. Ele explica que preferiu gradear o equivalente a quase meia tonelada de quiabo.

O preço da hortaliça na CeasaMinas no dia 20/01 reagiu e ele afirma que conseguiu comercializar a R$ 30 (caixa com 12 kg). "Com menos quiabos no mercado, sentimos um aumento na procura, mas ainda não sabemos como o mercado vai reagir nas próximas semanas. Depende muito da quantidade de mercadorias que outros produtores trarão", explica.

Bandeijas

Uma das alternativas de comercialização encontradas por agricultores é a colocação do quiabo em bandeijas, protegidas em filme plástico. Embora o produtor tenha um trabalho a mais ao selecionar e embalar o quiabo, as bandeiras agregam valor ao produto, permitindo melhor rentabilidade.

Benefícios nutricionais

Quiabo é reconhecidamente rico em diversos nutrientes. De acordo com artigo publicado em março de 2015 na Revista Internacional de Nutrição e Ciências da Alimentação, quase metade de sua porção é fibra solúvel que auxilia na redução do mau colesterol, prevenindo doenças cardíacas. A outra fração de quiabo é fibra insolúvel, que contribui para manter o trato intestinal saudável. Quiabo também é rico em antioxidantes, substâncias que previnem danos às células.

Mito da baba de quiabo contra diabetes

Em 2013, um experimento ganhou muita repercussão na mídia ao propor um tratamento alternativo para o diabetes. Exibido na TV, o trabalho realizado por estudantes prometia auxiliar na diminuição dos níveis glicêmicos com apenas uma mistura de quiabo com água.

Após o experimento ter ser replicado em redes sociais, as quais chegavam a propor a substituição de medicamentos pela água com quiabo, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) emitiu na época um alerta ao público. Em nota, a SBD ressaltou que não havia qualquer evidência científica que comprovasse os benefícios da baba do quiabo para o tratamento do diabetes. Em razão disso, os especialistas desaconselharam seu uso como tratamento alternativo.