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quinta-feira, 19 de julho de 2018

Produtores destacam benefícios das caixas plásticas

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Mercadorias mais valorizadas, menos perdas e, principalmente, redução de custos. Esses são alguns dos benefícios apontados por produtores rurais em razão do uso de caixas plásticas no transporte e acondicionamento de frutas e hortaliças, no entreposto de Contagem da CeasaMinas. A preferência por este tipo de embalagem, em substituição às de madeira e papelão, é resultado do trabalho de orientação intensificado por técnicos da CeasaMinas neste ano, e da exigência cada vez maior do mercado comprador por mais qualidade.

A legislação permite três tipos principais de caixas: a de madeira, de papelão e de plástico. As de madeira e a de papelão, por não serem higienizáveis, devem ser obrigatoriamente descartadas após o primeiro uso. Já a caixa plástica é a única que pode ser higienizada e, por isso, reutilizada várias vezes.

“Tenho cliente que paga mais caro por um produto se estiver na embalagem plástica. Já me pagaram R$ 5 a mais por cada embalagem de jiló só por estar na caixa plástica”, ressalta o produtor Ailton Geraldo Correia, que representa a associação rural de Itatiaiuçu (MG).

Segundo ele, algumas das qualidades que os compradores mais valorizam nesse tipo de recipiente é a padronização do tamanho e do peso, o que garante mais confiabilidade ao produto. “O comprador consegue enxergar melhor o alimento. Isso passa uma imagem de qualidade da mercadoria, melhora a apresentação”, destaca.

Por semana, são comercializadas pela associação rural de Itatiaiuçu cerca de 3 mil caixas, sendo metade de plástico. “Mas a nossa intenção é virar 100% para o novo sistema”, afirma. A associação comercializa atualmente jiló, berinjela, couve-flor, milho verde, mandioca, inhame e chuchu.

Economia

Geraldo explica que as caixas de madeira são mais onerosas ao produtor, o qual  necessita fazer novas aquisições a cada uso. Ele calcula que o investimento feito na aquisição de 300 caixas plásticas terá sido pago, dentro de 45 a 60 dias, apenas com a economia gerada ao deixar de utilizar a madeira.

“Graças à economia ao usar o plástico, consegui trocar o antigo caminhão de 1982 que  tinha por um de 2013”, afirma outro produtor da CeasaMinas, Luciano da Silva Maia, do município de São Joaquim de Bicas.

Há cerca de três anos, Maia comercializa apenas em caixas plásticas, trazendo de 500 a 600 embalagens de chuchu e abobrinha por semana. Além da redução do custo ao deixar de lado os caixotes de madeira, ele conta que pôde reduzir a mão de obra utilizada para pregar as ripas.

“Meu comprador não me paga mais caro por causa da caixa plástica, mas em compensação tenho conseguido fidelizar meu público muito mais. Quanto mais o outro produtor concorrente usar a madeira, melhor para mim”, ele brinca.

Um dos motivos da aceitação pelo varejista está na redução dos danos ao produto. Maia calcula 30% menos perdas, quando frutas e hortaliças são acondicionadas nas embalagens plásticas.

Banco de Caixas

O Banco de Caixas do entreposto de Contagem é responsável neste local por alugar, receber, higienizar, estocar e entregar embalagens plásticas padronizadas dentro das normas.

Para a eficácia do sistema, é necessário que todos os agentes envolvidos - produtores, lojistas e compradores - utilizem suas caixas plásticas, que podem ser adquiridas ou alugadas. A fim de garantir o rodízio das embalagens, é utilizado o sistema de vale-caixas, por intermédio do Banco. Ou seja, para adquirir mercadorias em caixas plásticas na CeasaMinas, o comprador deverá passar pelo Banco e deixar um determinado número de embalagens. Em troca, receberá um cartão contendo créditos correspondentes ao mesmo número de recipientes deixados. 

Esse comprador, então, ao adquirir mercadorias acondicionadas em caixas plásticas  no entreposto repassa o cartão contendo os créditos ao lojista ou produtor rural. Quem recebe esse vale pode trocá-lo no Banco de Caixas e receber de volta as caixas, mediante pagamento da higienização. Um aplicativo também está sendo testado para agilizar a rotatividade das caixas entre produtores, lojistas e compradores. É desse modo, portanto, que o sistema promove a rotatividade das embalagens plásticas. 

Maior demanda

O presidente da Cooperativa dos Produtores de Hortifrutigranjeiros do Estado de Minas Gerais (Coophemg), José Antônio Silveira, afirma que cada vez mais produtores e lojistas têm aderido ao sistema das caixas plásticas. “Nos últimos 60 dias, tivemos adesão de 30 novos produtores de vários municípios como Baldim, Brumadinha e Pará de Minas”.

A cooperativa realiza a locação de caixas para produtores rurais e atacadistas, além do empréstimo a compradores sem custo por até 7 dias. Segundo Silveira, o giro de caixas aumentou 30% entre junho e maio, passando de 224 mil para 293 mil recipientes/mês. Em relação ao mesmo período de 2017, o aumento foi de 22%. Para dar conta do aumento da demanda, ele explica que a cooperativa adquiriu nos últimos dois meses 50 mil novas caixas plásticas.

Segundo o chefe da Seção de Agroqualidade da CeasaMinas, Joaquim Oscar Alvarenga, uma reunião neste mês no entreposto deverá discutir melhorias na logística do sistema do Banco de Caixas. O encontro deverá contar com representantes da CeasaMinas, dos produtores, lojistas concessionários e do Banco de Caixas.

Fonte CeasaMinas


terça-feira, 30 de agosto de 2016

Efeito climático ataca maior exportador de mamão do país

Seca causa queda nas produções de café e de mamão papaia do ES. Agricultores sofrem com a estiagem no norte do Espírito Santo. Estado é o principal produtor de conilon e maior exportador da fruta do país.

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A falta de chuvas fez o agricultor Rodrigo Martins mudar os planos e investir menos na plantação de mamão da propriedade em Linhares. “Nós tínhamos uma previsão de plantio de cem hectares, mas só plantamos 50. Precisa cuidar do que já está produzindo. Então, as áreas novas a gente espera um pouco mais para ver o que vai acontecer”, diz.

Linhares é o maior exportador da fruta no Brasil. Da cidade saem todo mês cerca de mil toneladas de mamão para a Europa, os Estados Unidos e os Emirados Árabes. Mas, com a estiagem histórica que castiga o estado, diminuiu o trabalho nas beneficiadoras. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya - Brapex a falta de chuvas fez a produção no estado cair quase 70%.

“Nos últimos dois meses começou a voltar um pouco melhor essa oferta da fruta. A tendência, que a gente espera, é que para o segundo semestre essa oferta possa se normalizar um pouco em comparação ao que foi nos últimos meses. Mas, isso vai depender de uma situação climática mais favorável”, diz Franco Fiorot, diretor executivo da associação.

O café conilon é outra cultura castigada pela crise hídrica na região. Segundo o INCAPER, a safra deste ano foi 40% menor em relação à colheita de 2015. “As lavouras foram muito afetadas. Elas perderam vigor e folha, chegando ao ponto de lavouras até morrerem. Com isso, a gente tem uma previsão não muito boa até para o próximo ano”, diz o Romário Gava Ferrão, agrônomo do INCAPER.

A queda na produção do café conilon já refletiu nos preços na Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel da Palha - Cooabriel, no noroeste do estado. “A cooperativa, em 2014, recebeu 1,168 milhão de sacas de café. Em 2015, foram 943 mil. Esse ano, até agora, tinha 70 mil sacas. A quebra foi muito grande”, diz Antônio Joaquim Neto, presidente da coope.

Fonte Globo Rural