sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Produtos da agricultura familiar terão identificação no Mercosul


Para celebrar os dez anos de criação da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf) e o encerramento do Ano Internacional da Agricultura Familiar, Camponesa e Indígena - instituído pela Organização das Nações Unidas, foram criados os Selos Nacionais de Identificação da Agricultura Familiar, durante a XXII Reaf, realizada na primeira semana de dezembro, em Montevidéu, no Uruguai.

Cada país membro da Reaf irá desenvolver o seu próprio selo onde constará também a identificação do Mercosul, mas o Brasil já possui a marca desde 2012. O Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar (Sipaf) é emitido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e terá apenas o acréscimo da identificação do Mercosul.

"Os selos são instrumentos fundamentais para estimular a identificação e visibilidade dos produtos da agricultura familiar, criando oportunidades de comercialização e alternativas de consumo consciente e responsável para estes produtos", destacou o diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor do MDA, Onaur Ruano.

Durante o encontro, os participantes também fizeram um balanço dos últimos dez anos de trabalho, identificando os principais avanços e desafios para o futuro. "A Reaf é um espaço de diálogo político sobre políticas públicas, onde são definidas diversas iniciativas de cooperação técnica internacional. Ela organiza iniciativas de caráter regional além de promover o diálogo direto entre os países", explicou o coordenador da Assessoria Internacional do MDA, Caio França.
Participaram cerca de 150 representantes de governos, movimentos e organizações sociais da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Reaf

A cada ano, um dos países membros assume a presidência pró-tempore da Reaf. O último encontro marcou o fim do mandado da Argentina e o início da gestão do Brasil, que sediará a próxima reunião. A Reaf foi criada em 2004, por sugestão do governo brasileiro, como órgão assessor do Mercosul para temas relacionados à agricultura familiar. Seu método de funcionamento está baseado na participação de governos e sociedade civil, que tem direito à voz em todas as instâncias de trabalho da Reunião.

"Ao longo de seus dez anos de existência, consolidou-se como uma das experiências mais exitosas de integração e cooperação regional para a elaboração de políticas públicas aplicadas para o fortalecimento da agricultura familiar", afirmou o coordenador da Assessoria Internacional do MDA.



Fonte: website do Ministério do Desenvolvimento Agrário

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Comer ovo faz bem


O ovo é um alimento altamente nutritivo. Porém, durante muito tempo ficou em segundo plano nas indicações e preferências nutricionais, uma vez que seu consumo associou-se à maior possibilidade de hipercolesterolemia – o popular “colesterol alto”.
No entanto, nos últimos anos houve uma mudança conceitual importante. O ovo fez um “upgrade” significativamente interessante, ganhou o honroso título de “saudável” e atualmente é consumido por pessoas de todas as idades, em todos os cantos do mundo.

A gema foi absolvida! Isso mesmo. Estudos recentes demonstraram que o colesterol LDL (que é o considerado “ruim”) contido na gema é pouco e insuficiente para ser o responsável pelo aumento da incidência de doenças cardiovasculares na população. Outros fatores, atuando em conjunto, têm importância mais relevante, como a genética e o estilo de vida de cada um, aí incluídos o sedentarismo e a alimentação inadequada, rica em gorduras de todos os tipos ou carboidratos e pobre em fibras, verduras, legumes e frutas. A gema, sozinha, não teria destaque significativo. Além disso, na gema há também o HDL, que é o colesterol “bom” que, ao contrário, limpa as artérias e protege o organismo.

A clara, por sua vez, está no foco de interesse de muitas pessoas, pois é basicamente constituída por uma das proteínas mais importantes e vitais para todos nós: a albumina.

Várias são as motivações que fazem as pessoas se interessarem especificamente pelos ovos na alimentação cotidiana. Atletas ou indivíduos que querem ganhar massa muscular e ter um corpo bem definido buscam na clara a quantidade de proteínas de que precisam. Há alguns vegetarianos que optam pelo ovo como única fonte proteica. Crianças, em geral, o adoram. Algumas querem ovo todos os dias.

Cabe, então, a pergunta: quantos ovos, afinal de contas, são permitidos por dia?

A resposta é simples assim: depende de quem você é, da sua condição física, idade, exames laboratoriais e estilo de vida. Um atleta tem necessidades diferentes de proteínas de um fisiculturista ou de um indivíduo sedentário, por exemplo. Uma pessoa com hipercolesterolemia familiar deve ter restrições ao consumo da gema.

Cada um tem, portanto, uma quantia individual e única permitida por dia. Não dá para ter uma regra que sirva para todos. Mas, de uma forma geral, os estudos afirma.m que adultos ou crianças, em boas condições de saúde, podem consumir até 1 ovo por dia, sem riscos. Quem quiser mais, deve necessariamente consultar um nutricionista, que irá definir o que é melhor para cada um

Lavouras de abacaxi premiadas em São João da Barra


Três produtores incentivados pelo programa Frutificar, do governo estadual fluminense, foram os vencedores no I Festival do Abacaxi, realizado no final de novembro, neste município do Noroeste do Rio de Janeiro.

Os produtores Reginaldo Silva de Souza, Arlindo Almeida da Silva e os irmãos Adeilson e Joilson Viana Toledo todos incentivados pelo Programa Frutificar, da secretaria estadual de Agricultura, tiveram o reconhecimento da qualidade de suas lavouras, no I Festival do Abacaxi em São João da Barra, neste final de semana. O grupo conquistou o primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente, na disputa. Todos os produtores premiados recebem a assistência técnica e financiamento do programa para incentivo à fruticultura irrigada no estado. De acordo com o Ronaldo Soares, coordenador do Programa Especial de Fomento Agropecuário e Tecnológico - Pefate, da secretaria estadual de Agricultura, isso comprova a excelência do pacote tecnológico ofertado pelo programa aos produtores assistidos.

"O pacote que vem sendo implementando inclui mudas de qualidade e alto padrão genético, alta eficiência da irrigação, programa de adubação e dos tratos culturais e fitossanitários. Isso permite que os produtores possam colher suas lavouras seis meses antes do previsto, com frutos de melhor tamanho e qualidade, aumentando em 38% a rentabilidade da atividade", destacou.

A secretaria de estadual de Agricultura, através do Frutificar, desde 2008, investiu mais de R$ 1.600.000,00 na atividade, em São João da Barra, financiando 70 produtores, o que representa 100/ha de abacaxi. Neste ano, o município espera colher uma safra recorde de 18 milhões de pés da fruta. São João da Barra é um dos maiores produtores de abacaxi da região.

Durante o I Festival do Abacaxi, que aconteceu nos dias 28, 29 e 30/11, no distrito de Sabonete, técnicos da secretaria deram palestras aos produtores sobre a adequação ambiental da propriedade rural, apresentada pela técnica do programa Joana Siqueira, e documentos do produtor rural, ministrada pelo estensionista da Emater-Rio, Felipe Pereira dos Santos.

Agricultores orgânicos do Noroeste fluminense ganham certificação


Regularização de produtores do programa Rio Rural, do governo estadual fluminense, permite venda direta da produção.

Grupos de produtores de onze municípios do Noroeste Fluminense receberam, no último sábado (29/11), a declaração de cadastro como Organismos de Controle Social (OCS), uma das modalidades de certificação de produtores orgânicos emitida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A entrega foi feita a agricultores participantes do Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, durante a Feira do Empreendedor, promovida pelo Sebrae, na capital fluminense. Durante a cerimônia de entrega dos certificados aos agricultores orgânicos, o ator e produtor orgânico Marcos Palmeira, contou os desafios que enfrentou durante o processo de transição.

O cadastro das OCS, que beneficia 98 agricultores, foi um grande avanço para o Noroeste Fluminense, que antes tinha apenas cinco agricultores certificados. Com o reconhecimento, as organizações estão autorizadas a vender produtos orgânicos diretamente ao consumidor, à merenda escolar (através do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE) ou à CONAB (Programa de Aquisição de Alimentos - PAA).Para o casal de agricultores familiares Alzinete Rangel e Elias Mendel, a certificação ajudará a ampliar as oportunidades de acesso a mercados: "Agora os consumidores têm mais uma garantia de que nossa produção é toda orgânica, sem uso de agrotóxicos - comemorou Alzinete, uma das seis integrantes da Associação de Agricultores Agroecológicos de Santo Antônio de Pádua, que recebeu a certificação. A produtora teve apoio do Programa Rio Rural para adotar práticas agrocológicas e de conservação ambiental".

Parcerias entre o Sebrae-RJ, Programa Rio Rural, Ministério da Agricultura, Emater-Rio, Embrapa Agrobiologia e Pesagro-Rio, e outras instituições, possibilitaram a certificação, através do sistema OCS, sem custos para o agricultor. No Noroeste Fluminense, treze grupos (um por município) estão organizados em três associações: Associação dos Produtores Orgânicos do Extremo Noroeste (APROENF), que engloba os municípios de Porciúncula, Natividade, Varre-Sai e Bom Jesus do Itabapoana; Associação dos Agricultores Orgânicos do Centro-Noroeste (AAOCEN), reunindo os agricultores de Itaperuna, Italva, Laje do Muriaé e São José de Ubá; e Associação dos Produtores do Baixo Noroeste (Cambuci, Miracema, Pádua, Itaocara, Aperibé).

Controle Social

De acordo cm o Ministério da Agricultura (MAPA), uma OCS é um "grupo, associação, cooperativa ou consórcio a que está vinculado o agricultor familiar em venda direta, previamente cadastrado no ministério, com processo organizado de geração de credibilidade a partir da interação de pessoas ou organizações, sustentado na participação, comprometimento, transparência e confiança, reconhecido pela sociedade".

Nessa forma de regularização, quem garante a qualidade orgânica é o produtor, acompanhado de perto pela sociedade. A garantia se baseia na relação de confiança entre quem vende e quem compra. Ainda que o número de produtores ligados a uma OCS seja reduzido, se o controle da sociedade é exercido e registrado, ela cumpre sua finalidade. Os agricultores devem permitir que seus consumidores visitem sua propriedade, para que possam verificar os processos de produção.

Durante a cerimônia de entrega dos certificados aos agricultores orgânicos, o ator e produtor orgânico Marcos Palmeira, contou os desafios que enfrentou durante o processo de transição. Ele ressaltou a importância da sustentabilidade financeira das unidades produtivas.

Seca provocou maior perda em 50 anos na agricultura paulista


O ano de 2014 caminha para ser um dos mais quentes já registrados, senão o mais quente, caso as temperaturas permaneçam acima da média até o fim de dezembro. A informação preliminar foi divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta quarta-feira (3/12), na Conferência Climática das Nações Unidas, a COP 20, em Lima.Segundo a  meteorologia, a seca que atingiu o Sudeste brasileiro neste ano foi a pior em 80 anos. Somente no estado de São Paulo, a estiagem deverá causar a maior perda em 50 anos na agricultura

Na prévia do relatório “Status Global do Clima 2014”, a agência da ONU apontou que de janeiro a outubro deste ano a temperatura média da superfície da Terra e dos oceanos foi de 14,57 graus centígrados, 0,57ºC acima da média entre 1961 e 1990, período usado como referência pela OMM.

O recorde até então é de 0,55 grau centígrado, registrado em 2005 e 2010. Se as temperaturas de novembro e dezembro seguirem essa tendência, 2014 passará a ser considerado o ano mais quente desde 1850, quando esse tipo de medição foi iniciado.

A confirmação só deve acontecer no primeiro trimestre de 2015. Mas para a OMM, já é possível afirmar que dos 15 anos mais quentes da história, 14 foram no século 21.

“O que vimos neste ano é consistente com o que esperamos de um clima em mudança”, disse Michel Jarraud, secretário-executivo da OMM, em comunicado divulgado pela instituição. “As emissões recordes de gases-estufa associadas às concentrações de gases na atmosfera estão levando o planeta para um futuro incerto e inóspito”, complementou.

A análise é feita a partir de resultados obtidos pela Agência Americana Oceânica e Atmosférica, a NOAA, o Met Office, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, e a agência espacial americana, a Nasa.

Impactos no Brasil

O documento da OMM cita a seca na região Sudeste do Brasil como uma das anomalias que ocorreram em consequência da temperatura global maior. De acordo com o texto, a seca severa em áreas do leste do país e na região central “causou um déficit hídrico grave que se estende por mais de dois anos. A cidade de São Paulo tem sido particularmente afetada com a grave escassez de água e o baixo nível do reservatório Cantareira”, disse o informe.

Ceasas discutem guia alimentar em encontro da Abracen


Encontro Nacional da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen), realizado durante dois dias em São Paulo, teve o Guia Alimentar, do Conselho Nacional de Saúde, como um dos temas em discussão por representantes de todas as Ceasas do país, como parte do projeto de segurança alimentar lançado pelo governo federal. Neles, os consumidores são orientados a dar preferência a alimentos minimamente processados ou in natura. No primeiro caso os exemplos são: salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e defumadas; sardinha e atum de latinha, queijos e pães; e no segundo, carnes, verduras, legumes e frutas.

Instrumento de educação alimentar, o novo Guia Alimentar para a População Brasileira foi lançado no início de novembro passado, pelo Ministério da Saúde, durante reunião no Conselho Nacional de Saúde. “A intenção do guia é que o cidadão brasileiro tenha um consumo alimentar mais saudável, e, a partir desta prática, previna doenças crônicas não transmissíveis causadas pela má alimentação, como diabetes, hipertensão, obesidade, além de AVC, infarto e câncer”, explica Patrícia Jaime, coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde e responsável pela coordenação geral do projeto de elaboração do Guia Alimentar.

Redigido em linguagem acessível, o guia se dirige às famílias, profissionais de saúde, educadores, agentes comunitários e outros trabalhadores cujo ofício envolve a promoção da saúde da população. A versão impressa do documento, com 151 páginas ilustradas, será distribuída às unidades de saúde de todo o país, e a versão digital estará disponível no portal do Ministério e foi fruto de um processo longo e responsável que contou com a parceria do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo e com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde e substitui versão anterior de 2006.

O processo de elaboração, iniciado em novembro de 2011, incluiu a realização de duas oficinas nacionais com pesquisadores, profissionais de saúde, educadores e representantes de organizações da sociedade civil de todas as regiões do Brasil e oficinas regionais conduzidas em todas as 27 unidades da federação. A conclusão deste processo envolveu consulta pública que contou com 436 participantes, entre instituições de ensino, órgãos públicos, conselhos e associações profissionais, setor privado e pessoas físicas, e da qual resultaram 3.125 valiosos comentários e sugestões.

Orientação

O guia orienta as pessoas a darem preferência por alimentos in natura ou minimamente processados. Há informações desde como selecionar os alimentos e transformá-los em refeições saudáveis e saborosas – resgatando os hábitos tradicionais da culinária brasileira – até informações sobre o ambiente ideal para desfrutar a alimentação, evitando assistir à televisão, falar no celular, ficar em frente ao computador ou atividades profissionais durante as refeições. “O guia também mostra como podemos superar alguns obstáculos do nosso cotidiano, como tempo, ambiente, acesso e preços dos alimentos, muitas vezes barreiras para uma alimentação saudável”, observa Patrícia Jaime.

“Entendemos a alimentação não só na perspectiva biológica, no aporte de energia e nutrientes. O guia traz mensagens também no contexto social, dentro do sistema alimentar .  Quando compartilhamos o momento da nossa refeição com membros da família, colegas de trabalho ou escola, também compartilharmos vivências. É um momento importante de convívio social e para desfrutar da alimentação. Por isso uma recomendação do guia é dar à alimentação o tempo que ela merece, considerando o seu papel na saúde e preservação da cultura brasileira”, exemplifica.

Patrícia Jaime ressalta que este conjunto de orientações foram sintetizados nos Dez passos para uma Alimentação Adequada e Saudável, resumo que pode ser utilizado na comunicação em saúde, no processo da educação alimentar e nutricional pelos profissionais da atenção básica, de educação e outros agentes comunitários envolvidos com a agenda da promoção da Saúde e educação da Saúde.

São eles:

•          Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação

•          Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias

•          Limitar o consumo de alimentos processados

•          Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados

•          Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia

•          Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados

•          Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias

•          Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece

•          Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora

•          Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.

O novo guia dá grande importância às formas pelas quais os alimentos são produzidos e distribuídos, privilegiando aqueles cuja produção e distribuição seja socialmente e ambientalmente sustentável como os alimentos orgânicos e de base agroecológica.  ‘O Guia Alimentar para a População Brasileira contém recomendações que trazem benefícios para as pessoas, para a sociedade e para o planeta’, destaca Carlos Augusto Monteiro, Professor Titular de Nutrição e Saúde Pública da Universidade de São Paulo e responsável pela orientação da equipe técnica que elaborou o Guia Alimentar.

Saiba quais são os diferentes tipos de alimentos:

Alimentos in natura: essencialmente partes de plantas ou de animais. Ex: carnes, verduras, legumes e frutas.

Alimentos minimamente processados: quando submetidos a processos que não envolvam agregação de substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e pasteurização. Ex: arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas secas e sucos de frutas sem adição de açúcar ou outras substâncias; castanhas e nozes sem sal ou açúcar; farinhas de mandioca, de milho de tapioca ou de trigo e massas frescas.

Alimentos processados: são fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar a alimentos para torná-los duráveis e mais palatáveis e atraentes. Ex: conservas em salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e defumadas; sardinha e atum de latinha, queijos e pães.

Alimentos ultraprocessados: são formulações industriais, em geral, com pouco ou nenhum alimento inteiro. Contém aditivos. Ex: salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, “barras energéticas”, sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, “chips”, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets.

Seca e chuva intensa, o que é pior para o produtor mineiro?



Agricultores da Grande BH respiram melhor e começam a contornar as perdas causadas pela forte estiagem deste ano, com o retorno das chuvas. Mas água em excesso também é ruim para as hortas e para os preços. Produtores rurais tiveram perdas de até 50%, majorando preços,  como os da  batata, que chegou a 91% de alta. Cerca de 20% das mercadorias que circulam todos os dias na Ceasa de Irajá, Zona Norte do Rio, é proveniente de Minas Gerais.


Depois da longa estiagem, que prejudicou a produção de hortaliças no estado, provocando perdas de até 50% nos campos e hortas que abastecem as feiras e sacolões de Minas Gerais, os produtores começam a se preocupar com a chuva. As águas chegam para aliviar os prejuízos com o sol escaldante, mas complicam o cultivo da maioria das 60 espécies produzidas no estado, principalmente de folhosas e também das lavouras de tomates, cenoura, beterraba, brócolis, couve e repolho, entre outros cultivos. Na entressafra, que começa agora e termina em março, os preços desses alimentos são tradicionalmente mais altos para o consumidor. O alívio que as chuvas trazem, no entanto, ainda não teve reflexo no varejo e o período da seca, que atrasou o plantio, ainda vai influenciar os preços, provavelmente, até janeiro.

No atacado, quer dizer na venda do produtor ao distribuidor e às redes de sacolões, supermercados e restaurantes, os preços subiram 4,1%, em média, no mês passado, frente a outubro, quando as chuvas começaram, para o conjunto de 150 produtos hortigranjeiros ofertados no entreposto de Contagem da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas). A batata-inglesa foi a campeã das altas, com variação de 91,5% no mês analisado, sendo comercializada a R$ 0,90 por quilo. A evolução do preço do limão, de 29,7%, também se destacou. O quilo do produto custava R$ 3,10 em novembro, no atacado.
  
   


A pressão sobre o bolso do consumidor poderá aumentar, se outros itens, como as frutas, não forem suficientes para conter a carestia à mesa. As hortaliças encareceram 8,33%, em média, neste ano, e os legumes ficaram, também na média, 10,33% mais caros, ante uma inflação de 5,99% medida de janeiro até a terceira semana de novembro, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Fundação Ipead, vinculada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O indicador retrata as despesas das famílias com renda entre um e 40 salários mínimos em Belo Horizonte.

No chamado cinturão verde da Região Metropolitana de Belo Horizonte, os produtores voltaram a armazenar água e a religar sistemas de irrigação, mas é preciso mais uma ou duas semanas para que a oferta seja recomposta, se não houver variações bruscas do tempo que possam sacrificar o desenvolvimento das plantas ou comprometer sua qualidade. Há 20 anos no ramo, o produtor Robson Ney Lobato retomou o plantio em áreas onde a lavoura foi arrasada pela estiagem na Fazenda Vera Cruz, de Sarzedo. Cerca de metade da oferta diária de 13 mil a 13,5 mil unidades de 28 tipos de folhas teve de ser buscada junto a outros fornecedores, para que ele não interrompesse os contratos com grandes redes supermercadistas da Grande BH, sacolões e restaurantes.


Instabilidade ruim


"Foi o pior período de falta d’água que já enfrentamos, mas também prejudica a oscilação do clima, com pancadas fortes de chuvas, que retiram até o mato da terra", afirma. Com o plantio atrasado, Robson Lobato buscou alface na zona rural de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), distante cerca de 1 mil quilômetros, e no Rio de Janeiro, a um percurso de 500km das lavouras próprias. Em período de quebra da produção, a frota de caminhões da empresa dele costumava recorrer à plantações em São Paulo. A compra no Paraná encarece o produto ao redor de 35%, de acordo com o produtor.

O vizinho Vicente Luiz Neto, dono do Sítio Rocinha, capaz de oferecer 800 unidades, por dia, em média, de alface, agrião, rúcula e coentro, enfrentou a mesma dificuldade para manter a produção no sistema de hidroponia. Das 120 estufas instaladas no terreno de 8 mil metros quadrados, 60 foram paralisadas por dois meses, baixando a oferta a 60 unidades diárias. Nos últimos 30 dias, as entregas retornaram ao volume de 500 unidades mensais, à custa da construção de um terceiro poço artesiano. "Nunca vi tanta escassez de água em 20 anos de trabalho no campo", afirma o produtor, aos 80 anos.

Em Brumadinho, no assentamento das Pastorinhas, a meta era colher, neste ano, cerca de 15 toneladas de hortaliças, que são vendidas nas feiras livres de Belo Horizonte e também direto ao consumidor. "Devemos produzir só 6 toneladas. Como a seca foi forte demais, a produção caiu muito", explica Valéria Antônia Carneiro, representante do assentamento. Segundo ela, com a chuva, a produção do assentamento vai melhorar, agora concentrada em culturas como quiabo, milho e beringela. "Neste ano, que foi atípico, em plena safra o consumidor percebeu na feira livre a oferta menor de alguns produtos e preços um pouco mais altos", avalia.



Trocas nos cardápios


Às vésperas das festas de fim de ano, a pesquisa de preços e a alternativa de substituição de produtos mais caros ganham força para o consumidor driblar novas altas de preços das hortaliças, legumes e frutas, observam Ricardo Martins, coordenador da Seção de Informações de Mercado da CeasaMinas, e Eduardo Antunes, gerente de pesquisa da Fundação Ipead/UFMG. Ricardo lembra que tendem a ficar mais altos os preços de produtos como batata, limão, cenoura-amarela ou baroa, conhecida como mandioquinha, abacate, goiaba, mamão e maracujá.

Em contrapartida, podem favorecer o orçamento, contendo disparada de preços, quiabo, milho verde, alho, mandioca, ameixa, pêssego, nectarina e figo. Quem pode, opta por comprar direto do produtor, a exemplo do representante comercial Ernane Fernandes Alves, que trabalha frequentemente na Grande BH. "Compro de produtores pelo menos uma vez por mês. A economia é superior a 50% em comparação aos preços nos sacolões", afirma.

O novo guia impresso possui 151 páginas ilustradas e será distribuído às unidades de saúde de todo o país. A versão digital está disponível no portal do Ministério da Saúde (saude.gov.br).


"Se as chuvas não forem equilibradas teremos uma alta perto de 10% no preço das folhosas", calcula Pascoal Moreira, presidente da Associação de Produtores Rurais de Brumadinho. As chuvas que começam em outubro e terminam em março trazem mais doenças e pragas para as hortaliças, o que prejudica a oferta ao varejo, segundo Georgeton Silveira, coordenador estadual de olericultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). Outra questão é que os produtos perecíveis como as folhosas devem ser fornecidos num raio de 50 quilômetros, limitando a oferta vinda de outros estados. "O produtor acaba reduzindo a área de cultivo de espécies de maior risco e investindo naquelas que sofrem menos, como o milho verde, quiabo, abóbora, pepinos", explica.

Ladislau Jerônimo de Melo, presidente da Associação de Produtores da CeasaMinas, diz que a chuva interfere muito na qualidade das folhas, frutas e legumes. "Quando temos água é bem mais fácil produzir no tempo seco." Ele diz que neste momento é comum o consumidor sentir alguma alta de preços no sacolão, motivada pelo aquecimento do consumo em dezembro, mas também pelo volume de chuvas. Para os produtores, é como uma encruzilhada. Ao mesmo tempo em que torcem para que a chuva venha para recuperar as bacias dos rios, a quantidade além da medida ameaça a produção.

Em Sete Lagoas, na Região Central de Minas, Benedito Rafael da Costa, representante da Associação de Hortas Comunitárias, afirma que o sufoco para driblar a seca foi grande. "A chuva resolve o problema da seca, mas com o excesso de água, muitas hortaliças não se desenvolvem." Quando o volume de chuvas é alto a produção de alface, couve, cebolinha e vagem chega a cair 70% na região, nas estimativas do produtor.



Fonte: website do Jornal Estado de Minas