terça-feira, 29 de setembro de 2015

Alta desenfreada do dólar ajuda na exportação de frutas

                               


Evento da economia, por exemplo, aumenta o lucro dos produtores de melão do Ceará, terceiro maior exportador de frutas do Brasil.

O Ceará, grande exportador de melão, enfrenta uma situação curiosa: por um lado, registra perdas por causa da seca; por outro, lucra com a alta do dólar.

Do momento da colheita em diante a fruta do Ceará tem um longo caminho a percorrer até cruzar o oceano. O estado é o terceiro maior exportador de frutas do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Bahia. Mais de US$ 27 milhões foram negociados no primeiro semestre com mercados de todos os continentes.

O melão é o carro chefe. Um quarto da fruta produzida vai para exportação. Neste caso, quanto mais o real perde valor, mais se ganha.

"Por exemplo, a gente vende uma caixa de melão a US$ 10. Então, se no ano passado, quando o dólar estava R$ 2,50, a gente recebia R$ 25,00 por uma caixa de melão. Hoje, se tem um aumento significativo no preço”, avalia o empresário Luiz Barcelos.

Mas se a economia favorece o lucro, o tempo prejudica a produção. Com quatro anos seguidos de seca e a pouca água dos reservatórios sendo destinada para o consumo humano, a área de plantio de uma indústria agrícola no Ceará foi reduzida pela metade este ano. Duas fazendas inteiras tiveram de ser desativadas por falta de condições para manter a irrigação.

Na fazenda em Quixeré, 800 funcionários perderam o emprego. Foi um golpe para economia da região e para vizinhos da fazenda. Os responsáveis pela fazenda precisaram adquirir terras para plantar em outros estados com maior oferta de água para cumprir os contratos de exportação.

"Investi no Rio Grande do Norte, mais precisamente no município de Apodi, onde a gente hoje tem outra fazenda, e no município de Inajá, no Pernambuco”, diz o gerente administrativo Francisco José do Nascimento.

Agora é só esperar que o tempo também esteja a favor dos produtores, já que as frutas do estado continuam conquistando mercados.

"O aumento do dólar vem influenciando cada vez mais as buscas pelo novo mercado. Então, esse ano nós estamos fazendo os primeiros testes com a Arábia Saudita e o Egito, e estamos nas conversas iniciais para começar um acordo comercial com os Estados Unidos", diz o gerente de exportação Marcellus Fernandes Júnior.

Atualmente, menos de 1% do total de frutas comercializadas no mercado internacional sai do Brasil.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Primavera: Floricultura tropical recupera áreas degradadas e nascentes no Noroeste fluminense

                            


Bom exemplo para ser citado. Sistema agroflorestal, compostagem e adubação verde melhoraram o solo e aumentaram oferta de água em sítio em Santo Antônio de Pádua.

No sítio Boa Sorte, em Santo Antônio de Pádua, no Noroeste fluminense, tudo são flores. Helicônias, bastões do imperador, alpinias e antúrios, entre outras espécies da floricultura tropical, além beleza e da geração de renda para a produtora Waninha Jardim, também são utilizadas para a recuperação de áreas degradadas da propriedade.

A adoção de sistema agroflorestal, que combina espécies arbóreas com cultivos agrícolas, utilização de compostagem e de adubação verde permitiram a descompactação do solo, devolvendo suas características físico-químicas em cerca de três hectares da propriedade. O plantio de árvores próximas a cinco nascentes está contribuindo para a recuperação e maior disponibilidade de recursos hídricos no sítio.

Com introdução de espécies consorciadas, que serviram como sombreamento para a produção de flores tropicais, Waninha utilizou plantas como o cacau, feijão guandu e grama amendoim, entre outras. Esse manejo vem gradativamente melhorando a fertilidade do solo e resultando no aumento da produtividade.

Servidora pública aposentada precocemente em decorrência de doença congênita que reduziu sua visão, Waninha Jardim buscou na floricultura uma alternativa de ganhos para o sítio, ao mesmo tempo em que descobria uma nova ocupação.

- Interagir com a natureza me permitiu relaxar, amenizando o foco do meu problema. Isso melhorou minha qualidade de vida e ainda estou gerando emprego para dois colaboradores que me auxiliam desde o plantio até a pós-colheita - afirmou.

Para a coordenadora do Programa Florescer, da secretaria estadual de Agricultura, Nazaré Dias, a prática sustentável adotada pela produtora está fazendo o diferencial da propriedade, em relação as áreas vizinhas, onde a forte estiagem tem afetado a atividade agropecuária.

Referência no Noroeste na produção de flores tropicais, a propriedade recebe alunos e excursões com produtores de outras regiões para conhecerem o sistema de cultivo adotado. As flores são vendidas para decoradores e igrejas nos municípios vizinhos da região.

Como será a primavera de 2015?

                              


A estação de transição para o verão está sob a influência do El Niño. A chuva deve ficar muito acima da média no Sul do Brasil. Áreas de São Paulo e de Mato Grosso do Sul também serão beneficiadas com muita chuva, mas outras partes do país, como o norte de Minas Gerais e a Região Nordeste ainda vão enfrentar meses de seca ou de chuva escassa.

Além disso, o fenômeno deixa a temperatura acima do normal e a estação promete ser quente especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste.

A primavera começa nesse dia 23/9, às 5h20 (hora de Brasília), e marca o início da safra de verão, como o começo da semeadura da terra; bem como, a recomposição dos reservatórios nesse época do ano.  Mas, boa parte do país irá sofrer com a seca, como os estados do nordeste, que ainda estão lidando com a escassez de água.  Em outubro, segundo o meteorologista do Clima Tempo,  Alexandre Nascimento,  vamos ter muito calor; novembro, chuvas, e dezembro, seca ainda mais no Nordeste. 

De acordo com o mapa descrito, teremos chuva extrema nos estados do Sul, como Rio Grande e Santa Catarina, incluindo parte do Paraná, estados do Centro Oeste e do Norte.  Chuva regular e dentro da média, em parte de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de todo o Norte.

As chuvas abaixo do normal vão atingir quase a totalidade de Minas Gerais, Norde do Rio de Janeiro, todo o Espírito Santo e o Nordeste do país.

Nesse cenário estão importantes áreas de plantações de alimentos, o que nos coloca 2016 em cheque com possível aumento de preços de dimuição dos produtos nas centrais de abastecimento.

Veja análise do tempo na Primavera e início do Verão neste vídeo do Clima Tempo.


http://www.climatempo.com.br/videos/video/B5K1hJWm4C4

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Tomate, cebola amarela, batata: preços podem aumentar

   
 
Se depender do volume de mercadorias que está chegando na CeasaMinas, é bom ficar de olho em certos detalhes e começar a prestar atenção na queda de alguns hortigranjeiros que estão chegando à central de abastecimento para serem negociados. E, sinônimo de queda significa que haverá possível aumento de preços. E o tomate, a cebola e a batata, entre outros que iremos discutir aqui mais adiante, estão nesse patamar de alerta "amarelo".

Nós, do CeasaCompras.com, fizemos uma análise minuciosa do estudo elaborado pela diretoria técnica da Ceasa mineira, que tomou por base vários fatores que impactaram na movimentação de mercadorias, onde foi constatada uma queda geral de 7% no mês de agosto, se comparado à julho deste ano. No entanto, esse índice fica reduzido a 1% se comparado a agosto de 2014. A movimentação estimada em dinheiro é de R$ 366 milhões.

Com participação de 30,96% na movimentação de mercadorias na central, as frutas, ao contrário, vem tendo um aumento satisfatório, somando um total de 11,24% de crescimento entre julho e agosto passados, e de 8,22% no período de um ano. As frutas importadas, mesmo com a alta do dólar (elas são compradas com base na moeda americana), se recuperaram ao apresentar 23,07% de crescimento em mercadoria negociada. Mas mesmo assim está reduzido a 12,02%, entre agosto de 2015 e agosto de 2014.

Ovos

A produção de ovos que chega à CeasaMinas ainda continua apresentando queda: caiu 7,68% entre julho e agosto. Nos últimos doze meses o índice representa apenas 1,59%.

Dinheiro

O total geral representado em dinheiro circulando no mercado teve crescimento apenas de 1,36% no período de um ano: de R$ 186,4 milhões em agosto de 2014, para R$ 189 milhões em agosto deste ano.

Outras quedas e uma alta

O tomate apresentou queda de 10,14% de julho a agosto, apesar de ter aumentado 11,76% no volume de mercadoria negociada no mercado nos últimos doze meses. Temos também: quiabo (-22,10%), jiló (-30,53%) e milho verde (-26,15%). São as quedas maiores.

Em relação ao tomate, a culpa seria por conta do meio oeste mineiro - coisa considerada atípica para o período - que reduziu a oferta do produto. Mas, apesar desse recuo, os preços do tomate caíram devido a presença da produção negociada vinda da mesorregião metropolitana de Belo Horizonte, do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás e São Paulo.

O chuchu, depois de cair 35,87% em um ano, voltou a subir em volume no mercado, alcançando 25,53%, de julho para agosto, fazendo cair os preços ao consumidor.

Batata

No setor de hortaliças, raiz, bulbo, tubérculos e rizoma, a batata lisa teve movimentação de carga na central mineira recuada em 21,19%, entre julho e agosto. Apesar de ter apresentado crescimento de 79,66% no período de um ano.

No caso da batata, em 2015 houve redução de oferta para a CeasaMinas vinda de regiões produtoras do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba,  o que não aconteceu no ano passado. Neste caso, a central de abastecimento está recebendo batatas do oeste mineiro, Goiás e São Paulo. O que garante oferta estável, de acordo com estimativas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Cepea.

Cebola e alho

Depois de crescer 172,13% em volume negociado, entre agosto de 2014 e agosto de 2015, a cebola amarela recuou 13,32%, no volume negociado entre agosto e julho passados. O alho brasileiro, que cresceu 49,69% em um ano, apresentou queda de 5,35% nos últimos dois meses. Outras quedas apresentadas foram: cenoura (-11,64%), mandioca (-11,29%), inhame (-14,79%), beterraba (-31,88%).

Frutas em queda

Em relação às frutas brasileiras, as quedas acentuadas foram as da banana prata (-29,41%), mamão formosa (- 29,34%), mamão Havaí (-37,30%) e o melão (-39,72%).

Alta no volume

No caso das altas no volume de frutas negociadas na central mineira, o destaque ficaram por conta da tangerina ponkam (+ 35,59%), banana nanica (+ 34,72%), melancia (+ 19,74%) e maracujá (+ 10,82%).

Fique de olho na hora de ir ao supermercado ou à feira

                        
               

Objetivo é o de driblar a alta da inflação e dos juros nas compras.Alimentos e bebidas acumulam alta de 7,30% no ano e 10,65% em 12 meses. Inflação e taxa de juros altas comprometem o salário dos brasileiros e reduzem o poder de compra.

Ficar atento às promoções, evitar levar crianças às compras, ir à feira um pouco antes da hora da xepa e até optar por frutas, verduras e legumes da estação são algumas das sugestões que podem reduzir o valor da conta do supermercado e da feira.

Em agosto, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), acumulou alta de 9,53% em doze meses. No ano, de janeiro a agosto, o índice foi a 7,06%, o maior desde 2003, quando chegou a 7,22% no mesmo período.

Apesar de os preços dos alimentos de das bebidas terem apresentado desaceleração de julho para agosto, de 0,65% para -0,01%, influenciado pela queda da batata-inglesa (-14,75%), do tomate (-12,88%) e cebola (-8,28%), nem tudo ficou mais em conta. A farinha de mandioca, por exemplo, subiu 4,40%, o alho, 2,74%, e a carne, já acumula alta de 19,85% em doze meses.

No ano, segundo o IBGE, o grupo de alimentação e bebidas registrou inflação de 7,30%, acima do observado no acumulado do mesmo período da inflação total. Em doze meses, os alimentos já estão 10,65% mais caros, também superando o acumulado do IPCA no mesmo período.

A alta do dólar (a moeda chegou a R$ 3,90 nesta semana, depois que a agência de risco Standard & Poor's tirou o grau de investimento do Brasil – o "selo de bom pagador" do Brasil), também influencia o aumento do preço dos alimentos, como no caso do macarrão, por causa do trigo.

Veja a lista dos alimentos que mais caíram e os que mais subiram

Batata-inglesa, tomate e cebola ficaram até 14,75% mais baratos. A inflação deu um certo alívio ao bolso do brasileiro de julho para agosto, ao desacelerar de 0,62% para 0,22%, o menor índice para o mês desde 2010, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os preços dos alimentos e das bebidas também diminuíram de julho para agosto (de 0,65% para -0,01%). Os destaques ficaram com a batata-inglesa (-14,75%), com o tomate (-12,88%) e com a cebola (-8,28%). Mas nem tudo ficou mais em conta. A farinha de mandioca, por exemplo, subiu 4,40% e o alho, 2,74%.

Alimentos/Variação (em %)

Batata-inglesa: -14,75%

Tomate: -12,88%

Cebola: -8,28%

Açaí: -7,35%

Cenoura: -6,26%

Feijão-carioca: -3,37%

Feijão-fradinho: -3,29%

Feijão-mulatinho: -3,28%

Feijão-preto: -1,80%

Cerveja: - 1,21%

Farinha de mandioca: 4,40%

Alho:  2,74%

Suco de frutas: 1,93%

Leite longa vida: 1,69%

Carne seca e de sol: 1,58%

Hortaliças: 1,37%

Macarrão: 1,31%

Chocolate em barra: 1,19%

Cerveja fora: 1,13%

Frango em pedaços: 1,13%

Fonte: IBGE

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

ESPECIAL : Dez municípios fluminenses assinam convênio para ampliar classe média rural

                            

Com o apoio do Governo do Rio, o foco é promover a ascensão dos produtores. Ministra da Agricultura Kátia Abreu anunciou também as revitalizações da Cobal do Humaitá e da Cobal do Leblon, ambas na Zona Sul carioca, para serem referência na venda de produtos orgânico.

Dez municípios do Estado do Rio de Janeiro assinaram, nesta quinta-feira (10/9), termos de autorização permitindo ações do programa O Campo na Classe Média em seus territórios. O programa é desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e tem como objetivo ampliar a classe média rural brasileira, por meio de ações que visem a mobilidade social. A assinatura dos acordos, no Palácio Guanabara, contou com as presenças da ministra de Agricultura, Kátia Abreu, e do governador Luiz Fernando Pezão.

Os convênios com as prefeituras fluminenses são a primeira etapa do processo de mapeamento de produtores rurais de cada um dos municípios, segundo critérios de renda, produtividade e desenvolvimento. Com o apoio do governo do Rio, o foco inicial é promover a ascensão dos produtores fluminenses da cadeia econômica de alimentos orgânicos, que abrange os municípios de Barra do Piraí, Pinheiral, Piraí, Rio das Flores, Rio de Janeiro, Santa Maria Madalena, São José de Ubá, Teresópolis, Trajano de Morais e Varre-Sai.

- No Estado do Rio, a produção de orgânicos é muito forte e essa atividade deve ser desenvolvida, pois é um excelente nicho e mercado. Queremos, inclusive, adaptar a Cobal do Humaitá e do Leblon para que sejam pontos de referência. Nossa ideia é que os pequenos produtores com baixa renda consigam chegar ao patamar da classe média, e o principal instrumento para isso é a qualificação e o uso da tecnologia, que ajudam a otimizar a produção agrícola. O programa vai oferecer assistência técnica por dois anos, com curso de qualificação de cerca de 200 horas. Os pequenos agricultores só precisam de oportunidade para conquistar uma melhor performance na hora de vender seus produtos e também na hora de comprar os insumos - explicou a ministra de Agricultura, Kátia Abreu.

O governador Luiz Fernando Pezão destacou a importância de incentivar a atividade agrícola no estado.

- É um ótimo programa, porque a agroindústria representa quase 9% do PIB do estado, gerando quase 700 mil empregos. E tudo o que vier de recursos e tecnologia para auxiliar os pequenos produtores fluminenses a se desenvolverem também é muito importante – afirmou Pezão.

O programa O Campo na Classe Média pretende promover 400 mil produtores rurais das Classes D e E para a Classe Média Rural até 2018. A intenção é agregar valor aos produtos dos pequenos agricultores, aumentando a produtividade e a competitividade. Na ação, o Governo Federal apoiará a criação de associações locais de produtores ou facilitar a integração em cooperativas existentes, corrigirá imperfeições de mercado, otimizando a compra de insumos e a venda de produtos, e também levará capacitação ao produtor, com cursos de gestão e de técnicas produtivas fornecidos pelo Sebrae.

Na crise, Minas inventa com sucesso

                         
 
Empresários mineiros criam cervejas artesanais com produtos típicos. Laranja, rapadura, café e goiabada se destacam entre os ingredientes. Animais do cerrado mineiro dão nome às bebidas feitas em Uberaba.

Do G1 Triângulo Mineiro

Unir produtos típicos da região mineira com uma bebida bastante apreciada pela população mundial. Esta foi a ideia de dois empresários de Uberaba, na hora de criar as cervejas artesanais Bicho do Mato. Os aromas e sabores diferentes conquistam o paladar dos consumidores que, aos poucos, descobrem os prazeres das cervejas especiais.

Os ingredientes básicos são os mesmos utilizados nas cervejas tradicionais. A arte está nas composições adicionais que contêm ingredientes típicos da região mineira, como laranja, rapadura, jabuticaba, café e até doces como a goiabada cascão.

Além dos sabores diversificados, os nomes que rotulam as cervejas também trazem um pouco de Minas Gerais. “A ideia surgiu por acaso, numa despretensiosa conversa em que tivemos a ideia de assimilar o produto a um bicho da nossa região. Assim, fizemos um estudo e sincronizamos o estilo da cerveja aos bichos. A IPA, que leva o nome de Lobo Guará, é uma cerveja forte de cor avermelhada e se assemelha ao lobo, que é um animal caçador e pelagem de tom avermelhada. Com isso, ajudamos a divulgar a cultura da nossa região, estampando nos rótulos diversos bichos do cerrado mineiro”, explicou o sócio-proprietário Christino Parreira Neto. No time dos animais utilizados na divulgação, os empreendedores também convocaram a Traíra, o Preguiça, o Tatupeba e a Queixada.

Oportunidade de negócio

A Cervejaria Bicho do Mato surgiu em 2014, quando os apreciadores da cerveja convencional, Christino Parreira e Vitor Costa, decidiram desvendar os mistérios e as composições das bebidas. Em uma das pesquisas realizadas pelos sócios, eles descobriram que era possível fazer cerveja em casa. “Achamos a proposta de fazer cerveja em casa fantástica. Assim poderíamos fazer os estilos que mais gostávamos e beber a hora que quiséssemos”, compartilhou Parreira.

No início, os amigos adaptaram os próprios equipamentos e trabalharam diferentes técnicas. Segundo os proprietários, a produção cresceu aos poucos. Quase um mês de trabalho para a liberação de 20 litros de cerveja. Todo o processo era feito no sítio da família de Christino e as bebidas eram distribuídas aos amigos e familiares. Mas, com o aumento dos equipamentos e aprovação dos degustadores, houve a necessidade de um espaço maior e, então, surgiu a oportunidade de comercialização.

Ao todo, a Bicho do Mato produz nove tipos de cervejas: Trigo (Traíra), Witbier (Preguiça), Pale Ale (Tatupeba), Session IPA (Queixada) e Índia Pale Ale (Lobo Guará). A empresa também oferece os estilos sazonais, vendidos uma vez por ano: Brown Porter (Chocolate de Pirata), em março, Russian Imperial Stout (Pezada), em junho, Double IPA (Chifrada), em agosto e Brazilian Blond Ale (Jabuticaba Gran Reserva), em dezembro.

A produção mensal chega a 500 litros por mês. Para o proprietário, no momento, a qualidade é mais importante que a quantidade. “A cervejaria prima pelo processo mais artesanal e natural possível. Se considerarmos do início ao fim do processo de produção, a cerveja leva, no mínimo, 30 dias para ficar pronta, devido ao respeito ao tempo natural de fermentação e maturação das cervejas. Com esse procedimento, a produção hoje é de cerca de 500 litros por mês”, destacou o sócio.

Além da crise

Os valores variam de R$ 10 a R$ 20 e, por enquanto, as cervejas são comercializadas somente em bares, restaurantes e hamburguerias da cidade de Uberaba. Contudo, os proprietários contam com a ajuda da internet e das redes sociais para a divulgação das obras-primas, possibilitando, assim, a remessa para qualquer região do Brasil.

Mesmo diante da crise econômica enfrentada pelo país, o segmento ainda novo de cervejas artesanais segue em expansão. A sede do consumidor por novos aromas e sabores é o que incentiva os empreendedores a enfrentar as dificuldades que podem surgir com a crise.

Atualmente, a meta de Christino e Vitor é dobrar a produção até meados de 2016, mas sem perder o toque artesanal, encontrado nas bebidas que têm a cara de Minas. “Acreditamos que, no futuro, cada região do Brasil terá sua cerveja local, com sua própria identidade, de acordo com seu clima, sua cultura e sua gastronomia”, avaliou Christino.