quarta-feira, 17 de junho de 2015

Cuidado! Maçãs produzidas na Europa têm alto nível de pesticidas


                                    
Greenpeace analisou frutas provenientes de 12 países europeus e relatório apontou que pesticidas mais encontrados foram o fungicida boscalida e o DDT.

Coquetéis de pesticidas continuam sendo utilizados pelos produtores de maçãs de vários países europeus, em especial pelos agricultores que abastecem os grandes mercados atacadistas - afirmou nesta terça-feira (16) o Greenpeace em relatório.

A ONG analisou 85 amostras - 36 de água, 49 do solo - recolhidas nos pomares de 12 países europeus entre os maiores produtores de maçã, tendo como alvo aqueles que abastecem o varejo. Em média, 75% das amostras (78% para o solo, 72% para a água) "continha resíduos de pelo menos um" dos 53 pesticidas identificados.

"Pelo menos 70% dos pesticidas identificados apresentam uma toxicidade global aumentada para a saúde humana e a fauna selvagem", afirma o Greenpeace, denunciando um "peso tóxico" imposto pela "produção em escala industrial".

O número de pesticidas mais alto foi detectado nos solos de Itália, Bélgica e França. Na água, os países mais comprometidos foram Polônia, Eslováquia e Itália, segundo o relatório.

Os pesticidas encontrados com maior frequência no solo são o boscalida, "um fungicida presente em 38% das amostras", e o DDT (26% das amostras).

Em relação à amostra de água, os pesticidas mais frequentemente identificadas são boscalida (em 40% das amostras) e clorantraniliprol, inseticida também encontrado em 40% das amostras.

Fim ao uso
O relatório denuncia o "coquetel de pesticidas" e "mostra a realidade do uso extensivo, sistemático e 'multipropósito' de pesticidas na produção agrícola convencional", declarou à AFP Anaïs Fourest, encarregada do setor de agricultura no Greenpeace.

O Greenpeace pede aos estados-membro da União Europeia que "ponham progressivamente fim ao uso dos pesticidas químicos de síntese na agricultura" e sustentem "alternativas não-químicas para lutar contra os parasitas, em particular práticas agrícolas ecológicas".

A publicação deste relatório visa "interpelar os mercados atacadistas", como a campanha "pesticida zero" recentemente lançada pela ONG na França para tentar convencer as seis principais redes de distribuição francesas (Auchan, Carrefour, Casino, Leclerc, Intermarché, Magasins U) a apoiar os agricultores que se comprometem a produzir sem pesticidas.

Resíduos de pesticidas estão presentes em quase metade dos alimentos consumidos na Europa, mas a maioria dentro dos limites legais e provavelmente sem nenhum efeito sobre a saúde, garantiu em março a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos. As maçãs estão entre as frutas com maior presença de resíduos.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Cidade capixaba vê agricultura e pecuária como solução econômica


          


Município vai perder boa parte do tráfego com rodovia e implementação de ferrovia, o que irá afetar o setor de serviços. Antes que isso ocorra, a administração municipal e governo buscam saída sustentável e rápida. Outras cidades deveriam fazer o mesmo. 

Raul Marques

Iconha está no olho do furacão. Nem todo mundo percebe, mas a cidade precisa descobrir sua vocação. Com um Produto Interno Bruto (PUB) praticamente gerado pelo comércio e serviços, o contorno da BR 101 e a anunciada construção de uma ferrovia que vai passar pelo Vale do Orobó e pelo município, a maior fonte de recursos da cidade deve mudar de ramo. A agricultura surge como opção óbvia segundo os números da última pesquisa realizada pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). Em Iconha, o setor de comércio e serviços representava, em 2012, 67,93% do PIB ante 21,5% da agropecuária. Como a rodovia deve contornar a cidade, o percentual de participação dos postos de combustíveis e de serviços deve cair. E a entrada da ferrovia tirará, ainda mais, os caminhões da cidade.

Diante de tais fatos, a agropecuária parece ser o caminho, atesta o chefe do escritório do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Fábio Lopes Dalbom. “A cidade tem que passar a buscar a agropecuária como fonte de riqueza e de geração de receita”, disse. Fábio Dalbom, inclusive, lembra que a agricultura, tanto a familiar como a de pequeno porte deve passar por melhorias para que possa aproveitar as duas oportunidades: a de deixar de ser escrava da rodovia e aproveitar a nova forma de escoamento da produção, a ferrovia que também faz ligação com os portos que serão postos em operação – Itaoca e Porto de Açu, na região de Campos dos Goytacazes, além do Rio de Janeiro.

“Os produtores terão que passar a inovar na qualidade inicial do produto, com a adoção de medidas para certificação”, disse. Dalbom referia-se a garantir a agricultura de produtos orgânicos, com a adequação de diferentes pontos. “Isso é muito importante para gerar valores agregados aos produtos. Ganhar competitividade”, disse.

De igual opinião compartilha do engenheiro agrônomo da Prefeitura Municipal de Iconha, Fábio Polastreli Guedes. “Para aproveitar a chegada de uma ferrovia, é necessário profissionalizar mais a produção agrícola na região, com a tecnificação”, referindo-se às práticas mais específicas que envolvem desde o plantio até o uso de defensivos e agrotóxicos.

Polastreli citou como exemplo fatos antigos que já aconteceram no Brasil por exportar produtos com padrões fora dos especificados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Isso é muito importante para não se queimar uma oportunidade como esta”, disse.

Algumas outras amostras de ideias inovadoras para exportar foram citadas por Fábio Dalbom e por Fábio Polastreli. Uma destas é a da Coopervidas, que fica no Vale do Orobó.  A Cooperativa de Valorização, Incentivo e de Desenvolvimento Agropecuário Sustentável do Vale do Orobó tem um projeto de exportação de acerola, que vem sendo tocado com muito empenho pelos participantes. No caso, a acerola é cultivada em pequenas áreas dos municípios de Piúma e Iconha, na região Sul do Estado. No caso, indiretamente, os pólos de frutos do Estado seriam um bom exemplo para quem desejar aproveitar a expansão da agricultura que pode acontecer em Iconha e arredores.

Outro exemplo citado por Dalbom é a intenção de exportar abacates do produtor Dalton Gotardo Petralonga, mais um produtor que está inserido nos programas de plantação orgânica da região.

União faz a força

Ambos os profissionais da área agrícola entendem que os pequenos produtores da região de Iconha e adjacências devem se unir em cooperativas para aumentar seu poder de fogo na horta de aproveitar as oportunidades. “A entrada da ferrovia, a mudança no traçado das estradas da região, associados a vários fatores podem baratear o custo para a produção no longo prazo. Isso vai ficar mais visível quando os agricultores se unirem”, disse Dalbom.

Uma outra forma de enfrentar as mudanças econômicas que estão por vir é valorizar os produtos regionais, com os chamados diferenciais. “O queijo da Serra da Canastra é um bom exemplo disso. Tem um sabor característico que pode se tornar um marco diferencial na hora de comercializar”, disse Polastreli.

Questionados sobre esta diferenciação, Polastreli e Dalbom entendem que este retorno à agropecuária como vocação da região pode abrir um leque de oportunidades de trabalho para muita gente que não quis seguir os passos da família por entender que trabalhar nas pequenas cidades não geraria renda. “Pode ser melhor ainda com a instalação de um armazém, de um porto seco, de um local que servisse de distribuidor para os produtores. Quanto mais se eliminarem os custos, melhor”, disse.

Sobre esta questão da mão de obra na agricultura, o engenheiro agrônomo Fábio Polastreli Guedes disse algo bem curioso. “A sucessão do trabalho rural é um desafio a ser enfrentado. Precisamos amenizar a saída dos jovens do campo. É uma questão de autonomia”, explicou.

Futuro

Se a agricultura parece ser o destino da rota de economia iconhense, Fábio Dalbom, do Incaper, alerta que isso só irá acontecer a médio e longo prazo. E não esconde sua posição favorável ao desvio da BR 101 do Centro de Iconha. “Qualquer impacto econômico que a saída da estrada do centro da cidade irá ter, ele é menor do que a qualidade de vida que isso vai proporcionar”, referindo-se ao fato de que, talvez, com o fim da dependência minada à estrada Iconha poderá encontrar-se novamente a sua vocação, no caso, a agropecuária.

Fábio Polastreli, da Secretaria de Agricultura, entende que todos os fatos que estão por vir serão fatores decisivos para o desenho de uma nova cidade, de uma nova economia. “Tudo isso fortalecerá a agricultura e a pecuária e deve enfraquecer outros setores”, disse, reforçando que é necessário trabalhar melhor e de forma mais racional para aumentar a produção.

Ambos lembraram, ainda, que apesar de ser responsável por menos de 20% do PIB municipal é da agropecuária que vem o dinheiro que abastece o setor de comércio e de serviços, seja pelo transporte, seja pelo consumo. “Quando houve a crise na colheita da banana há alguns anos, o comércio foi o primeiro a acusar isso. Ninguém vendia nada”, disseram.

EXCLUSIVO/Pesquisa: Ceasa capixaba foi a que mais cresceu entre 2014 e 2015


                            

Nem mesmo a poderosa Ceagesp, maior central de abastecimento da América Latina, teve a comercialização de alimentos satisfatória, aponta estudo do governo federal: registrou aumento pífio de apenas 1,24%, no total geral.


Fatores climáticos, produção quebrada, problemas com a política econômica, retração na demanda, falta de infraestrutura adequada. Se você apontar todos os problemas citados aqui, ainda vai ficar faltando algum se o assunto for movimentação de mercadorias nas principais centrais de abastecimento de alimentos do país: Ceagesp, Ceasa Vitória, Ceasa Minas Gerais e Ceasa do Rio de Janeiro.  Apenas a Ceasa capixaba apresentou crescimento considerável em relação às outras: o volume de comercialização chegou a 5,05%, no ano passado, como aponta o Boletim de Hortifrutigranjeiros Abril 2015, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão regulador da produção ligado ao governo federal. O levantamento aponta a comercialização de hortigranjeiros entre 2014 e 2015.

No total geral, os valores registrados foram de R$ 28.044.069.838,34, representando aumento de 5,02% em relação à 2014, apesar de todos os revezes climáticos e financeiros ocorridos nas regiões produtoras. O programa Conab/Prohort levou em conta 117 variedades de produtos e 133 diferentes hortaliças comercializadas. 

A CeasaMinas, outra gigante na comercialização brasileira, teve a sua principal central, na capital Belo Horizonte, apresentando crescimento de apenas 2,30%. Outra gigante em comercialização, a Ceasa do Irajá, bairro da Zona Norte do Rio, capital fluminense, o crescimento apresentado foi de 2,77%.

Valores reduzidos

Como nas empresas de ônibus, os lucros ou resultados financeiros são guardados numa espécie de "caixa preta" por empresários e comerciantes dessas centrais de abastecimento, que temem por sequestros ou outros crimes.  O CeasaCompras teve acesso a esses valores, relativos à comercialização de produtos.  Na Ceagesp, incluindo todas as unidades, em dinheiro, o crescimento apresentado foi de 14,88%. Saltou de R$ 6,111 bi para R$ 7,02 bi.

Já, na CeasaMinas, o crescimento foi menos de 1%, ou seja 0,16% ( de Rs 2,282 bi para apenas R$ 2,279 bi). Na Ceasa Grande Rio, o dinheiro circulante cresceu 3,033% em um ano ( de R$ 2,935 bi para R4 3,033 bi). E no Espírito Santo, a Ceasa Vitória registrou apenas 1,45% no valor de comercialização dos produtos: de R$ 904.299. 736,33 para R$ 917. 374. 559,46.

Veja a relação por unidades de abastecimento:

Ceagesp

São Paulo, capital: de R$ 3.318.938,565 para R$ 3.360.010,504 (+ 1,24%);
Araçatuba: de R$ 21.086, 892 para R$ 22.120,342 ( + 4,90%);
Araraquara: de R$ 35.953,222 para R$ 47.192,104 (+ 31,26%);
Bauru: de R$ 74.746,253 para R$ 81.844,063 (+ 9,50%);
Franca: de R$ 10.647,110 para R$ 12.881,002 (+ 20,98%);
Marília: de R$ 12.693,986 para R$ 14.429,835 (+ 13,67%);
Piracicaba: recuou de R$ 47.272,560 para R$ 47.268,328 (- 0,01%);
Presidente Prudente: de R$ 60.181,057 para R$ 61.004,470 (+ 1,37%);
Ribeirão Preto: de R$ 193.312,306 para R$ 238.748,698 (+ 23,5%);
São José do Rio Preto: de R$ 84.308,721 para R$ 96.687,410 (+ 14,68);
São José dos Campos: recuou de R$ 109.632,163 para R$ 107.480,126 (-1,96%);
Sorocaba: de R$ 105.346,634 para R$ 120.546,730 (+14,43%).

Ceasa ES

Vitória, capital: de R$ 511.883,723 para R$ 537.741,061 (+5,05%);
Cachoeiro do Itapemirim: de R$ 18.314,796 para R$ 22.718,208 (+ 24,04%);

Ceasa MG

Belo Horizonte, capital: de R$ 1.453.902,244 para R$ 1.487.284,566 (+ 2,30%);
Caratinga: de R$ 41.340,309 para R$ 44.271,585 (+7,05%);
Governador Valadares: recuou de R$ 44.535,778 para R$ 41.953,475 (-5,80%);
Juiz de Fora: recuou de R$ 66.639,705 para R$ 61.984,278 (-6,99%);
Uberlândia: de R$ 222.046,664 para R$ 231.487,590 (+4,25%);
Barbacena: de R$ 16.022,197 para R$ 17.612,355 (+ 9,92%).

Ceasa RJ

Rio, capital: de R$ 1.423.913,000 para R$ 1.463.398.000 (+ 2,77%);
Ponto Pergunta: de R$ 27.586.000 para R$ 29.754.000 (+ 7,85%);
Nova Friburgo: recuou de R$ 15.321.000 para R$ 13.238.000 (-13,60%):
Paty do Alferes: recuou de R$ 15.452.000 para R$ 13.297.000 (-13,95%);
São Gonçalo: recuou de R$ 19.279.000 para R$ 161.167.000 (- 18,72%).


Outras unidades de mercado independentes

Ceasa Campinas (SP): recuou de R$ 543.870,424 para R$ 538.865.907 (-0,92%);
Centro Integrado de Abastecimento de Itajubá (MG): recuou de R$ 12.300.000 para R$ 11.050.182 (-10,16%);
Patos de Minas (MG): recuou de R$ 28.700.000 para R$ 26.783.325 (-6,68%);
Ceasa Noroeste (ES): recuou de R$ 28.079.250 para R$ 19.710.848 (-29,80%).

Sem dinheiro, Classe C corta supérfluos cada vez mais


                      


Os anos gordos ficaram para trás.Assustada com a crise, classe C abre mão de conquistas de consumo e recorre a bicos para equilibrar o orçamento, aponta essa reportagem do Estadão que estamos reproduzindo.


Seis e vinte da manhã no bairro Bonsucesso, em Guarulhos. Valmira Souza passa apressada pelas roupas que havia pendurado às 11 horas da noite anterior. Não pode perder a condução - o ônibus passa às 6h33. Em dias bons, às 9h está na casa da patroa, que mora em um bairro nobre da capital. Enquanto corria corredor afora, a diarista, de 39 anos, ainda não sabia que, naquela segunda-feira, a sorte não estaria a seu favor. Até o terminal Armênia, na região norte de São Paulo, seriam três horas e meia. E ainda teria de pagar o metrô e fazer duas baldeações.

Trabalhando para quatro patrões diferentes, Valmira tira R$ 1,8 mil por mês. Após 19 anos de casamento, decidiu se separar. O ex-marido, desempregado, exigiu ser ressarcido do dinheiro que gastara com o material da casa que construíram no terreno do irmão dela. O saldo entre o que Valmira tem de pagar e a pensão definida em juízo é negativo em R$ 195 ao mês. A diferença faz falta. A conta do mercado não para de subir, quatro filhos na escola, a máquina de lavar está com um barulho estranho. “Vou ter de resolver, dar um jeito. Sozinha.” 

Valmira Souza, doméstica, sai todos os dias de casa às 6h30 e enfrenta uma viagem de 3 horas de onibus para chegar ao trabalho

Ao longo de 2015, o brasileiro sentiu o “susto” da crise, diz André Torretta, presidente da consultoria A Ponte Estratégia, especializada na classe C. Água, luz e supermercado agora abocanham uma parcela bem maior da renda. Por isso, a nova classe média vem cortando supérfluos - iogurte, bolacha recheada, hambúrguer na praça de alimentação e cinema aos fins de semana. O carro, conquistado em suaves prestações, não raramente fica na garagem por causa do combustível caro. A intenção de consumo das famílias está no menor nível em cinco anos. 

O que o consumidor sente na pele está transparente nos indicadores econômicos. Enquanto a inflação só aumenta - os alimentos subiram 4,56% de janeiro a maio, segundo o IBGE -, a renda vai no sentido contrário. O rendimento médio do trabalhador ficou em R$ 2.138 em abril, queda de 2,9% em 12 meses. A partir deste domingo, o Estado vai mostrar, em uma série de três reportagens, os efeitos da crise para famílias e empresas. Nesta edição, reuniu histórias sobre como o brasileiro está lidando com a redução da renda.

Apesar do cenário negativo, especialistas na classe média brasileira afirmam que essa população não é fatalista. “Essas pessoas sabem que atingiram um novo patamar nos últimos dez anos. E vão se virar para proteger o que conquistaram”, diz Torreta, da A Ponte Estratégia. Já Luciana Aguiar, fundadora da consultoria Plano CDE, diz que esse público conta com fortes laços de solidariedade que são um “porto seguro” em momentos de dificuldades. 

Mais do que nada. Sete anos atrás, Ruth Mendonça, então com 21 anos, saiu à rua a pé com os quatro filhos, dois no colo e dois agarrados em suas roupas, em direção à casa da mãe. Na época, não sabia fazer nada - tinha engravidado aos 14 anos e sempre dependera do ex-marido. Ao pedir abrigo, precisava contribuir. Resolveu fazer as unhas das conhecidas. De mão em mão, acabou nas esmalterias dos Jardins. Agora, administra um salão a poucos passos de sua casa, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. Esmaltes expostos nas paredes amarelas, uma cadeira de cabeleireira e futuros serviços de depilação na sobreloja. “Tudo é bem simples”, diz. “Mas, quando olho para trás, acho que estou rica.”

Depois de anos em que cada dia parecia ser um degrau acima rumo a uma vida melhor, Ruth agora sente o baque da crise. Como administradora, não paga aluguel, mas dá uma comissão ao dono do imóvel. A cabeleireira tira a própria parte ao fim do dia de trabalho. Ruth fica com o que sobra: chegava a ter R$ 2 mil para ajudar no sustento da casa que divide com a mãe, o irmão e os filhos - uma “escadinha” de 12, 10, 9 e 7 anos. Mas este ano o movimento não para de cair. Agora, no fim do mês, ela tem, quando muito, R$ 1,3 mil. Embora esteja sendo obrigada a cortar gastos, não permite que a situação vire motivo para drama. “Tem gente que só quer o lado fácil da vida. Se eu não puder ter toda a fartura, pelo menos vou ter um saco de arroz para pôr na mesa.”

Mas Ruth não vai ficar de braços cruzados. A clientela sumida, ao ser abordada na rua, assume que está difícil colocar comida na mesa e cuidar ao mesmo tempo da beleza. “Vou panfletar, mostrar nossas promoções”, diz ela. Corte de cabelo com depilação sai mais barato, tintura com pedicure também. “Não posso pensar que estou nos Jardins. Aqui, R$ 5 menos pode fazer a minha cliente voltar.”

Enquanto Ruth tenta revitalizar seu negócio, do ouro lado da cidade, no Peri Alto, zona norte, a dona de casa Silvia Fernandes faz e refaz as contas. Com R$ 1,8 mil por mês para administrar, decretou no início deste ano o fim das prestações de eletrodomésticos e das compras de roupas e calçados. “Tênis novo só quando o atual furar.” Para abrigar a família, os cômodos foram construídos morro abaixo. Sala e cozinha ficam no piso mais alto, enquanto os dois quartos e o puxadinho que o filho e a nora construíram ficam no “andar” de baixo. São nove moradores: além de Silvia, há os cinco filhos (todos homens e com nomes iniciados com a letra M), o marido, a sogra e a nora. Isso sem contar dois cães e seis pássaros. Na casa, só o marido, o filho e a sogra trabalham - a nora, operadora de caixa, foi demitida no início do ano. A explicação foi padrão: corte de custos.

Surpresa no portão. Já era noite quando Valmira virou a esquina da rua de sua casa, em Guarulhos. No portão, uma silhueta conhecida: o ex-marido, escorado na antiga moto do casal. Ela já havia depositado o pagamento do material da construção, mas ele não havia pago a pensão dos filhos. Estava cansada demais para convidá-lo para um café, preferia manter a conversa rápida. Na calçada, fizeram um acordo, sem juiz ou assinatura. Ela ficaria livre dos depósitos mensais de R$ 595 e ele não pagaria a pensão de R$ 400 por um ano. Começou ali mesmo a fazer planos para o dinheiro extra: “Vou guardar para dar entrada num barraco.”

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Portal CeasaCompras.com, sucesso no Brasil e exterior


                         

Durante  dez meses de experiência, desde agosto de 2014, quando começamos a lançar matérias e análises econômicas sobre movimentação de produtos e preços praticados nas principais centrais de abastecimento do país, situadas na Região Sudeste, e também no Rio grande do Sul, o Portal CeasaCompras.com vem chamando a atenção de um público altamente variado e qualificado, entre brasileiros e estrangeiros. Sem qualquer tipo de propaganda ou divulgação agressiva, de acordo com um relatório de acessos elaborado pelo nosso setor de Tecnologia da Informação (TI), chegamos a um total de 155.968 visualizações. No mês de maio passado foram 25 mil acessos.  O tempo médio de leitura das notícias é de 12' e 36" (doze minutos e trinta e seis segundos), o que é muito se considerarmos a gama de outras informações que circula na Internet e mídias sociais, do qual também estamos participando: Facebook e o Blog CeasaCompras (www.ceasacompras.com.br), com mais de 2 mil visualizações e curtidas. No caso do Face, ele é acompanhado por autoridades de países como Emirados Árabes, Catar,  Kwuait, Jordânia e Egito, já divulgados por nós anteriormente.

Conforme destaca o relatório, estados como o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais lideram o total de acessos, que também é acompanhado por outras capitais e cidades brasileiras: Salvador, Porto Alegre, Fortaleza, Brasília, Vila Velha, Goiânia, Cuiabá, Curitiba.

Em Portugal, pelo menos moradores de quatro importantes cidades lêem e acompanham o Portal CeasaCompras: Lisboa, Porto, Beja e Viana do Castelo.  Na Itália, os acessos estão vindo de Roma, Milão, Turim e Veneza,  Sem contar também a cidade do Kwuait, no país do mesmo nome.

Além do Brasil, estão acessando o portal, pela ordem, internautas da Rússia, Itália, Portugal, Espanha, Malásia, Austria, Canadá, Chile, Algéria, Reino Unido, Índia, Kwait, Siri Lanka, Condado de Luxemburgo, Peru, Filipinas e Romênia.

A partir de agora, o portal CeasaCompras irá se especializar mais, reconfigurando o seu layout, incrementando o Guia de Lojas, o Guia Gastronômico, o Informe Econômico e matérias setoriais indicando, para o comerciante e o consumidor em geral, o que comprar e onde comprar dentro da Ceasa do Rio de Janeiro, que é o nosso ponto de partida. Claro, iremos falar também da Ceagesp, CeasaMinas, Ceasa Espírito Santo e Ceasa Rio Grande do Sul. E objetivando criar também o canal importante de acesso com o produtor rural, indústria e comércio. A WebTV será uma ferramenta primordial nesse processo dinâmico da informação.

Além de informar o nosso público seguidor,  incluindo informações tanto do Portal, como do Face e do Blog, ao se cadastrar, esse mesmo público terá vantagens e participará de sorteios de passeios e viagens, que estamos preparando. Aguardem.

E uma indicação: curtam essa ideia, compartilhem e avisem geral sobre a novidade que é o ceasa compras.

Preço da cebola: aumento de quase 200% em apenas 1 ano


                               


Estudo divulgado pela diretoria técnica da Ceasa de Minas Gerais diz que o total geral no volume de venda dos produtos em seus mercados foi de apenas 2%.

É como nas delegacias, em relação a algumas investigações: enquanto um marginal "banca" todas as encrencas na região, outro fica por aí azucrinando sem ser incomodado. É o caso da cebola em relação ao tomate, este último pagando todos os ônus e sendo considerado o "inimigo público", por conta dos aumentos de preços e acusado de ser o responsável pelo aumento da cesta básica de boa parte da população brasileira.  De acordo com um estudo de conjuntura econômica, divulgado pela CeasaMinas, para o mês de maio, o quilo da cebola amarela nacional no atacado saltou de R$ 1,40, em maio de 2014, para R$ 3,63, em maio deste ano. No caso da cebola importada, passou também de R$ 1,64 para R$ 3,80. 

Por incrível que pareça, o preço do tomate longa vida na Central de Abastecimento mineira teve um aumento muito pequeno no período de um ano: R$ 2,20, o quilo em 2014; e, agora, R$ 2,60. O crescimento da produção em abril/maio foi de 10,08%.

Voltando ao caso da cebola nacional, em abril e maio de 2014 houve um crescimento de volume comercializado na central da ordem de 159,29%. E agora, no mesmo período, registrou apenas a marca de 53,16%. A cebola importada apresentou queda em volume de vendas, de 131,71% para os atuais 52,61%. A tendência é que os preços continuem aumentando devido a queda de produção, conforme constatou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tomado como base pelo estudo da diretoria técnica da CeasaMinas.

Os preços baixos verificados na venda do produto, em 2014, inibiram os produtores de cebola amarela, que reduziram áreas de plantio para a colheita 2015, o que tem proporcionado as altas cotações atuais de preços. Ainda conforme dados recolhidos pelo LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola), do IBGE, de maio deste ano constatou que a intenção de produção agrícola em Minas Gerais caiu 8% em área plantada. A queda na produção nacional também força os preços para cima.

Não tão vertiginosos como os preços da cebola nacional e importada, o alho importado registrou apenas 0,11% em volume comercializado em abril e maio de 2015, ao contrário do ano passado quando foi de 35,62%, em igual período.  A alta do dólar e desvalorização do Real devem ter contribuído muito para isso. O preço por quilo saltou de R$ 6,85 para R$ 9,29. O alho brasileiro, que manteve-se no mesmo patamar do importado em termo de crescimento, tem o preço por quilo alterado de R$ 6,85 para R$ 8,74. Em abril e maio do ano passado, o volume de vendas do alho nacional foi de 27,96% no mesmo período.

A cenoura apresentou crescimento tímido em abril/maio desse ano, que foi de 29,61%; quanto que, em igual período do ano passado fora de 80,73%.  Os preços apresentaram alta de quase 100%: de R$ 1,09, o quilo no atacado, para R$ 1,97. O estudo apresentado pela Ceasa de Minas Gerais diz que no caso da cenoura já previsto essa diferenciação, com base nos registros do Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada (CEPEA) da Universidade de São Paulo (USP).

Batata, menos impacto

A batata lisa, cuja movimentação em abril/maio de 2014 foi negativa de menos 8,82%, em igual período de 2015 cresceu 4,20%. Esse crescimento pífio é devido a pouca oferta proveniente do Triângulo Mineiro e Alto Parnaíba. A situação só não ficou pior porque a produção de batata originária de São Paulo, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul proporcionaram um aumento de volume na CeasaMinas.

Crescimento menor no geral

Durante o mês de maio de 2015, foram colocadas quase 175 mil toneladas de produtos à disposição dos compradores da CeasaMinas, representando uma queda de 2% em relação ao registrado em igual mês de 2014 e acréscimo de praticamente igual percentual ante abril último. A oferta está estimada em mais de 368 milhões de reais.

Campanha: "O que é isso, mamãe?"


                           


Salsa: tempero da saúde


O plantio da salsa no Espírito Santo tem destaque no município de Santa Maria de Jetibá, responsável por 82,85%. O Rio de Janeiro, principalmente na Região Serrana, se produz mais de 90% das verduras consumidas pela população fluminense.

A salsa, ou salsinha como é popularmente conhecida, é uma erva aromática bastante utilizada como tempero na culinária brasileira, mas o que poucos sabem é que ela é uma aliada da saúde por conter uma série de benefícios, entre os quais as vitaminas C e K.

Segundo a nutricionista Matilde Alves a salsa é rica em vitaminas do complexo C que ajuda a proteger o organismo de infecções. “A vitamina C ajuda a manter a saúde dos ossos, cartilagens e mucosas e facilita a absorção de ferro. Além disso, possui uma grande quantidade de vitamina K, que auxilia a regular os processos de coagulação do sangue”, relata a nutricionista.

O plantio da salsa no Espírito Santo tem destaque no município de Santa Maria de Jetibá, responsável por 82,85% do total comercializado nas Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa-ES). Só nos primeiros cinco meses do ano circularam, pelo entreposto da Ceasa em Cariacica, 288.753,69 quilos de salsa ofertados pelo município.

Em seguida vem o município de Marechal Floriano, que ofertou no entreposto central 10.835 quilos. Outros municípios como Alfredo Chaves, Cariacica, Domingos Martins, Santa Teresa, Viana, Itarana, Santa Leopoldina e Afonso Cláudio, que ajudaram a totalizar 348.344,28 quilos do produto comercializados.

Para saborear e aproveitar os benefícios da salsa, a nutricionista indica uma receita bem fácil.

Manteiga aromatizada com salsa e cebolinha:    


Ingredientes:
200g de manteiga ou 200 ml de azeite 

1 colher de sopa de cebolinha picada
1 e 1/2 colher de sopa de salsa picada
4 dentes de alho picados

Preparo

Pique todos os ingredientes e reserve. Deixe a manteiga amolecer em 
temperatura ambiente. Em seguida misture bem os ingredientes à manteiga e coloque para gelar. Assim, estará pronta para usar.